segunda-feira, 13 de junho de 2016

Esperança demais pode aumentar sofrimento dos pacientes

03/06/2016


Redação do Diário da Saúde

Otimismo demais
Membros da família e amigos que tomam decisões quanto aos cuidados para pacientes criticamente doentes apresentam crenças significativamente diferentes dos médicos, e geralmente são excessivamente otimistas sobre o prognóstico do seu ente querido.


Essas variações e esse excesso de otimismo influenciam fortemente os cuidados de fim da vida.

"Não é uma coisa ruim que a família e os amigos de um paciente tenham esperança de que ele vai se recuperar," diz o Dr. Douglas White, professor de medicina na Universidade de Pittsburgh (EUA).

"No entanto, é problemático quando essas expectativas excessivamente otimistas resultam em tratamentos mais invasivos em pacientes terminais e retardam a integração de cuidados paliativos que podem aliviar o sofrimento," acrescentou.


Expectativas de médicos e familiares
Entre 2005 e 2009, a equipe entrevistou os médicos e os tomadores de decisão envolvidos em centenas de casos de pacientes em estado terminal. Ambos estimavam as chances de que o paciente iria sobreviver à internação em uma escala de 0 (sem chance de sobrevivência) a 100 (certamente irá sobreviver). Eles não sabiam as respostas uns dos outros.

Em 53% dos casos, as respostas divergiram em mais do que 20%. Os responsáveis pelos pacientes se mostraram mais otimistas do que os médicos. No final, contudo, as estimativas do prognóstico do paciente feitas pelos médicos foram muito mais precisas.


Realidade com jeito
A seguir, os pesquisadores pediram aos responsáveis pelos pacientes para tentar adivinhar como o médico do paciente havia respondido à mesma pergunta. Em média, eles avaliaram que a resposta do médico estaria em algum ponto entre a estimativa deles próprios e a estimativa real dos médicos, mostrando que eles reconheciam que estavam sendo otimistas.


"Com base nos resultados deste estudo, estamos trabalhando para desenvolver e testar intervenções tanto para melhorar a compreensibilidade dos prognósticos que os médicos dão aos responsáveis, como para dar melhor atenção aos fatores emocionais e psicológicos que podem influenciar as expectativas dos responsáveis quanto os prognósticos do seu ente querido," disse o Dr. White.

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