quarta-feira, 22 de março de 2017

22 de março, Dia Mundial da Água

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22 Março 2017  |  
22 de março é um lembrete anual de que a água é primordial para a sobrevivência dos seres vivos, mas principalmente sobre a importância de cuidarmos desse recurso tão precioso e escasso. Isso porque apesar de mais de 70% da superfície da Terra ser coberta por água, menos de 1% é própria para consumo.

Do total de água disponível no planeta, 97% estão nos mares e oceanos (água salgada) e apenas 3% são água doce. Dessa pequena porcentagem, pouco mais de 2% estão nas geleiras (em estado sólido) e, portanto, menos de 1% está disponível para consumo. E você sabe onde está localizado esse 1% de água doce disponível para consumo? Está nos rios, lagos e águas subterrâneas. E, como sabemos, grande parte dessas fontes está sendo poluída, contaminada e degradada por más práticas humanas.

Segundo relatório divulgado em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de dois terços da população mundial sofrerão com a falta de água em 2050 devido ao consumo excessivo de água para a produção de alimentos e para a agricultura, a degradação dos recursos naturais e os impactos climáticos.    


O que o WWF-Brasil faz pela água?

No Pantanal
O Pantanal é a maior área úmida do planeta e possui uma rica biodiversidade: mais de 4 mil espécies de animais e plantas registradas. Em março de 2017 comemoramos a recuperação de 70 nascentes das cabeceiras do Pantanal, região onde nascem as águas que alimentam a planícia e sua biodiversidade. Esse resultado ocorre dentro da iniciativa denominada Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, idealizada pelo WWF-Brasil em 2012 para conservar rios e nascentes da maior área úmida do planeta, e hoje composta por 47 entidades, entre empresas, ongs, prefeituras e governo do estado de Mato Grosso. "A região das cabeceiras do Pantanal está em alto risco por conta do desmatamento, más práticas agropecuárias e falta de saneamento básico. É muito importante apoiarmos um projeto como o Pacto para conservar os recursos hídricos de uma área prioritária da Bacia do Alto Paraguai", afirma Júlio César Sampaio, coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil.

Além da recuperação das nascentes, o Pacto soma outros resultados positivos: 20 famílias beneficiadas pela instalação de biofossas, 76 pequenas propriedades preparadas para receber Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), 3 viveiros florestais em funcionamento, 170 quilômetros de estradas rurais recuperadas.Para participar do Pacto, cada organização assina um termo de adesão voluntário se comprometendo a executar em sua região pelo menos três ações em prol das águas.

No Cerrado

No Cerrado nascem as principais bacias hidrográficas do país que alimentam as bacias do São Francisco, do Tocantins-Araguaia, do Paraná e Paraguai. Para se ter uma ideia da importância das águas do Cerrado, sete em cada dez litros das águas que passam pelas turbinas da usina de Tucuruí (PA) vêm do Cerrado, assim como, metade da água que alimenta Itaipu (PR), e quase 100% do montante de Sobradinho (BA). Isso significa que nove em cada dez brasileiros consomem eletricidade produzida com águas do Cerrado.


O WWF-Brasil tem trabalhado com o Programa Água Brasil, fruto de uma parceria com o Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de Águas, na implementação de modelos de produção e uso eficiente da água em bacias do Cerrado. Iniciado em 2010, contou com uma área piloto na bacia do Pipiripau, no Distrito Federal, responsável pelo abastecimento de 200 mil habitantes.


Ações de conscientização, recuperação de rios e proteção de nascentes, além da adoção de boas práticas como a instalação de terraços, com o objetivo de aumentar a infiltração da água das chuvas na região, têm demonstrado uma significativa melhora na qualidade e quantidade desse recurso. Atualmente, o projeto, em sua segunda fase de implementação, atuando nas bacias do Descoberto e de São Bartolomeu, que, juntas, representam mais de 40% do território do Distrito Federal.

Na Amazônia
A Amazônia é a maior floresta tropical úmida do mundo, com a maior bacia hidrográfica do planeta. É nela que está o Rio Amazonas, o segundo rio mais longo do mundo, com mais de 6,4 mil km de extensão, e de onde saem os gigantescos “rios voadores” para todo o Brasil, a partir do vapor d’água proveniente das florestas, que influenciam as chuvas no centro-sul da América do Sul. A bacia hidrográfica é composta por uma variedade de paisagens e ecossistemas, que incluem florestas tropicais úmidas, florestas inundadas ou várzeas, savanas e uma rede intrincada de rios, lagos e igarapés. Além disso, as florestas tropicais trocam grandes quantidades de água e energia com a atmosfera e são consideradas importantes para o controle do clima local e regional.

Ao trabalhar pela conservação da Amazônia, há mais de 20 anos, o WWF-Brasil também tem contribuído com a proteção de rios, lagos, nascentes e toda a biodiversidade que dela dependem. Um dos destaques é o trabalho de conservação de inúmeras áreas protegidas, entre Unidades de Conservação (UC's), que contribuem para a com a proteção dos recursos hídricos que abastecem cidades urbanas e uma riqíssima bodiversidade. Um bom exemplo é o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), o maior programa de conservação de florestas tropicais do mundo, que protege 114 UCs ou 59,2 milhões de hectares.

Pela melhoria da gestão dos recursos hídricos 
O Observatório da Governança das Águas, outra iniciativa da qual o WWF-Brasil também faz parte, trabalha no monitoramento da gestão dos recursos hídricos de todo o país.  Tem como objetivos principais fortalecer o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) - responsável por arbitrar conflitos e promover a cobrança pelo uso da água - monitorar a governança em todo o território nacional e garantir que a água seja tema estratégico na agenda social e política brasileira.

Na prática, significa verificar questões como por exemplo: as leis referentes ao setor são efetivas e estão sendo aplicadas corretamente? Os recursos financeiros destinados à gestão das águas estão sendo repassados corretamente entre os órgãos e esferas públicas? A sociedade e os comitês de bacias estão participando ativamente das discussões e das decisões referentes à agua? Os comitês de bacias estão conseguindo implementar seus planos e recuperar a qualidade e quantidade das águas? 

Pela energia
No Brasil, a maior parte de nossa eletricidade vem de usinas movidas a água (as hidrelétricas). Historicamente, o nível dos nossos reservatórios tem diminuído gradativamente, como consequência, principalmente, da modificação no regime de chuvas, muito relacionado às mudanças climáticas. Com o atual modelo de energia (que não privilegia a energia alternativa renovável), menos água nos reservatórios significa mais complementação pelo uso de térmicas, mais caras e mais poluentes.

A água também é um sinal importante de aquecimento global. As emissões cada vez maiores de gases de efeito estufa provocam o aumento da temperatura da água dos oceanos (o que causa, entre outras coisa, o branqueamento dos corais), derretimento das geleiras e elevação do nível do mar. Os efeitos destes fenômenos já estão aparecendo e exigem ações que garantam a segurança da população e de todo o ecossistema. O WWF-Brasil, por meio do Programa Mudanças Climáticas e Energia, trabalha pela implementação brasileira do Acordo de Paris com metas climáticas mais fortes, incluindo uma matriz elétrica 100%. Dessa forma, buscamos que o país dê sua contribuição justa para o clima global, contribua para o bem estar da população e para a geração de empregos.

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