Lagoa encantada. Foto: Divulgação.
Lagoa encantada, um dos lugares que deveria ser protegido. Foto: Divulgação.
O mapa aponta 336 áreas valiosas no maior estado do Nordeste, que precisam ser protegidas ou recuperadas. São valiosas por serem importantes para a conservação de espécies e fornecimento de água, um recurso cada vez mais valioso. Apresentado esta semana pelo WWF-Brasil e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema-BA), o estudo destaca 48 destas áreas, onde é necessário agir imediatamente.

As áreas de prioridade extrema cobrem cerca de 8 milhões de hectares (15% do estado) e foram consideradas pelo estudo como de máxima importância biológica e máxima vulnerabilidade. Outras 84 áreas foram classificadas como de prioridade muito alta de conservação e ou recuperação e foram apontadas também 204 áreas de importância alta. No total, as áreas prioritárias para conservação cobrem  27% do estado.


As ações necessárias relacionadas no estudo incluem a criação de unidade de conservação, a proteção a recursos hídricos, prioridade para restauração, fomento a atividades econômicas sustentáveis e levantamentos de fauna e flora. Entre as regiões para onde se indica a criação de uma unidade de conservação estão as dunas na área do reservatório de Sobradinho.

“Elas têm uma situação muito impressionante em relação a lagartos”, conta a especialista em Conservação do WWF-Brasil, Paula Hanna Valdujo. “Você tem espécies endêmicas que só ocorrem lá. De um lado do rio você tem uma espécie, e do outro uma espécie irmã”, completa.
Serra do Conduru. Foto: Diculgação.
Serra do Conduru. Foto: Diculgação.


Com quase 56,5 milhões de hectares, na Bahia se encontram três dos seis biomas brasileiros, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga. Cerca de 15% do território é protegido por 69 unidades de conservação, sendo que 27 são de proteção integral, com regiões importantes onde são encontradas espécies exclusivas. Boa parte destas áreas de grande endemismo estão no Sul da Bahia, coberta pela Mata Atlântica, mas existem outras, como a Chapada Diamantina -- com peixes e plantas endêmicos --, ou chapadões no oeste do estado,  com espécies exclusivas do Cerrado.


“A Mata Atlântica tem um histórico muito mais antigo de desmatamento”, compara Paula Hanna Valdujo. “Tem muito mais áreas conectadas de Cerrado do que de Mata Atlântica. Comparando esses biomas, o cerrado é fronteira de desmatamento, então a taxa de desmatamento no cerrado hoje é muito maior. Se a gente for ver o total desmatado até hoje, tem mais desmatamento na Mata Atlântica.


O estudo que contou com a participação de 160 pesquisadores e gestores levou em conta mais de 2.900 alvos de conservação, ou seja, animais, plantas, ecossistemas ou serviços ambientais que devem ser preservados. Entre as 373 espécies-alvo da fauna de vertebrados, a grande maioria (mais de 320) não contam com proteção, exigindo medidas imediatas para que sejam conservadas.
 Acesse o estudo.