sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Países que caçam baleias derrubam proposta de proteção dos animais


Ideia de fazer um santuário no Atlântico foi rejeitada. Japão, Noruega e Islândia lideram defesa da caça dizendo que têm investimentos no turismo.

Baleia jubarte é uma das que mais sofreu com a caça (Foto: Áthila Bertoncini)


Os países que caçam baleias conseguiram derrotar nesta terça-feira mais uma tentativa das nações do hemisfério sul, entre elas o Brasil, para proteger esses animais da caça comercial e fazer um santuário no Atlântico.



As baleias foram praticamente extintas por conta da caça no século 20. A proposta a favor da preservação dos animais foi rejeitada na 66ª reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI), realizada em Portoroz, Eslovênia, nesta terça.



A proposta apresentada por Argentina, Uruguai, Gabão e África do Sul, além do Brasil, precisava de 75% dos votos, mas recebeu 38 de 64. Mais uma vez, organizações de defesa dos direitos dos animais e do meio ambiente criticaram a derrota da iniciativa, que já havia sido deixada de lado em anos anteriores.


Os países que lideram a defesa à caça são Japão, Noruega e Islândia. Eles alegam que têm investimentos no turismo relacionados a isso.


“Com todos os problemas enfrentados atualmente pelas populações de baleias devastadas pela pesca comercial, está claro que precisam de uma zona de proteção onde possam não apenas sobreviver, como também voltar a recuperar-se e desenvolver-se”, disse o especialista em cetáceos do Greenpeace, John Frizell.


No que consistia a proposta?
A ideia de banir a caça às baleias no Atlântico consistia em criar um santuário de 20 milhões de quilômetros destinado às espécies do animal ameaçadas de extinção. Os animais são alvos por conta da exploração de sua carne, óleo e gordura. Desde 2001 esta proposta “bate na trave” nas reuniões da CBI.


Os defensores da ideia dizem que, entre 1990 e 1999, 71% das 3 milhões de baleias caçadas no planeta foram vitimadas no hemisfério sul. Segundo eles, as mais afetadas foram cachalotes e baleias fin, azuis, jubarte e minke.


Várias espécies apenas começam a se recuperar graças à proibição mundial imposta há 30 anos da caça comercial das baleias, que, no entanto, contempla exceções.


“Quem pode nos garantir que, se uma espécie em particular começar a desaparecer (em outras regiões), os baleeiros, por razões científicas, não virão ao Atlântico Sul? Queremos evitar isso”, declarou o representante do Brasil na CBI, Hermano Ribeiro, acrescentando que o santuário traria “certo tipo de segurança”.


De acordo com alguns cálculos, a indústria de observação de baleias gera dois bilhões de dólares por ano e emprega 13.000 pessoas ao redor do mundo.


Com informações da AFP

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