terça-feira, 12 de abril de 2016

Energias renováveis batem recorde em 2015

sexta-feira, 8 de abril de 2016


O ano de 2015 foi recorde tanto para a energia eólica como para a solar, em grande parte devido a uma queda contínua nos custos da tecnologia.


Por Redação da Envolverde –

Abu Dhabi, U.A.E., abril de 2016 – A capacidade de produção de energias renováveis aumentou 152 gigawatts (GW) ou 8,3% em 2015, a mais alta taxa de crescimento anual já registrada, de acordo com os mais recentes dados divulgados pela Agência Internacional de Energias Renováveis ​​(IRENA). Segundo a edição de 2016 do relatório “Estatísticas sobre a Capacidade das Renováveis”, no final de 2015 havia 1.985 GW de capacidade de geração renovável em todo o mundo.

“A implantação de energias renováveis ​​continua a crescer ao redor do mundo, mesmo diante dos baixos preços do petróleo e do gás. Os custos decrescentes das tecnologias e uma série de fatores econômicos, sociais e ambientais estão favorecendo as energias renováveis ​​em relação às fontes convencionais”, explicou o Diretor-Geral da IRENA, Adnan Z. Amin. “Este crescimento impressionante, juntamente com o recorde de US$ 286 bilhões investidos em energias renováveis ​​em 2015, envia para investidores e formuladores de políticas um forte sinal de que as renováveis são agora a melhor opção para a geração de energia em todo o mundo.”

O ano de 2015 foi recorde tanto para a energia eólica como para a solar, em grande parte devido a uma queda contínua nos custos da tecnologia. No caso da energia eólica, o crescimento de 63 GW (17%) foi impulsionado por uma redução de até 45% no preço das turbinas terrestres desde 2010. A capacidade solar, por sua vez, aumentou em 47 GW (37%) graças à queda de até 80% nos preços dos módulos solares fotovoltaicos nesse período. Já a capacidade hidrelétrica aumentou 35 GW (3%), enquanto a capacidade de bioenergia e a de energia geotérmica aumentaram 5% cada (5 GW e 1 GW, respectivamente).

De maneira geral, a capacidade aumentou em cerca de um terço ao longo dos últimos cinco anos, com a maior parte desse crescimento vindo de novas instalações de energia eólica e solar.

Em termos de distribuição regional, o crescimento mais rápido na capacidade de geração de energias renováveis se deu em países em desenvolvimento. A América Central e o Caribe tiveram uma expansão de 14,5%. Na Ásia, onde o crescimento foi responsável ​​por 58% da nova capacidade global de geração de energia renovável em 2015, a expansão foi de 12,4%. Na Europa, as renováveis aumentaram 24 GW (5,2%) e 20 GW (6,3%) na América do Norte.

“As significativas taxas de crescimento de capacidade em economias em desenvolvimento são uma prova das fortes perspectivas de negócios para a energia renovável”, disse Amin. “As energias renováveis ​​não são apenas uma solução para os países industrializados – elas também estão favorecendo o crescimento econômico nas economias de mais rápido crescimento no mundo em desenvolvimento.”

No final do ano, a energia hidráulica foi responsável pela maior parcela do total da capacidade global de geração de energia renovável, com uma capacidade instalada de 1.209 GW, a maioria dos quais vindo de usinas de grande escala. As energias eólica e solar foram responsáveis pela maior parte do restante, com uma capacidade instalada de 432 GW e 227 GW, respectivamente. Outras energias renováveis ​​includm 104 GW de bioenergia, 13 GW de energia geotérmica e cerca de 500 MW de energia marinha (marés, das ondas e do oceano).

Destaques por tecnologia

Hidroenergia: Em 2015, três quartos da nova capacidade hídrica foram instalados no Brasil, China, Índia e Turquia (26,3 GW no total). Mais do que um GW de nova capacidade também foi instalado na Europa, América do Norte e do Médio Oriente (Irã), mais 550 MW na África.

Eólica: Cerca de 95% da capacidade eólica agora está localizadas na Ásia (China e Índia), Europa e América do Norte; e 90% da nova capacidade foi instalada nessas regiões em 2015 (57,1 GW). A energia eólica também está começando a expandir-se rapidamente em outras regiões, como a América do Sul, onde a capacidade aumentou 3,1 GW (40%) em 2015.

Bioenergia: Quase 40% da capacidade de bioenergia está na Europa, com mais de 30% na Ásia e no restante dividido igualmente entre o Norte e América do Sul. Crescimento em 2015 foi igualmente distribuído, com um aumento de 1,8 GW na Europa, 1,7 GW na Ásia e o restante em outros lugares.

Solar: O grande avanço da energia solar em 2015 foi o aumento de 48% na Ásia, com 15 GW de nova capacidade instalada na China e outros 10 GW no Japão. Um aumento de 8 GW na América do Norte também ultrapassou o nível de novas instalações na Europa (7,6 GW) pela primeira vez. A energia solar também se expandiu significativamente na Oceania e na África, com adições de 1 GW e 0,9 GW, respectivamente. No final de 2015, a Europa representou 43% da capacidade solar global, com outros 40% na Ásia (principalmente China e Japão) e 13% na América do Norte.

Geotérmica: sua capacidade aumentou em cerca de 600 MW em 2015. Quatro países (Itália, México, Turquia e Estados Unidos) foram responsáveis ​​por quase todo este aumento.

A edição de 2016 do relatório Estatísticas sobre a Capacidade das Renováveis oferece os números mais abrangentes, atualizados e acessíveis sobre a capacidade das energias renováveis. Ele inclui números de 2000 a 2015 e contém 13.546 dados pontuais de mais de 200 países e territórios.

Fonte: Envolverde

Homologação da Terra Indígena Cachoeira Seca pode ajudar a frear desmatamento no oeste do Pará

segunda-feira, 11 de abril de 2016


A homologação da Terra Indígena Cachoeira Seca pode ajudar a frear o desmatamento no norte da região conhecida como Terra do Meio, no oeste do Pará. É o que espera o secretário executivo do Instituto Socioambiental (ISA), André Villas-Bôas.


O governo federal homologou esta semana a demarcação da terra indígena e destinou a posse permanente e o usufruto exclusivo da área aos índios Arara. O território de mais 730 mil hectares está localizado nos municípios paraenses de Altamira, Placas e Uruará. A demarcação de uma terra para os Arara era umas das condicionantes para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. A etnia foi considerada grupo vulnerável pelos estudos de impacto da usina, segundo parecer técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai).

“A terra indígena também é sinônimo de proteção da natureza e é uma situação que se verifica por toda a Amazônia. Podemos perceber que onde tem terra indígena tem floresta de pé”, disse Villas-Bôas.

Villas-Bôas destaca, entretanto, que a homologação da terra indígena não é uma iniciativa relacionada à obra de Belo Monte, mas uma obrigação constitucional do governo que não vinha sendo cumprida e que entrou como condicionante para a construção da usina.

Além disso, segundo Villas-Bôas, as invasões às terras indígenas e o desmatamento estavam crescendo nos últimos anos na região. “É espantosa a exploração ilegal de madeira naquela região e a impunidade com os madeireiros. Espero que agora o governo desdobre sua decisão [da homologação] nas ações necessárias para a proteção daquela área”, disse.

Segundo o ISA, a taxa de desmatamento está em ritmo acelerado e cresceu 41% em toda a Terra do Meio, entre agosto de 2014 e julho de 2015. A área com corte raso passou de 13,1 mil hectares para 18,5 mil hectares.

O secretário executivo do instituto disse ainda que outra condicionante para a construção da Usina de Belo Monte é o investimento na proteção das áreas de floresta da região. Villas-Bôas espera que os recursos possam estruturar uma fiscalização efetiva na região.

Em nota, o Ministério Público Federal no Pará afirmou que a homologação da área é uma dívida histórica do Estado brasileiro com os indígenas Arara e representa o único caminho para a sobrevivência desse povo diante das transformações que Belo Monte trouxe para a região. “O governo brasileiro encerrou uma espera de 30 anos […]. O decreto [de homologação] era uma das principais condicionantes de Belo Monte, mas só veio seis anos depois de iniciadas as obras da usina. As consequências dessa demora são sentidas duramente: a Cachoeira Seca é considerada a terra indígena mais invadida por madeireiros e com maior índice de desmatamento ilegal do país”, diz a nota.

Remoção dos não índios

A homologação vai beneficiar 105 índios Arara que vivem na área. Levantamento da Funai identificou 1.085 ocupações não indígenas no território, 72% delas de pequenas propriedades. Começa agora o processo de regularização da área homologada, com a saída gradativa dos não índios por meio de reconhecimento das ocupações de boa-fé e pagamento das benfeitorias realizadas. A desintrusão da terra prevê o cadastramento dos agricultores do local com perfil para reforma agrária para futuro reassentamento.

Segundo o secretário executivo do ISA, a construção, por madeireiros, de uma estrada irregular na década de 1980 foi um dos principais vetores da ocupação ilegal na área, que vinha crescendo nos últimos anos.

“Há que separar o joio do trigo, há famílias de ocupação de boa-fé que precisam de toda atenção do governo em relação aos seus direitos. E há oportunistas que se ocuparam de áreas maiores, pessoas que são empresários na região. É uma fase que exige uma ação articulada do governo federal para liberar a área para uma ocupação plena por parte dos Arara”, disse Villas-Bôas.

Gestão do território

Segundo o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Pará, Marcos Antônio Reis, é preciso pensar em uma política de gestão e exploração territorial comandada pelos próprios Arara. Para ele, os indígenas também podem ser capacitados para fazer a fiscalização e proteção do território.

O modo de vida dos Arara é baseado na coleta de frutas, caça e agricultura. Reis explica que “há a necessidade urgente de implantar políticas de subsistência que ajudem eles a complementar a alimentação, sem que dependam tanto de produtos externo ou industrializados”.

Segundo o coordenador do Cimi, o atendimento na área da saúde é “extremamente precário”. “É uma área isolada, que fica a três dias de barco de Altamira (PA), precisaria melhorar a assistência médica, odontológica, de medicamentos, fornecimento de água potável e uma infraestrutura que possa atender esses indígenas com pessoal qualificado na área de saúde”, disse.

Os Arara também precisam de políticas socioculturais, segundo Reis, de professores capacitados que saibam falar o mínimo da língua materna para alfabetizá-los no sistema bilíngue e intercultural. “Iniciativas que ajudem a firmar e fortalecer a identidade Arara, com investimentos que possam ajudá-los a manter a língua sendo falada por todo o grupo e reconhecer os espaços tradicionais e que eles deixaram de visitar por causa da invasão de não indígenas dentro do território”.

Fonte: EcoDebate

Mercúrio de garimpos ilegais contamina índios Yanomami

sexta-feira, 8 de abril de 2016


A retomada dos garimpos ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Boa Vista, Roraima, está ameaçando o meio ambiente e as populações de índios locais. 
 
 
De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz na região, o consumo de peixes contaminados pelo mercúrio utilizado na extração do ouro é a principal causa do envenenamento dos índios. Hoje na aldeia de Aracaçá, por exemplo, 92% das pessoas apresentam índice de mercúrio no organismo acima do limite indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O estudo foi conduzido pela Fiocruz e pelo Instituto Socioambiental (ISA), com a participação do Laboratório de Química da PUC/RJ, por solicitação da Hutukara Associação Yanomami (HAY).

Leia a reportagem completa.https://youtu.be/yegxwmzoRrM

Confira abaixo entrevista com os pesquisadores da Fiocruz Paulo Basta e Cláudia Vega, realizada pelo Instituto Socioambiental (ISA):

Especialistas descobrem extrato de soja biotransformado que destrói células de tumores de mama

Segunda-feira, 11 de abril de 2016


A medicina ainda é contraditória quanto à prescrição de componentes da soja em terapias de reposição hormonal para mulheres na menopausa. Mas, perseguindo os efeitos dessas substâncias há mais de duas décadas, em estudo inédito no mundo, especialista da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP descobre que um extrato de soja biotransformado é capaz de destruir células de tumores de mama.


O trabalho, que foi publicado recentemente na revista inglesa Nutrition and Cancer, usou um extrato de soja biotransformado (veja a seguir), especialmente fabricado nos laboratórios da FCFRP, para os testes com células de dois tipos de câncer de mama: um tumor dependente (MCF-7) e outro, não dependente de estrógeno (SKBR-3). Após um ensaio laboratorial de 24 horas, “as duas linhagens de células tumorais responderam ao tratamento; entretanto, as MCF-7 (dependente de estrógeno) foram muito mais sensíveis”, conta Bianca Stocco, pesquisadora que integra a equipe coordenada pela professora Maria Regina Torqueti Toloi.

As pesquisadoras acreditam que “a interação das moléculas presentes no extrato de soja biotransformado com os receptores de estrógeno presentes nas células MCF-7, possa ser um dos motivos que explique a maior sensibilidade desta linhagem à morte celular. Mas adiantam que a outra linhagem estudada, a SKBR-3, também deve sofrer o mesmo efeito com maior tempo de tratamento com o extrato de soja.

O experimento
Bianca fez diferentes ensaios, aplicando nos dois tipos de células humanas de tumores de mama: extrato de soja biotransformada; extrato de soja sem biotransformação e as isoflavonas da soja — que comprovadamente têm ação biológica e mimetizam o estrogênio — daidzeína e genisteína, tanto isoladamente quanto combinadas.

Os resultados não deixaram dúvida. Somente o extrato biotransformado de soja foi capaz de agir sobre as células cancerosas. A professora Maria Regina foi enfática ao afirmar que a “o extrato de soja biotransformada promoveu sim a morte celular”, através de mecanismos apoptóticos, como a estimulação de enzimas “pró-apoptóticas” e inibição de “anti-apoptóticas”. A pesquisadora diz que a ativação da caspase foi evento crucial para concluírem que o extrato de soja promove morte celular por apoptose.

Como o efeito foi observado apenas no tratamento com o extrato biotransformado, as pesquisadoras acreditam que “peptídeos gerados no processo de biotransformação da soja induzam à morte celular”. E que ainda não conhecem o componente do extrato responsável por essa ação. “Essa deve ser nossa nova etapa dos estudos”, contam.

Adiantando o que vem por aí, Maria Regina diz que estão começando um estudo em que relacionarão o uso do extrato de soja com células normais e outras linhagens de células de câncer de mama mais agressivos.

Fitoestrógeno e a terapia de reposição hormonal
Após várias décadas produzindo estrógeno e progesterona, por volta dos 45 a 50 anos, a mulher começa a apresentar falência ovariana. O que vale dizer que seus ovários param de produzir esses hormônios, e que a falta deles pode vir acompanhada de uma série de desconfortos que comprometem seriamente a qualidade de vida da mulher na menopausa.

Perda de massa óssea, envelhecimento da pele e transtornos do humor, além das famosas ondas de calor, estão entre os sintomas amenizados com a reposição hormonal sintética (medicamentos). Mas como existem casos em que a reposição hormonal não é indicada — alguns estudos mostram efeitos colaterais como derrames cerebrais e aumento de tumores de cólon, endométrio e mama, os fitoestrógenos passaram a ser alternativas para essas pacientes.

A professora Maria Regina conta que o interesse pelas isoflavonas da soja (substâncias com estrutura e função comum ao estrógeno) começou quando a comunidade científica observou que as mulheres asiáticas “passavam sem tantos sintomas por esse período caracterizado pela falta natural dos hormônios”. O fato foi atribuído à alimentação rica em soja. Outra informação que chamou a atenção, diz a professora, é que “elas não tinham a mesma predisposição ao câncer de mama como tinham as mulheres ocidentais diante de um quadro de reposição hormonal clássica”.

Para a pesquisadora Bianca, apesar do extrato de soja rico em isoflavonas não ser muito indicado para o tratamento dos sintomas iniciais da menopausa, muitas mulheres garantem que as isoflavonas de soja aliviam alguns sintomas como as ondas de calor, por exemplo. Ela acredita que outros estudos serão necessários para complementar estes resultados, tanto com relação à reposição hormonal quanto à utilização do extrato em tratamento contra o câncer de mama.

Segredos da biotransformação da soja
Por traz do extrato de soja biotransformado da USP está a professora Maria José Vieira Fonseca, colega de Maria Regina na FCFRP. Há mais de dez anos, ela estuda e manipula em seu laboratório o pó do grão de soja e conta que seu interesse foi despertado pela confirmação de que a soja era “uma fonte rica dos isoflavonoides genisteína e dadzeína”. E, ainda, que essas substâncias extraídas da soja apresentavam atividade antioxidante.

Começaram então a preparar formulações com esses isoflavonoides e testar a ação contra os raios solares, o fotoenvelhecimento e até mesmo o câncer de pele, “no entanto, os resultados iniciais mostraram que o extrato de soja não tinha alta atividade antioxidante necessária contra o estresse oxidativo da radiação solar”.

Maria José conta que foi então que resolveram tratar a soja com fungos utilizados na indústria alimentícia e, portanto, seguros para a saúde humana. “O tratamento com fungos aumentou a atividade antioxidante dos extratos de soja” e, por conseguinte, a eficiência na proteção da pele

Na verdade, apesar do grão de soja possuir essas isoflavonas, que no caso da dadzeína e da genisteína são chamadas fitoestrógenos, pois possuem ação semelhante ao hormônio estrogênio, a quantidade dessas substâncias é pequena para ações terapêuticas. Foi então que as pesquisas da professora Maria José enveredaram pela biotransformação do pó de soja, técnica que ela desenvolveu com sua equipe padronizando, em seu laboratório, extratos ricos nas isoflavonas.

O segredo está “na inoculação de fungos à soja”. Em 2007, lembra a pesquisadora, uma de suas alunas de pós-graduação, Sandra Regina Georgetti, obteve seu título de doutor ao produzir “um extrato seco de soja com atividade antioxidante comprovada in vitro e in vivo”. Pouco tempo depois, outra pesquisadora orientada por Maria José, Vanessa Silveira Fortes, já comprovava atividade antitumoral de um extrato de soja biotransformada por fungo. O interessante nesse trabalho é que compararam um extrato de grãos nacionais com soja importada da China. E o extrato da soja brasileira mostrou atividade antitumoral maior que a chinesa.

Fonte: EcoDebate

Pesquisa indica que transgênicos podem oferecer riscos para a biodiversidade

egunda-feira, 11 de abril de 2016


Os organismos geneticamente modificados (OGMs) podem promover a redução da biodiversidade, uma vez inseridos no meio ambiente. A hipótese é sustentada na tese de doutoramento do matemático Rinaldo Vieira da Silva Júnior, defendida no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) da Unicamp, sob a orientação da professora Solange da Fonseca Rutz. A partir de um primeiro cenário, de interação apenas entre as variantes transgênica e original, um modelo matemático foi desenvolvido especificamente para sustentar o estudo. Ao aplicar a ferramenta, o autor concluiu que, sendo competidoras puras, mesmo no caso de coexistência estável entre as variantes, haveria decréscimo de produção mais severo para a variante natural.

Rinaldo Júnior explica que o seu trabalho, que é um estudo teórico, e não um modelo baseado em dados, levou em consideração alguns pressupostos. Primeiro, que os organismos transgênicos e convencionais sejam da mesma espécie. Segundo, que as plantações das duas culturas ocupem áreas contíguas. Terceiro, que o mecanismo de dispersão de sementes (como o vento, por exemplo) tenha velocidade e direção uniformes.

Quarto, que a competição entre os indivíduos não provoque a eliminação dos organismos mais frágeis, embora isso seja não somente possível, mas provável. Ele lembra que os organismos são competidores puros e que indivíduos de uma mesma espécie concorrem pelos mesmos recursos. “Devemos acrescentar que estas simplificações compõem um primeiro estudo, e modelos mais complexos poderão ser desenvolvidos no futuro. A partir de modelos analíticos desenvolvidos para a Mata Atlântica, já se planeja o estudo do impacto de transgênicos no meio ambiente de forma geral”, adianta.

De acordo com o matemático, o método que deu sustentação à pesquisa é denominado Trofodinâmica Analítica. “Quando este método, aplicado de forma bem sucedida a diversas áreas da biologia, considera também ruído e mecanismos de difusão, geramos então sistemas de Equações Diferenciais Parciais [EDP’s]”, diz. Dito de modo simplificado, as EDP’s permitem que a matemática construa representações dos modelos encontrados na natureza. São considerados, nesse caso, diferentes variáveis, entre elas espaço, tempo e ambiente. “Em outras palavras, a matemática simplifica a realidade, para poder investigá-la”, observa Rinaldo Júnior. “Apesar dessa simplificação, trata-se de um poderoso instrumento, que permite estudar o comportamento de sistemas complexos fora do equilíbrio”, acrescenta.

O matemático revela que um dos possíveis próximos passos do estudo seria buscar a parceria de especialistas das áreas da agronomia para investigar o comportamento do modelo matemático a partir de um cenário real. “No caso de parâmetros muito variáveis, dependendo da direção e da intensidade do vento e da localização das plantações, outro modelo, que admita que a mistura dos organismos geneticamente modificados com os naturais pode se dar de maneiras diversas, deverá ser elaborado a partir do estudo já feito. Mas os dados de campo poderão já ser considerados no atual modelo, tomando-se médias e produzindo assim as constantes consideradas no estudo,” infere.

Além disso, conforme o pesquisador, outros mecanismos de dispersão, que possam promover a difusão das sementes geneticamente modificadas fora do âmbito local, deverão ser considerados no estudo em relação ao meio ambiente geral. No momento, Rinaldo Júnior ocupa uma cadeira de professor na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Lá, ele dá seguimento às investigações, agora fazendo o que os especialistas classificam como “perturbação das equações”. Por meio desse método, os matemáticos procuram encontrar respostas aproximadas para problemas cuja solução exata ainda é desconhecida.

Rinaldo Júnior acredita no desenvolvimento de modelos dinâmicos nesta linha de pesquisa, que ainda é inicial, poderá ajudar os produtores a planejar seus cultivos. A tese de doutorado do matemático contou com a colaboração do professor Peter Louis Antonelli, pesquisador emérito da Universidade de Alberta (Canadá) e criador do método da trofodinâmica analítica, e com coorientação do professor Pedro José Catuogno, integrante do grupo de pesquisa de sistemas dinâmicos estocásticos do IMECC.

Histórico

O cultivo de organismos geneticamente modificados no Brasil foi marcado por muita polêmica. As primeiras sementes de soja transgênica entraram ilegalmente no país na década de 1990, contrabandeadas da Argentina. Elas foram plantadas por produtores gaúchos. O governo federal impediu inicialmente a colheita, mas depois voltou atrás, por meio de uma Medida Provisória. A autorização para o plantio de OGMs em território nacional veio somente em 2005, com a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Lei de Biossegurança.

Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de grãos transgênicos no mundo [principalmente soja, milho e algodão], ficando atrás somente dos Estados Unidos. De acordo com o relatório de 2015 do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Biotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês), que trabalha com dados consolidados de 2014, o país cultivou 42,2 milhões de hectares no ano considerado, contra 40,3 milhões no período anterior.

Ainda segundo o levantamento do ISAAA, Brasil e Argentina, na América Latina; Índia e a China, na Ásia; e África do Sul, na África, que respondem por 41% da população mundial, cultivaram 47% das variedades transgênicas do planeta. Embora os defensores dos transgênicos considerem esses organismos como a solução para a ampliação da produção de alimentos e a superação da fome em nível global, os ambientalistas afirmam que os OGMs têm promovido o aumento do uso de agrotóxicos e comprometido de forma significativa a biodiversidade e a saúde da população nos países onde são produzidos.

Publicação

Tese: “Análise matemática do impacto ambiental de plantações transgênicas”
Autor: Rinaldo Vieira da Silva Júnior
Orientadora: Solange da Fonseca Rutz
Unidade: Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC)



Texto: Manuel Alves Filho
Fotos: Antoninho Perri / Divulgação
Edição de Imagens: André Vieira

Fonte: EcoDebate

Levi’s anuncia calças feitas com restos de redes de pesca e carpetes

segunda-feira, 11 de abril de 2016


As calças já estão disponíveis para venda on-line, mas a marca não disse se aplicará a técnica em outras linhas.


A Levi’s já ficou conhecida por suas ações em prol de melhorias ambientais. Além de reduzir o consumo de água no processo de fabricação das roupas e incentivar que os clientes também sejam mais conscientes, agora a marca norte-americana lançou um novo tipo de calça jeans. A linha, apelidada de que compõe a coleção 522, é fabricada com resíduos de carpete e redes de pesca reciclados.

De acordo com o informativo oficial da empresa, a novidade é fruto de uma parceria com a Aquafil, uma marca italiana especializada na fabricação de nylon sustentável. A nova coleção será fabricada com o nylon Econyl, feito inteiramente a partir de resíduos reaproveitados.

“Essa nova parceria é uma prova verdadeira de que materiais sustentáveis podem ser usados para melhorar a forma como os produtos são tradicionalmente feitos”, disse o CEO da Aquafil, Giuliu Bonazzi, em comunicado à imprensa.

A coleção 522 da Levi’s será feita com 61% de algodão, 38% Econyl e 1% elastano. As calças já estão disponíveis para venda on-line, mas a marca ainda não informou se pretende expandir a utilização deste material para outras peças.

Fonte: Ciclo Vivo

Pesquisadora da USP cria sorvete antioxidante e com poucas calorias


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Uma pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) com intolerância à lactose desenvolveu um sorvete sem leite, com poucas calorias e antioxidante, ou seja, capaz de ajudar a retardar o envelhecimento. O produto, desenvolvido no campus de Pirassununga (SP), tem o sabor do fruto da juçara e também pode auxiliar a preservar esse tipo de planta, ameaçada por conta da extração do palmito.

Júlia Marinho, agora mestre em engenharia de alimentos, contou que queria criar um sorvete sem leite, mas não queria ser a única beneficiada e, pensando na sustentabilidade, escolheu trabalhar com o fruto da palmeira. “Utilizar o fruto é uma maneira sustentável de manter a árvore viva e fazer com que as comunidades ribeirinhas, que dependem disso, possam ter seu meio de sustento por um bom tempo”, disse.

Além desse tipo de uso ser benéfico para as comunidades, também faz bem para o organismo. “A juçara é rica em compostos que nós chamamos de antocianinas, que são compostos que previnem o envelhecimento e doenças degenerativas como o câncer”, explicou a professora Carmen Silvia Trindade, do departamento de engenharia de alimentos.

A professora também explicou que não houve adição de gordura no produto. “A pequena quantidade de lipídios nele está presente na polpa da juçara e é um tipo de gordura que faz bem à saúde, uma gordura similar à do azeite, do açaí”.

Fibras – Para deixar o sorvete mais saudável, foram adicionadas fibras alimentares com probióticos, que são micro-organismos parecidos com os existentes no iogurte e no leite fermentado e capazes de sobreviver mesmo depois de congelados por meses. “A partir do momento em que a gente congelou, a gente fez com que o metabolismo desses micro-organismos se mantivesse baixo e ele pudessem sobreviver por mais tempo”, disse Júlia.

Com todos esses benefícios, resta apenas uma dúvida: E o sabor? O sorvete não tem semelhança alguma com o palmito e lembra o gosto do açaí. “É um produto bem parecido com o açaí, mas que tem algumas coisas diferentes. Um sabor mais adocicado, uma textura diferente, mas no geral é bem parecido, lembra bastante”.

Fonte: G1

Pedido de ajuda.

Já falei para você calar o bico!


Marinha abre inscrições para curso de formação de oficiais

Concursos


Os aprovados estudarão em regime de internato na Escola Naval do Rio de Janeiro
Da Redação (redacao@correio24horas.com.br
 
 
A Marinha do Brasil está com inscrições abertas, até o dia 20 de maio, para o concurso público de Formação de Oficiais, na Escola Naval. Estão previstas 48 vagas, sendo 36 para homens e 12 para mulheres. 


Para concorrer a uma vaga, é necessário, dentre outros requisitos, ter entre 18 e 23 anos, em 1º de janeiro de 2017, ter concluído o ensino médio ou estar em fase de conclusão, ser brasileiro e solteiro. 

Os interessados devem se inscrever pelo site da Marinha. Lá também está disponível o edital do concurso com todas as informações. A taxa de inscrição é de R$ 55,00. Os candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal poderão requerer a isenção. 

Serão aplicadas provas escritas objetivas de Matemática, Física, Inglês, Português e Redação. Ainda como parte do Concurso Público, os candidatos passarão por inspeção de saúde, teste de aptidão física, avaliação psicológica, verificação de documentos e de dados biográficos. A data da prova ainda não foi definida.   

Os aprovados estudarão em regime de internato. O curso é gratuito e oferecerá ao aluno alimentação, uniforme, bolsa auxílio, além de assistência médica, odontológica, psicológica, social e religiosa. A Escola Naval é situada na cidade do Rio de Janeiro.