sexta-feira, 16 de junho de 2017

EUA garantem ação em combate à mudança climática, mas fora do Acordo de Paris

terça-feira, 13 de junho de 2017


Os Estados Unidos confirmaram neste domingo (11) sua vontade, manifestada pelo presidente Donald Trump, de sair do Acordo de Paris, mas acrescentaram que pretendem continuar com os esforços para combater a mudança climática, durante a sua participação no G7 do Meio Ambiente que acontece até segunda-feira (12), em Bolonha, no nordeste da Itália.
 
 

Essas informações foram dadas aos meios de comunicação italianos por alguns dos participantes da cúpula, como o ministro do Meio Ambiente do Japão, Koichi Yamamoto, que assegurou que Scott Pruitt, diretor da Agência para a Proteção do Meio Ambiente (EPA, sigla em inglês) dos Estados Unidos, se mostrou favorável a trabalhar para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
 
 
A secretária-geral da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês), a mexicana Patricia Espinosa, disse que Pruitt quer continuar dialogando com a Convenção e que garantiu que os EUA pretendem manter os seus “esforços na luta contra a mudança climática”.
 
 
O vice-presidente do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática (IPCC, sigla em inglês), Carlo Carraro, explicou por sua vez que os Estados Unidos, segundo Pruitt, “não estão em desacordo com os objetivos do Acordo de Paris, mas com a forma de consegui-los”.
Carraro, que exerceu de mediador na mesa de debate sobre a mudança climática, destacou que os outros seis países do G7 lamentaram a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, mas garantiram que nenhum deles irá fazer o mesmo e, inclusive, se mostraram disponíveis para novos objetivos.
 
 
Além do ministro japonês, participam das reuniões em um hotel afastado do centro histórico por motivos de segurança os titulares de Meio Ambiente de Alemanha, Barbara Hendricks; França, Nicolas Hulot; Canadá, Catherine McKenna; e Itália, Gian Luca Galletti.
 
 
Em representação do Reino Unido está a secretária de Estado para o Meio Ambiente, Therese Coffey, enquanto Pruitt é o enviado dos Estados Unidos.
 
 
Além disso, foram convidados os comissários europeus de Meio Ambiente, o maltês Karmenu Vella; e de Ação pelo Clima e Energia, o espanhol Miguel Arias Cañete.
 
 
Pruitt retornará hoje mesmo aos EUA e não participará das sessões finais, nem da coletiva de imprensa conjunta do G7, pois tinha avisado que teria que retornar antes para uma reunião com Trump.
 
 
O G7 do Meio Ambiente prevê a publicação de uma declaração conjunta sobre os seis temas de discussão: desperdícios nos oceanos, finanças ecológicas, economia circular e eficiente dos recursos, ajudas à África e o papel dos bancos de desenvolvimento, impostos ambientais e gestão de resíduos perigosos. 
 
Fonte: Terra

Usinas do Madeira: um lago maior do que o previsto

Por Vandré Fonseca
Lago da Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) em Jirau. Foto: Divulgação/PAC.
Lago da Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) em Jirau. Foto: Divulgação/PAC.
Manaus, AM -- Os impactos das usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, sobre a floresta são maiores do que o apresentado durante o licenciamento ambiental das obras. Um estudo realizado com base em imagens de satélite demonstra que uma extensão de vegetação nativa 52% maior do que a prevista foi afetada. A área ocupada pelos reservatórios também estava bem acima do que o indicado nos Estudos de Impactos Ambientais (EIA). Os dados do Landsat de 2015 indicavam que ela já era quase 70% maior do que se havia anunciado.
O artigo de pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos está disponível na edição online da Remote Sensing Applications: Society and Environment. Os pesquisadores destacam que a grande quantidade de chuvas em dois anos anteriores teve um impacto praticamente irrelevante para o nível dos reservatórios em 2015. E dizem que o estudo traz um alerta sobre os efeitos de precipitações elevadas em momentos em que os reservatórios estão cheios.
Os estudos ambientais indicavam que, juntos, os reservatórios cobririam uma área de 52,9 mil hectares. Porém em 2015, essa extensão chegou a 87 mil hectares, mais do que o dobro do tamanho da Baía da Guanabara. Foram destruídos também 16 mil hectares de florestas a mais do que a estimativa apresentada no projeto.
Os ambientes afetados incluem as várzeas, apresentada no estudo com a planície de florestas inundáveis com a maior biodiversidade do planeta, com cerca de mil espécies descritas. Cerca de 11,8 mil hectares de florestas que antes eram submetidos a um ciclo de cheias e secas agora permanecem embaixo da água, uma condição para a qual as espécies não estão adaptadas. Apesar de representar apenas 2% de toda a Bacia Amazônica, as várzeas são importantes para diversas espécies de peixes e mamíferos aquáticos e oferecem importantes serviços ao ecossistema.
Para os autores do artigo, o caso das usinas do Madeira não parece ser o único, entre 452 barragens construídas ou projetadas para a Amazônia Brasileira. Eles levantam outra preocupação, os efeitos cumulativos da construção das barragens, que podem afetar o tronco principal do rio Amazonas, suas ramificações e até chegar aos corais recentemente descobertos no litoral do Pará. Eles lembram também que em todo o mundo existem mais de 45 mil grandes barragens projetadas, sem que existem informações científicas que possam indicar quais os verdadeiros impactos que podem causar.


Câmara aprova projeto que controla o uso de mercúrio

Por Sabrina Rodrigues
A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (13), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 696/2017, que contém a Convenção de Minamata sobre Mercúrio. Foto: MMA/Divulgação.
A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (13), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 696/2017, que contém a Convenção de Minamata sobre Mercúrio. Foto: MMA/Divulgação.15
A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (13), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 696/2017, que ratifica a Convenção de Minamata sobre Mercúrio. O projeto é um passo importante para o controle do uso do mercúrio no país.
O projeto segue para o Senado Federal e o governo tem pressa na aprovação do texto, pois o Brasil pode perder acesso a recursos internacionais caso não aprove ou deposite o instrumento de ratificação nas Nações Unidas até a próxima semana. O depósito é importante também para que o Brasil não seja somente um ouvinte na Conferência das Partes, que acontecerá em setembro, em Genebra.
O mercúrio é considerado uma das substâncias químicas mais perigosas existentes. O metal é muito usado na indústria e a sua contaminação é danosa não só para o meio ambiente, mas também para a saúde humana. O mercúrio é tão perigoso que em 2013 foi estabelecida a Convenção de Minamata, com o objetivo de proteger o ser humano e o meio ambiente das ações incontroladas do uso deste metal.
O nome da Convenção é em homenagem às vítimas daquela que foi considerada a pior tragédia de contaminação do mar do século XX por envenenamento por mercúrio. Minamata é uma cidade costeira japonesa que cresceu junto com a indústria química Chisso Company Limited, que se estabeleceu naquela baía no início do século passado.  A Chisso passou a despejar mercúrio nas águas da baía de Minamata a partir do início dos anos 30. Entretanto, os efeitos do despejo foram se acumulando no mar, mas a chamada doença de Minamata só foi reconhecida a partir do final dos anos 50, quando milhares de pessoas já tinham se contaminado.