quarta-feira, 26 de abril de 2017
Uma tecnologia a partir da pesquisa pode ajudar a acabar com resíduos plásticos em aterros sanitários e oceanos.
Imagine se a solução para o grande problema do lixo plástico estivesse
em seu jardim? Que a natureza é sábia todo mundo sabe, agora seus
“segredos” vão sendo descobertos pelos cientistas aos poucos. Foi
publicado na revista científica Current Biology um estudo que mostra que
as larvas de mariposa são capazes de degradar o plástico.
De acordo com a pesquisa conduzida na Universidade de Cambridge, a
larva, que normalmente se alimenta da cera da colmeia de abelha, pode
quebrar as ligações químicas do plástico usado em embalagens e sacolas
de compras em uma velocidade muito rápida. O que pode levar a criação de
uma biotecnologia para acabar com os resíduos plásticos que afetam as
vidas marinhas.
A descoberta se deu casualmente, quando uma das pesquisadoras, Federica
Bertocchini, removeu as larvas parasitas dos favos de mel em sua
colmeia. Ela que é apicultora amadora, colocou as lagartas em um
saquinho plástico e quando percebeu ele estava cheio de buracos. Junto
aos pesquisadores Paolo Bombelli e Christopher Howe, do Departamento de
Bioquímica da Universidade de Cambridge, ela realizou experimentos.
Cerca de cem larvas foram expostas a sacos plásticos de supermercado e, após 40 minutos, já era posssível ver a diferença. Após 12 horas, houve uma redução na massa de plástico de 92 mg. A taxa de degradação é extremamente rápida em comparação com outras descobertas recentes. É o caso, por exemplo, de bactérias relatadas no ano passado que biodegradavam alguns plásticos a uma taxa de apenas 0,13mg por dia. Não é demais lembrar que o polietileno leva entre 100 a 400 anos para degradar em aterros sanitários.
“Se uma única enzima é responsável por este processo químico, sua
reprodução em grande escala usando métodos biotecnológicos deve ser
viável”, disse Paolo Bombelli, de Cambridge, primeiro autor do estudo
publicado na Current Biology. “Esta descoberta pode ser uma ferramenta
importante para ajudar a se livrar dos resíduos de plástico de
polietileno acumulados em aterros sanitários e oceanos”.
Os pesquisadores ainda estudam os detalhes moleculares do processo para
assim, quem sabe, criar uma solução em escala industrial para gerenciar
resíduos de polietileno. “Estamos planejando implementar esta descoberta
de forma viável para se livrar dos resíduos de plástico, trabalhando
para uma solução para salvar nossos oceanos, rios e todo o ambiente das
consequências inevitáveis da acumulação de plásticos”, afirmou Federica.
Fonte: Ciclo Vivo
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