quarta-feira, 22 de março de 2017

Lei de Ocupação do Solo volta a assombrar moradores (#Luos)

quarta-feira, 22 de março de 2017




*Por Circe Cunha

Volta e meia, o fantasma da Lei Complementar de Uso e Ocupação do Solo (Luos) sai do Palácio do Buriti e volta a assombrar a população do Distrito Federal. As audiências públicas que se sucedem desde o ano passado, visando a alterações nos gabaritos e na destinação de espaços, deixam mais dúvidas do que certezas.


Nos lagos Sul e Norte e no Park Way, os moradores vêm se mobilizando para impedir que as áreas, antes destinadas exclusivamente a residências, se transformem, em pouco tempo, em áreas mistas, onde seria permitido o funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais.


Quem ainda não vislumbrou direito como seriam essas localidades, caso a lei venha a ser aprovada conforme desejam os empreiteiros, basta visitar o bairro de Águas Claras e ver, in loco, o que foi cometido naquela localidade. Lá, construíram-se torres residenciais altíssimas, instalando os comércios sob os edifícios. Não bastasse esse descalabro, somente depois de o bairro ser concluído, perceberam que não haviam planejado calçadas adequadas para pedestres nem ruas suficientes para desafogar o trânsito. O resultado é que, nas horas de pico, o bairro empaca.


Onde a especulação imobiliária fala mais alto do que o planejamento urbano, o resultado é um desastre para muitas gerações. Para a maioria dos moradores dos Lagos Sul e Norte e do Park Way, a Luos para aquelas localidades contribuirá para acelerar a destruição da qualidade de vida dos bairros, transformando-os de uma área, até então bucólica, em mais uma zona populosa e caótica. Chamamos a atenção para a cerca arrebentada na entrada do Lago Norte à esquerda. A área verde ali preservada certamente está na mira de construtoras.


Há tempos, esta coluna vem defendendo que se retire da Câmara Legislativa a possibilidade de alterar, por qualquer motivo, o uso e a ocupação do solo em todo o DF, por uma razão simples: eles não entendem e desprezam a ciência urbana e legislam, nesses assuntos, apenas de olho nas vantagens financeiras que advirão.


Basta lembrarmos os escândalos protagonizados por pelo Legislativo local nos episódios que alteraram a destinação de alguns lotes residenciais para áreas nas quais poderiam ser construídos postos de combustíveis. Do dia para a noite, os lotes passaram a valer fortunas para alguns e prejuízos para muitos. 


Brasília conquistou, há pouco, o título de cidade com a melhor qualidade de vida do Brasil, graças à determinação de muitos moradores, principalmente àqueles que para cá vieram nos tempos difíceis da construção da nova capital. O que os políticos e os empreiteiros não entendem é que essa qualidade de vida foi conquistada, ao longo de anos, com muito esforço, e não tem dinheiro no mundo que pague.
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22 de março, Dia Mundial da Água

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22 Março 2017  |  
22 de março é um lembrete anual de que a água é primordial para a sobrevivência dos seres vivos, mas principalmente sobre a importância de cuidarmos desse recurso tão precioso e escasso. Isso porque apesar de mais de 70% da superfície da Terra ser coberta por água, menos de 1% é própria para consumo.

Do total de água disponível no planeta, 97% estão nos mares e oceanos (água salgada) e apenas 3% são água doce. Dessa pequena porcentagem, pouco mais de 2% estão nas geleiras (em estado sólido) e, portanto, menos de 1% está disponível para consumo. E você sabe onde está localizado esse 1% de água doce disponível para consumo? Está nos rios, lagos e águas subterrâneas. E, como sabemos, grande parte dessas fontes está sendo poluída, contaminada e degradada por más práticas humanas.

Segundo relatório divulgado em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de dois terços da população mundial sofrerão com a falta de água em 2050 devido ao consumo excessivo de água para a produção de alimentos e para a agricultura, a degradação dos recursos naturais e os impactos climáticos.    


O que o WWF-Brasil faz pela água?

No Pantanal
O Pantanal é a maior área úmida do planeta e possui uma rica biodiversidade: mais de 4 mil espécies de animais e plantas registradas. Em março de 2017 comemoramos a recuperação de 70 nascentes das cabeceiras do Pantanal, região onde nascem as águas que alimentam a planícia e sua biodiversidade. Esse resultado ocorre dentro da iniciativa denominada Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, idealizada pelo WWF-Brasil em 2012 para conservar rios e nascentes da maior área úmida do planeta, e hoje composta por 47 entidades, entre empresas, ongs, prefeituras e governo do estado de Mato Grosso. "A região das cabeceiras do Pantanal está em alto risco por conta do desmatamento, más práticas agropecuárias e falta de saneamento básico. É muito importante apoiarmos um projeto como o Pacto para conservar os recursos hídricos de uma área prioritária da Bacia do Alto Paraguai", afirma Júlio César Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil.

Além da recuperação das nascentes, o Pacto soma outros resultados positivos: 20 famílias beneficiadas pela instalação de biofossas, 76 pequenas propriedades preparadas para receber Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), 3 viveiros florestais em funcionamento, 170 quilômetros de estradas rurais recuperadas.Para participar do Pacto, cada organização assina um termo de adesão voluntário se comprometendo a executar em sua região pelo menos três ações em prol das águas.

No Cerrado

No Cerrado nascem as principais bacias hidrográficas do país que alimentam as bacias do São Francisco, do Tocantins-Araguaia, do Paraná e Paraguai. Para se ter uma ideia da importância das águas do Cerrado, sete em cada dez litros das águas que passam pelas turbinas da usina de Tucuruí (PA) vêm do Cerrado, assim como, metade da água que alimenta Itaipu (PR), e quase 100% do montante de Sobradinho (BA). Isso significa que nove em cada dez brasileiros consomem eletricidade produzida com águas do Cerrado.


O WWF-Brasil tem trabalhado com o Programa Água Brasil, fruto de uma parceria com o Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de Águas, na implementação de modelos de produção e uso eficiente da água em bacias do Cerrado. Iniciado em 2010, contou com uma área piloto na bacia do Pipiripau, no Distrito Federal, responsável pelo abastecimento de 200 mil habitantes.


Ações de conscientização, recuperação de rios e proteção de nascentes, além da adoção de boas práticas como a instalação de terraços, com o objetivo de aumentar a infiltração da água das chuvas na região, têm demonstrado uma significativa melhora na qualidade e quantidade desse recurso. Atualmente, o projeto, em sua segunda fase de implementação, atuando nas bacias do Descoberto e de São Bartolomeu, que, juntas, representam mais de 40% do território do Distrito Federal.

Na Amazônia
A Amazônia é a maior floresta tropical úmida do mundo, com a maior bacia hidrográfica do planeta. É nela que está o Rio Amazonas, o segundo rio mais longo do mundo, com mais de 6,4 mil km de extensão, e de onde saem os gigantescos “rios voadores” para todo o Brasil, a partir do vapor d’água proveniente das florestas, que influenciam as chuvas no centro-sul da América do Sul. A bacia hidrográfica é composta por uma variedade de paisagens e ecossistemas, que incluem florestas tropicais úmidas, florestas inundadas ou várzeas, savanas e uma rede intrincada de rios, lagos e igarapés. Além disso, as florestas tropicais trocam grandes quantidades de água e energia com a atmosfera e são consideradas importantes para o controle do clima local e regional.

Ao trabalhar pela conservação da Amazônia, há mais de 20 anos, o WWF-Brasil também tem contribuído com a proteção de rios, lagos, nascentes e toda a biodiversidade que dela dependem. Um dos destaques é o trabalho de conservação de inúmeras áreas protegidas, entre Unidades de Conservação (UC's), que contribuem para a com a proteção dos recursos hídricos que abastecem cidades urbanas e uma riqíssima bodiversidade. Um bom exemplo é o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo, que protege 114 UCs ou 59,2 milhões de hectares.

Pela melhoria da gestão dos recursos hídricos 
O Observatório da Governança das Águas, outra iniciativa da qual o WWF-Brasil também faz parte, trabalha no monitoramento da gestão dos recursos hídricos de todo o país.  Tem como objetivos principais fortalecer o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) - responsável por arbitrar conflitos e promover a cobrança pelo uso da água - monitorar a governança em todo o território nacional e garantir que a água seja tema estratégico na agenda social e política brasileira.

Na prática, significa verificar questões como por exemplo: as leis referentes ao setor são efetivas e estão sendo aplicadas corretamente? Os recursos financeiros destinados à gestão das águas estão sendo repassados corretamente entre os órgãos e esferas públicas? A sociedade e os comitês de bacias estão participando ativamente das discussões e das decisões referentes à agua? Os comitês de bacias estão conseguindo implementar seus planos e recuperar a qualidade e quantidade das águas? 

Pela energia
No Brasil, a maior parte de nossa eletricidade vem de usinas movidas a água (as hidrelétricas). Historicamente, o nível dos nossos reservatórios tem diminuído gradativamente, como consequência, principalmente, da modificação no regime de chuvas, muito relacionado às mudanças climáticas. Com o atual modelo de energia (que não privilegia a energia alternativa renovável), menos água nos reservatórios significa mais complementação pelo uso de térmicas, mais caras e mais poluentes.

A água também é um sinal importante de aquecimento global. As emissões cada vez maiores de gases de efeito estufa provocam o aumento da temperatura da água dos oceanos (o que causa, entre outras coisa, o branqueamento dos corais), derretimento das geleiras e elevação do nível do mar. Os efeitos destes fenômenos já estão aparecendo e exigem ações que garantam a segurança da população e de todo o ecossistema. O WWF-Brasil, por meio do Programa Mudanças Climáticas e Energia, trabalha pela implementação brasileira do Acordo de Paris com metas climáticas mais fortes, incluindo uma matriz elétrica 100%. Dessa forma, buscamos que o país dê sua contribuição justa para o clima global, contribua para o bem estar da população e para a geração de empregos.

Día Mundial del Agua 22 de marzo




La humanidad necesita agua

Una gota de agua es flexible. Una gota de agua es poderosa. Una gota de agua es más necesaria que nunca.


El agua es un elemento esencial del desarrollo sostenible. Los recursos hídricos, y la gama de servicios que prestan, juegan un papel clave en la reducción de la pobreza, el crecimiento económico y la sostenibilidad ambiental. El agua propicia el bienestar de la población y el crecimiento inclusivo, y tiene un impacto positivo en la vida de miles de millones de personas, al incidir en cuestiones que afectan a la seguridad alimentaria y energética, la salud humana y al medio ambiente.


En la actualidad más de 663 millones de personas viven sin suministro de agua potable cerca de casa, lo que les obliga a pasar horas haciendo cola o trasladándose a fuentes lejanas, así como a hacer frente a problemas de salud debido al consumo de agua contaminada.



«¿Por qué desperdiciar agua?»

Este año, nos concentramos en el desperdicio del agua y en cómo reducir y reutilizar hasta un 80% del agua que malgastamos en nuestras casas, ciudades, industrias y agricultura y que fluye de vuelta a la naturaleza, contaminando el medio ambiente y perdiendo nutrientes valiosos.


Necesitamos aumentar la recolección y tratamiento de las aguas residuales y reciclarlas de una forma segura. Al mismo tiempo, necesitamos reducir la cantidad de agua que contaminamos y malgastamos para ayudar a proteger el medio ambiente y los recursos hídricos.


El Objetivo de Desarrollo número 6 Garantizar la disponibilidad de agua y su gestión sostenible y el saneamiento para todos, incluye una meta de reducir a la mitad la proporción de agua dilapidada y aumentar su reciclaje.


Datos destacados

  • Mundialmente, más del 80% de las aguas residuales que generamos vuelve a los ecosistemas sin ser tratada ni reciclada.
  • 1800 millones de personas usan una fuente de agua contaminada por material fecal, poniéndolas en riesgo de contraer el cólera, la disentería, el tifus o la polio. El agua no potable, y unas pobres infraestructuras sanitarias, así como la falta de higiene, causa alrededor de 842 000 muertes al año.
  • Las oportunidades de explotar las aguas residuales como un recurso son enormes. El agua tratada de una forma segura es una fuente sostenible y asequible de agua y energía, así como para obtener nutrientes y otros materiales recuperables.
El Día Mundial del Agua está coordinado por UN-Water Disponible en inglés, un mecanismo de colaboración de la ONU para temas relacionados con el agua potable en el que participan gobiernos y otras entidades.

WWF-Brasil mobiliza 500 voluntários para limpar a praia de Copacabana

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14 Março 2017  |  
 
No dia 25 de março, sábado, acontece a Hora do Planeta, que ressalta a importância de ações individuais e coletivas em prol do planeta. E nesse dia, o WWF-Brasil, em parceria com o Instituto Mar Adentro, mobiliza voluntários para limpar a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e organiza o 1º Mutirão de Limpeza de Praia, o Clean Up. Ele acontece entre os Postos 5 e 6, entre 8h e 11h.

Em seguida à catação de micro lixo, atividade fundamental para elaboração de um relatório gravimétrico do trecho de areia em questão para ser encaminhado para os órgãos ambientais, e o corpo a corpo, às 11h haverá o encerramento das atividades com um “abraçaço” ao mar, que começará no Posto 6 e se expandirá. As pessoas darão as mãos para criar uma corrente de desejos positivos para o oceano.   

Esse será o primeiro Clean Up de 2017, seguido de dois eventos desse tipo no Arquipélago das Cagarras, um em junho e outro no segundo semestre, com mergulhadores retirando o plástico direto do fundo do oceano.

Ação Voluntária A intenção do projeto é buscar aumentar a conscientização sobre o meio ambiente marinho, engajando a comunidade para que participe na preservação e proteção da natureza, aderindo às atividades de limpeza de praia e à prática da coleta seletiva. E para isso, é fundamental a parceria da própria comunidade: a ideia é reunir 500 voluntários que atuarão como agentes do bem, recolhendo micro lixos da praia e auxiliando na educação ambiental no local, conversando com o público presente sem distribuir qualquer papel, abordando a problemática sobre o abandono de lixo no mar, problemas sobre a fauna e a flora marinha e a importância da coleta seletiva.

 Hoje, dia 13 de março, o WWF-Brasil e o time de parceiros abre as inscrições para a ação de voluntariado. Para se inscrever, basta acessar o link e preencher o documento.

Comunidade ativa 
 O evento, que faz parte do projeto Conhecer para Preservar, é uma parceria entre WWF-Brasil e Instituto Mar Adentro, que atuam juntos para a preservação marinha desde 2016, com mutirões de limpeza como esse, cursos para a comunidade, ações com o público infantil e monitoramento de cetáceos (baleias e golfinhos) e de aves marinhas.

No local, também haverá a venda de produtos reciclados do plástico, por meio do projeto Remolda, que faz parte da campanha Plástico Vale Ouro do WWF-Brasil e busca reduzir a chegada de plástico na Baía de Guanabara promovendo desenvolvimento social para comunidades locais.

Essa ação conta com o apoio e a participação do Movimento Lixo Zero, Colônia de Pescadores Z13, do Rio Eu Amo Eu Cuido, BG500, Projeto Aruanã, Projeto Praia para Todos, Meu Copo Eco, Instituto IEVA, Movimento Clean Up The World, Eco Eduque, Verde Mar, Mergulho Consciente, G BioTra, X-CAm, Jornal O Posto 6 Sanatto (empresa de coleta), Biscui, Rainha e Flor de Copa (restaurantes), Clube Carioca VA´A, O Treino, Da Selva Sup, Street Runners, Natação no Mar (consultorias esportivas), Associação Brasileira do Lixo Marinho e Associação de Stand Up Paddle.

Sobre o WWF-Brasil O WWF-Brasil é uma organização não governamental brasileira dedicada à conservação da natureza, com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações. Criado em 1996, o WWFBrasil desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede mundial independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.

Serviço: Clean Up– Mutirão de Limpeza Data: 25 de março Horário: 8h às 11h Local: Praia de Copacabana (trecho entre os postos 5 e 6) – concentração na Colônia de Pescadores do Posto 6 Evento no Facebook:https://www.facebook.com/events/108273499672088/ Hashtag: #conhecerparapreservar Inscrições aqui.

O plano da NASA para tornar Marte habitável


O plano da NASA para tornar Marte habitável
Qualquer semelhança com a Terra é mera coincidência: à esquerda é como os cientistas imaginam que Marte era no passado; à direita, como ele é hoje.[Imagem: NASA]


Terraformação
Seus próprios criadores reconhecem que se trata de uma estratégia que pode parecer obra de ficção científica, mas eles acreditam que já é possível sonhar com esse efeito de terraformação.
Cientistas da Nasa dizem que Marte poderia ser habitável caso fosse criado artificialmente algo que a Terra já tem: um campo magnético protetor.


Esse escudo é essencial para evitar o impacto da radiação e dos ventos solares, que assolam continuamente a atmosfera dos planetas.


De acordo com pesquisadores da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, pode ser possível gerar um campo semelhante ao redor do Planeta Vermelho.


De olho no passado
Hoje, Marte é um planeta dominado pelos extremos. A falta de atmosfera faz, por exemplo, com que a temperatura média seja de -63°C, mas com variações que vão de 35°C durante o dia até -140°C durante a noite.


Mas o Planeta Vermelho era muito diferente no passado: dados das missões Maven, da Nasa, e Mars Express, da ESA (agência espacial europeia) sugerem que ele tinha um campo magnético natural.
Essa proteção sumiu há cerca de 4,2 bilhões de anos, eventualmente pelo resfriamento do núcleo do planeta. Como resultado, a atmosfera marciana desapareceu gradualmente ao longo do tempo, varrida pelo vento solar. Na Terra, a magnetosfera impede essa varrição cósmica.


O que os pesquisadores propõem, então, é recuperar a atmosfera marciana usando tecnologia para criar uma magnetosfera artificial e restaurar o planeta Marte do passado, com sua atmosfera, temperaturas mais altas e eventualmente até com parte de seus antigos oceanos.
O plano da NASA para tornar Marte habitável
Campo magnético artificial protegeria Marte da radiação e dos ventos solares. [Imagem: NASA]
 
 
Campo magnético
"No futuro, é bem possível que ela (a tecnologia) possa gerar um campo magnético de 1 a 2 Teslas contra o vento solar", disse Jim Green, da divisão de ciência planetária da Nasa.


Green e seus colegas propõem a instalação de um dipolo magnético, na forma de um satélite, para que ele acompanhe o planeta em sua órbita, protegendo-o. Um dipolo é um elemento específico que produz um campo magnético dipolar (dois polos magnéticos opostos).


O cientista lembra que estão em andamento projetos para criar magnetosferas artificiais em miniatura para proteger tripulantes de naves espaciais e mesmo escudos magnéticos para proteger naves na reentrada.


De acordo com as simulações, um campo magnético implantado no ponto de Lagrange L1 - ponto de equilíbrio gravitacional entre Marte e o Sol - seria capaz de ampliar a espessura da atmosfera e produzir um aumento da temperatura em 4°C.
O plano da NASA para tornar Marte habitável
Marte é um planeta de condições extremas: as temperaturas vão de -130°C a 35°C. [Imagem: NASA]
 
 
Colônia humana
O aumento na temperatura do planeta é bem menor do que os cientistas esperavam, mas eles acreditam que o efeito poderia se multiplicar.


O aumento da temperatura, por sua vez, poderia derreter o dióxido de carbono no polo norte do planeta. E isso criaria um efeito estufa que aumentaria ainda mais a temperatura até alcançar condições compatíveis com a presença de água no estado líquido.


"Uma atmosfera marciana com maior temperatura e pressão permitiria que houvesse água em estado líquido suficiente na superfície para melhorar a exploração humana na década de 2040", disse Green.
Para ele, se fosse criado um campo magnético artificial, "as novas condições em Marte permitiriam que os pesquisadores e exploradores estudassem o planeta com muito mais detalhes. E se isso for alcançado... a colonização de Marte não estará muito longe."
O plano da NASA para tornar Marte habitável
Quando Marte perdeu o campo magnético, sua atmosfera foi progressivamente eliminada. [Imagem: NASA]
 
 
Cautela
Apesar do entusiasmo com a ideia, trata-se ainda de um conceito, e a equipe reconhece que este primeiro estudo está longe de oferecer as soluções definitivas para prover habitabilidade em Marte.
As simulações não contam com dados suficientes para prover cenários confiáveis sobre como o escudo artificial impactaria o clima marciano. E, principalmente, a tecnologia para a geração do campo magnético ainda está por ser desenvolvida.


Em discursos, executivos da NASA insistem em uma presença humana em Marte na década de 2030, mas mesmo os planos mais detalhados para colocar o homem em Marte em 2039 ainda não estão em andamento.

Satélite ajudará aviões a evitar turbulências

Meio ambiente

Satélite ajudará aviões a evitar turbulências
O GOES-R é considerado o satélite meteorológico mais avançado do mundo. [Imagem: NASA]

Satélite mais avançado do mundo
Descrito como o "satélite meteorológico mais avançado do mundo", o GOES-R foi lançado ao espaço com a promessa de monitorar de perto eventos extremos como tufões, tornados, nuvens de cinzas vulcânicas e tempestades de raios, além de eventos do clima espacial, como tempestades solares.



Segunda a agência NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), o primeiro GOES-R, que custou US$ 1 bilhão, coletará dados dos céus cinco vezes mais rápido e com uma resolução quatro vezes maior do que seus antecessores.


De particular interesse da aviação, o satélite deverá fornecer os primeiros mapas tridimensionais das "ondas de nuvens" que provocam turbulência durante os voos, e que são mais difíceis de prever do que as tempestades de raios.


Isto significa que os raios intra-nuvens serão monitorados em tempo integral, graças a um equipamento que consegue enxergar abaixo das nuvens cirrus, que obscurecem a visão de outros satélites.


O satélite também acompanhará a formação de neblina, tempestades de poeira, erupções vulcânicas e incêndios florestais.


Previsão do tempo em segundos
Quando os primeiros dados estiverem disponíveis, o que deverá ocorrer a partir da segunda metade de 2017, a expectativa é que a velocidade na coleta de dados dê aos pilotos informações suficientes para que eles alterem suas rotas para evitar zonas de turbulência e outros fenômenos de maior risco.


Essa velocidade de varredura da atmosfera significa que os dados sobre o que está acontecendo na atmosfera serão disponibilizados em poucos segundos, em vez de cerca de uma hora, como ocorre atualmente.


Regiões específicas onde estejam ocorrendo tempestades terão dados atualizados a cada 30 segundos. A região continental dos EUA terá dados a cada 5 minutos, e o ocidente como um todo, incluindo a maior parte da Europa, terá atualizações a cada 15 minutos.

Embrapa identifica microalgas que geram biocombustíveis


Embrapa identifica microalgas que geram biocombustíveis
A produtividade das microalgas pode ser de dez a 100 vezes maior do que de cultivos agrícolas tradicionais.[Imagem: Embrapa/Vivian Chies]

Conversão de efluentes
A Embrapa Agroenergia identificou espécies de microalgas que podem ser cultivadas em resíduos líquidos de processamento em agroindústrias, transformando os efluentes em matéria-prima renovável para biocombustíveis, rações, cosméticos e vários outros produtos.
A pesquisa, que durou três anos, investigou efluentes como a vinhaça, formada na produção de açúcar e etanol de cana-de-açúcar, e o pome, gerado no processamento de dendê, aproveitado na fertirrigação das plantações.

Em vez das utilizações atuais, passar a utilizar esses efluentes como meio para produzir as microalgas deverá agregar valor às cadeias produtivas da cana e do dendê, produzindo mais biomassa e óleo para obter energia e bioprodutos.

Genética para aumentar produtividade
Já existem pelo menos quatro empresas no Brasil produzindo microalgas: duas no Nordeste, com foco em nutrição humana e animal, e duas no interior de São Paulo, atendendo indústrias de cosméticos e também de rações, além de projetos para tratamento de efluentes.

Um maior avanço do setor depende do desenvolvimento de tecnologias sobretudo para a redução do custo de produção. Isto é essencial para alcançar mercados que necessitam de grandes volumes e de preços baixos, como é o caso dos biocombustíveis - um estudo encomendado pelo governo dos Estados Unidos mostrou que o uso de linhagens modificadas geneticamente chega a reduzir em 85% o custo de produção.

O primeiro trabalho da equipe da Embrapa visava encontrar espécies de microalgas capazes de crescer na vinhaça, em ambientes industriais e em biomas brasileiros (Amazônia, Pantanal e Cerrado). Duas espécies foram identificadas que podem ser cultivadas nesse efluente, com bom rendimento - uma delas era desconhecida pelos cientistas. A análise dos componentes da biomassa das duas microalgas indica maior concentração de carboidratos e de proteínas do que de lipídeos e carotenoides, que as tornam mais adequadas para a produção de etanol do que de biodiesel - além dos biocombustíveis, elas podem ser utilizadas na fabricação de rações.

As duas espécies selecionadas realizam fotossíntese, mas também utilizam a matéria orgânica da vinhaça para crescer. Não chegam a reduzir significativamente a carga orgânica e, por isso, não podem ser utilizadas isoladamente para tratamento do efluente. Mas possibilitam que a vinhaça seja usada para fertirrigação de canaviais após a retirada das microalgas.

A equipe da Embrapa e de várias universidades está empenhada agora em construir ferramentas que permitam a modificação genética das espécies selecionadas para crescimento na vinhaça e no pome, com o objetivo de potencializar o rendimento das microalgas.

Microalgas
As microalgas são organismos unicelulares e microscópicos que vivem em meios aquáticos e têm característica curiosa: não são plantas, mas são capazes de realizar fotossíntese e de se desenvolver utilizando luz do Sol e gás carbônico. Reproduzem-se muito rapidamente, proporcionando grande quantidade de óleo e de biomassa. A produtividade pode ser de dez a 100 vezes maior do que a de cultivos agrícolas tradicionais. Isso chamou a atenção de setores que necessitam de grandes quantidades de matéria-prima, como os biocombustíveis.

Os óleos produzidos por algumas espécies de microalgas quase sempre contêm compostos muito valiosos como, por exemplo, ômega 3 e carotenoides. Por isso, elas também encontram espaço em indústrias que atendem nichos de mercado e pagam mais caro por matérias-primas com propriedades raras. É o caso dos cosméticos e dos suplementos alimentares.

Biobateria: Planta eletrônica viva armazena energia

Meio ambiente


Biobateria: Planta eletrônica viva armazena energia
Esta rosa é também uma bateria - mais precisamente, um supercapacitor. [Imagem: Thor Balkhed]


Biobateria
No final de 2015, pesquisadores suecos conseguiram um feito surpreendente: eles construíram circuitos eletrônicos totalmente funcionais no interior de plantas vivas.


Agora, o grupo substituiu o hidrogel semicondutor que eles haviam usado para construir os fios e transistores por um material especialmente projetado e otimizado para a bioeletrônica.


O material demonstrou seu potencial ao polimerizar no interior de uma roseira sem qualquer indutor externo. Ele é sugado pela planta, como se fosse água, e então endurece depois de seguir pelos canais naturais do vegetal.


O líquido que fluiu para dentro da rosa criou longos fios condutores, não só na haste da flor, mas em toda a planta, incluindo as pétalas e as folhas.
Biobateria: Planta eletrônica viva armazena energia
Os fios que formam o sistema de armazenamento de energia formam-se nos veios naturais da planta. [Imagem: Eleni Stavrinidou et al. - 10.1073/pnas.1616456114]
 
 
Planta-bateria
Devido às características do material polimérico, a rede de fios que se estrutura no interior da planta forma um supercapacitor, um dispositivo de armazenamento de eletricidade.


"Nós conseguimos carregar a rosa repetidamente por centenas de vezes, sem qualquer perda no desempenho do dispositivo. Os níveis de energia armazenada que alcançamos são da mesma ordem de magnitude que as dos supercapacitores. A planta pode, sem qualquer forma de otimização do sistema, alimentar uma bomba de íons, por exemplo, e vários tipos de sensores," explicou a pesquisadora Eleni Stavrinidou, da Universidade de Linkoping.


A pesquisa está em estágio inicial e experimentos adicionais serão necessários para verificar se os supercapacitores poderão conviver pacificamente com as plantas - em caso positivo, a equipe terá criado uma técnica promissora para a colheita de energia, eventualmente lançando as bases para a criação de células de combustível no interior de plantas.

Bibliografia:

In vivo polymerization and manufacturing of wires and supercapacitors in plants
Eleni Stavrinidou, Roger Gabrielsson, K. Peter R. Nilsson, Sandeep Kumar Singh, Juan Felipe Franco-Gonzalez, Anton V. Volkov, Magnus P. Jonsson, Andrea Grimoldi, Mathias Elgland, Igor V. Zozoulenko, Daniel T. Simon, Magnus Berggren
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: 114 no. 11 - 2807-281
DOI: 10.1073/pnas.1616456114