domingo, 25 de dezembro de 2016

Antes de Cabral

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Pedro Álvares Cabral foi o comandante da primeira expedição portuguesa que chegou ao território que mais tarde receberia o nome de Brasil. As 13 caravelas lideradas por Cabral chegaram no dia 22 de abril de 1500.

chegada de cabral
Dizem que este grande território foi descoberto nesse dia e para muitas pessoas a história do Brasil começou aí. É assim que muitos livros didáticos ensinam. Mas iremos aprender que muita história acontecia por aqui antes da chegada dos portugueses...

O Brasil foi descoberto ou ocupado pelos colonizadores?
 
 
Os portugueses chegaram, ocuparam um território que já existia, fizeram os habitantes desse território aceitar seu jeito de viver, de falar, de acreditar em Deus, sem ao menos perguntar se eles estavam interessados nisso.

    O que você acha mais adequado dizer? 
     
     
  1. Os portugueses descobriram o Brasil.
  2. Os portugueses ocuparam o Brasil.

Você escolheu a melhor alternativa se optou pela alternativa b: "Os portugueses ocuparam o Brasil". Se usamos a palavra descobrimento, ou expressões como "o Brasil foi descoberto", "os portugueses descobriram o Brasil", estamos cometendo um erro. E estamos demonstrando desconhecimento sobre as populações indígenas, que já existiam no Brasil, e suas histórias. Esse jeito de falar dá a impressão de que não havia ninguém no imenso território que veio a se chamar Brasil. Ou mostra que achamos que as culturas que existiam aqui antes não valiam nada e que aquela que se instalou depois lhes era superior. Achar isso é demonstrar preconceito!

O que é preconceito?

 

Preconceito é uma ideia já pronta, que alguém nos passa e que a gente aceita sem refletir se ela é verdade ou não. É geralmente um julgamento de grupos ou pessoas que percebemos como diferentes e essa diferença é vista como algo negativo.



O preconceito surge de uma afirmação genérica feita sem nenhum conhecimento. É dizer, por exemplo, que "todos os índios são preguiçosos" ou que "lugar de mulher é na cozinha". Achar que a cultura de um povo é melhor que a cultura de outro povo também é preconceito. A ideia de que todo mundo tem de ser, pensar, viver de um mesmo jeito leva ao preconceito. Por isso é preciso conhecer as diferenças e respeitá-las!

Outra ideia muito comum e nada adequada: indígenas vivendo em pequenas aldeias isoladas na floresta, sem qualquer contato, mudança ou inovação, como se estivessem parados no tempo.


Como se essas populações não tivessem um passado, não tivessem história. Mas hoje já se sabe, e você pode até ensinar para quem ainda não aprendeu, que os povos indígenas que habitam o continente sul-americano descendem de populações que chegaram aqui e ocuparam toda a extensão desse continente há dezenas de milhares de anos.


Qual era o número de habitantes à época da chegada dos portugueses?
 
 
 
Não se sabe ao certo, mas muitos estudos indicam que no início do século XVI havia entre 2 e 4 milhões de índios. Se compararmos com o número de indígenas que existem hoje no Brasil, cerca de 800 mil, notamos que houve uma enorme diminuição dessa população.  


E como o número de indígenas diminuiu tanto? Muitas foram as causas, mas um número enorme de indígenas morreu por causa das doenças trazidas pelos colonizadores europeus, como por exemplo a gripe, o sarampo, a coqueluche, a varíola e a tuberculose.  


O que significa "doenças trazidas pelos colonizadores europeus"? Significa que essas doenças existiam entre esses colonizadores, mas eram completamente desconhecidas pelos índios. Ao atingirem os indígenas, elas o faziam de uma forma muito forte, porque eles ainda não tinham desenvolvido anticorpos. Anticorpos são as defesas que nosso organismo vai criando, ao longo do tempo de convivência com as doenças, para se defender delas. Essas doenças, sem encontrar essas defesas, viravam epidemias, isto é, passavam rapidamente de uma pessoa para outra e atingiam populações inteiras.


Quais foram as primeiras populações atingidas pelas doenças?
 
 
 
Foram as populações que viviam nas áreas onde a ocupação teve início: no litoral.  


Os indígenas que habitavam o interior estavam livres dessas doenças? 
Não, as populações que moravam no interior do Brasil também foram atingidas, pois os portugueses chegaram nesses lugares mais afastados, através dos rios e dos caminhos abertos na mata. Além disso, as doenças eram transmitidas às populações que não tinham contato direto com os europeus pelas relações de troca e comércio. Essas redes ocupavam grandes áreas. Isso possibilitou a transmissão de doenças.
 
 
Fontes de informação
Parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP)

As cinco etapas da morte do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial na atual conjuntura politica)




Embora eu não seja contra comercio tenho de admitir que, na atual conjuntura política em que vive o Brasil, o comercio será o fim do Park Way (ou de qualquer bairro exclusivamente residencial e de proteção ambiental) como ele é agora. Vejam só:

Os ambulantes da quadra 14 vão continuar existindo, uma vez que achar que comercio legalizado acaba com ambulante é um ledo engano.Provavelmente vão triplicar de numero uma vez que ambulante gosta de se instalar em áreas comerciais onde o afluxo de clientes é maior.Basta verificar o numero de ambulantes que tem o Núcleo Bandeirante.

Primeira etapa: Devido ao tamanho do Park Way--- uma área comercial não será suficiente. Vão ser preciso varias. Varias áreas comerciais vão afetar o transito e vai aparecer o problema de estacionamento e de congestionamento das vias internas que são estreitas, etc...As ruas serão alargadas para facilitar o transito, as áreas verdes virarão asfalto e na 14 circularão ônibus e caminhões.O congestionamento na 14 vai piorar e muito.

Tem gente querendo colocar um comercio mais expandido na 14, na frente da Vila Cahuy. O resultado será o mesmo.Obviamente esse comércio expandido atrairá os moradores daquela Vila, bem como aquelas pessoas que circulam pela EPIA diariamente.Pessoas que pouco tem a ver com o perfil do morador do Park Way.

Segunda etapa- Para cuidar das lojas que vão ser implantadas, vai ser preciso contratar mão de obra assalariada. Essa mão de obra vai precisar de ônibus para se locomover e lugar para morar. Como os ônibus são escassos, provavelmente essa mão de obra vai querer morar no trabalho, isso é, nas lojas e vão surgir os puxadinhos... Quando essa mão de obra quiser trazer a família, vão surgir as quitinetes e as invasões que, com toda a certeza, serão, depois de algum tempo, regularizadas pelo Governo. Mesmo que seja aumentada a frota de ônibus, os trabalhadores provavelmente ainda vão querer morar no emprego por ser mais conveniente e mais barato. As tarifas de ônibus estão caras e morar no emprego fica mais fácil e mais barato.

Terceira etapa. Essa mão de obra que será responsável pelas invasões, quitinetes e pelos puxadinhos vai trazer a família para morar no local de trabalho, pessoas muitas vezes sem ocupação definida.Esse fato, aliado ao aparecimento de lojas, poderá aumentar o índice de criminalidade no Park WAY. E o surgimento de flanelinhas e o aumento no numero de ambulantes.E moradores de rua, problemas esses que não temos agora.

Quarta etapa. Comerciante precisa de freguês para sobreviver. A baixa densidade demográfica do Park Way vai acarretar a mudança de destinação de inúmeras lojas. Por exemplo. A padaria simpática pode se transformar em boteco, ou em discoteca e os moradores daquela quadra que estavam satisfeitos por terem pão fresquinho do lado de casa vão ter de sofrer com a musica alta, o barulho, bêbados brigando às 3 da manhã, lixo, carros estacionados na frente do portão de casa. E a desvalorização dos seus lotes residenciais.

Quinta etapa. Comerciante precisa de freguês e gostaria de aumentar a densidade demográfica do Park Way. É claro que o aumento populacional irá agravar o problema de água, de transito, de estacionamento no Park Way. Mas comerciante não está preocupado com o conforto dos moradores e, sim, com o lucro que puder obter. A TERRACAP vai ficar feliz com a possibilidade de poder finalmente lotear as áreas verdes.

E comerciante vota e participa energicamente das conferencias e audiências publicas sobretudo daquelas com o objetivo de modificar a Lei de Uso e Ocupação do Solo. Na próxima Audiência Publica para o PDOT ou a LUOS , caso a regularização de comercio no Park Way seja votada, os comerciantes serão a maioria. Dez comerciantes para cada morador (porque morador não gosta de participar de audiências publicas). Os donos de casas de festas vão estar presentes.Em massa.E vão vaiar os moradores que se opuserem à regularização daquela atividade no Park Way.Morador,  segundo eles, tem de aguentar o barulho, a sujeira, o congestionamento de transito e as brigas de bebidos madrugada a dentro.E se reclamar é vaiado.


O Sindicato dos comerciantes vai ocupar todos os assentos. Representantes da TERRACAP vão estar presentes. E também vão votar em massa pela permissão de construção de edifícios no Park Way.

   Os empresários e comerciantes vão obviamente trazer sua claque. Os moradores     vão   ser   engolidos pelo sistema e só vão perceber o que perderam quando os tratores chegarem e começar o desmatamento.

Está provado: aquecimento derreteu geleiras



12/12/2016

Estudo detecta pela primeira vez impressão digital inequívoca de mudança climática na perda acelerada de glaciares de montanha; para cientistas, impacto do clima é “virtualmente certo”

Geleira em retração em Svalbard, Noruega (Foto: Claudio Angelo/OC)
Geleira em retração em Svalbard, Noruega (Foto: Claudio Angelo/OC)
CAMILA FARIA
DO OC

Uma nova metodologia sugere que o aquecimento global e suas causas humanas são realmente os grandes responsáveis pelo recuo de geleiras de montanha durante os séculos 20 e 21. Essas massas de gelo são fundamentais para o abastecimento de água em várias localidades, como a Bolívia, que vive sua pior seca em 25 anos e tem boa parte de seu fornecimento dependente dos Andes, e têm diminuído ao redor do planeta em regiões tão diversas quanto o Alasca e os trópicos africanos, a Patagônia e a Suíça.



O estudo é importante porque fornece pela primeira vez uma prova categórica daquela que é uma das consequências previstas mais imediatas de um planeta mais quente. Embora o elo entre a mudança climática causada por atividades humanas e o degelo esteja claro há anos, até agora os modelos computacionais usados para modelar o clima não conseguiam ligar o derretimento de geleiras individuais ao aquecimento global.



O relatório de avaliação do IPCC, painel do clima das Nações Unidas, por exemplo, afirmou em 2013 que era “provável” (conceito que representa cerca de 66% de possibilidade, no linguajar estatístico do IPCC) que os níveis de degelo monitorados no período tivessem sido de fato causados por mudanças climáticas.



O estudo da Universidade de Washington (EUA), publicado no periódico Nature Climate Change e apresentado hoje (12) durante evento da União Geofísica Americana (AGU), em São Francisco, eleva esse grau de confiança: o documento afirma que, para quase todas as geleiras contempladas, a influência de mudanças climáticas no derretimento é de mais de 90%, chegando, na maior parte dos casos estudados, a 99%. Isto equivale, na terminologia do IPCC, a dizer que é “virtualmente certo” que a causa do derretimento seja o clima alterado.


A análise do trio de cientistas foi realizada em 37 geleiras ao redor do mundo, com condições geográficas e ambientais diversas. Destas, 36 tinham 90% ou mais de probabilidade de terem tido seu degelo influenciado pela mudança climática. Em 21 delas, a chance era de 99%.



O grupo utilizou registros históricos e observação meteorológica das regiões para comparar variações naturais no tamanho das geleiras com mudanças observadas nos séculos 20 e 21 e calcular um coeficiente de variação desses dados. As alterações são então comparadas com um cenário sem mudanças no clima para calcular a probabilidade de relação de causa.



“Nossa pesquisa demonstra que a diminuição global de geleiras requer necessariamente uma mudança no clima de duração centenária e âmbito global”, afirmou ao OC o glaciologista Gerard Roe, pesquisador da Universidade de Washington e líder do estudo.



“É o estudo de atribuição mais abrangente até hoje sobre o recuo de geleiras. Esperamos que nosso trabalho possa facilitar conclusões mais assertivas sobre o tema para a próxima elaboração de relatórios do IPCC”, afirma.



Estudos de atribuição, como este, buscam estabelecer as causas mais prováveis para uma mudança ou evento, utilizando os níveis de confiança estabelecidos pelo IPCC. A técnica incorporada na publicação não exige o uso de modelos computacionais e pode ser aplicada em qualquer região que possua um registro de observações suficientemente extenso.



O glaciologista brasileiro Jefferson Simões, diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, reforça a importância da conclusão dos cientistas: “Os comportamentos das geleiras é demonstrativo de tendências nas escalas temporais de décadas e a retração observada ao longo do século 20 é uma resposta às tendências climáticas do século passado, não uma recuperação dinâmica de quaisquer condições antecedentes”, explica.



“Materiais midiáticos e educacionais utilizam muito a figura das geleiras, e nosso trabalho ajuda a fundamentar essa conexão. As observações que nos ajudam a compreender mudanças climáticas causadas pelo homem estão além de questionamentos”, pontua Roe, sinalizando também para a utilização da nova metodologia e suas implicações na formulação e continuidade de políticas públicas.



 “Qualquer político possui a responsabilidade moral de buscar compreender atentamente as informações de milhares de especialistas. Esse conhecimento não deve ser negado ou minimizado”, conclui.

Pataxó são ameaçados por reintegração de posse às vésperas do Natal



Liminar de reintegração concedida no final de novembro corre o risco de ser executada nos próximos dias em área visada por empreendimentos turísticos na TI Comexatiba 
 
 
O ano termina como começou para os Pataxó no sul da Bahia: sob ameaça. Uma reintegração de posse, expedida no dia 23 de novembro último, corre o risco de ser efetivada esta semana, às vésperas do Natal e da temporada de festas, quando a região de Cumuruxatiba se prepara para receber turistas de todo o mundo.


A tensão aumentou há quatro dias, quando a comunidade da Aldeia Kaí sofreu uma tentativa de expulsão por funcionários de um empreendimento turístico, que deseja realizar uma festa de final de ano nas proximidades da praia de Ponta do Moreira. Acontece que a área para a qual está previsto o evento Reveillon MAREH NYE 2017 faz parte da Aldeia Kaí e está dentro dos limites da TI Comexatibá (Cahy-Pequi), delimitada em meados de 2015 pela Funai e palco de violentos ataques no começo de 2016. Relembre.


“Quando nós chegamos ao local, já estava tudo cercado”, conta Xawã Pataxó. A comunidade foi informada sobre a reintegração por um dos funcionários do empreendimento, quando tratores e materiais de construção já estavam no local, destruindo a vegetação de restinga e um grande viveiro de ervas medicinais, nas proximidades de área de preservação mantida pelos estudantes da Escola Indígena Kijetxawê Zabelê. “Vocês vão ver se vocês não vão sair daqui”, ameaçou um dos funcionários, que, segundo Xawã, alegava ter autorização do município de Prado e um contrato com o proprietário da área.


Xawã conta que os Pataxó fizeram os funcionários se retirarem do local e elaboraram uma carta-denúncia enviada no início desta semana notificando o Ministério Público Federal (MPF), a Funai, o Iphan, a AGU e outros órgãos. Segundo Xawã Pataxó, as polícias Federal e Militar do Estado da Bahia já foram oficiadas e a comunidade teme que a ação seja executada em meio ao recesso de final de ano.

Local escolhido para reveillon pertence à aldeia Kaí, dos Pataxó


Índios flagraram madeiras e rolos de alumínio em área desmatada e foram ameaçados de expulsão

Retrocessos à vista

Tanto os Pataxó quanto a Funai desconheciam a decisão do juiz federal Guilherme Bacelar, de Teixeira de Freitas (BA), que deferiu a liminar de reintegração das fazendas Porta da Magia e Aldeia da Lua. Movida pela família Lessa de Moraes, a ação que originou a reintegração é uma das dez contestações judiciais de particulares contra a TI Comexatiba. Leia a decisão.


Xawã Pataxó conta que a ação da família Lessa de Moraes não tramitava desde setembro. Para ele, o fato de a liminar ter sido concedida há pouco menos de 30 dias não é acaso. Xawã lembra que o mesmo juiz que determinou a reintegração já havia multado Lucas Lessa de Moraes por ocupar irregularmente lotes no Projeto de Assentamento Cumuruxatiba, sobreposto à TI Comexatiba. Veja a decisão.


A perita em antropologia do MPF na Bahia, Sheila Brasileiro, explica que o órgão já havia solicitado a realização de uma perícia judicial na área, mas o juiz federal negou o pedido. “ Esse juiz tem sistematicamente dado decisões desfavoráveis aos índios”, revela Sheila, demonstrando preocupação com uma interpretação sustentada por magistrados da região de que as áreas só poderiam ser consideradas indígenas depois de declaradas pelo Ministério da Justiça.


A perita também chama a atenção para o fato de o processo de demarcação da TI Comexatiba ter sido pauta de um requerimento ainda não aprovado na Comissão Parlamentar de Inquérito da Funai e do Incra, protocolado pelo deputado federal João Carlos Bacelar (PR/BA) neste mês de dezembro. O texto do requerimento cita os supostos impactos da demarcação sobre a economia de Cumuruxatiba e a sobreposição da Terra Indígena com o Parque Nacional do Descobrimento. A sobreposição também é motivo de disputa judicial.

Grandes obras continuam estimulando desmatamento na Amazônia





Aumento da devastação em zonas e municípios tradicionais de expansão do desflorestamento expõe falha do governo na proteção à floresta
 
Um mapa elaborado pelo ISA com os dados oficiais mais recentes mostra que as grandes obras e municípios campeões do desmatamento seguem como centros irradiadores da devastação da floresta amazônica (veja abaixo). O mapa considera apenas o chamado “arco do desmatamento”, zona tradicional de expansão da fronteira agrícola.


O desflorestamento continua muito alto nas áreas de influência da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), das usinas de Belo Monte (PA) e do Rio Madeira (RO). Ele também voltou a crescer em Altamira e São Félix do Xingu (PA), Lábrea (AM) e Porto Velho (RO) – nesta ordem, municípios com as maiores áreas desmatadas, entre 2015 e 2016, e que também estão na lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) daqueles prioritários para o combate ao desmatamento. Foram devastados mais de 120 mil hectares de florestas no período só nesses quatro municípios – uma área quase do tamanho da cidade de São Paulo.
Clique para ampliar. Fonte Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
A permanência dessas regiões como zonas de expansão da destruição da floresta é um indicador do insucesso das ações de combate aos crimes ambientais, exatamente quando o desflorestamento volta a disparar.


No final de novembro, foi divulgada a taxa oficial preliminar do desmatamento na Amazônia: entre agosto de 2015 e julho de 2016, foram derrubados quase 8 mil quilômetros quadrados de florestas, um aumento de cerca de 30% em relação aos 6,2 mil quilômetros quadrados registrados entre 2014 e 2015. Trata-se do maior número observado desde 2009 (saiba mais). Com base nesses dados, o ISA produziu o mapa com as regiões mais devastadas.


Ambientalistas e pesquisadores vêm denunciando que a fragilização do Código Florestal, da fiscalização ambiental e de Unidades de Conservação (UCs) estimulou os desmates. O período 2015-2016 é o terceiro de alta dos índices do desmatamento desde a mudança da legislação, em 2012. Ontem (20/12), o governo alterou os limites de UCs na região da BR-163, cedendo às pressões de políticos, produtores rurais e grileiros.


“O sinal que deu o novo Código Florestal foi interpretado de maneira extremamente rápida em campo”, diz Juan Doblas, assessor do ISA responsável pelo mapa. Ele afirma que várias regiões sofrem uma “epidemia de desmatamento”: a impunidade dos desmatadores ilegais termina por estimular mais desmatamento. “As medidas de combate ao desmatamento e restrição das atividades econômicas nos municípios da lista do MMA não estão funcionando. Elas precisam ser reforçadas”, defende.
Áreas desmatadas na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, no oeste do Pará
Doblas chama a atenção principalmente para São Félix do Xingu e cobra operações mais efetivas de repressão aos desmatadores da parte dos governos federal e estadual na região, em especial com apoio de ações de inteligência.


O pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Paulo Barreto acredita que o aumento do preço do gado também “fortalece a ameaça [à floresta], porque as pessoas ficam mais interessadas em desmatar". Para ele, "essa ameaça pode aumentar e não ter efeitos se a floresta não está vulnerável, se o governo está vigilante, se não muda as regras. Mas quando a ameaça aumenta e o governo enfraquece a proteção, essa combinação leva a essa situação de aumento".

Campeões do desmatamento

Pará, Mato Grosso e Rondônia continuam, nessa ordem, como os campeões da destruição da floresta: entre 2015 e 2016, eles registraram, respectivamente, 3 mil quilômetros quadrados (38% do total), 1,5 mil quilômetros quadrados (19%) e 1,3 mil quilômetros quadrados (18%) de desmatamento. O Amazonas, no entanto, apresentou a maior alta proporcional: entre 2014-2015 e 2015-2016, o desmatamento saltou de 712 quilômetros quadrados para 1099 quilômetros quadrados, um acréscimo de 54%.


André Tomasi, assessor do Instituto de Educação do Brasil (IEB), destaca que o sul do Amazonas tornou-se uma das frentes de desmatamento mais dinâmicas em função do esgotamento de parte dos remanescentes florestais em Rondônia, Acre e norte do Mato Grosso.


“É uma área tradicionalmente de baixa governança do Estado, que possui pouca capilaridade e atuação no campo”, ressalta. Ele lembra que muitos pecuaristas da região estão escoando gado por Rondônia, deixando de recolher impostos no Amazonas e evadindo divisas.

Oswaldo Braga de Souza
ISA
Imagens: 

Temer reduz área protegida por MP



22/12/2016

Governo federal cede a pressões de políticos e produtores rurais e, segundo ambientalistas, emite sinal de que invadir áreas protegidas vale à pena

Garimpo ilegal na Flona Jamanxim | © Badaró Ferrari - Ascom-Ibama
Garimpo ilegal na Flona Jamanxim | © Badaró Ferrari - Ascom-Ibama
 
O governo federal alterou os limites de quatro Unidades de Conservação (UCs) e criou uma nova no sudoeste do Pará, onde está uma das principais frentes de expansão do desmatamento da Amazônia.


Ambientalistas avaliam que, ao atender as pressões de políticos e produtores rurais com a medida, o governo emite um sinal para grileiros de terra de que vale à pena invadir essas áreas e apostar numa futura regularização.


Leia a matéria completa no site do Instituto Socioambiental.

Padariazinha simpática, pãozinho quente uma ova!




Prezados,

As propagandas sub- reptícias sobre comércio já começaram! O Governo, os especuladores imobiliários, alguns poucos habitantes mal intencionados, querem convencer a população a implantar comercio no Park Way a tempo de incluir na Lei de Uso e Ocupação do Solo- LUOS. 

Aqueles que trabalham com imobiliárias estão com saliva escorrendo pelo queixo, antegozando o lucro que tanta arvore, tanto verde vai poder trazer para seus bolsos ávidos de grana não importa se esse dinheiro vai ser criado com a morte de tanta vida. De tantos pássaros, animais, rios e, sobretudo da nossa qualidade de vida. Da nossa saúde, da nossa tranquilidade, do nosso silencio. Para disfarçar a cupidez e a ganancia falam manso.


Fazem-nos evocar memorias ternas da nossa infância.


A propaganda é sub-reptícia.

Fotos de vovós boazinhas, meigas, que afirmam à imprensa que adoram o Park Way, mas que gostariam de poder contar com um comerciozinho pequeno, básico, pertinho da casa delas, onde elas pudessem ir a pé comprar o leitinho dos netinhos, o lanchinho das criancinhas (vocês conhecem o engodo, a ladainha), já começaram a circular.

Um pãozinho, fresco, uma padaria pequena, limpinha, que mal pode fazer?
Se vocês procurarem na memória vão se recordar que as grandes destruições feitas pelo Governo começaram assim. No diminutivo.

No eufemismo.


Um pedacinho da Amazônia, um cantinho da Floresta Atlântica, um matinho do Cerrado, um prediozinho de poucos andares no Guará, ou em Águas Claras, uma invasãozinha apenas de catadores de lixo no Parque Nacional...


Comerciozinho, leitinho, lanchinho para as criancinhas, invasãozinha, e assim o monstro começa a ser gerado. A padaria se multiplica, seus donos querem mais lucro para tanto precisam de mais clientes, mas como fazer? As frações são poucas, os lotes gigantescos mas pouco habitados em nome da preservação ambiental. Mas comerciante não quer saber de preservação ambiental e pleiteia, junto ao Governo, o adensamento populacional do Park Way! 


Votam, com a ajuda do Sindicato da categoria, na Conferencia das Cidades, o GDF conforme o hábito, ajuda a manipular o resultado das votações permitindo que tragam ônibus cheios de representantes da classe para votar, para burlar os moradores, fraudar as eleições, superando, em número, os votos dos moradores contrários ao adensamento populacional, à construção de prédios, à licitação das areas verdes.

Denunciados pelos moradores escandalizados com o engodo, os comerciantes se fazem de vítimas, justificam a fraude sob a alegação de que precisam sustentar suas famílias, reclamam para o Governador..."afinal pagamos impostos!"
E não adianta querer “amarrar”, controlar o comercio. 


Moradores ingênuos,mal informados, ludibriados por aqueles que querem obter vantagens econômicas à custa da qualidade de vida no Park Way, insistem que o problema poderá ser resolvido através da imposição de normas, regulamentos, restrições, proibindo a mudança de destinação, proibindo a futura padaria de virar Casa de Chope, a farmácia de virar motel ou proibindo a construção de quitinetes sobre a futura pet shop. 


Ora, o Lago Sul não conseguiu controlar o comercio, nem o Lago Norte. Tampouco o Plano Piloto, apesar de ter sua área tombada pela UNESCO. Vejam a briga pelas pousadas nas 700!!


Houve ate  um projeto apresentado na CL-DF apontando, como sugestão de estacionamentos, as áreas verdes das 100, 200 300 e 400, desocupadas para facilitar o acesso aos usuários do comércio local. Já imaginaram a Ilha de Calor que essa iniciativa irá gerar?


Não existe no DF atualmente comercio controlado! Que obedeça aos regulamentos!. Sem Plano Diretor Local que o Governo Arruda nos tirou. Com a falta de fiscalização que existe. Sem participação ativa da sociedade no processo de governança. Sem haver um conselho da APA Gama Cabeça-de-Veado que seja deliberativo e não consultivo, quem de fato acredita em Comércio Organizado??? Parece até o termo usado pelo GDF quando fez o PDOT de 1997 e criou a pérola de "área prioritária para monitoramento". Como se apenas aquelas áreas precisassem ser monitoradas. 

Sabe o que ocorreu??? As áreas monitoradas são, hoje, ...os condomínios do Colorado!!!


Todos vocês estão cientes, as leis, as restrições, as normas, no Brasil, só servem para serem descumpridas. Violadas. E o exemplo é dado pelo próprio Governo, através de sua grileira oficial, a TERRACAP, que desmatou a área verde do conjunto 01, da quadra 14, apesar de decisão contraria do MP e do TJDFT. E a área, que era um corredor ecológico, virou estacionamento de taxistas.


Se leis, determinações, regulamentos no Brasil fossem levados a sério, fossem obedecidos, aquele boteco que vende bebida alcoólica localizado ao lado da feirinha da Quadra 14, já teria sido retirado. As invasões já teriam sido expulsas, o Setor Noroeste não existiria, na 901 não seriam construídos hotéis e os corruptos do Governo já teriam perdido o mandato. Mas não é isso que acontece, não é?



Se houvesse algum tipo de controle sobre as atividades comerciais, não haveria puxadinhos, o setor comercial  não estaria entupido de mendigos e de drogados que deixam seus detritos de TODO O TIPO INCLUSIVE HUMANOS nas calçadas. Se houvesse algum tipo de segurança os estabelecimentos comerciais não estariam fechando as portas como estão por medo de assaltos.


Infelizmente existem também os moradores mal intencionados, aqueles que querem lucrar com um eventual adensamento do Park Way, como os especuladores imobiliários que compraram vários lotes no Park Way não para morar, mas para especular, os proprietários de Casas de Festas e de Academias de Ginástica e ; --essa é a parte mais triste-- alguns arquitetos- urbanistas que gostariam de vender projetos arquitetônicos de centros comerciais à SEGETH denominados eufemisticamente de projetos arquitetônicos para realizar intervenções de infraestrutura na dinâmica urbana do Park Way”.  


Fui abordada por um deles durante a última Conferencia das Cidades. Esses são, em minha opinião, os mais cruéis pois, como urbanistas, sabem que a implantação de comercio significa o fim da qualidade de vida no Park Way, o fim do Park Way como conhecemos agora, mas insistem na implantação de um “comercio pequeno, fácil de ser controlado”, como se isso fosse possível, como se fosse possível controlar alguma coisa no atual Governo, que faz o que quer, que tem como meta agradar às empreiteiras a custo da qualidade de vida dos moradores do DF.

Se não manipula o resultado, não dá publicidade,  não informa a comunidade de sua realização e depois dizem que "o povo não compareceu"...para desculpar suas destruições ambientais.

Esses arquitetos que querem nos convencer a implantar um comerciozinho controlado querem na verdade lucrar com a venda de seus projetos ao Governo.

Amigos,

O GDF está querendo adensar o Park Way. Seus representantes ficam com água na boca quando pensam nos predios que poderão implantar nas nossas enormes e perfeitas áreas verdes que, mesmo sendo queimadas anualmente, conseguem se recuperar.

E comércio, então? Quantas centenas de lojinhas estilo W3 não poderão ser construídas aqui? Quanto imposto para enriquecer o governo e os governantes não poderá ser recolhido?

E quando tudo isso acontecer será que algum morador do Park Way ficará feliz? O que aconteceu com a vovó que queria uma padaria pertinho de casa para comprar  leitinho para os netinhos?

Ela não sai mais de casa porque ficou muito perigoso circular sozinha pelo Park Way. 

Sobretudo a pé. Afinal a média de assaltos a estabelecimentos comerciais no DF não para de aumentar.


Assim, no final, quem saiu ganhando?O Governo.

Quem saiu perdendo? Os moradores. 

Nós!

Pensem nisso!


Flavia Ribeiro da Luz
Presidente da Associação Park Way Residencial