quarta-feira, 27 de abril de 2016

Descaso com saneamento deixa rios em alerta




Dados do monitoramento da qualidade da água em 183 rios, córregos e lagos de 11 Estados brasileiros e do Distrito Federal revelaram que 36,3% dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou péssima.

Por Mario Mantovani e Malu Ribeiro*

A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas cidades paulistas. Casas passaram a contar com cisternas e caixas da água azuis se multiplicaram por telhados, lajes e até em garagens. Em regiões mais nobres, jardins e portarias de prédios ganharam placas que alertam sobre a utilização de “água de reuso”. As pessoas mudaram comportamento, economizaram e cobraram soluções. As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos aspectos, saíram dos setores tradicionais e técnicos e ganharam espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando, de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses corpos d’água recebem diariamente.

É como se não precisássemos de cada gota de água desses rios urbanos e que a água limpa que consumimos em nossas casas, como em um passe de mágica, voltasse a existir em tamanha abundância, nos proporcionando o luxo de continuar a poluir centenas de córregos e milhares de riachos nas nossas cidades. Para completar, todo esse descaso decorrente da falta da saneamento se reverte em contaminação e em graves doenças de veiculação hídrica.

Dados do monitoramento da qualidade da água que realizamos em 183 rios, córregos e lagos de 11 Estados brasileiros e do Distrito Federal revelaram que 36,3% dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou péssima. Apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo. Divulgamos esse grave retrato no Dia Mundial da Água (22/3), com base nas análises realizadas entre março de 2015 e fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta, distribuídos em 76 municípios.

No Estado de São Paulo, de um total de 212 pontos de coleta analisados em 124 rios, 41,5% estão sem condições de usos múltiplos – abastecimento humano, lazer, pesca, produção de alimentos e manutenção ecossistêmica, entre outros – por apresentarem qualidade de água ruim ou péssima. Apenas 6,1% tem qualidade de água boa e 52,4% tem índices regulares.

A cidade de São Paulo perdeu dois pontos que, até 2015, apresentavam qualidade de água boa, localizados em áreas de manancial no Parque dos Búfalos (Represa Billings) e em Parelheiros (Represas Billings/Guarapiranga) e, infelizmente, a queda nos indicadores está relacionada à pressão por novas ocupações e mudanças nos usos do solo nas áreas de mananciais.

Esta realidade evidencia a urgente necessidade de uma ação forte e integrada dos Governo do Estado, em conjunto com os municípios e organizações civis da bacia hidrográfica, sobretudo se São Paulo realmente estiver comprometido com a meta de universalizar o saneamento básico até 2020, como anunciado.

Porém, para que essa meta não se perca como ocorreu com o Plano Nacional de Saneamento Básico, que postergou para 2033 a tão almejada universalização do saneamento no país, outra iniciativa essencial é que o Governo de São Paulo indique, por meio de decreto ou resolução, a exemplo do que fez o Governo do Estado do Paraná no ano passado, que os Comitês de Bacias Hidrográficas não enquadrem rios em classe 4.

Ao recomendar o reenquadramento dos corpos d’água em classes 1, 2 e 3, extinguindo a classe 4, o Governo de São Paulo estará consolidando as ações de saneamento em políticas públicas voltadas a ampliar os usos múltiplos da água e a capacidade de resiliência dos municípios paulistas, com metas efetivas de planejamento estratégico voltadas a não permitir mais rios “mortos” no Estado. A classificação do corpo d´água não pode espelhar a condição ambiental e de qualidade em que o rio está e sim o rio que almejamos no futuro. Queremos o Tietê e os rios paulistas vivos.

Por isto, a SOS Mata Atlântica abriu recentemente, com o apoio de diversos parceiros, a campanha “Saneamento Já!”. Todos podem participar assinando a petição pela internet, divulgando em suas redes sociais ou organizando ainda ações presenciais para coleta de assinaturas. Vamos valorizar cada gota de água limpa, diariamente. (SOS Mata Atlântica/ #Envolverde)

* Mario Mantovani e Malu Ribeiro são, respectivamente, diretor de Políticas Públicas e coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, ONG brasileira que desenvolve projetos e campanhas em defesa das Florestas, do Mar e da qualidade de vida nas Cidades.

Fonte: Envolverde

Inpe registra aumento de 52% nas queimadas e incêndios florestais em 2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016


Ação do homem e clima mais quente e seco explicam os números acima da média histórica. Mato Grosso apresenta situação mais crítica, o que indica novos desmatamentos e descontrole da fiscalização


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) já registrou 16.417 focos de queimadas e incêndios florestais no Brasil em 2016, o que representa um aumento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado. A ação do homem e o clima mais quente e seco, principalmente nos estados da região Norte, explicam os números acima da média histórica, iniciada em 1998. O mês de março, por exemplo, teve 3.799 focos de incêndio, bem superior à máxima registrada de 3.181.

“Quando você tem um clima mais seco, as pessoas se aproveitam da situação e usam o fogo com mais frequência, aumentando as chances de propagação”, explica o coordenador do Programa de Monitoramento de Queimadas e Incêndios Florestais do Inpe, Alberto Setzer.

Segundo ele, Mato Grosso apresenta a situação mais crítica. O estado lidera o ranking de queimadas e incêndios florestais em 2016. Os satélites monitorados pelo Inpe registraram, desde janeiro, 3.602 focos de incêndio, ou seja, 31% a mais que o mesmo período de 2015. Esse aumento pode estar associado a novos desmatamentos e a um possível descontrole na fiscalização.

“É preocupante, porque estamos com números muito acima do esperado, em particular em estados como Mato Grosso. Isso indica mais desmatamento, mais destruição de floresta e mais emissão de gases do efeito estufa, além de um monte de coisas ruins associadas a essas queimadas”, alerta Setzer.

O Inpe também detectou significativo aumento nos focos de incêndio em Roraima e Pará na comparação com os primeiros meses de 2015: 167% e 104%, respectivamente.

O pesquisador Alberto Setzer lembra que o período com maior incidência de queimadas e incêndios começa em julho e vai até outubro. Portanto, ainda é cedo para fazer uma previsão para o ano. “O que medimos até agora é muito pouco perto do que vai acontecer no resto do ano.”

Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Inpe trabalha com 200 imagens de oito satélites transmitidas diariamente. As informações orientam o trabalho de órgãos ambientais e de fiscalização, como o Ibama.

Fonte: Envolverde

Novo tratamento de lixo resulta em água potável, produtos para agricultura e construção civil

terça-feira, 26 de abril de 2016


Processo de Digestão Molecular de Resíduos Sólidos é criado em São José dos Campos (SP) para tratamento de lixo, chorume e recicláveis. 
Por Redação da Envolverde –

Um novo processo mecânico – químico possibilita a transformação do lixo e chorume (líquido resultante da decomposição) procedentes de residências em uma pasta que pode ser tratada de forma a servir para várias finalidades, a principal delas, água potável. Além da redução em 80% do volume bruto do lixo, outros resultantes são matéria-prima para construção civil, adubo natural e água reutilizável para jardins e limpeza de vias públicas, com pouco trabalho e sem alto custo. Também contempla triagem e desinfecção de recicláveis para comercialização ou retorno à indústria.

O biólogo Guilherme Moraes dos Santos é o idealizador do processo, denominado “Digestão Molecular de Resíduos Sólidos”. Após 12 anos de dedicação, ele conseguiu executá-lo na empresa Urbam, em São José dos Campos (São Paulo, Brasil) onde atua como gerente de projetos especiais. “Toda a estrutura física da matéria, inclusive do lixo, segue um padrão dentro do absoluto controle da luz solar”, afirma o biólogo, explicando que o processo cumpre as leis naturais de desintegração e renovação da matéria na Terra. Ele cita a frase do químico francês Antoine Laurent de Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

O intenso mau cheiro do chorume desaparece em poucos minutos de tratamento. “Este processo é uma sinergia química, na qual a molécula de hidrogênio é condicionada em uma escala energética para desintegração e renovação da matéria”, conta o biólogo. Segundo ele, usando a reação de combinação com hidrogênio no chorume, por exemplo, este líquido voltará a ser cristalino e puro. “O hidrogênio, uma molécula muito atuante no planeta, transmuta tudo que não tem utilidade para renovação da vida ou sem funcionalidade ao equilíbrio biológico do solo. Os elementos químicos nocivos tornam-se benéficos”.

Etapas do processo – As etapas envolvidas no processamento envolvem alimentação do reator com resíduos sólidos orgânicos e adição de três componentes enzimáticos. Neste processo ocorre aumento da temperatura até aproximadamente 200º C. O material resultante do reator (motor do processo) é encaminhado para uma peneira de separação entre a parte sólida e parte líquida. É prevista reutilização dos líquidos separados no reator. O material sólido é encaminhado para secagem. Posteriormente pode ser utilizado como fertilizantes e disposto em aterro tendo em vista a redução de volume, entre outros destinos.

O biólogo ainda explica que além de eliminar totalmente o odor, o processo evita gastos milionários para manutenção de aterros sanitários com mantas de alta precisão para conter a contaminação do solo. “A pasta é inerte, o que já justifica a importância deste tratamento dos resíduos que reduz em 80% o volume bruto do lixo”.  Segundo ele, a pasta concentra elementos químicos orgânicos essenciais à cadeia de nutrição do solo, plantas e vida bacteriana da terra. “É vantagem fornecê-la como fertilizante à agricultura para um resultado mais eficiente, preservando fontes de recursos da natureza, em substituição a adubos artificiais altamente impactantes”.

De acordo com Guilherme Santos, esta pasta também pode servir à construção civil, principalmente na confecção de tijolos eficientes e ultraleves para constituir paredes, telhas e artefatos de fundação de edificações. “Isso porque a pasta é constituída por fibras resistentes. Misturada a pouco cimento favorece a produção de materiais resistentes. Este conceito pode permitir soluções práticas para a destinação correta dos resíduos sólidos”, ele acentua.

Conforme o biólogo, os materiais recicláveis que vierem misturados no lixo orgânico podem ser desinfetados para destinação a cooperativas de triagem e venda ou, ainda, serem devolvidos a indústrias na forma de substâncias (borracha, cromo, tinturas, etc). Tais medidas de ‘logística reversa’ estão previstas na Lei Federal 12.305/2010 que versa sobre o Plano Estadual de Resíduos Sólidos no Brasil.



Sistema Mecânico – O sistema mecânico do processo de Digestão Molecular de Resíduos Sólidos é composto por um simples tanque dotado de um reator onde o lixo doméstico é tratado com a adição de produtos químicos em três fases do processo. Conforme o biólogo, dependendo da rigidez dos resíduos, a digestão pode ocorrer em até duas horas aproximadamente. Após o tratamento inicial,é feita a filtragem da água e a separação dos materiais recicláveis. 

Guilherme Santos explica que a pasta e água resultantes destes processos são submetidas a um procedimento extra com a finalidade de alcançar as condições de uso desejadas. “O chorume durante10 minutos em tratamento por eletrocondutividade já pode ser utilizado como água de reuso em jardins, lavagem de piscinas e outras superfícies, e por 36 horas para que a água resultante do processo seja classificada potável”, ele frisa.

Tratamento do chorume

Guilherme Santos lembra que em muitos lugares não é viável tratar o lixo doméstico e chorume juntos por razões administrativas. “Nossa fórmula resolve esta demanda por meio de condutividade elétrica e adição de elementos químicos. O lixo doméstico e orgânico é processado com uso de água do tratamento. Ele frisa que todo volume de água utilizado nesta operação provém do chorume como resultante, o que aumenta conforme a sucessão destes processos. “Não há desvantagens em toda esta sistemática”, acentua.

O biólogo Guilherme e sua equipe desenvolvem estudos para o melhor entendimento sobre as transformações da matéria onde a água se mantém em um dos seus estados (absorvida, cristalizada, capilar). “O segredo de transformação da matéria assim como sua deterioração (entropia) está precisamente relacionado à referência da luz solar sobre a matéria no planeta na qual as moléculas de hidrogênio determinam a formação de dureza, temporalidade, resistência, transmutação química, decomposição, envelhecimento, formação de vírus e principalmente renovação para novas criações na natureza”, observa.

Projeto recebe licenciamento ambiental para operação

Adotado na empresa Urbam, em São José dos Campos (SP, Brasil), o projeto de Digestão Molecular de Resíduos Sólidos recebeu licenciamento ambiental prévio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), no início do mês de abril, para operação de usina piloto destinada à transformação de resíduos sólidos urbanos orgânicos em materiais reaproveitáveis (Processo n° 57/00044/16).

Na Urbam, o processo trata inicialmente 30 toneladas de lixo por dia e 100 mil litros de chorume. Este volume de lixo representa cerca de 4% do total de resíduos por dia coletado em São José dos Campos, cerca de 700 toneladas. O tratamento,hoje, é operado manualmente. Para tanto foram investidos R$ 600 mil graças a patrocínio de três empresas que trabalham na ampliação de rodovia em São Paulo. Segundo o biólogo Guilherme Santos, o processo de tratamento pode ser automatizado para arcar com toda demanda de produção de lixo da cidade de São José dos Campos.

Veja apresentação em Render da Digestão Molecular de Resíduos Sólidos:

https://youtu.be/KiSxce-yq0k

Fonte: Envolverde

Dia da Terra, aquecimento global e emissões de carbono, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


Publicado em abril 27, 2016 por


“É triste pensar que a natureza fala e que a humanidade não a ouve”
Victor Hugo

aquecimento global e emissões de CO2

[EcoDebate] O dia 22 de abril é a data do “Descobrimento do Brasil”. Não é feriado nacional e nem uma data festiva, pois não há muito o que se comemorar no país em função da invasão portuguesa. Mas o dia 22 de abril é também considerado o Dia da Terra, data proposta pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, em 1970, para ser um momento de conscientização dos problemas gerados pela humanidade contra o Planeta e de reflexão sobre as medidas ambientais para proteger “nossa casa comum”.

No dia 22 de abril de 2016, diversos Chefes de Estado (inclusive a presidenta Dilma Rousseff) reuniram-se na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, para assinar o Acordo de Paris, aprovado na Conferência das Partes (COP-21), ocorrida em dezembro de 2015 na capital francesa. No total, 175 nações marcaram presença na ONU para assinar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas.

O presidente da França, François Hollande, afirmou que a humanidade deveria estar orgulhosa do acordo alcançado. Mas uma coisa é assinar um documento e outra é colocá-lo em prática. Não será uma tarefa fácil reduzir a principal causa do aumento das emissões de CO2 que são os gases emitidos no processo de produção e aqueles gerados pela queima de combustíveis fósseis, a produção de cimento, etc.

O CO2, não é o único gas de efeito estufa, mas é o maior componente antrópico do aquecimento global. O Acordo de Paris propõe manter aquecimento global bem abaixo de 2ºC, com vistas a 1,5ºC. Mas isto é incompatível sem a descontinuação de combustíveis fósseis e sem redirecionar o crescimento econômico exponencial, que tem trazido muita degradação para o meio ambiente.

Antes da Revolução Industrial, no século 19, a concentração média de CO2 na atmosfera era de cerca de 280 partes por milhão. Mas com o crescimento das atividades antrópicas, as emissões de gases de efeito estufa já fizeram a concentração de CO2 ultrapassar 400 partes por milhão (ppm), quando o limite seguro seria no máximo de 360 ppm.

O gráfico mostra que existe uma relação muito forte entre as emissões de carbono e o aumento da temperatura global. Entre 1880 e 1900 a temperatura estava 0,2oC abaixo da média da temperatura do século XX. Entre 1901 e 1950 a média da temperatura ficou 0,15oC abaixo da média do século passado e entre 1951 a 2000 ficou 0,15oC acima da média. Portanto, houve um aumento de temperatura, mas que alguns céticos consideravam como efeito natural.

Porém, o ano de 1998 foi o mais quente do século XX e ficou 0,63oC acima da média secular. E o que estava ruim, piorou muito no século XXI, pois a temperatura em 2015 ficou 0,90oC acima da média do século XX, um acréscimo de 0,27oC em apenas 17 anos. Para os incrédulos, e surpreendentemente, os três primeiros meses de 2016 tiveram um aumento climático extremamente elevado, não antecipado por ninguém e nenhum modelo estatístico.

O aumento da temperatura em relação à média do século XX foi de 1,04oC em janeiro, de 1,21oC em fevereiro e de 1,22oC em março de 2016, segundo dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). Ou seja, em relação ao final do século XIX, o aumento da temperatura em 2016 está quase 1,5oC mais elevada, o que é a meta de limite máximo de aumento da temperatura proposta pelo Acordo de Paris para o ano de 2100.


Não há dúvidas de que o aumento das emissões de carbono está relacionado ao aquecimento da temperatura da Terra. O mundo ultrapassou uma fronteira planetária fundamental. Talvez o Acordo de Paris apresente medidas insuficientes e tardias (“too little, too late”). Como o mundo chegou a essa situação tão grave?

A resposta é simples. Foi o crescimento demoeconômico exponencial que ultrapassou a capacidade de suporte da biosfera. Com a Revolução Industrial e Energética o mundo iniciou uma fase de aceleração nunca vista desde o surgimento do homo sapiens. O ano de 1776 pode ser considerado um marco, pois foi o ano em que James Watt aperfeiçoou a máquina à vapor, que impulsionou a indústria e deu o início ao uso dos combustíveis fósseis.

A despeito das desigualdades sociais, de 1776 a 2016, a população mundial cresceu 9,5 vezes e a economia global multiplicou por cerca de 125 vezes, conforme mostra o gráfico. Thomas Malthus estava errado, pois os meios de subsistência cresceram mais rápido do que a população, reduzindo as taxas de mortalidade, melhorando as condições de vida e ampliando os direitos de cidadania.

Em 240 anos, o crescimento anual da população ficou em torno de 0,9% ao ano e a economia em torno de 2% ao ano. Sendo que o período de maior crescimento demoeconômico ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial, quando a população passou de cerca de 2,5 bilhões de habitantes para quase 7,5 bilhões de habitantes em 2016 e a média anual de crescimento do PIB ficou acima de 3,5% ao ano. O consumo de matérias primas e de recursos naturais cresceu de maneira exponencial. Este processo trouxe muito lucro para a humanidade, mas provocou grandes prejuízos para a natureza e a biodiversidade.

A COP-21 reconheceu que o aquecimento global gera acidificação dos oceanos, acelera a perda de solos férteis e eleva o nível dos oceanos, sendo um grande perigo para a civilização e o meio ambiente. Porém, não abordou de maneira adequada as causas que geram este aquecimento que é o crescimento demoeconômico desregrado promovido pelo processo de acumulação de capital e riqueza.

crescimento da economia global e da população mundial

Outro fator do aquecimento são as queimadas e o desflorestamento. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) já registrou 16.417 focos de queimadas e incêndios florestais no Brasil em 2016, o que representa um aumento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado. A substituição de áreas de floresta por áreas de pasto para o gado é um fator que agrava as emissões de gases de efeito estufa.

Não custa lembrar que a maior concentração de carbono na atmosfera contribui para a redução da biocapacidade dos ecossistemas. O aquecimento global também provoca o desgelo dos polos e dos glaciares elevando o nível dos mares e tornando os oceanos mais revoltos.

Os cariocas constataram isto na semana passada. No dia 21 de abril (feriado nacional e aniversário do enforcamento de Tiradentes no Rio de Janeiro) um trecho da ciclovia Tim Maia, desenhada para ir do Leme ao Pontal, caiu não só por possíveis erros de projeto e execução, mas também em função das fortes ondas de São Conrado. A revolta do mar tem sido um fenômeno cada vez mais frequente. Por ironia, no dia em que a tocha olímpica era acesa na Grécia, duas pessoas morreram em uma obra inaugurada antes das Olimpíadas 2016. Triste legado.

Em artigo publicado mês passado no periódico Atmospheric Chemistry and Physics Discussion, o cientista James Hansen e colegas (2016) afirmam que o aumento da temperatura em 2ºC pode ser extremamente perigoso, pois pode gerar super furacões e elevar o nível do mar, no longo prazo, em vários metros, ameaçando as áreas costeiras em geral, especialmente as mais povoadas.

Está cada vez mais evidente que não basta mudar a matriz energética, descarbonizar a economia e promover uma maquiagem verde no processo de produção e consumo. É preciso, urgentemente, colocar na ordem do dia o debate sobre os meios de se promover o decrescimento das atividades antrópicas e o decrescimento das desigualdades sociais. Senão, a estrutura que sustenta a civilização (assim como a ciclovia Tim Maia) pode colapsar e levar junto todas as conquistas do progresso civilizatório.

A economia depende da ecologia e não o contrário. Os desastres, geralmente, não são naturais. Mundo rico em Planeta pobre é uma coisa inviável. Não é a natureza que está ameaçando o ser humano. O ser humano está se autodestruindo ao destruir a natureza.


Referências:
MARTINE, G. ALVES, JED. Economia, sociedade e meio ambiente no século 21: tripé ou trilema da sustentabilidade? R. bras. Est. Pop. Rebep, n. 32, v. 3, Rio de Janeiro, 2015 (português e inglês)
ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo quindênio (2015-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2015, vol.32, n.3, pp. 587-598. ISSN 0102-3098.

ALVES, JED. Cadê o legado esportivo da Olimpíada do Rio de Janeiro? Ecodebate, 16/03/2016
HANSEN, J et. al. Ice melt, sea level rise and superstorms: evidence from paleoclimate data, climate modeling, and modern observations that 2 ?C global warming could be dangerous. Atmos. Chem. Phys., 16, 3761–3812, 2016

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

in EcoDebate, 27/04/2016
"Dia da Terra, aquecimento global e emissões de carbono, artigo de José Eustáquio Diniz Alves," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/04/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/04/27/dia-da-terra-aquecimento-global-e-emissoes-de-carbono-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/.

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20 fotografias onde a natureza é quem te olha




Quantas vezes você percebeu o quão bela é a natureza ao seu redor? Certamente na rotina de sua vida simplesmente não lhe sobra tempo para esses ’detalhes’.
Para fazê-lo participar de tal beleza, o Incrível.club divide com você uma seleção de fotografias impressionantes. Os autores conseguiram capturar o cativante olhar da natureza: de alguns animais olhando diretamente à alma.



























Tradução e adaptação: Incrível.club

O Valor das Áreas Protegidas.

Geovana Neves Madruga

Publicado em abril 26, 2016 por


opinião

[EcoDebate] O Projeto de Lei nº 792/2007, que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), está em discussão no Congresso Nacional há quase dez anos. Ele é uma forma de compensar e incentivar aqueles que decidem proteger as matas de suas propriedades. Felizmente, na falta de uma política nacional, algumas louváveis iniciativas estaduais e municipais, públicas e privadas, têm surgido pelo país.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA) do Paraná prevê lançar até abril uma chamada pública para interessados em participar do primeiro edital de PSA do Estado. Cerca de R$ 3 milhões ­– recursos provenientes de compensações ambientais – serão destinados a Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). A RPPN é uma categoria de unidade de conservação privada, em que o proprietário assume voluntariamente o compromisso de proteger a natureza. Existem no Paraná 244 RPPNs – e 15 delas estão em plena capital. No Brasil inteiro, são mais de mil.

Mas manter uma área protegida é custoso e torna-se um desafio especialmente para os pequenos proprietários. Algumas dessas áreas sobrevivem graças a parcerias bem-sucedidas entre seus donos, organizações não governamentais e o setor privado. Um exemplo é a Mata do Uru, RPPN de 128 hectares na região da Lapa (PR) que, ao lado dos quase 300 hectares do Parque Estadual do Monge, forma uma relevante área preservada de Floresta Araucária. Ali permanecem protegidas espécies de flora e fauna, muitas delas ameaçadas de extinção.

Além da conservação em si, essa parceria tripartite, que dura há mais de dez anos, viabilizou a realização de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental destinadas sobretudo a estudantes dos níveis fundamental e médio.


Proteger remanescentes florestais é essencial para a conservação da biodiversidade e dos serviços fornecidos a nós por esses ecossistemas – regulação climática, proteção do solo, polinização, disponibilidade hídrica, matérias-primas, lazer, entre outros. Há quase 20 anos, o economista americano Robert Constanza calculou o valor econômico de 17 serviços obtidos de 16 biomas do mundo e o resultado, considerado uma estimativa conservadora, foi a cifra de US$ 33 trilhões, quase duas vezes o PIB mundial da época.

Um exemplo é a Amazônia, bioma megadiverso que abriga milhares de espécies, mas que também é responsável por cerca de 70% das chuvas no Sudeste e no Sul do Brasil. Pesquisas já mostraram a relação entre o desmatamento da Amazônia e a crise hídrica que assombra o país.

Por contribuir para a manutenção, a estruturação e a ampliação dessa riqueza – a natural e a econômica – o PSA surge como uma forma de apoio importantíssimo. Talvez com ele o Brasil possa, de fato, honrar o compromisso assumido em 2010 ao assinar as Metas de Aichi. No papel, o país superou a meta de proteger 17% do território terrestre.


Mas em 2015, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que apenas 15% das áreas protegidas brasileiras contam com gestão adequada (faltam recursos financeiros, humanos, infraestutura e, em alguns casos, há até conflitos fundiários). Com o PSA, os objetivos de conservação podem ser alcançados com mais êxito. Porém, para a expansão desse instrumento, uma política de âmbito nacional ainda é necessária.


* Geovana Neves Madruga é coordenadora de Responsabilidade Social do Instituto Positivo

Colaboração de Bruna Zembuski, in EcoDebate, 26/04/2016
"O Valor das Áreas Protegidas, artigo de Geovana Neves Madruga," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 26/04/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/04/26/o-valor-das-areas-protegidas-artigo-de-geovana-neves-madruga/.

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Estão calando aos poucos as raízes indígenas: a memória oral é um caminho necessário

 artigo de Sucena Shkrada Resk

Publicado em abril 27, 2016 por


artigo

Quando anunciam que dezenas de línguas indígenas podem morrer, como centenas já desapareceram no Brasil, dá uma sensação de vazio. O processo de extermínio das raízes vem se acelerando, desde o “Descobrimento do Brasil”, quando se estima que havia o registro entre 1.500 e 2.000 línguas presentes.  Hoje chegam a um universo entre 150 e 180. O que se vê é que as novas gerações estão cada vez mais distantes dos seus ancestrais.


A recuperação, por meio da memória oral, é uma das estratégias fundamentais para  tentar frear esta ruptura cultural na contemporaneidade. A tecnologia, que hoje é vista como uma das propulsoras deste perigo, pode ser convertida em benefício, se utilizada para este fim. Mas a pressão da urbanização e da monocultura e pecuária extensivas, entorno dessas terras, trazendo todo tipo de conflito, ainda é um dos principais males que afligem estes povos.


O projeto Vídeo nas Aldeias, que capacita os próprios índios a serem seus pauteiros, roteiristas, cinegrafistas e diretores é um caminho interessante para esta recuperação. Durante seu histórico, já foram produzidos documentários dos Ashaninka, Atroari, Enawenê-Nawê, Fulni-ô, Guarani-Mbya, Ikpeng, Kuikuro, Panará e Xavante, entre outros.


O Museu do Índio em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no RJ, também mantém o Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas-PROGDOC. As iniciativas envolvem dossiês lingüísticos com publicações, todo material de áudio e vídeo produzido durante as viagens a campo pelas equipes de pesquisadores de línguas indígenas com aprovação das comunidades envolvidas. Até 2015, foram 13 línguas documentadas. Mas todas estas ações dependem de financiamento e isso não pode sair de vista: a necessidade de maior investimento.


Fazer trabalhos organizados de educomunicação, que tenham dinâmicas que envolvam áudio, vídeo e escrita também são alternativas que podem promover esses estímulo para esta valorização. Em qualquer circunstância, o indígena tem de ser autor desse processo histórico e o branco, um facilitador, se for necessário.


Os dados do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que  37,4% dos 896.917 brasileiros que se declararam como índios falam a língua de sua etnia e 17,5% desconhecem o português. Ao mesmo tempo, há um fluxo migratório, traduzido pela declaração de 36%, que se estabeleceram em cidades e desse percentual, apenas 12,7% falam a língua. Apesar das escolas bilíngues serem oficializadas no papel, sob a coordenação do Ministério da Educação (MEC), muitas têm dificuldades de serem exercidas na prática. Há falta de suporte básico, quando se vê os problemas no dia a dia.


Quando menos de mil pessoas detêm o domínio de sua língua, aí está o sinal de que a mesma está ameaçada, de acordo com critérios internacionais. No Brasil, há também outras métricas, como do Museu Paraense Emilio Goeldi, que faz o recorte no limite de 100. Mas independente destes critérios, o que é um fato em comum: se nada for feito, as próximas gerações indígenas perderão suas conexões históricas e culturais. Estima-se que anualmente uma língua indígena tende a desaparecer nos próximos anos.


Aqui no Noroeste do estado do Mato Grosso, Amazônia, onde estou trabalhando e vivendo há um ano e quatro meses, isso ocorre, por exemplo, com o povo Rikbaktsa, que se divide em três aldeias, e falam o Rikbaktsa, do tronco Macro-Jê.  Segundo a Unesco,  o perigo é acentuado.


Em 2011, foi feito um levantamento pelo Museu do Índio, do perfil tipológico da língua Rikbaktsa, dentro do Projeto de Documentação da Cultura. Na ocasião, os pesquisadores não tiveram condições de fazer o levantamento no Território Indígena Escondido, onde estou mais próxima, e conheço representantes da aldeia local. De acordo com os pesquisadores, durante a atividade, pôde ser observado que na casa dos homens (mykyry), onde fazem plumárias, flechas e degustam caças das quais contam os pormenores das caçadas e onde se ensina mais intensamente todas estas atividades aos mais jovens, o idioma nativo é mais cultivado. Segundo o Museu Emilio Goeldi, no caso dos Apiakás, também em MT, o último falante fluente morreu, em 2010, aos 70 anos.


Segundo especialistas, no inventário de perdas recentes, estão a da língua xipaia, de povo da região de Altamira (PA) e dos guató. Ao mesmo tempo, há alguns casos de resiliência, como o do povo Fulni-ô, no Nordeste, que está conseguindo manter a sua língua.


Para organizar essa documentação imensa, a academia e alguns órgãos internacionais e nacionais desenvolvem trabalhos de registros das línguas indígenas, que são importantes para que esta memória não se perca. Entre eles, estão:

Atlas das Línguas da Unesco;
Línguas Indígenas no Site do ISA;
– Portal Ethnologue.com
Site do Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas da Universidade de Brasília.


Estas iniciativas são importantes, mas não cobrem a lacuna maior que envolve o contexto de autonomia indígena, que sofre pressões pelo modelo de desenvolvimento que vivemos.


Sucena Shkrada Resk é jornalista, formada há 24 anos, pela PUC-SP, com especializações lato sensu em Meio Ambiente e Sociedade e em Política Internacional, pela FESPSP, e autora do Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk (http://www.cidadaosdomundo.webnode.com), desde 2007, voltado às áreas de cidadania, socioambientalismo e sustentabilidade.

in EcoDebate, 27/04/2016
"Estão calando aos poucos as raízes indígenas: a memória oral é um caminho necessário, artigo de Sucena Shkrada Resk," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/04/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/04/27/estao-calando-aos-poucos-as-raizes-indigenas-a-memoria-oral-e-um-caminho-necessario-artigo-de-sucena-shkrada-resk/.

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PET SHOP causa lesão séria em cão sob seus cuidados

OLHAR ANIMAL

Pet shop pagará indenização de 5 mil à tutora de cão



O animal teve um ferimento no olho esquerdo durante o tempo que estava sob os cuidados do pet shop.


Sentença proferida pelo juiz da 15ª Vara Cível de Campo Grande, Flávio Saad Peron, condenou um pet shop ao pagamento de R$ 5.000,00 de danos morais, mais R$ 283,33 de danos materiais à cliente que teve seu animal ferido quando se encontrava no estabelecimento para tomar banho.


Alega a autora que no dia 27 de julho de 2012 contratou os serviços da ré, que buscou em sua residência seu cachorro da raça poodle para lhe dar banho e devolvê-lo no fim da tarde. Estranhando a demora, afirma que telefonou para o pet shop e este sustentou que o animal apresentou uma irritação alérgica ao novo xampu utilizado no banho, mas que o animal já fora medicado. Tal informação, no entanto, gerou estranheza na autora, que sempre enviava xampus e materiais de limpeza particulares para serem usados em seu cão.


Relata que, por volta das 18h30, a ré lhe entregou seu cão e a autora verificou que este estava com uma grave lesão no olho esquerdo. No dia seguinte, como não houve melhora, buscou tratamento veterinário, sendo diagnosticado com lesão grave. Sustenta que a ré lhe acarretou danos materiais com o tratamento do animal, além de dano moral.


Em contestação, o pet shop sustentou que não havia prova de que a lesão do animal tenha sido causada por seus funcionários, e a mesma pode ter ocorrido em momento anterior à prestação do serviço. Alega ainda que se propôs a prestar auxílio à autora, que se recusou a aceitar. Desse modo, argumenta que não há provas dos danos alegados.


Sob o caso, o juiz destacou que o funcionário da ré que buscou o cachorro na casa da autora não registrou qualquer comentário quanto à existência de lesão no olho do animal. Por sua vez, as fotografias revelam que o ferimento no olho esquerdo do animal era bastante evidente.


Desse modo, continuou o magistrado, o fato “de a ré não ter efetuado nenhum registro quanto à existência da lesão na ocasião em que retirou o cão na residência da autora, conduzem inexoravelmente à conclusão de que o ferimento do cachorro efetivamente ocorreu em um momento compreendido entre o instante em que ele foi retirado pela ré, na casa da autora, e o instante em que o empregado da ré notou a lesão, durante o banho do animal”. E, por sua vez, a empresa ré não demonstrou qualquer indício de que o cão já estava ferido.

Assim, afirmou o juiz que a ré deve arcar com os custos comprovados pela autora para o tratamento do animal. Do mesmo modo, julgou procedente o pedido de danos morais, pois “é de conhecimento que as pessoas desenvolvem uma forte relação de amor, afeto, amizade com seus animais de estimação e que, ao vê-los sofrer, experimentam tristeza profunda e abalo emocional, que consubstanciam dano moral, passível de reparação”.


Fonte: MS Notícias

São Paulo ganha 1.000 novas árvores originais da Mata Atlântica

Vida Sustentável

O projeto prevê o plantio de mudas nativas e que já existiram na Marginal Pinheiros.
25 de April de 2016 • Atualizado às 17 : 31
São Paulo ganha 1.000 novas árvores originais da Mata Atlântica
Ricardo Cardim, Dr. Árvore, e Parameswaran R., Head de Recursos Humanos da TCS Brasil. | Foto: Divulgação





Receber de volta a vegetação que existia há 80 anos no entorno do Rio Pinheiros, uma das regiões mais poluídas da maior metrópole do país, para viver em harmonia com a cidade construída. Esse é o projeto da maior floresta de bolso já feita em São Paulo, financiada pela Tata Consultancy Services (TCS) – empresa de consultoria de serviços de TI. 

 Localizado no canteiro da Ponte Cidade Jardim, na Marginal Pinheiros, o plantio tem como objetivo restaurar a fauna e a flora do local, com 1.000 mudas de 70 espécies diferentes de árvores da Mata Atlântica.

Antes de chegar ao projeto final da floresta de bolso é feita a arqueologia botânica, que visa, por meio de pesquisas históricas e de campo, descobrir e trazer de volta a vegetação que cobria determinado local antes de o mesmo virar cidade, oferecendo uma série de benefícios para toda a sociedade.


Entre eles:
– Comporta-se como um “bomba” de biodiversidade em uma cidade que tem 90% da vegetação de origem estrangeira;
– Espalha as sementes para outros locais, por meio dos pássaros e do vento, incluindo espécies ameaçadas de extinção na cidade;
– Trabalha como um grande umidificador e filtro de ar, pois melhora a qualidade de vida do entorno;
– Minimiza a poluição sonora;
– Diminui a temperatura da região, funcionando como um grande ar condicionado natural;
– Ajuda a segurar até 70% da água da chuva, alimentando as nascentes e evitando enchentes;
– Atrai inúmeros pássaros diferentes, como o Tucano de Bico Verde – uma espécie simbólica da Mata Atlântica e que desapareceu de São Paulo.


A área engloba mais de 1.000 metros² de terreno e há bastante movimentação de pedestres, mas o fluxo maior é de veículos no entorno do canteiro. “Essa região é altamente poluída e a maioria das árvores que hoje faz parte da paisagem é importada. O projeto prevê o plantio de mudas nativas e que já existiram na Marginal Pinheiros, com o objetivo de restaurar a fauna e a flora do local”, explica Tushar Parikh, Country Head da TCS Brasil. “As mudas têm aproximadamente 1,5 metro de altura, mas já farão diferença na paisagem”, acrescenta Tushar. Hoje, o local só tem grama. A ideia é que no máximo em dois anos as árvores já alcancem seis metros de altura.


“A floresta de bolso é uma solução ambiental muito eficiente para a realidade brasileira, já que envolve um sistema de plantio que reproduz a dinâmica natural da Mata Atlântica com uma grande diversidade de espécies e densidade, fazendo com que a floresta cresça muito rápido”, esclarece Ricardo Cardim, botânico responsável pelo projeto e conhecido como ‘Dr. Árvore’.


O botânico enfatiza a importância de um investimento como esse. “A TCS está promovendo o resgate ambiental e histórico de São Paulo, e deu um grande presente para todos que vivem na cidade. Estamos falando de uma floresta de Mata Atlântica original e que está ameaçada de extinção, pois hoje 90% do verde que temos aqui é de plantação estrangeira, sendo plantada em um lugar simbólico da metrópole”.


A TCS incentiva que seus profissionais levem as famílias, principalmente as crianças, para participarem do plantio. “Elas são o futuro do planeta e esse momento ficará para sempre em suas memórias. Imaginem que, quando crescerem, passarão pelo local e poderão falar que já plantaram uma árvore ali”, diz Parameswaran R., Head de Recursos Humanos da TCS Brasil. “Além disso, vale destacar que a TCS Brasil reflete uma prática global ao incentivar seus colaboradores a participarem de iniciativas fora do ambiente corporativo e que tenham relação com a comunidade onde vivem, gerando benefícios tanto para eles como para toda a sociedade. Há excelentes projetos da TCS que também envolvem a fauna e a flora em todo o mundo”, finaliza o executivo.


O plantio
Voluntários da TCS. | Foto: Divulgação
Voluntários da TCS. | Foto: Divulgação

O plantio será dividido em dois momentos diferentes. No último sábado, dia 23 de abril, cerca de 150 colaboradores da TCS e suas famílias plantaram a maior parte das mudas no local. Ainda essa semana no dia 28 de Abril (quinta-feira), o CEO Global da TCS, N. Chandrasekaran, e o CEO da companhia para a América Latina, Henry Manzano participam da segunda etapa do projeto, finalizando o plantio.


Todos poderão plantar o maior número de árvores que conseguirem. O botânico e a empresa responsável pelo plantio e manutenção do espaço também estarão presentes nas duas ocasiões.

Casal troca presentes de casamento por ração para animais abandonados

Em vez de presentes, um casal de São Paulo pediu algo diferente no seu casamento: doações de ração para ajudar animais abandonados. A iniciativa foi da atriz Viviane Fernandes e o empresário Fabiano China, e eles foram atendidos. Os convidados aderiram à ideia e foram arrecadados mais de 200 quilos de ração que já começaram a ser distribuídas para protetores e também  moradores de rua que cuidam de animais carentes.


“Fomos entregar o convite de casamento para um casal de amigos do meu noivo e quando me perguntaram o que queríamos de presente, me deu um start e eu disse ração!  Então e-mails foram enviados aos convidados falando sobre a doção de ração e explicando nosso intuito de ajudar de fato a causa. Tivemos muita ajuda de amigos que sempre quiseram fazer algo mas não sabiam por onde começar”, disse a atriz.


SP taboao upload 18525Foram arrecadados 200 quilos de ração que já começaram a ser distribuídas (Foto: Cynthia Gonçalves)
“Eu sempre amei animais, tive gato, cachorro e até galinha, infelizmente no país em que vivemos as pessoas que dispõem do seu tempo para ajudar um animal de rua sofre muito preconceito, eu já passei por isso e por muito tempo fiz tudo escondidinha.  Poder falar abertamente deste tipo de amor em meu casamento foi algo muito importante, ficamos surpresos em ver que nossos amigos abraçaram nosso projeto e nos ajudaram a arrecadar tanta ração”, concluiu Viviane.

Segundo Fabiano China o projeto não vai parar, a cada três meses mais rações serão doadas pelos amigos e parceiros e o casal sairá distribuindo para ajudar os animais que tanto necessitam.

Neste fim de semana o projeto Patre foi convidado pelos noivos a indicar e acompanhar a entrega de parte das doações para protetores independentes de Taboão e Região.

“Estamos muito felizes pela iniciativa desse casal tão querido que chegou até nós pela página e sem nenhum tipo de vaidade. Apenas disseram que queriam doar a ração que arrecadaram. Só soubemos que a Vivi era uma personalidade pública quando chegamos para reunião”, disse Cynthia Gonçalves a idealizadora do Patre.

“Confesso que fiquei tocada pela iniciativa e pelo amor com que a Vivi e o China nos receberam e falaram de seu projeto. Pensar em ajudar animais numa data tão importante quanto o casamento, não é pra qualquer pessoa”, concluiu a protetora.


Fonte: Portal O Taboanense

15 exemplos de construções em harmonia com a natureza

http://incrivel.club/inspiracao-dicas/15-exemplos-de-construcoes-em-harmonia-com-a-natureza-39355/



Pássaro raro sobrevive a duas flechadas e surpreende equipe de resgate

conteúdo anda


26 de abril de 2016 às 19:20

Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Foto: Reprodução/Linden Baker-Facebook
Foto: Reprodução/Linden Baker-Facebook

Imagens surpreendentes mostram um pássaro raro que sobreviveu com duas flechas atravessadas na asa e no peito. O alcaravão foi resgatado na praia de Airlie, em Queensland, e teve muita sorte em resistir.

“Nosso pequeno alcaravão é um sobrevivente e tanto,” disse Dianne Jessop, da Fauna Rescue Whitsunday.

Os veterinários acharam incrível a forma como as flechas não atingiram os ossos e as artérias. Agora o pássaro está recebendo antibióticos e analgésicos e, se continuar evoluindo bem, poderá ser libertado em aproximadamente três semanas.

O caso repercutiu nas redes sociais e os usuários especulam que o animal foi atingido de propósito. “Que coisa mais cruel, absurdo saber que fazem isso contra a vida selvagem,” comentou a internauta Kathy Mark.

“São pássaros extremamente dóceis, não acredito que alguém foi capaz de fazer isso,” escreveu Jane Baltzars. A organização RSPCA declarou estar surpresa com a sobrevivência do pássaro e comentou que cada vez mais aves estão sendo caçadas com arco e flecha na região, segundo a ABC.

“Na maioria das vezes, os animais atingidos por flechas não morrem na hora, agonizando por horas e até dias,” disse o porta-voz da RSPCA Michael Beatty. “Infelizmente resgatamos gambás, gatos, aves, cangurus, coalas e vários outros animais feridos por flechas, vagando com o objeto atravessado no corpo e sentindo muita dor.”

Homem que é homem não mata, SALVA, CUIDA, PROTEGE!

https://www.facebook.com/bedirhangokcesayfasi/videos/833671366661984/