sábado, 24 de dezembro de 2016

Equinácea: Planta Medicinal que reforça o Sistema Imunológico




Equinácea: Planta Medicinal que reforça o Sistema Imunológico
Flor da planta medicinal Equinácea, uma reforçadora do sistema imunológico.
[Imagem: Kelly Kindscher]


Cura para todos os males
Em 1805, quando os pioneiros avançavam rumo ao interior dos EUA, Meriwether Lewis e William Clark encontraram uma margarida arroxeada que os nativos das Grandes Planícies chamavam de "cura para todos os males".



A dupla aprendeu como a planta era usada para tratar de mordidas de cães loucos e serpentes até pequenos males do dia a dia. Os efeitos eram tão significativos que a dupla de exploradores enviou amostras da margarida para Thomas Jefferson, que era botânico e então presidente dos Estados Unidos - o que definitivamente ajudou a torná-la conhecida.
Hoje, conhecemos a afamada margaridinha como Equinácea (Echinacea angustifolia), uma das plantas medicinais mais populares nos Estados Unidos e na Europa devido à sua capacidade de combater gripes e resfriados e reforçar o sistema imunológico humano.



De acordo com o professor Kelly Kindscher, da Universidade do Kansas (EUA), a planta reforçadora do sistema imunológico passou recentemente por um ensaio clínico na Europa demonstrando que é tão eficaz quanto o medicamento Tamiflu, mas é mais segura.
Kindscher que acaba de lançar um livro sobre a Equinácea, chamado Echinacea - Herbal Medicine with a Wild History (Equinácea - Medicina Herbal com uma História Selvagem, em tradução livre), ainda não publicado no Brasil.



Equinácea
Além de repassar todo o saber científica sobre a Equinácea, o pesquisador lamenta que ela desperte tão pouco interesse entre os profissionais de saúde, que preferem receitar remédios que geralmente custam mais e trazem um maior risco de efeitos colaterais.



"A maioria das boas pesquisas sobre Equinácea vem de pesquisadores na Europa, embora ela seja nativa da América do Norte. Nos EUA, nós não temos interesse na medicina integrativa, nós apenas usamos produtos farmacêuticos. Na Alemanha, você encontrará Equinácea atrás do balcão da farmácia, aqui nos Estados Unidos você vai encontrá-la junto com Coca-Cola e Pampers, não atrás do balcão.



"Este é o problema com os medicamentos fitoterápicos - você pode falar sobre eles, mas os médicos não os prescrevem como remédio. Pode-se usar a internet ou ir a qualquer lugar e encontrar muitos produtos fitoterápicos bons (e alguns ruins também). A Equinácea é um dos bons e o melhor como uma tintura - um extrato de álcool e água - disponível em lojas de produtos alimentícios e farmácias," disse Kindscher.



Receitas de equinácea
Ocorre que a maioria dos médicos não aprende sobre produtos medicinais à base de plantas na escola de medicina.


"Os dados mostram que os médicos costumam prescrever medicamentos apresentados a eles pelos representantes farmacêuticos," disse o pesquisador. "Não é fácil para os médicos acompanharem toda a literatura médica - ela é muito volumosa - mas, principalmente, não há uma grande indústria pedindo aos médicos que prescrevam Equinácea".

Quando a busca pela saúde vira uma doença




Saudismo
A politização e a mercantilização da saúde na cultura ocidental está levando ao que os especialistas chamam de "saudismo" - uma ideia imperativa de comportamento, uma quase obsessão com a autopreservação.


Este modo de encarar o bem-estar, além de criticar tudo o que não se enquadra em normas glamourosas de um corpo bonito, jovem e magro, preconiza uma modalidade de "medicina preventiva" que pouco tem a ver com benefícios reais para as pessoas.


Os alertas são da Dra Evgenia Golman e seus colegas da Universidade Nacional de Pesquisas da Rússia, em um artigo publicado no Journal of Social Policy Studies.



Síndrome de Angelina Jolie
Em suas formas extremas, o saudismo se aproxima da eugenia, diz a pesquisadora, referindo-se à busca por uma hereditariedade "correta". Mas até mesmo preocupações simples sobre os padrões de condição física podem provocar comportamentos de "hipercorreção", ou seja, exageros na busca por ficar bem.


O que pesquisadora chama de "Síndrome de Angelina Jolie" tem sido frequente na mídia, o que implica uma maior atenção para a probabilidade - o "risco" - de doenças perigosas.
Isto leva a um acompanhamento vigilante da saúde, no lado benéfico, mas também leva ao extremo, com tentativas de impedir até mesmo doenças hipotéticas, o que inclui cirurgias em um corpo saudável. O famoso caso da atriz, que passou por uma mastectomia preventiva, é sintomático dessa obsessão e se encaixa no conceito de saudismo, diz Golman.


Assim, prossegue a pesquisadora, a história de Angelina Jolie é uma manifestação extrema de uma "nova compreensão da saúde", que inclui o boom nas dietas, academias, cirurgias plásticas e até aplicativos de celular para a vigilância da saúde. Esse "culto ao corpo" é amplamente apoiado pela mídia e por todos os negócios que passam a viver dessa busca, incluindo até mesmo funcionários dos órgãos de saúde em muitos países.



Prevenção de doenças hipotéticas
Para a pesquisadora, em muitos países a política pública de saúde desloca a responsabilidade pela saúde das instituições para os indivíduos, e desloca o foco do tratamento para a prevenção, incluindo a prevenção de patologias até mesmo puramente hipotéticas.



A medicina preventiva, sem dúvida, ajuda a prevenir muitas doenças e pode economizar uma grande quantidade de recursos para as famílias e o Estado, ressalta Golman. Mas se o cálculo de risco das doenças e a idealização da beleza e de padrões do corpo são compreendidos de forma inadequada, de uma forma puramente comercial, isso pode levar à neurose de massa e a uma obsessão social.


Nova genética e eugenia
É nesse ponto que a pesquisadora alerta que o saudismo pode se aproximar ainda mais da tão temida e banida eugenia, a busca por raças mais saudáveis, como no caso da eugenia nazista, que proclamava a superioridade da raça ariana, e hoje aponta para a manipulação genética em busca de "bebês saudáveis".


As semelhanças entre a "nova consciência de saúde" e a eugenia pode ser vista de forma particularmente clara, diz Golman, nas questões éticas da "nova genética", especialmente relacionadas com manipulações de embriões humanos. Para ela, o diagnóstico de doenças genéticas em embriões apenas aumenta a probabilidade de aborto.


"O problema é que a medicina está sob a ameaça de mudar seu foco de um 'papel terapêutico' para eliminar o que ela não consegue curar," diz a pesquisadora, citando David Le Breton, um sociólogo e antropólogo francês que tem criticado essa "nova genética".
O desenvolvimento da "nova genética" também abre a possibilidade da manipulação de "maus genes" responsáveis por determinadas doenças, prometendo excluí-los do DNA no futuro, diz a Dra Evgenia Golman.


Sabedoria social
A equipe conclui que é necessário incorporar uma "sabedoria social" ao discurso de saúde, sendo necessário estudar os efeitos controversos de tais ideias e promessas, destacando-se o elevado risco de que a propaganda de um "estilo de vida saudável" influencie negativamente os grupos demográficos socialmente mais vulneráveis, que passarão a ser discriminados por não se adequar ao novo modismo.

Em busca das melhores substâncias para combater envelhecimento



Em busca das melhores substâncias para combater envelhecimento
Algumas substâncias analisadas confirmaram os efeitos geroprotetores, mas outras não justificaram a fama.
[Imagem: Alexander Aliper et al. - 10.18632/aging.101047]


Protetores geriátricos
Cientistas russos desenvolveram um algoritmo de computador - que eles batizaram de Geroscópio - para identificar substâncias que prolongam a vida saudável das pessoas, os chamados geroprotetores.


Centenas de compostos foram rastreados para medir sua atividade geroprotetora utilizando simulações por computador com o novo programa. A equipe então conduziu experimentos de laboratório para avaliar na prática as 10 substâncias mais promissoras identificadas pelo algoritmo.


"O envelhecimento da população é um problema global. Desenvolver abordagens eficazes para criar geroprotetores e validá-los para uso no corpo humano é um dos desafios mais importantes para a biomedicina. Nós propomos uma possível abordagem que nos aproxima da solução deste problema," disse Alexey Moskalev, do MIPT (Instituto de Física e Tecnologia de Moscou).


Simulador do envelhecimento humano
A equipe começou analisando dados transcriptômicos (a informação que é lida do DNA e transcrita em RNA) em jovens (doadores com idades entre 15 e 30 anos) e em idosos (doadores com idade superior a 60 anos).


Os dados foram inseridos no programa de computador, projetado para identificar e reconstruir as vias moleculares associadas ao envelhecimento - o algoritmo é essencialmente um simulador do envelhecimento humano. O Geroscópio modelou as vias moleculares e analisou as reações celulares envolvendo várias substâncias previamente identificadas como promissoras quanto a seus efeitos protetores contra o envelhecimento.
As 10 substâncias selecionadas pelo modelo de computador demonstraram resultados variados nos ensaios feitos usando culturas de células humanas.


Geroprotetores
Por exemplo, o ácido nordi-hidro-guaiarético (NDGA), encontrado na planta medicinal Chaparral (Larrea tridentata), não revelou qualquer efeito no rejuvenescimento, e de fato diminuiu a sobrevivência celular a curto e a longo prazo.


A miricetina, um composto vegetal da classe dos flavonoides, considerados antioxidantes, teve um efeito rejuvenescedor suave, enquanto a epigalocatequina-galato (EGCG) mostrou um forte efeito rejuvenescedor. A acetilcisteína (N-acetil-L-cisteína) mostrou um efeito rejuvenescedor suave, mas aumenta drasticamente a sobrevivência a curto e longo prazo.
Já o PD-98059 apresentou um efeito rejuvenescedor muito forte e ainda aumentou a sobrevida a curto e a longo prazos.

Combinações rejuvenescedoras
Várias dessas substâncias já são vendidas como suplementos dietéticos individualmente. A análise mais aprofundada dos efeitos ao nível das vias moleculares destes compostos trouxe novas informações sobre as possíveis combinações que proporcionam efeitos cumulativos e minimizam os possíveis efeitos adversos.


O artigo descrevendo os resultados, que agora deverão ser utilizados por outros pesquisadores para testes em maior escala e in vivo, foi publicado na revista Aging (DOI: 10.18632/aging.101047).

Governo libera R$ 234 milhões para pesquisas na área de saúde







Não ficar para trás
O Ministério da Ciência e Tecnologia e a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) vão investir R$ 234 milhões em pesquisas na área de saúde.

Para as pesquisas especificamente voltadas para o combate ao vírus zika, os investimentos somam R$ 27,5 milhões. Cinco convênios, no valor de R$ 4,6 milhões, já foram assinados com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e seus institutos.

O presidente da Finep, Marcos Cintra, declarou que, mesmo em tempos de crise, áreas estratégicas, como a de ciência e tecnologia, não podem ficar sem investimentos.
"Qualquer paralisação nas nossas atividades nos colocará, em termos de distanciamento da fronteira de conhecimento, em situações que dificilmente poderão ser recuperadas no curto prazo", disse ele.

Ciência e tecnologia em saúde
Entre os projetos selecionados estão iniciativas de aperfeiçoamento de tecnologias para exame de imagens de diagnóstico precoce de alterações neurológicas, aprimoramento de tecnologias de criação de inseto estéril, de linhagens de mosquitos geneticamente modificados e desenvolvimento de vacinas.

A Finep vai oferecer apoio institucional, material de consumo, softwares, instalação, recuperação e manutenção de equipamentos, além de despesas de capital, operacionais e administrativas e bolsas.

O segundo edital, de R$ 193 milhões, foi destinado a laboratórios como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e o Observatório Nacional, para aquisição e manutenção de equipamentos e contratação de pessoal.

A chamada de apoio institucional, de R$ 14,3 milhões, destina-se ao desenvolvimento de áreas estratégicas de pesquisa científica e tecnológica. Serão beneficiadas as Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Saúde e amor trazem mais felicidade que dinheiro




Parceiro e emprego
Ter uma boa saúde mental e estar em um relacionamento estável deixam as pessoas mais felizes do que dobrar sua renda financeira.


Esta resposta foi dada por mais de 200 mil pessoas da Austrália, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, entrevistadas por pesquisadores da Escola de Economia de Londres (Inglaterra) quanto aos fatores que mais influenciam sua sensação de bem-estar.


Em uma escala de um a dez, dobrar o salário de alguém eleva sua felicidade em menos de 2 pontos, segundo o estudo.


No entanto, estar em um relacionamento elevou a felicidade em 6 pontos - perder um parceiro, seja por causa de uma separação ou de morte, teve o mesmo impacto no sentido contrário.


O maior impacto negativo foi gerado por sofrer de depressão e ansiedade ou perder o emprego. Na pesquisa, o nível de felicidade caiu 7 pontos. Estar desempregado teve o mesmo efeito.
Saúde mental da mãe
A pesquisa aponta ainda que o principal fator para prever a satisfação de uma pessoa com sua vida adulta é sua saúde emocional durante a infância.

"A maioria das pesquisas sobre o bem-estar infantil se concentra no desempenho acadêmico, que é muito afetado pela renda familiar", diz o estudo. "Mas a saúde emocional de uma criança é mais determinante no seu bem-estar no futuro. Isso pode ser impactado em alguma medida pela renda familiar, mas, acima de tudo, depende da saúde mental da mãe."

Governo da felicidade geral
Richard Layard, coautor do estudo, afirma que a pesquisa também pode apontar rumos para os políticos, sendo necessário que os governos desempenhem um papel diferente para contribuir para a felicidade dos cidadãos.

Em resumo, em vez de se preocuparem com a geração de riqueza, os governos deveriam se concentrar na geração de bem-estar.


"No passado, o Estado combateu incansavelmente a pobreza e o desemprego e problemas na educação e na saúde física. Mas é igualmente importante hoje fazer o mesmo com a violência doméstica, o alcoolismo, a depressão e a ansiedade, o isolamento dos jovens, entre outros. É isso que deveria estar no centro das atenções," afirma.



E isso pode ter um efeito positivo sobre a própria "felicidade dos políticos", uma vez que pesquisas anteriores, com base em eleições europeias desde 1970, mostraram que a satisfação dos cidadãos com suas próprias vidas é o melhor indicador para prever se um governo será reeleito ou não.

Argentina criará novo Parque Nacional em Tucumán


Por Sabrina Rodrigues
Mauricio Macri. Foto: Santiago Trusso/Flickr
Mauricio Macri. Foto: Santiago Trusso/Flickr

Durante uma cerimônia na residência presidencial de Olivos, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou a criação do futuro Parque Nacional Aconquija, que protege mais de 50 mil hectares na província de Tucumán. Na solenidade, estavam presentes também o governador de Tucumán, Juan Manzur, o Ministro do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Sergio Bergman, o Ministro da Defesa, Julio Martinez e o presidente de Parques Nacionais, Eugenio Bréard.


"Este projeto desempenha um papel fundamental na protecção da biodiversidade da floresta Yungas, a grande esponja natural que regula os recursos hídricos para as atividades humanas relacionadas com o consumo de água. Da mesma forma, impulsionará o turismo aumentando as áreas destinadas para uso público e ampliará a proteção cultural dos sítios arqueológicos como La Ciudacita ", disse Bréard. Aconquija abriga cerca de 2 mil espécies de plantas vasculares e também espécies da fauna com grande quantidade de felinos, tamanduás, queixadas e uma grande diversidade de aves. O Parque Nacional Aconquija será o primeiro a possuir neve e floresta na mesma unidade de conservação.

Fonte: National Parks Administration, Argentina

* Editado às 18h25, após a observação do leitor Carlos L. Magalhães.