domingo, 30 de outubro de 2016

Em Laguna, elefante-marinho retorna ao oceano





Foto: João Baiuka
Depois de passar cinco dias na costa da Praia da Cigana, em Laguna, o elefante-marinho avistado no local e que tinha ferimentos (o que mobilizou e preocupou alguns moradores) retornou ontem ao mar.




O proprietário da Baiuka Pousada, João Baiuka, que assistiu o animal e cuidou da área de isolamento desde quarta-feira, acompanhou o momento em que o elefante-marinho retornou ao oceano. “A notícia mais esperada de toda a semana: nosso amigo guerreiro partiu para o oceano”, postou João no Facebook, onde diversas pessoas acompanhavam as postagens dele sobre o animal.



O elefante-marinho estava com ferimentos e chegou a ser analisado por uma equipe da Udesc, que esteve no local na quinta-feira. Na sexta-feira, a reportagem tentou contato com a equipe da universidade, mas o celular do professor Pedro Castilho estava fora de área.


Ao ver os vídeos do animal, antes de estar no local, o professor apontou que inicialmente os ferimentos não pareciam ser profundos e que o elefante-marinho possivelmente estaria se recuperando para retornar ao mar.



Com informações do Jornal Diário do Sul

Polícia Ambiental encontra 1,6 mil animais passando fome em Tapira, PR





Fotos: Polícia Ambiental
A Polícia Ambiental identificou uma segunda fazenda no noroeste do Paraná onde animais estão morrendo de fome. Após o flagrante em Altônia, desta vez a descoberta foi em Tapira (a 74 quilômetros de Cianorte), em uma propriedade com cerca de 1,6 mil animais.






Os animais estão magros devido à falta de comida, por isso, o proprietário da fazenda e o administrador vão responder por crime ambiental. O dono inclusive ordenou que fosse impedida a fiscalização pela Polícia Ambiental, em conjunto com um veterinário da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).



Além dos animais magros pela fome, foram encontrados seis bovinos já mortos, cinco em avançado estágio de decomposição e um que havia falecido possivelmente nessa sexta-feira, dentro de uma área de preservação permanente. Outro problema apontado foi o acesso dos animais a duas nascentes de água.



O proprietário da fazenda e o administrador devem responder não apenas por maus-tratos, mas por destruir ou danificar vegetação, impedir regeneração da vegetação e obstruir o trabalho dos policiais. Também devem ser multados pelo Instituto Ambiental do Paraná.



Altônia
O flagrante em Altônia aconteceu em agosto, com pelo menos 50 animais mortos de fome. O rebanho agonizava pela falta de alimentação e o tutor deve ser multado em R$ 1 milhão pelo IAP.
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Por Pauline Almeida

Defensores de vaquejada querem votação de PEC para permitir prática




No início do mês, o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional lei do estado do Ceará que regulamentava a vaquejada como política desportiva e cultural

Audiência conjunta das comissões de Esporte (CESPO) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) para discutir o esporte da Vaquejada, sua Evolução e o Crescimento Econômico Gerado em Torno da sua Prática. O debate reuniu manifestantes favoráveis e contrários à vaquejada. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Parlamentares, ativistas pelos direitos dos animais, vaqueiros e veterinários divergiram na terça-feira (25), sobre a prática da vaquejada em audiência pública nas comissões do Esporte e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. O debate ocorreu após manifestantes ocuparem a Esplanada em defesa da atividade.



No início do mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional lei do estado do Ceará que regulamentava a vaquejada como política desportiva e cultural. Os ministros consideraram que a prática implica “crueldade intrínseca” no tratamento aos animais.



Essa decisão da Corte acirrou os discursos de manifestantes contrários e a favor da atividade. Para as entidades em defesa dos direitos de animais, não é possível mudar a decisão do STF por meio de leis ou de proposta de emenda à Constituição (PEC). Já para os defensores da vaquejada, a mudança pode ser feita tanto por PEC quanto por um projeto de lei.



Os deputados Fábio Mitidieri (PSD-SE) e Zé Silva (SD-MG), que solicitaram a audiência, disseram que a atividade é legal, mas precisa ser regulamentada. “O Brasil tem um vácuo na legislação, a vaquejada está sendo o bode expiatório e não podemos fazer isso com uma atividade centenária”, disse Silva.


Patrimônio imaterial
Como forma de regulamentar a atividade, eles apoiam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 270/16, que classifica os rodeios e as vaquejadas e suas expressões artístico-culturais como patrimônio cultural imaterial brasileiro. O autor do texto, deputado João Fernando Coutinho (PSB-PE), defendeu a medida na reunião. “Há uma necessidade de apresentarmos a vaquejada moderna, que evita os maus tratos e aboliu de uma vez por todas o uso do chicote, evitando algo que chocava, mas hoje não existe mais”, salientou.


Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, confirmou a criação de comissão especial para analisar a PEC. Ele se comprometeu também a buscar diálogo com os ministros do STF para reverter a decisão que prejudica os vaqueiros.


Maus tratos
Contrário à vaquejada, o deputado Ricardo Izar (PP-SP) explicou que, ao decidir pela inconstitucionalidade, o Supremo fez um balanço entre dois direitos garantidos na Constituição: proibição de maus tratos aos animais e direito à manifestação cultural, optando pelo primeiro.



“O Supremo decidiu que é inconstitucional e crime porque federe a Lei de Crimes Ambientais. Como podemos transformar algo inconstitucional em esporte e patrimônio cultural? ”, questionou.



Seguindo esse raciocínio, o juiz Anderson Furlan disse que decisão do Supremo também inviabiliza a aprovação, no Senado, do projeto que estabelece a vaquejada como patrimônio imaterial (PL 1767/15). O texto foi aprovado em maio deste ano na Câmara.



“O STF decidiu que a vaquejada é intrinsecamente cruel, por isso, de acordo com as regras vigentes, não é possível que uma lei trate desse assunto”, disse.



O deputado Zé Silva observou que os efeitos da proibição ainda não podem ser mensurados, já que STF ainda não divulgou o acórdão que explica o parecer. “A discussão sobre a PEC pode ser feita na Câmara com todos os envolvidos”, defendeu.



Prática formal
O vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), Sérgio Carneiro de Novaes, refutou a alegação dos ministros do STF de que os bois eram açoitados com choques elétricos pelos vaqueiros. Ele disse que, na prática formal, o vaqueiro deve usar capacete, e o cavalo não pode sangrar, além de ser obrigatório o uso do protetor de cauda.



Já a veterinária e diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Vânia Nunes, esclareceu, por sua vez, que como a intenção é derrubar o animal, ele sofre pressões diretas sobre a coluna vertebral. “Muitas vezes um bovino sai da prova e, aparentemente, não aconteceu nada, porque a prova é rápida e o animal sai de cena. A dor, o sofrimento, a hemorragia nesses lugares vai demorar algumas horas para aparecer”, explicou.


Da Agência Câmara Notícias, in EcoDebate, 28/10/2016

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Pesquisadora canadense prova que árvores podem se comunicar




As árvores conseguem trocar carbono, água e nutrientes, conforme suas necessidades.

 
 
Durante anos os pesquisadores da área de ecologia da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, têm estudado o comportamento das árvores. Entre as descobertas está a comprovação de que as árvores conseguem se comunicar entre si, assim como ocorre com outros seres vivos, mesmo que inanimados.
 
 
De acordo com a ecologista florestal Suzanne Simard, as plantas interagem entre si e se comunicam através de uma rede subterrânea de fungos que interliga as plantas em um ecossistema. Através desta simbiose, as plantas conseguem colaborar com o desenvolvimento e crescimento mútuo, ajudam as diferentes exemplares a florescerem.
 
 
A descoberta veio a partir da observação das pequenas teias brancas e amarelas de origem fúngica identificadas no solo das florestas. Em entrevista ao site Ecology.com, Suzanne explicou o que os cientistas conseguiram descobrir a partir das análises microscópicas. Segundo ela, os fungos estão conectados às raízes das árvores. A partir desta ligação, as árvores conseguem trocar carbono, água e nutrientes, conforme suas necessidades. “As grandes árvores fornecem subsídios para as mais jovens através desta rede fúngica. Sem esta ajuda, a maioria das mudas não se desenvolveria”, explicou a cientista.
 
 
As árvores mais antigas, já desenvolvidas e de grande porte, são consideradas “árvores-mães”. São elas que gerenciam os recursos de uma comunidade vegetal, através dos fios de fungos. Essa conexão é tão forte que, conforme pesquisas da equipe de Simard, quando uma árvore deste porte é cortada, a taxa de sobrevivência dos membros mais jovens da floresta é reduzida drasticamente. A ligação chega a ser comparada à sinapse dos neurônios humanos.
 
Esta descoberta pode mudar a forma como enxergamos e lidamos com as questões florestais.
 
No vídeo abaixo Suzanne Simard explica os detalhes desta descoberta: 

 
Fonte: Ciclo Vivo

Agropecuária É Responsável Por 69% Das Emissões De Gases Do Efeito Estufa No Brasil


sábado, 29 de outubro de 2016


O setor agropecuário é responsável por 69% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, segundo balanço divulgado pelo Observatório do Clima – rede que reúne 40 organizações da sociedade civil. Estão incluídos nesse percentual os poluentes decorrentes do processo digestivo dos rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento para abertura de novas áreas para a atividade econômica.

O setor de transportes é o segundo maior emissor de gases, com 11% do total. Em seguida vem a indústria (em especial a metalurgia), com 9% e a produção de energia, incluídos a geração de energia e fabricação de combustíveis, com 7%.
 
 
 
Em 2015, as emissões brutas do país chegaram a 1,927 bilhão de toneladas de CO2, 3,5% mais do que o 1,861 bilhão de toneladas registrado em 2014. Os números são do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg) do Observatório do Clima.
 
 
Mudança de perfil
Nós últimos anos, o Brasil tem apresentado uma mudança no perfil das emissões. Apesar das mudanças do uso da terra terem crescido 11,3% em 2015, sendo o fator principal da elevação das emissões, ao longo dos últimos dez anos as relações com o solo têm perdido importância como fonte de poluentes. O lançamento de poluentes decorrentes do desmatamento, em especial para abrir terreno para pasto e plantações, caiu 69% entre 2005 e 2015. No mesmo período, os gases gerados pelo uso de energia cresceram 44%.
 
 
 
“O Brasil tem um padrão de crescimento das emissões muito parecido com outros países em desenvolvimento”, ressaltou o coordenador do Seeg, Tasso Azevedo. Para comparação, ele mencionou que no mesmo intervalo as emissões mundiais de gases estufa cresceram 15%. Ou seja, fora a redução do desmatamento, que segundo Azevedo aconteceu principalmente entre 2005 e 2010, o lançamento de poluentes no Brasil tem crescido.
 
 
 
Na análise por atividade econômica, 82% das emissões do ano 2000 estavam relacionadas à agropecuária, percentual que ficou em 69% neste ano. No mesmo período, os poluentes ligados aos transportes passaram de 6% para 11%.
Em relação às atividades agrícolas e criação de gado, que totalizaram 1,3 bilhão de toneladas de CO2 em 2015, 33% das emissões estão concentradas o Centro-Oeste. Em seguida, vem o Sul, com 20 % do laçamento de poluentes do setor e o Sudeste, com 19%. O estado com maior percentual de poluição desse tipo é o Mato Grosso (12%), seguido por Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (11%).
 
 
Fonte: EcoDebate