quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Chernobyl pode virar a maior usina solar do mundo


O plano da Ucrânia é transformar o lugar do desastre em uma enorme fonte de energia. Falta encontrar quem esteja disposto a colocar dinheiro nisso.


Ana Carolina Leonardi - Superinteressante - 17/08/2016


flickr.com/photos/iaea_imagebank

O desastre de Chernobyl ainda custa caro para a Ucrânia. A radiação na região poder demorar mais 24 mil anos para chegar a níveis seguros. Hoje o governo gasta até 7% dos impostos para garantir o isolamento e a segurança de uma região maior que um Parque do Ibirapuera e meio.

A Ucrânia já aceitou que a Zona de Exclusão não vai servir de moradia, plantação e nem madeireira tão cedo. A nova proposta é criar uma enorme usina de energia solar no local do acidente nuclear, capaz de gerar mil megawatts de potência, suficiente para abastecer uma média de 164 mil residências. Se fosse terminada hoje, seria a maior planta solar da história.

Pela localização, os painéis poderiam ajudar a manter "ligada" parte da cidade de Kiev, o maior centro urbano do país, que também é o que consome mais energia.

A Chernobyl Solar ainda tem que ultrapassar alguns desafios para se tornar realidade. O primeiro passo é aprovar uma lei amplie o acesso e o uso da Zona de Exclusão - a primeira versão dessa legislação já está passando pelo Parlamento ucraniano.

Depois, é uma questão de dinheiro. O custo total da instalação da planta solar deve passar dos R$ 3 bilhões e a Ucrânia quer atrair investidores dispostos a financiar o projeto. Como a região está abandonada, o custo do terreno é extremamente baixo. Além disso, a instalação poderia tirar vantagem dos cabos de transmissão de alta voltagem que já estão instalados por conta da antiga usina nuclear.

Chernobyl fica no norte da Ucrânia, que recebe bem menos luz solar que a porção sul do país. Mas o país como um todo ainda recebe bem mais radiação solar que a Alemanha, que é líder europeia em energia renovável. Além das possibilidades energéticas, outra etapa decisiva vai ser a avaliação dos riscos por parte dos investidores: afinal, eles precisam se comprometer com a segurança das equipes de construção que vão instalar os painéis solares.

Acima dos aspectos técnicos, porém, a Ucrânia tem divulgado o projeto como o renascimento de Chernobyl e um esforço para que nada parecido volte a se repetir. Ainda hoje, metade da energia do país vem de usinas nucleares. Já as novas instalações em Chernobyl seriam o primeiro passo para "limpar" a matriz energética. O plano é que, até 2020, 11% da energia ucraniana venha de fontes renováveis.

Índia multa companhias aéreas por jogar fezes de aviões durante voos


A justiça da Índia aprovou uma multa para os aviões que despejarem detritos humanos dos seus banheiros durante o voo. 



A multa, no valor de 50 mil rúpias (R$ 2.450,00), é resultado de uma denúncia de que as aeronaves estariam jogado fezes sobre áreas residenciais próximas ao aeroporto, na cidade de Nova Déli.

As fezes dos banheiros dos aviões ficam armazenadas em tanques especiais.
Normalmente, elas são descartadas depois do pouso. Mas as autoridades internacionais de aviação admitem que podem ocorrer vazamentos durante o voo.
 

'Chuva' de dejetos

O National Green Tribunal (o tribunal ambiental indiano) ordenou que o órgão regulador da aviação garantir que as aeronaves não joguem dejetos humanos quando estiverem pousando ou voando em áreas próximas de aeroportos.


O tribunal também quer "que ao pousar o avião possa ser submetido a uma inspeção de surpresa para verificar se os tanques especiais não estão vazios", informou a Press Trust of India, a maior agência de notícias do país.


"Se for descoberta alguma aeronave desrespeitando essa determinação ou se seus tanques forem encontrados vazios no pouso, a companhia aérea estará sujeita a uma multa ambiental de 50 mil rúpias (R$ 2.450,00) por infração", diz a sentença.


A ação foi movida por um oficial reformado do Exército, que acusou as companhias aéreas indianas de despejarem fezes sobre áreas residenciais de Nova Déli.


Ele informou que as "paredes e piso" da varanda da sua casa - que fica perto do aeroporto - "estão salpicados de excrementos jogados pelos aviões".


Mas não há provas conclusivas de que os detritos tenham caído de aviões que sobrevoaram a casa.

O que é o 'gelo azul'

O Ministério da Aviação também contestou a queixa e disse que os banheiros dos aviões têm tanques que normalmente são limpos pela equipe terrestre depois do pouso.

Um piloto veterano disse à BBC que estes tanques raramente são esvaziados durante o voo, a menos que o comandante tenha que tomar "uma medida de emergência rara como esvaziar os tanques de combustível".


Além disso, geralmente as fezes que congelam nas saídas para escoamento desses tanques podem escapar e cair durante o voo.


O fenômeno é conhecido como "blue ice" (ou "gelo azul" em inglês) por causa da cor dos produtos químicos usados nos toaletes dos aviões para reduzir o odor e dissolver os dejetos.


Despejos de "gelo azul", no entanto, apesar de incomuns, ocorrem eventualmente, segundo os especialistas.

'Arpocalipse' na China: poluição coloca meio bilhão de pessoas em alerta vermelho



Quase meio bilhão de pessoas estão vivendo sob uma densa poluição no norte da China desde o final de semana passada, o que levou autoridades a colocarem 21 cidades e a capital, Pequim, em alerta vermelho.



Com um nível de partículas no ar seis vezes acima do limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo chinês pediu que as pessoas não usem seus carros e permaneçam em casa. Muitas escolas estão fechadas, e, com uma visibilidade de cerca de 50 metros, centenas de voos foram cancelados.



A construção e manutenção de estradas foi suspensa, e veículos mais antigos e poluentes foram vetados temporariamente. Também foi pedido que indústrias com forte impacto ambiental, como o setor de aço, reduzam ou interrompam suas atividades.


O alerta vermelho é a categoria mais grave em uma escala de quatro níveis do sistema criado pelo governo chinês como parte de uma série de medidas de combate à poluição.
Em dezembro do ano passado, Pequim e dezenas de outras cidades chinesas já tinham entrado em alerta vermelho por conta de uma espessa névoa de fumaça que perdurou por dias.


Há duas semanas, autoridades da metrópole classificaram oficialmente a fumaça como um “desastre meteorológico”, comparável às tempestades de areia da primavera e as fortes chuvas de verão que costumam atingir a cidade.


A classificação gerou críticas de especialistas, ambientalistas e provocou discussões nas redes sociais, pois ela parece isentar os emissores de poluição de sua responsabilidade pelos efeitos da fumaça.


No entanto, o papel da ação humana nesse fenômeno não é um consenso. "Na média, a poluição vem diminuindo ano a ano", disse Wang Min, professor de políticas públicas e ambientais da Universidade de Pequim, ao jornal 'Financial Times'. "As principais razões desta situação tão ruim agora estão relacionadas ao clima: há muito pouco vento e, com a baixa temperatura, a fumaça fica presa próxima ao solo."


Esse problema costuma se agravar na China entre novembro e março, quando, por conta do inverno, residências consomem mais eletricidade de usinas movidas a carvão e os sistemas de aquecimento municipais são ativados.


O Greenpeace alertou que 460 milhões de pessoas, o equivalente às populações dos Estados Unidos, Canadá e México somadas, estão sendo afetadas pela mais recente crise, que vem sendo chamada informalmente de “arpocalipse”.


A mídia chinesa relata que essa crise vem criando o que chamou de “refugiados da poluição”: moradores deixando as cidades para fugir da fumaça e evitar os riscos à saúde.
Para especialistas, o ar tóxico contém micropartículas que podem chegar ao fundo dos pulmões e até mesmo entrar na corrente sanguínea.


A China é o país do mundo com o maior número de mortes ligadas à poluição do ar em ambientes externos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Com base em dados de 2012, os mais recentes disponíveis, 1 milhão de pessoas morrem prematuramente por ano por este motivo no país.


A expectativa é que a fumaça se dissipe nesta quarta-feira.


A China é o país que mais cresce nos últimos anos no mundo. Com o PIB anual quase sempre superando os 2 dígitos, é considerada pelo mercado como “A Locomotiva do Mundo“, já que além de crescer puxa o crescimento de vários países, inclusive o Brasil, com importação de commodities (minério de ferro, soja, etc).
Mas a locomotiva está deixando um rastro de fumaça muito denso para trás e destruindo rapidamente a belíssima e exuberante natureza que reinava no país até poucos anos atrás. Rios, mar, solo e ar estão agora sendo completamente poluídos por um modelo de desenvolvimento que já se mostrou insustentável a longo prazo.
Quem já teve oportunidade de viajar para China deve ter percebido como raramente o céu estava azul, sempre havia uma camada cinza, a poluição na China é a olhos vistos.
O país das milenares tradições, da inteligentíssima medicina tradicional chinesa, berço dos taoístas (que tinham como base a observação constante da natureza) já não é mais a mesmo. A devastação predatória em prol de um desenvolvimento insustentável está trazendo prejuízo para a própria China e para o mundo.
Qual o preço do desenvolvimento ?

1 – Mulher em Pequim, onde a poluição por partículas pequenas é 40 vezes maior que o padrão de Segurança Internacional

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2 – Criança nadando em uma reserva poluída , Pingba

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3 – Homem limpando lago com peixes mortos, Província de Hubei

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4 – Jornalista pegando amostra de água poluída do rio Jianhe Red

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5 – Poluição de uma fábrica em Yutian, East 100 km de Pequim

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6 – Trabalhadores limpando lixo flutuante no rio Yangtsé

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7 – Peixe morto em rio poluído, East Lake, Wuhan

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8 – Poluição sobre a cidade – Pequim

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9 – Criança bebendo água do córrego – Fuyuan County, Província de Yunnan

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10 – Homem caminhando pela tubulação de descarga de Águas Residuais do rio Yangtze

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11 – Foto Falsa para turistas – Hong Kong

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Fonte Foto de Capa : Reuters