sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Negócios sustentáveis podem gerar US$ 12 tri e 380 milhões de empregos até 2030

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


As áreas apontadas no relatório têm o potencial de crescer duas a três vezes mais rapidamente do que o PIB.





Mais de 35 CEOs e líderes da sociedade civil da Business & Sustainable Development Commission (Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Empresarial) revelaram que os modelos de negócios sustentáveis poderiam abrir oportunidades econômicas no valor de pelo menos US$ 12 trilhões e gerar até 380 milhões de empregos por ano até 2030.






Colocar as Metas de Desenvolvimento Sustentável, ou Metas Globais, no centro da estratégia econômica mundial, poderia desencadear uma mudança radical no crescimento e na produtividade, com um boom de investimento em infraestrutura sustentável como um fator crítico. No entanto, isso não acontecerá sem uma mudança significativa na comunidade empresarial e de investimento. É necessária uma verdadeira liderança para que o setor privado se torne um parceiro confiável no trabalho com governos e com a sociedade civil para consertar a economia.






Em seu principal relatório, Better Business, Better World, a comissão reconhece que, embora nas últimas décadas centenas de milhões de pessoas tenham sido retiradas da pobreza, houve também um crescimento desigual, mais insegurança no campo do emprego e um endividamento cada vez maior. Esses fatores alimentaram uma reação antiglobalização em muitos países, com interesses empresariais e financeiros considerados centrais para o problema, minando o crescimento econômico de longo prazo que o mundo precisa. A Comissão passou o último ano analisando uma questão central: “O que será necessário para que as empresas sejam fundamentais para criar uma economia de mercado sustentável, que possa ajudar a atingir os Objetivos Globais?”. O Better Business, Better World, programado para ser lançado junto ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, e a posse presidencial nos Estados Unidos, mostra como.







“Este relatório é um apelo à ação para líderes empresariais. Nós estamos no limite e não mudar resultará em mais oposição política e em uma economia que simplesmente não funciona para um número suficiente de pessoas. Temos que mudar para um modelo de negócio que funcione para um novo tipo de crescimento inclusivo”, afirma Mark Malloch-Brown, presidente da Business & Sustainable Development Commission. “O Better Business, Better World mostra que existe um incentivo convincente para que o mundo não seja apenas bom para o meio ambiente e para a sociedade, mas que ele faça sentido em termos de negócios também”, complementa.






No centro da discussão da Comissão estão os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ou Objetivos Globais) – 17 objetivos para eliminar a pobreza, melhorar educação e saúde, criar melhores empregos e enfrentar os principais desafios ambientais até 2030. A Comissão acredita que os Objetivos Globais oferecem ao setor privado uma nova estratégia de crescimento que abre oportunidades de mercado valiosas ao criar um mundo que seja sustentável e inclusivo. E as possíveis recompensas para fazer isso são significativas.






Oportunidades






O relatório revela que 60 grandes oportunidades em mercados sustentáveis e inclusivos em apenas quatro áreas econômicas importantes poderiam gerar pelo menos US$ 12 trilhões, valor acima de 10% do PIB atual. A discriminação das quatro áreas e seus valores potenciais são: energia, com US$ 4,3 trilhões; cidades: com US$ 3,7 trilhões; alimentos e agricultura, com US$ 2,3 trilhões; e saúde e bem-estar, com US$ 1,8 trilhão.





Essas grandes oportunidades dos Objetivos Globais identificadas no relatório têm o potencial de crescer duas a três vezes mais rapidamente do que o PIB médio nos próximos dez a 15 anos. Além dos US$ 12 trilhões estimados diretamente, a análise conservadora mostra potencial para mais US$ 8 trilhões de criação de valor em toda a economia se as empresas incorporarem os Objetivos Globais a suas estratégias. O relatório também mostra que, se o custo das externalidades (impactos negativos das atividades de negócios, como emissões de carbono ou poluição) for levado em conta, o valor global das oportunidades aumenta em quase 40%.






Participação do governo, iniciativa privada e sociedade civil






Embora as oportunidades sejam convincentes, a Business & Sustainable Development Commission deixa claro que duas condições críticas devem ser atendidas para criar esses novos mercados. Primeiro, será necessário um financiamento inovador de fontes públicas e privadas para liberar os US$ 2,4 trilhões necessários anualmente para alcançar os Objetivos Globais.






“Como gestores de capital de longo prazo, a indústria de investimentos e seus clientes podem apoiar a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, criando métricas de sustentabilidade simples e padronizadas, integrantes do processo de investimento”, explica Hendrik du Toit, CEO da Investec Asset Management e membro da Comissão. “Também precisamos de novas parcerias otimizadas com governos e comunidades que possam reduzir os riscos para todos e trazer mais investimento privado a um custo mais baixo para o desenvolvimento de infraestrutura sustentável”, complementa o CEO.






Ao mesmo tempo, a Comissão acredita que um “novo contrato social” entre empresas, governo e sociedade é essencial para definir o papel das empresas em uma nova economia mais justa.






“A promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do Acordo Climático de Paris é um mundo livre de carbono e com pobreza zero. Para alcançar esses Objetivos Globais, precisamos recuperar confiança. Um novo contrato social para as empresas onde as pessoas, seu meio ambiente e desenvolvimento econômico sejam reequilibrados pode garantir que todos os filhos e filhas sejam respeitados com liberdade, salário mínimo adequado, acordos coletivos e trabalho seguro garantido. Somente um novo modelo de negócios baseado em antigos princípios de direitos humanos e justiça social irá apoiar um futuro sustentável”, explica Sharan Burrow, Secretária-Geral da International Trade Union Confederation e também integrante da Comissão.






Fonte: Ciclo Vivo

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