sábado, 12 de novembro de 2016

Terra indígena facilita meta climática

Por Camila Faria
Vista aérea da aldeia do Demini da floresta amazônica, no alto rio Demene, na TI Yanomami, divisa dos estados de Roraima e Amazonas. Foto: Edson Sato
Vista aérea da aldeia do Demini da floresta amazônica, no alto rio Demene, na TI Yanomami, 
divisa dos estados de Roraima e Amazonas. Foto: Edson Sato



Um estudo do WRI (World Resources Institute) publicado nesta quinta-feira (6) concluiu que, de 2000 a 2012, as taxas anuais de desmatamento em áreas florestais indígenas de posse definida no Brasil foram 2,5 vezes menores do que fora desses territórios, o que pode representar uma medida eficiente e mais barata de redução de emissões.




O estudo é mais um a ratificar a importância da demarcação e homologação de terras indígenas para a proteção da floresta e do clima. Segundo o WRI, o cumprimento das metas do Brasil no Acordo de Paris (a chamada NDC) pode ser facilitado ao assegurar aos índios a posse de seus territórios tradicionais – embora a demarcação não seja uma política formalmente listada pelo governo como auxiliar no cumprimento da meta.




A pesquisa foi realizada com informações três países da Bacia Amazônica: Brasil, Bolívia e Colômbia. De acordo com os dados do WRI, é possível estimar um benefício econômico de US$ 523 bilhões a US$ 1,1 trilhão para o Brasil num período de 20 anos, com custos que chegam ao máximo de 1% dos benefícios totais.



Esses valores são calculados com base nos custos estimados de investimento em segurança de posse no país (US$ 68/ha), mitigação de carbono através de programas de posse assegurada nas áreas (US$ 8,74 a US$ 11,88 por tonelada de CO2) e a média de custos de corte de emissões por meio da captura e armazenamento de carbono fóssil, estimados entre US$ 58/tCO2 para usinas elétricas a carvão e US$ 85/tCO2 para usinas de energia a gás.



Especificamente no que diz respeito à captura e armazenamento de carbono, os custos de proteção de posse são de 5 a 29 vezes menores que os custos estimados de usinas de energia a carvão, e de 7 a 42 vezes menores que as usinas de energia a gás.



Áreas indígenas florestais homologadas evitam anualmente a emissão de 42,8 a 59,7 milhões de toneladas de CO2 no Brasil, na Colômbia e na Bolívia, afirma o WRI. Especificamente no Brasil, existe potencial para evitar a liberação 31,76 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que equivale a  6.708.778 veículos de passageiros retirados das ruas durante o período.



“Nossa pesquisa aponta que, ao assegurar a posse das terras na Colômbia, o país evita a emissão de 3 milhões a 4.6 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa quase 70% do compromisso total feito com o Acordo de Paris”, afirmou Peter Veit, diretor de Iniciativas de Direitos de Terra e Recursos do WRI e um dos coautores do estudo. “Mais nações deveriam tornar a garantia dessa posse de terras como estratégia central para o combate a mudanças climáticas”, defende.




Confirmação
O trabalho do WRI vai na mesma linha, embora use métricas de valoração diferentes, de estudos do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) sobre o assunto. Em 2015, o Ipam publicou um trabalho em parceria com a GIZ (Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional) mostranso que os territórios indígenas na Amazônia brasileira representam uma reserva de cerca de 13 bilhões de toneladas de carbono (46,8 bilhões de toneladas de CO2) – 30% do que existe estocado na floresta.




O relatório estimou que as comunidades indígenas na Amazônia terão sido responsáveis por evitar a emissão de 431 milhões de toneladas de CO2 desde 2006 até 2020, graças à proteção dos estoques de carbono em suas terras. Se fosse aplicado o mesmo valor monetário por tonelada de CO2 destinado ao Fundo Amazônia por compensação por redução do desmatamento, a contrapartida pela preservação nessas terras seria equivalente a quase R$ 7,5 bilhões, ou cerca de R$ 500 milhões por ano. Isso equivale a quase metade do orçamento do Ministério do Meio Ambiente em 2015, excluindo salários e pagamento de aposentados, segundo dados do portal Siga Brasil.



Veit também aponta que, caso os povos indígenas não tivessem a garantia de posse sobre suas áreas florestais, as emissões de CO2 para cada país teriam sido muito maiores, cerca de 9% maiores por ano na Bolívia e 3% no Brasil e na Colômbia: “Para o Brasil, essa diferença em emissões é equivalente ao total de emissões de CO2 da Irlanda no ano de 2012”, compara.




No Brasil, há iniciativas no Congresso para enfraquecer ou suspender as demarcações. A principal delas é a PEC-215, no momento adormecida na Câmara, que retira do Executivo a prerrogativa de demarcar terras indígenas e transfere-a ao Parlamento. Com o peso da bancada ruralista, a aprovação da emenda significaria na prática um congelamento das demarcações no país. Um estudo do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) publicado no ano passado estima que a PEC, sozinha, poderia causar emissões adicionais por desmatamento em terras indígenas de 100 milhões de toneladas de CO2.

Republicado do Observatório do Clima através de parceria de conteúdo. logo-observatorio-clima

ECOCINE.Berço das Aguas




Estamos muitíssimo felizes. Recebemos hoje o prêmio de Melhor Curta no ECOCINE-2016 - Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos com nosso filme Berço das Águas - Parque Nacional de Brasília.


Essa foi nossa primeira participação em festivais com o filme e vocês podem imaginar como foi nossa alegria em ser contemplados com o prêmio. Estamos muito orgulhosos. O filme foi realizado sem nenhum patrocínio, mas com o amor e dedicação de pessoas muito talentosas... Estaremos sempre muito agradecidos a vocês!!



Obrigado ao Ecocine Festival e aos seus realizadores e equipe. Só temos a agradecer pela iniciativa e acolhimento.

Limpa-plástico


O protótipo do Ocean Cleanup será testado no Mar do Norte



O Ocean Cleanup, o conjunto de barreiras flutuantes de dois quilômetros de extensão imaginadas pelo jovem (21 anos) pesquisador e ativista ambiental holandês Boyan Slat para coletar milhões de toneladas de entulho plástico que poluem os oceanos, já tem um protótipo de 100 metros pronto. O dispositivo, apresentado em junho em Scheveningen (Holanda), seguirá agora para testes no Mar do Norte.



Se tudo der certo, ele entrará em ação definitivamente em 2020, no Giro do Pacífico Norte, região de acúmulo de detritos na parte centro-norte do oceano, cujo tamanho atualmente pode chegar a 15 milhões de quilômetros quadrados.

“Trumpocalipse” não pode parar o planeta



09/11/2016

Leia reação do Observatório do clima ao resultado da eleição nos Estados Unidos

Adrees Latif/Reuters
Adrees Latif/Reuters


REAÇÕES DO OBSERVATÓRIO DO CLIMA AO RESULTADO DA ELEIÇÃO AMERICANA




“A eleição de Donald Trump, pelos interesses que ele representa, deve ter impacto sobre a ação climática dos Estados Unidos. Isto posto, a agenda climática deixou de depender de apenas um país, como no passado.



O Acordo de Paris já tem 102 ratificações, além da americana, e esses países não vão esperar pelos EUA para agir, porque isso é interesse deles. Uma economia inteira baseada em energias renováveis está em movimento no mundo, e representa uma fatia crescente do PIB e da geração de empregos nos próprios EUA.



As convicções pessoais de Trump terão, em alguma medida, de se enquadrar a essa realidade.” – Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima



“Por mais chocante que seja o resultado da eleição, e por mais que o vencedor já tenha professado seu desamor por diversos valores da democracia, um sistema democrático inclui a alternância de poder, e isso é saudável. Esta eleição, num momento em que a ação contra as mudanças climáticas no mundo finalmente começou a atingir a economia real, dá aos republicanos a chance de se reconciliarem com o resto do mundo e com a vida real. 



E, na vida real, continuamos batendo recordes de temperatura e de eventos extremos, que atingem democratas e republicanos sem distinção.” – André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário e coordenador-geral do Observatório do Clima

Jornais ajudam a decifrar subida do oceano

http://www.observatoriodoclima.eco.br/

10/11/2016

Pesquisa em recortes antigos mostra número crescente de relatos de marés altas e ressacas em Santos e Fortaleza nas últimas 3 décadas; dados devem integrar relatório de painel brasileiro do clima

Ressaca no Rio de Janeiro em 1913 (Foto: Pinterest)
Ressaca no Rio de Janeiro em 1913 (Foto: Pinterest)


CLAUDIO ANGELO
DO OC, EM MARRAKESH


Cientistas brasileiros em busca de informações sobre como o nível do mar variou no país ao longo do último século estão apelando para uma base de dados heterodoxa: na ausência de um registro sistemático de marés e ondas, eles estão usando recortes antigos de jornal.



E o que estes mostram é uma tendência crescente no número de eventos. Em Santos, no litoral paulista, o número de ressacas por ano cresceu de 1 para 10 entre 1961 e 2015. Em Fortaleza, o número de dias com ressaca subiu de 1 em 1960 para 19 em 2009.



Os dados devem compor o relatório do PBMC (Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas) sobre vulnerabilidade da zona costeira brasileira. O documento será publicado em 2017. Algumas de suas informações preliminares foram apresentadas durante a COP22, em Marrakesh, pelo climatologista José Marengo, do Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).



As séries de dados foram montadas por uma aluna de Marengo. Elas mostram que Fortaleza tem uma tendência ao aumento no número de dias com ressaca muito marcada após 1983, enquanto Santos tem picos de ocorrência em ressacas e marés altas (quando os ventos empurram mais água no sentido da costa, elevando o nível do mar) a partir do final da década de 1970 e depois, de forma muito marcada, do ano 2000 em diante.



“Estou pensando em incluí-los, mas com todos os senões”, disse Marengo ao OC. O principal deles, claro, é que não se trata de dados exatamente científicos. Buscar informações da imprensa sobre os eventos extremos, prossegue Marengo, diz mais sobre a percepção da população do que sobre a frequência desses eventos.




Por exemplo, em 1928, quando começa o registro de Santos nas hemerotecas, não havia tanto patrimônio à beira-mar que pudesse ser danificado e virar notícia. O quadro para o final do século passado e o começo deste é completamente distinto.



De qualquer maneira, há tempos a ciência se serve de registros históricos informais para ajudar a compor uma imagem de como o clima variou no passado. Essas informações vão desde anotações de temperatura do mar feitas por navegadores até registros feitos por padres na Europa no século 18 sobre calor, frio ou precipitação.




Foi graças a registros desse tipo que a grande seca que afetou o Brasil e outras partes do mundo entre 1877 e 1879 foi caracterizada. Hoje sabe-se, devido à coincidência entre os relatos, que essa seca provavelmente foi causada por um forte El Niño. Ela está na origem dos movimentos messiânicos do Nordeste do final do século 19 que culminaram na Guerra de Canudos (1896-1897).




No caso da elevação do nível do mar, um risco importante para o Brasil – que tem 25% da população vivendo no litoral – recorrer a hemerotecas e outros tipos de relato informal pode ajudar a preencher lacunas grandes. “Tivemos muita dificuldade para conseguir informação”, disse Marengo. “O registro é tão incompleto que não dá para montar um quadro.”



O país não dispõe de uma rede de marégrafos (instrumentos para medir a variação das marés) ou de ondógrafos (que medem a altura das ondas) com um registro amplo. As informações históricas que existem são pontuais e para poucas cidades. E elas têm relevância crescente para o planejamento urbano: Marengo e colegas estimaram que, em 2050, uma elevação do nível do mar de 23 cm em Santos causaria prejuízos de R$ 380 milhões só em valor de imóveis na Ponta da Praia, parte nobre da cidade.



O engenheiro Vítor Zanetti, do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), estimou em R$ 100 bilhões o patrimônio em zonas de alta vulnerabilidade a ressacas e alagamentos em Santos em 2040, caso o cenário de emissões mais altas de gases-estufa projetado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) se concretize.




No Rio, esses valores chegam a R$ 124 bilhões, segundo cálculos de Zanetti para o estudo Brasil 2040, encomendado pela extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.




A forte ressaca que atingiu toda a região Sudeste no final de outubro, essencialmente eliminando as praias da Zona Sul do Rio e enchendo de areia a Avenida Atlântica, expôs esse risco.



Em Santos, onde moradores, prefeitura e cientistas já vêm discutindo medidas de adaptação – 60% da parte insular da cidade está a até 5 metros do nível do mar –, o episódio demonstrou à população que o impacto da mudança climática é muito mais do que gráficos em relatórios científicos. “Um síndico de um prédio disse em uma das audiências que tivemos que não construiria muros na frente do edifício, porque iria estragar a fachada.



Uma semana depois, o prédio dele alagou”, conta o pesquisador do Cemaden.




Em Fortaleza, segundo Marengo, a urbanização é a maior determinante do aumento da vulnerabilidade da costa. Em 2004, uma ressaca afetou 72 mil pessoas na cidade.
Além da vulnerabilidade direta a inundações, a elevação do nível do mar traz outros riscos às cidades costeiras brasileiras. Um deles é a redução da disponibilidade de água potável devido à intrusão marinha nos aquíferos.



“As cidades costeiras já estão expostas a ressacas, erosão costeira e intrusão de água salgada. A mudança climática e a elevação do nível do mar vão provavelmente exacerbar esses riscos”, afirmam os pesquisadores do PBMC.

Esse robô sabe mais sobre vinhos do que você


Um dos únicos 230 mestres sommeliers do mundo criou um algoritmo que vai customizar a venda de vinhos online de acordo com o gosto do cliente

Nova York – Você quer comprar uma garrafa de vinho nos EUA. Você sabe mais ou menos o que quer — tintos fortes, brancos frescos –, mas quase nada além dos nomes de algumas uvas.


Você vai até a adega mais próxima, que, se for boa, terá um grande leque de opções: tintos de Oregon, da Argentina e da Itália; brancos da África do Sul, do estado de Nova York e da Califórnia; espumantes da França.


Como garantir que seu dinheiro será bem gasto? Você vai até o balcão, onde a caixa sorri antecipando-se à pergunta que ela já sabe virá: pode me ajudar?


Dustin Wilson acha que existe uma forma melhor de comprar vinhos. “Só porque um funcionário acha que um vinho é incrível isso não significa que o cliente vá gostar”, diz ele.
E ele sabe bem: Wilson é um dos únicos 230 mestres sommeliers do mundo (o documentário Somm, de 2013, retratou sua busca para chegar lá).


Em seu currículo, o trabalho de diretor de vinhos do restaurante nova-iorquino Eleven Madison Park, com suas estrelas do guia Michelin — emprego dos sonhos para um amante de vinhos, mas que ele deixou em 2015.


“Eu olhava para o panorama da venda de vinhos no varejo e imaginava o que eu poderia fazer que fosse mais promissor do que um restaurante”, diz Wilson. “O varejo não evolui há muito tempo, por isso eu queria movimentar as coisas.”


Essa inquietação resultou no Verve Wine, um site de comércio eletrônico baseado em algoritmo que será lançado em dezembro com cerca de 1.000 garrafas à venda.


Os candidatos a clientes começam visitando a loja de Manhattan de Wilson, que deverá ser inaugurada em 14 de novembro, e sentando-se com ele ou com algum de seus seis sommeliers certificados.


Cada cliente é submetido a uma sessão de perguntas e respostas sobre degustação de vinhos — as perguntas são preparadas com o cuidado de evitar jargões pretensiosos — e os resultados são inseridos em um programa personalizado.


Para os enófilos de fora de Nova York, é possível iniciar o processo com um questionário no site vervewine.com.


“O algoritmo se baseia na atribuição de valores a cada um dos componentes que consideramos importantes no vinho: acidez, nível de tanino, teor alcoólico e a presença de carvalho, ervas, flores, frutos, terra e especiarias”, diz Wilson.


Quando você cria um usuário no site da Verve, o algoritmo apresenta recomendações ajustadas ao perfil de seu gosto. Você pode classificar vinhos depois de tomá-los, também, para ajudar a refinar as opções; quanto mais você compra, melhores ficam as sugestões.
E se você prefere apenas comprar uma garrafa na Verve sem criar um perfil, está tudo bem, também — a maior parte delas sai por US$ 25 a US$ 50 na internet e pode ser entregue em todo o território americano, diz Wilson.


 

Cientistas produzem petróleo a partir do esgoto


Usando altas temperaturas e muita pressão, processo consegue em minutos algo que a natureza leva milhões de anos para fazer


São Paulo – Já pensou em encher o tanque do carro com esgoto? Em breve, isso será possível. Cientistas descobriram como transformar os resíduos que seguem vaso sanitário abaixo em combustível.



A tecnologia, chamada de liquefação hidrotérmica (HTL, na sigla em inglês), imita as condições geológicas que a Terra utiliza para criar petróleo bruto, usando altíssimas temperaturas e muita pressão. O processo consegue em minutos algo que a natureza leva milhões de anos para fazer.



Segundo os pesquisadores do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), associado ao Departamento de Energia dos EUA, o material resultante é semelhante ao petróleo bombeado do solo, com uma pequena quantidade de água e oxigênio misturado.



Esse óleo biocru, ou biopetróleo, pode ser então refinado para resultar em etanol, gasolina ou diesel. Além de produzir combustível útil, o processo poderia dar aos governos locais significativas economias de custos ao eliminar virtualmente a necessidade de tratamento, transporte e descarte de resíduos de esgoto.



“Há uma abundância de carbono em lodo de águas residuais municipais”, disse Corinne Drennan, responsável pela pesquisa de tecnologias de bioenergia no PNNL.



Potencial
As estações de tratamento de águas residuais nos EUA tratam aproximadamente 34 bilhões de litros de esgoto todos os dias. Esse montante poderia produzir o equivalente a cerca de 30 milhões de barris de petróleo por ano, de acordo com a pesquisa.


Uma avaliação independente feita pela Water Environment & Reuse Foundation (WE&RF) considera a tecnologia altamente disruptiva, por seu potencial para tratar sólidos de águas residuais.


Os pesquisadores da WE&RF observaram que o processo tem alta eficiência de conversão de carbono, com quase 60% do carbono disponível no lodo primário tornando-se biopetróleo.


A tecnologia foi licenciada para a empresa Genifuel Corporation, que agora trabalha com a empresa Metro Vancouver, em parceria com autoridades da terceira maior cidade do Canadá, a Colúmbia Britânica, para construir uma planta piloto, a um custo estimado de US$8 a US$ 9 milhões de dólares canadenses.


Confira o vídeo do processo (em inglês):

 https://youtu.be/ER4C6EapZQ4




Pesquisadores descobrem fósseis de dinossauro de 320 milhões de anos no RS


  • 12/11/2016 10h57
  • Rio Grande do Sul
Da Ansa Brasil
Um grupo de pesquisadores apresentou na quinta-feira (10) dois novos fósseis considerados precursores dos dinossauros e encontrados entre 2009 e 2010 no sítio de Buriol, em São João do Polêsine, na região central do Rio Grande do Sul.



Batizados como Buriolestes schultzi e Ixalerpeton polesinensis, o animais pré-históricos são do período triássico, ou seja, de mais de 320 milhões de anos. Eles foram achados pelos pesquisadores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas, Porto Alegre, e da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, segundo a Agência Ansa.



A descoberta também foi publicada na revista científica norte-americana Current Biology.


"Esses fósseis brasileiros trazem um novo cenário evolucionário para o início da irradiação dos dinossauros e abrem espaço para novas e desafiadoras questões", afirmou Sérgio Furtado, professor da Ulbra.



Segundo ele, a qualidade do material fóssil é raramente encontrada e pode ser considerada um achado, já que traz informações fundamentais para o entendimento da origem e evolução dos dinossauros.






"Com esse material, é possível dizer que os dinossauros e seus precursores viveram lado a lado , e que a ascensão dos dinossauros foi mais gradual, não uma rápida explosão de diversidade, levando outros animais da época à extinção", completou Max Langer, paleontólogo da USP.



Os nomes dos fósseis são uma forma de homenagear os locais onde os animais foram descobertos e o paleontólogo gaúcho César Leandro Schultz.