sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Tudo de novo…(Ótimo comentário sobre os Black Blocs)



13 de janeiro de 2016 § 10 Comentários
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Todo mundo sabe, mas não custa afirmá-lo em voz alta, ainda mais eu que, sendo jornalista, estou exposto a ser confundido com o que não sou: as atuais “manifestações” em São Paulo têm tanto a ver com o aumento da tarifa de onibus quanto as ocupações de escolas estaduais de antes e de depois da suspensão do projeto, tinham a ver com o remanejamento de salas de aula e escolas do Alkmin.



Os “manifestantes” de hoje são tanto usuários pobres de transporte público no limite das suas possibilidades de gastar com ônibus e metro quanto os manifestantes do ano passado eram estudantes reais do 1º e 2º graus preocupados com a qualidade da educação. É muito provável, até, que uma pesquisa séria de imagens e “B.O.“s mostrasse que muitos deles são as mesmas pessoas.
manif3Este é só mais um lance desse joguinho de xadrês sem mistérios que tem por objetivo antecipar os movimentos da mídia e as emoções que esses movimentos vão produzir nos espectadores a que ficou reduzida a disputa de poder nos projetos de democracia empacados no padrão do finado século 20 onde todo mundo sabe que é exatamente assim que é, menos a própria mídia, peão do jogo, que se finge de tonta e continua tratando os participantes exatamente como eles próprios querem ser tratados e não pelos nomes, pelas descrições e pelas contextualizações que os identifiquem pelo que de fato são, condição essencial para que a farsa continue.



Não ha um pingo de espontaneidade ou de verdade em tudo isso; nada do que está envolvido no jogo pode ser chamado com um mínimo de precisão de “movimento social”. É tudo pre-fabricado, falsificado ou financiado pelos titulares da disputa pelo poder como, aliás, está devidamente mapeado no caso desse Movimento Passe Livre e seu chefe Thiago Skarnio, bancados pela Petrobras e pelo Ministério da Cultura via Lei Rouanet para os propósitos que ele próprio explica no site oficial da organização e no da sua “marca fantasia” que, muito apropriada e honestamente mistura os conceitos de “mídia” e “alquimia“, chegando a “Alquimídia“, conforme apontado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, um dos poucos que dá sinais frequentes de curiosidade e inquietação hoje em dia.
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O objetivo das presentes manifestações não tem nada a ver com os aumentos de ônibus que, no caso, são do prefeito Fernando Haddad, do PT. O alvo é a PM, do governador Alkmin, de quem, como sempre, se tentará arrancar vítimas – se o diabo ajudar fatais – e cenas bem bonitas de baderna e caras inchadas de porrada para uso em propaganda eleitoral, obviamente financiada pelos mesmos idiotas que ficam bloqueados nos engarrafamentos de trânsito enquanto elas são produzidas, sempre nos horários de “rush” da maior cidade da América do Sul: você e eu.



Todo mundo pode, portanto, por as barbas de molho. Enquanto o PT ainda estiver sonhando com o poder o trânsito, já de si infernal, piorado pelo esquartejamento das ruas da cidade em “faixas exclusivas” para diferentes classes sociais, raças, gêneros, “opções de gênero” e o que mais puderem inventar para nos dividir e atiçar uns contra os outros como é do gosto desse partido, será ainda mais infernizado por esses energumenos e seus quebra-quebras.



O Alkmin pode puxar quanto quiser o saco do João Pedro Stédile que nada o demoverá – e aos seus “soldados” – de queimá-lo vivo em grande auto-de-fé ideológico em praça pública assim que conseguirem ajeitar as coisas para fazer isso impunemente, como vem fazendo a gente que pensa como ele aos “infiéis” desde que o mundo é mundo.
Não falta muito…
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PS.: Sobre black blocs, leia as informações incluídas no comentário do leitor Gustavo Gonçalves aí embaixo. Não o conheço pessoalmente mas ele certamente conhece o assunto. Confira.


Comentario


  • Gustavo Gonçalves
    “Precisamos falar sobre os Black Blocs” – até parece nome de filme! Eu, que sou de direita, sei mais sobre o Foro de São Paulo do que meu avô (que foi policial e lutou contra comunistas junto do Exército) jamais soube, cheguei a fazer uma coletânea de fotos e provas de que o PT e os Black Blocs não tem nada a ver entre si.

    Durante o período de quase um ano, entre 2013 e 2014, e depois de acompanhar mais de 70 manifestações, pude conhecer boa parte das pessoas que fazem parte destas manifestações, ou pelo menos, sei bem mais que a maioria dos veículos de comunicação.


    Quando os Black Blocs protestaram contra o PT, Haddad e Dilma, quase nada saiu na imprensa. Só a parte do “Fora Alckmin” aparece.


    Os líderes desses black blocs já devem ter mudado nesta altura do campeonato, mas até onde pude observar, as três figuras mais influentes tinham idades de 16, 17 e 19 anos, todos de periferia. Destes, dois procuravam emprego em junho de 2013 e um terceiro pediu as contas de onde trabalhava porque havia virado anarquista convicto. Sua mae foi buscá-lo na Fundação Casa mais de 6 vezes.


    O que alimenta esta fúria, este ódio que existe nas ruas é a falta de crescimento econômico. Estas manifestações não são orquestradas pelo PT, como se imagina, mas são sintomas de uma doença grave na sociedade. Todos estes jovens foram criados sem a presença de um pai de família. Suas mães, até onde pude descobrir, apoiam que os filhos se manifestem. Me parece até que eles são os machos que as mães nunca tiveram…


    Ninguém reparou, mas simultaneamente ao surgimento dos Black Blocs, teve também os Rolezinhos, como proposta de ação anticapitalista dentro de shopings. Um olhar atento permite que a única diferença é que o Black Bloc anda mascarado enquanto que os jovens dos rolezinhos não andavam mascarados. Naquela época, Netinho de Paula conseguiu cooptar 2 dos líderes dos Rolezinhos para a organização “Juventude Comunista”, sendo que o terceiro, que se recusou, acabou morrendo num baile funk… coincidência?


    O PT nunca descobriu quem são os líderes do Black Bloc. Não sei se a Polícia Civil sabe, acho que sim. A PM sempre soube. Em algumas vezes eles deixaram de deter estes rapazes, ao que me parece, de propósito. Noutras, espancaram um deles até cair no chão, e foram “visitar” a casa dos outros dois, sendo que a irmã de um deles acabou ganhando um soco na cara porque não queria abrir a porta da casa sem ordem judical, segundo eu soube.


    Ainda em 2013, a Polícia Militar fez uma primeira visita e eles próprios reconheceram que a investida teve propósito “amigável”. Nestas visitas, os PMs teriam pedido que parassem de xingar os policiais quando estivessem em serviço e que parassem de quebrar as coisas nas ruas. O pedido não foi atendido.


    Estes jovens, basicamente, se dividem em dois grupos: o black bloc propriamente dito, composto por jovens com alguma insegurança ou insatisfação em suas vidas particulares. Mas há ainda o “Front Bloc”, que são as pessoas com disposição à violência. São estes que chegam com paus, pedras, estilingues, canos, molotovs, rojões e toda sorte de objetos com propósito de ferir. E, quando não levam é porque sabem que vão arrumar alguma pedra numa caçamba.


    Estes do Front Bloc são a elite. Ele tem influência sobre alguns amigos e os traz para as manifestações. A maioria destes moleques estuda na rede pública. Até certo ponto, organizam-se em “células”. Por exemplo, toda vez que um moleque é arrastado até a delegacia de policia, ele sai de lá com um boletim de ocorrência, que depois põe no Facebook e exibe como uma espécie de diploma de graduação, como quem chega para seus amigos e diz: “vejam, eu lutei contra o sistema”.


    As balas de borracha e gas lacrimogenio são provavelmente a pior forma de conter estes caras. Cada marca feita no corpo é exibida quase como uma medalha. Por outro lado, acho que o melhor método mesmo é atraves do grito. Certa vez vi um comandante do Choque berrar para um moleque que ameaçou quebrar uma vidraça com um pau. Imediatamente, o PM percebeu que ele estava querendo tomar a liderança e berrou “LARGA ESSA MERDA!”. O moleque, humilhado perante seus amigos, não fez outra coisa senão obedecer o PM.


    O PT fez suas tentativas de descobrir quem eram estes jovens. COlocavam militantes do PT no inicio das manifestações para olhar, conversar e fazer amizades. A maioria nem chegava perto deles porque já vinham com camiseta vermelha do partido, e eles detestavam isso. A bem da verdade, quando tinha alguma manifestação “anti-copa”, os black blocs eram detestados pelo pessoal do PSTU PSOL e PCO e vice versa. Brigas entre Black Blocs e alunos da USP são provavelmente mais frequentes do que com a PM.


    No que diz respeito ao MPL, todo mundo se lembra de quando a Dilma chamou a lider para uma reunião em Brasília em 2013, esta voltou de lá e resolveram parar com as manifestaçoes. Os Black Blocs continuaram sozinhos por quase toda a metade de 2013. Existe uma estranha confiança entre o MPL e o Black Bloc. O MPL não é própriamente anarquista, mas conta com seus próprios punks. Na verdade, quando quiseram trazer o Movimento Passe Livre para São Paulo, uns dirigentes se encontraram com uns punks que eram de um tal grupo chamado Movimento Punk Libertário (MPL). Mudaram o nome, mas permaneceram com a sigla.


    O PT jamais quis estas manifestações durante o ano eleitoral e um cientista político sincero analisaria que estas manifestações fizeram mal para o PT e foi bom para o Alckmin (que estava com imagem politica comprometida por causa do cartel). 


    A Dilma mandou o ministro Gilmar Mendes para fazer duas reuniões em São Paulo, ambas organizadas na Casa de Portugal, com propósito de atrair estes black blocs para a reunião. Alguns foram, levaram faixas e começaram a agitar dentro da reunião. Enfim, não há o que se enganar a respeito: os black blocs podem ser os militantes que o PT sempre quis ter, mas definitivamente o PT é o partido que eles mais odeiam.

Coordenador da Lava-Jato prevê pena próxima a 100 anos de prisão para Odebrecht



postado em 22/01/2016 13:01 / atualizado em 22/01/2016 13:47
 

 
São Paulo, 22 - Coordenador da força-tarefa que investiga a Operação Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol disse na manhã desta sexta-feira, que, se somados os crimes em série atribuídos ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira que leva seu sobrenome, a pena atribuída a ele poderia passar dos 2 mil anos de reclusão.

Mas, como no sistema penal brasileiro crimes semelhantes não acumulam penas, a expectativa da Procuradoria é que o empresário seja condenado a "menos de 100 anos de prisão".

"Se formos somar as penas de todos os crimes em série, por incrível que pareça as penas somariam de 2 mil anos de prisão", disse o procurador em entrevista à rádio Bandnews FM. "Mas quando aplicamos a regra de crimes continuados, porque a pessoa cometeu uma séria de crimes em sequência, a pena vai para muito menos que isso. A expectativa é que uma pena inferior a 100 anos de prisão. Estamos fazendo nossas alegações finais e avaliando isso", afirmou.

Marcelo Odebrecht está preso preventivamente desde junho do ano passado, acusado de pagamento de R$ 137 milhões em propinas e de atrapalhar as investigações da Lava-Jato.

Na entrevista, o procurador rebateu as críticas feitas pela defesa de Odebrecht, de que teria havido inconsistência entre o que foi efetivamente dito pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no depoimento em que citou o empresário, e o que consta no termo escrito de suas declarações.

Segundo Dallagnol, o depoimento ao qual a defesa de Odebrecht se refere foi colhido por um procurador que atua junto à Procuradoria-Geral da República, que investiga casos relacionados a réus que possuem prerrogativas de foro (foro privilegiado), no início do processo, quando Odebrecht ainda não era investigado.

"O tema da depoimento registra aquilo que é de interesse para a investigação, no sentido do que pode gerar de prova no processo de investigação penal. Não registramos as informações sobre as centenas de pessoas que não praticaram crime. O depoimento foi colhido quando Marcelo não era investigado. Não tínhamos nenhuma prova contra ele", disse.

O empresário só foi considerado suspeito em um momento posterior da investigação, com o aparecimento de novas provas, informou o procurador. Além disso, afirmou, os vídeos ficaram disponíveis para consulta após o recebimento da denúncia e, num momento posterior da investigação.

A defesa também teve, afirmou ele, a oportunidade de questionar Paulo Roberto Costa durante seu depoimento à Justiça e não o fez. "Os vídeos podiam ser consultados e, no final, a defesa de forma surpreendente diz que não consultou", disse.

"As provas que valem contra alguém são as provas na Justiça, não são aquelas colhidas lá trás pela polícia ou pela Procuradoria, mas as provas da Justiça. Paulo Roberto foi ouvido na Justiça e todos os advogados, inclusive os de Marcelo Odebrecht, tiveram oportunidade de fazer perguntas a ele e não fizeram", reforçou.

Lula

Deltan Dallagnol também rebateu a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita na quarta-feira. Em entrevista a blogueiros simpáticos ao PT, Lula afirmou haver direcionamento nas delações para que houvesse citação em seu nome. "Delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não adianta", afirmou o ex-presidente na ocasião.

"Não direcionamos delação", disse o procurador. Segundo ele, no próprio acordo de delação consta o termo de que se o delator mentir pode perder todos os direitos e ainda ser processado.

"Além disso, ninguém é acusado apenas pela palavra do delator, e sim por provas independentes da colaboração que apontam as responsabilidades daquela pessoa sobre os crimes", explicou.

De acordo com Dallagnol, uma pessoa só se torna investigada quando há provas concretas sobre ela. Questionado sobre como o ex-presidente é considerado pelos investigadores da Lava Jato, o procurador disse que "as investigações são dinâmicas, mas até agora Lula não se tornou alvo de nossa operação."

Guerra à guerra de informação



19 de janeiro de 2016 § 7 Comentários
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Tomar decisões sobre denuncias de corrupção nunca foi fácil para os jornalistas. Nenhum jogo se apoia tanto na manipulação das emoções e expectativas quanto o das eleições sendo, portanto, mais que previsível que a obrigação da imprensa de dar a conhecer tudo quanto é de interesse público que chegue ao seu conhecimento (não confundir com tudo quanto é de interesse “do público” que é coisa bem diferente) passasse a ser o alvo prioritário dos mais refinados manipuladores de todo o reino animal que são os que a política profissional seleciona. Não é por acaso, portanto, que o jornalismo honesto tenha, desde sempre, usado esse recurso só em último caso, tomando as devidas precauções para não ferir reputações injustamente.
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A dominância absoluta desse tipo de expediente na imprensa brasileira hoje é o maior sintoma da gravidade da nossa doença política. Com a corrupção das instituições básicas da Republica pela distribuição de cargos para facilitar a ordenha do Tesouro Nacional oficialmente promovida a instrumento único de conquista e perpetuação no poder, a resposta do Judiciário adotando a delação premiada como antídoto, mas num ambiente atravancado de foros especiais e privilégios de “segredo de justiça” que ensejam a acumulação de “bombas de informação” de efeito retardado, e a mudança no padrão de gestão das empresas de comunicação que transferiram o foco da sua atenção das repercussões institucionais de seus produtos exclusivamente para as injunções de negócio atrelados a eles, formou-se a “tempestade perfeita” que enredou a imprensa numa guerra de (des)informação operada de forma cada vez mais profissional e sistemática em que ha muito mais a perder que reputações.
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O vazamento de meias-verdades e mentiras inteiras a conta-gotas numa velocidade que torna impossível apurar cada uma delas transformou-se no fulcro da luta política no Brasil. Essa distorção insinua-se por uma sutileza que, no mais das vezes, passa despercebida pelo leitor: muito mais frequentemente do que não, as redações estão editando com o destaque que só se justificaria se fossem “furos” próprios, apurados e confirmados, aquilo que não passa de denuncia recebida de terceiros envolvidos na luta pelo poder, sem nenhum esforço de reportagem ou investigação autônoma. Mesmo quando há registro de que o órgão apenas “teve acesso” àquela informação, o tiro sobe às manchetes por baixo de logomarcas que – seja fato, seja factóide – emprestam ao que vai afirmado nelas uma credibilidade que, por princípio, deveria ser-lhe negada.
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A esta altura já é tão certo e sabido que esse expediente tornou-se a principal arma do arsenal dessa guerra que informaria muito mais mostrar de onde veio cada tiro do que apenas estrondá-lo. A primeira providência para incluir a imprensa fora dessa briga de navalha no escuro é, portanto, banir esse assunto das manchetes, seja o que for que seja dito, sejam quais forem as galonas na farda do agente escalado para dize-lo. Não se trata de não registrar fatos mas sim de passar a cobrir a guerra de informação como guerra de informação que é, tomando dela a devida distância. O fato de estar cada vez mais difícil, aliás, acertar esses tiros apenas no que foi inicialmente mirado, é a prova da irrelevância dessa linha de “investigação jornalística” como contribuição para a solução dos gravíssimos problemas em que se debate o país. De Eduardo Cunha a Leonardo Picciani, da Dilma ao Renan na Petrobras, de Lula a Fernando Collor, passando pelos partidos de A a Z, qualquer fio de meada que se puxe, reservadas as raríssimas exceções que confirmam a regra, chacoalha todos juntos. E isso porque ninguém entre eles representa senão a parte que lhe cabe no latifúndio do privilégio que todos loteiam juntos para criar e sustentar a legião dos “Sem Crise” que os mantém no poder contra a vontade expressa do resto do Brasil.
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Dilma Rousseff sofre um processo de impeachment por violação da Lei de Responsabilidade Fiscal porque é no grande oceano do déficit público que desaguam os crimes individuais de todos que agora tratam de escudá-la. No fim (e no começo) é a dinheiro sem trabalho que tudo se resume: o Brasil com privilégios inflou mais, na “Era PT”, do que o Brasil sem privilégios aguenta sustentar, e a economia está paralisada ha um ano não porque não haja solução para isso mas porque a solução passa necessariamente, ou pela extinção de privilégios nunca tocados antes, ou pela oficialização da exploração servil da maioria por uma minoria, situação que, por definição, só se estabelece quando se extingue a democracia.


Não existe dificuldade alguma para que qualquer equipe técnica razoavelmente qualificada encontre meios de equacionar as contas do Brasil, dada a circunstância política que torne possível aplicar a matemática à baliza do merecimento, única alternativa para o privilégio.


Cabe à imprensa construir essa circunstância dando a conhecer às forças vivas da nação os dados exatos do problema em todas as suas minúcias, isto é, mostrar, nesses dois brasis, onde estão os empregos, os salários, o trabalho e a produção e onde essas coisas correspondem ou não uma à outra. O resto o bom senso faz.
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O Brasil não permanece perdido em seu labirinto em função das escolhas erradas de uma “sub-raça” incapaz de tomar o destino em suas mãos como gostam de afirmar os reacionários de sempre, sejam os da matriz “positivista”, sejam os da esquerdista que se diz “vanguarda” de quem não sabe o que é bom para si.


O que tem havido desde sempre é um cerco sistemática e cuidadosamente organizado – dos jesuítas do passado aos professores e intelectuais “orgânicos” de hoje – para impedir essa sociedade de conhecer todas as alternativas possíveis, especialmente aquelas que, testadas e aprovadas pelo mundo afora, têm mostrado eficácia para submeter representantes a representados, “contribuídos” a contribuintes, e extinguir sistemas de privilégio.

É para furar esse cerco que foi inventada a imprensa democrática.
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Vaquejada e falsa ideia de direito cultural

Por Frederico Vasconcelos
Anderson Furlan
Sob o título “A Vaquejada no banco dos réus”, o artigo a seguir é de autoria do juiz federal Anderson Furlan, presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais – APAJUFE. O texto foi publicado em setembro de 2015 no jornal “Gazeta do Povo“, do Paraná. O artigo é reproduzido com permissão do autor. (*)
***
Encontra-se pendente de julgamento perante o Supremo Tribunal Federal – STF a ADI 4.983/CE (noticiada no Informativo STF n° 794), movida pela Procuradoria-Geral da República – PGR com o objetivo de se declarar inconstitucional a Lei nº 15.299/2013. Referida lei busca regulamentar a “vaquejada” como atividade desportiva e cultural no Estado do Ceará.


A importância desse julgamento está na posição que o STF tomará para resolver o aparente conflito entre duas normas constitucionais, quais sejam, o art. 215 e seu §1º, que dispõem sobre a garantia dos direitos culturais e a proteção das manifestações das culturas populares, e o art. 225, §1º, VII, que veda o tratamento cruel aos animais.



Menciona o informativo que o ministro Marco Aurélio, Relator da ADI, quando da apresentação de seu voto, “aduziu que o autor teria juntado laudos técnicos que demonstrariam as consequências nocivas à saúde dos bovinos decorrentes da tração forçada no rabo, seguida da derrubada, como fraturas nas patas, ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos, traumatismos e deslocamento da articulação do rabo ou até o arrancamento deste, resultando no comprometimento da medula espinhal e dos nervos espinhais, dores físicas e sofrimento mental. 


Ante os dados empíricos evidenciados pelas pesquisas, seria indiscutível o tratamento cruel dispensado às espécies animais envolvidas, a implicar descompasso com o que preconizado no art. 225, § 1º, VII, da CF. A par de questões morais relacionadas ao entretenimento à custa do sofrimento dos animais, a crueldade intrínseca à ‘vaquejada’ não permitiria a prevalência do valor cultural como resultado desejado pelo sistema de direitos fundamentais da Constituição. 


O sentido da expressão ‘crueldade’ constante da parte final do inciso VII do § 1º do art. 225 da CF alcançaria, sem sombra de dúvida, a tortura e os maus-tratos infligidos aos bovinos durante a prática impugnada, de modo a tornar intolerável a conduta humana autorizada pela norma estadual atacada”.


O ministro Luiz Edson Fachin, votando a favor da prática da vaquejada, ressaltou “que a situação dos autos precisa ser analisada sob olhar que alcançasse a realidade advinda da população rural. Seria preciso despir-se de eventual visão unilateral de uma sociedade eminentemente urbana. Ademais, a ‘vaquejada’ seria manifestação cultural, como, aliás, reconhecida na própria petição inicial, e encontraria proteção constitucional expressa no ‘caput’ do art. 215, e no § 1º, da CF”.


Para o ministro Gilmar Ferreira Mendes, igualmente a favor da vaquejada, aludiu “que a consequência de uma declaração de inconstitucionalidade, na espécie, seria levar a prática cultural à clandestinidade. Entendeu que a legislação careceria de alguma censura, de modo que sua execução necessitaria de um eventual aperfeiçoamento e medidas que pudessem reduzir as possibilidades de lesão aos animais. Registrou que, embora não se pudesse garantir que não haveria lesão ao animal, diferentemente do que ocorre na ‘farra do boi’ em que se saberia, de início, que o objetivo seria matar o animal, o propósito, nesse caso, seria desportivo em sentido amplo”.


O julgamento foi suspenso em razão do pedido de vista do Ministro Luis Roberto Barroso.
O STF tem posição histórica contra a prática de atos cruéis contra animais, tendo banido de nossa sociedade leis que legitimavam a “farra do boi” (STF, RE 153531/SC, Rel. Min. Francisco Rezek, DJ 13.09.98) e “rinhas de galo” (STF, ADI 1856/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, Dje 14.10.2011).


Não se discute ser possível extrair conclusões diversas acerca dos mesmos textos. No caso da crueldade, a Constituição Federal estabeleceu uma restrição muito evidente, não admitindo, tampouco tolerando, a prática de atos cruéis contra animais.


Com todo o respeito, o problema não se resume, como votou o ministro Fachin, em se analisar a questão sob a perspectiva da “população rural”, despindo-se da “visão unilateral de uma sociedade urbana”. Caso esse argumento fosse válido, bastaria despirmo-nos da visão unilateral de uma sociedade católica para tolerarmos que animais sejam torturados e mutilados vivos em atos culturais de algumas outras religiões. 


Bastaria, ainda, despirmo-nos da visão unilateral de uma sociedade ocidental e tolerarmos que cachorros e gatos sejam escaldados vivos em práticas culturais da matriz alimentar chinesa. É possível imaginar um sem número de eventos em que a prevalência de visões minoritárias possam ensejar uma miríade de atos cruéis contra animais e, até mesmo, contra humanos.


Também não parece ser justificável, como quis o ministro Gilmar Mendes, admitir uma regulação da vaquejada ao pretexto que uma declaração de inconstitucionalidade levaria a prática à clandestinidade e, tampouco, que a lei poderia ser aperfeiçoada para se diminuir o risco de lesões aos animais. 


A vedação da crueldade implica, necessariamente, em relegar à clandestinidade atos que sejam vedados pela Constituição e pelas demais leis. É da essência da sociedade que atos contrários às suas leis sejam praticados na surdina e na clandestinidade. Não importa, ademais, que se tente aperfeiçoar a lei para evitar ou diminuir as lesões. Admitir que seja “aperfeiçoada” significa tolerar que uma prática cruel se perpetue e seja legalizada, fraudando-se o mandamento constitucional que a veda peremptoriamente.


Não se pode negar o acerto do legislador constituinte em se proteger direitos culturais e as manifestações populares. Mas essa proteção encontra limites na própria Constituição, especialmente quando o exercício desses direitos culturais ou manifestações populares implicam em barbárie contra pessoas e animais – o que, obviamente, não tem guarida constitucional. 


Uma coisa é se proteger as danças, cânticos e práticas medicinais de determinado povo indígena; outra coisa é se admitir que sob esse pretexto qualquer barbaridade possa ser praticada. E, entenda-se por barbaridade, todo ato que implique em causar sofrimento injustificado a outro ser vivo, ainda mais se por deleite ou prazer.



Em um momento da história no qual sociedades dos mais diversos países civilizados avançam em um processo civilizatório no qual os animais são reconhecidos como seres sencientes (legislação da França e da Nova Zelândia) e dignos de maior proteção e respeito, em que dezenas de faculdades norte-americanas possuem a cadeira de “Direito dos Animais” e todo o continente Europeu se indigna contra as touradas espanholas, não parece crível que o STF retrocederá de sua posição histórica de vedação da crueldade.



Espera-se que o STF reafirme sua posição e coloque a vaquejada na clandestinidade, estimulando os poderes públicos a agir e a sociedade a não vergar sua consciência a uma indiferença factual em relação ao sofrimento animal, a uma fraudada concepção de direito cultural que ignora a moralidade em nome de sua própria existência, legitimando condutas cruéis e sem sentido, que longe de edificar a comunidade, consolida sua bestialidade primitiva e aterradora.



A essa falsa ideia de um esporte, direito cultural ou manifestação popular que se vale do sofrimento de outros seres vivos para ser praticado ou exercitado, também se aplica o que escrevi em outra oportunidade (artigo “Experiências com Animais”), juntamente com o professor Fernando Araújo, acerca das experiências com cobaias não-humanas. 


Assim como para as cobaias, também para as dezenas de novilhas que são arrastadas, derrubadas e molestadas, muitas vezes com fraturas e até morte, é muito difícil ouvir todo esse sofrimento, “porque ele não é comunicado em palavras ou choros, mas em latidos, uivos e outros sons que erradicamos do nosso cotidiano. 


E é difícil interpretá-lo mesmo quando o ouvimos, porque ele não preenche os moldes antropomórficos do nosso entendimento do mundo. Mas quando o ouvimos e o entendemos, então uma alternativa se nos apresenta: ou desviamos com horror o nosso olhar e procuramos justificativas para fazê-lo, ou então somos interpelados a agir, novamente procurando justificar que o façamos. Podemos desviar o olhar, desligar a consciência, sobrepor-lhe considerações diversas… 


Mas se, em vez de desviarmos o olhar ou de fingirmos que não entendemos, encararmos o problema, então a nossa consciência moral e jurídica interpela-nos e força-nos a agir: seja com a força dos nossos argumentos e das nossas convicções – uma força não-negligenciável, porque historicamente lhe devemos todos os progressos civilizacionais –, seja até com gestos práticos que interrompam ou abreviem o sofrimento, ou que ao menos, na sua radicalidade simbólica, sacudam as consciências, provoquem o debate e até a indignação, confiram visibilidade à causa, permitam um instante de esperança e de luz”.


A discussão, como se percebe, vai além do mero reconhecimento formal de um pretenso “direito cultural” ou a proteção de determinadas formas de “manifestações populares”. Trata-se, em verdade, de qual sociedade o STF espera auxiliar a edificar, quais serão as injunções que as gerações posteriores absorverão em decorrência do triunfo da vedação da crueldade por um lado, ou, por outro lado, da legitimação de práticas cruéis travestidas de rótulos jurídicos de conteúdo duvidoso.


Arrematando com as conclusões do artigo antes mencionado, trata-se de discutirmos qual sociedade brasileira esperamos no futuro, pois “uma sociedade que prefere banalizar, transformar em rotina, formas de entendimento da existência nas quais não cabe o respeito pela vulnerabilidade de seres vivos é uma sociedade que perigosamente descamba para a ‘esquizofrenia moral’ da veneração de uma forma de vida, a humana, através de modos de opressão, de negação e de eliminação de outras formas de vida. 


Como se elas, longe de serem integradoras da própria “animalidade humana”, fossem, ou uma ameaça, ou um mero apêndice instrumental. Uma sociedade dessas brutaliza, exclui e indefere com muito mais eficiência do que uma outra na qual a solicitude e o respeito ganhem algum espaço – não à custa da pseudo-’degradação’ dos direitos humanos através do seu nivelamento com os interesses não-humanos, mas por via de uma exaltante, desafiante, nobilitante, consagração de um olhar sobre a vida que, preferindo comungar a indeferir, abarca no círculo do respeito os não-humanos e, nesse singelo gesto, alicerça melhor a defesa do que nos é mais caro e vital, a própria animalidade em nós, o sopro que nos torna vivos”.


Que o STF não nos decepcione!

Vale recorre à Justiça para reverter interdição do Porto de Tubarão



Advogado da empresa argumenta que a interdição por tempo indeterminado do porto prejudica toda a economia do país




A Vale do Rio Doce acionou a Justiça nesta sexta-feira (22) para tentar reverter a decisão que resultou na interdição do Porto de Tubarão ontem, em Vitória, pela Polícia Federal. Os advogados da empresa entraram com um mandado de segurança no Tribunal Regional Federal da 2ª Região contra a decisão do juiz federal Marcos Vinicius Figueiredo de Oliveira, da 1ª Vara Federal Criminal. As informações são do jornal O Globo.


O mandado de interdição é resultado de representação oferecida pela PF em inquérito que investiga crimes ambientais decorrentes da emissão de poluentes atmosféricos e de partículas sedimentadas, conhecidas como pó preto, no mar e no ar da Grande Vitória.


O advogado da Vale Sérgio Bermudes argumenta que a interdição por tempo indeterminado do porto afeta não só a empresa – que tem um prejuízo diário de R$ 35 milhões – mas também toda a economia do país. “Espero que o juiz reavalie sua decisão porque ela está dilacerando a economia do país num momento tão crítico. A liminar dada é contra um problema já existente há vários anos, e é lamentável o juiz agora suspender as atividades do porto”, avalia Bermudes.


Na última quinta-feira (21), as empresas Vale e Arcelor Mittal foram multadas em R$ 34,2 milhões pela prefeitura de Vitória por danos ao meio ambiente decorrentes das atividades do Porto de Tubarão. A Vale informou que foi notificada pela Secretaria de Meio Ambiente de Vitória e avaliará os dados para se manifestar dentro do prazo estipulado pelo órgão.


Veja a matéria completa em O Globo

Lamentos de uma petista arrependida


Sandra Starling
 
As más notícias já estão chegando



Imagino que o mesmo deva estar acontecendo com cada um que possa ler este artigo: minha caixa de mensagens amanhece lotada de ofertas de todo tipo de serviço em domicílio. Gente que faz consertos variados em sua casa, ofertas de dinheiro sob empréstimo, ajuda para a elaboração de trabalhos escolares, professores de diferentes línguas... Isso para não me referir aos pedidos de emprego para a própria pessoa ou para algum parente ou amigo seu.

Canso de dizer que mal conheço eventuais possibilidades de que alguém possa exercer alguma profissão. Há anos me encontro fora do mercado de trabalho por força de escolhas malfeitas no passado. Deixei, por exemplo, um recompensador trabalho como diretora de Pesquisa e Extensão em uma universidade, em fins de 2002, pela aventura de participar do primeiro governo Lula. Depois, deixei meu exílio em minha casa na cidade de Santa Luzia, em companhia de uma cachorra que eu adorava e de pessoas que trabalhavam para mim, e fui ser assessora no Senado Federal – claro está que outra vez correndo atrás do sonho petista que ia se desmoronando.

Começava o fim desse sonho, que veio arrasador com os votos de Joaquim Barbosa e que, agora, melancolicamente, termina com as conduções do “japonês da Federal”. Uma lástima.

Mas voltemos às considerações do título. Tudo quanto relatei de início já demonstra a terrível crise na qual nos jogou a gerentona Dilma Rousseff com sua interpretação bizarra e malsucedida do nacional-desenvolvimentismo. Para além das evidências de desemprego generalizado, a inflação retomou seu ritmo alucinante, e qualquer pessoa que tenha de manter ou ajudar a manter uma casa já sente os efeitos de preços astronômicos. Voltamos a ter de encher nossas despensas para evitar a ida constante aos supermercados, onde tudo sobe da noite para o dia. Só falta voltarem à cena os antigos “fiscais do Sarney” a vigiar a troca de etiquetas nas diferentes mercadorias. Tristeza.

E pior ainda é quando sabemos que o fantasma do desemprego vai afligir ainda mais os jovens de 18 a 25 anos e os homens e as mulheres acima dos 45 anos. Aos primeiros será sempre cobrada a experiência que não tiveram com o tipo de ensino afastado de toda a realidade e oferecido no Brasil seja nas escolas profissionalizantes – com raras exceções –, seja na universidade. Aos demais, a ameaça da idade chegando, embora, estatisticamente, com a elevação da expectativa de vida, os 40 anos situem-se ainda, em tese, na metade do tempo de vida das pessoas em geral.

E como no Brasil tudo é resolvido sendo empurrado com a barriga ou varrido por meias palavras, lá vem a presidente falando em reforma da Previdência para aumentar o tempo de trabalho de uma pessoa, sem resolver o problema da entrada muito cedo de alguns – os mais pobres, claro está – no mercado de trabalho e sem nem mesmo garantir empregabilidade para homens e mulheres na flor da idade.

Haja estômago para ver o repeteco de mazelas antigas e outras, como a sanção de um Orçamento contendo a previsão de aprovação da CPMF. Será que vai?

Artigo publicado originalmente no jornal O Tempo.

Crise Brasil passa por pior contração desde os anos 80, diz FMI


Diretor diz que retorno ao crescimento depende da crise política
Publicado: 22 de janeiro de 2016 às 18:44


Editorial do Estadão: O asceta de Garanhuns

21/01/2016
às 15:22 \ Opinião

Publicado no Estadão
“Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da Igreja Católica, nem dentro da Igreja Evangélica. Pode ter igual, mas mais do que eu, duvido.” Lula continua achando que o brasileiro é idiota. Reuniu ontem blogueiros amigos para um café da manhã em seu instituto e, a pretexto de anunciar que vai participar “ativamente” do próximo pleito municipal, aderiu pessoalmente – já o havia feito por intermédio de seu pau-mandado Rui Falcão – à campanha promovida por prósperos advogados e seus clientes, apavorados empresários e figurões da política, para desmoralizar a Operação Lava Jato, que procura acabar com a impunidade de poderosos corruptos.


Lula conseguiu escapar penalmente ileso do escândalo do Mensalão e, por enquanto, não está oficialmente envolvido nas investigações sobre o assalto generalizado aos cofres públicos. Os dois casos juntam-se numa sequência das ações criminosas que levaram dinheiro sujo para os cofres do PT e aliados e “guerreiros” petistas como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares para a cadeia.


O que é inacreditável é que, como presidente da República e dono do PT, Lula não tivesse conhecimento do Mensalão e do Petrolão que desfilavam sob seu nariz. 


Assim, é notável o atrevimento – talvez mais estimulado pelo desespero do que por sua índole de ilusionista – com que o personagem, que ficou rico na política, se apresenta como monopolista das mais prístinas virtudes.


Só mesmo alguém empolgado pelo som da própria voz e pelas reações da plateia amiga cairia no ridículo de se colocar como referência máxima e insuperável em matéria de honestidade. “Pode ter igual, mas mais do que eu, duvido.”


Apesar de inebriado com as próprias virtudes, Lula encontrou espaço para a modéstia – infelizmente de braços dados com a mendacidade, que alguns chamam de exagero retórico – ao se referir ao combate à corrupção. Fez questão de dar crédito a sua sucessora, deixando no ar a pergunta sobre a razão pela qual os petistas esperaram oito anos, até que o chefão deixasse a Presidência, para se preocuparem com os corruptos:


 “O governo criou mecanismos para que nada fosse jogado embaixo do tapete nesse país. A presidente Dilma ainda será enaltecida pelas condições criadas para punir quem não andar na linha nesse país”. E arrematou, falando sério: “A apuração da corrupção é um bem nesse país”.


Lula não se conforma, no entanto, com a mania que os policiais e procuradores têm de o perseguirem, obstinados pela absurda ideia fixa de que ele tem alguma coisa a ver com a corrupção que anda solta por aí: “Já ouvi que delação premiada tem que ter o nome do Lula, senão não adianta”. Ou seja, os homens da Lava Jato ou da Zelotes não vão sossegar enquanto não obrigarem alguém a apontar o dedo para o impoluto Lula. Mas, confiante, o chefão do PT garante que não tem o que temer: 


“Duvido que tenha um promotor, delegado, empresário que tenha coragem de afirmar que eu me envolvi em algo ilícito”.


Lula falou também sobre a fase mais financeiramente próspera de sua carreira política, quando, depois de ter deixado o governo, na condição de ex-presidente faturou alto com palestras aqui e no exterior patrocinadas por grandes empresas. Explicou que é comum ex-chefes de governo serem contratados para transmitir suas experiências ao mundo. Quanto a palestrar no exterior para levantar a bola de empreiteiras que para isso lhe pagam regiamente, Lula tem a explicação que só os mal-intencionados se recusam a aceitar: 


“As pessoas deveriam me agradecer. O papel de qualquer presidente é vender os serviços do seu país. Essa é a coisa mais normal em um país”.


De fato, é muito louvável que um ex-presidente da República se valha de seu prestígio para “vender” os serviços e produtos de grandes empresas brasileiras aptas a competir no mercado internacional. Resta definir quando essa benemerência se transforma em tráfico de influência.


“Nesse país”, porém, qualquer um que manifeste dúvidas em relação à absoluta integridade moral do asceta de Garanhuns é insano ou mal-intencionado.

Mais de 1,5 milhão de brasileiros perderam o emprego em 2015. Nenhum é filiado ao PT

1/01/2016 às 18:19 \ Direto ao Ponto


O companheiro Miguel Rossetto, ministro do Trabalho, admitiu nesta quinta-feira que, ao longo de 2015, mais de 1,5 milhão do que ele chama de “vagas formais” foram fechadas. É a maior onda de desemprego registrada desde 1992. Outro estrago colossal produzido pela crise econômica que a dupla Lula & Dilma pariu. Outra evidência dolorosa do naufrágio dos governos lulopetistas.


E o que disse Rossetto para abrandar a angústia dos trabalhadores atormentados pelo sumiço dessa imensidão de empregos com carteira assinada? Anotem: “Tivemos um ano de 2015 difícil, mas o mercado de trabalho do país manteve uma capacidade rápida de resposta a estímulos de demanda e um estoque formal forte e organizado de 39,6 milhões de empregos. Mantivemos as conquistas dos últimos anos”. Haja desfaçatez.

A serenidade obscena de Rossetto é explicada por uma constatação sonegada pela fábrica de estatísticas federais: não há um único e escasso militante do PT no oceano de demitidos nos últimos 12 meses. Nenhum. O Programa Desemprego Zero para a Companheirada é maior e muito mais eficaz que o Bolsa Família. Todos os devotos da seita têm salário garantido.Petista desempregado é uma espécie extinta.


Se o cinismo hediondo fosse incorporado aos crimes capitulados no Código Penal, a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto seriam esvaziados assim que a lei entrasse em vigor. Os rossettos estariam matando a saudade dos vaccaris e dirceus. O Brasil ficaria melhor, mais respirável e muito menos cafajeste.

Dilma é ovacionada e se compara a Vargas em convenção do PDT



A presidente disse estar "estarrecida" com o relatório do FMI sobre a economia brasileira

Por: Reinaldo Azevedo

A presidente Dilma Rousseff discursou hoje na convenção nacional do PDT, em Brasília – partido aliado do governo federal e ao qual ela já foi filiada. Na sua chegada, o ex-ministro Carlos Luppi entoou “Dilma guerreira do povo brasileiro” e puxou novos gritos da audiência: “não vai ter golpe” e “Dilma guerreira, nossa companheira”. 
 
 
A petista se animou e disse que o processo contra Getúlio Vargas foi um “prenúncio” do que ocorre atualmente no país. Segundo ela, não há “nenhuma base” para o impeachment e os defensores de sua saída “não gostam de ser chamados, mas são golpistas”. A presença de Dilma no evento pedetista teve como objetivo agradar a legenda da base aliada, num esforço para superar as crises política e econômica, e, sobretudo, para evitar a abertura do processo de impeachment na Câmara.
 
 
No evento, Dilma cutucou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao dizer que não tem contas no exterior e “flertou” com Ciro Gomes, dizendo que “às vezes ele briga comigo, mas eu nunca brigo com ele”; antes da chegada da presidente, Ciro discursou atacando a política econômica do governo. A presidente ainda disse estar “estarrecida” com o relatório do FMI que aponta a crise política e econômica do Brasil como um dos pontos que trazem riscos à economia global.
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Comentários
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  1. Demian
    Não quero que ela siga o exemplo do ditador Vargas ao cometer suicídio. Bastaria renunciar pra nos dar uma grande alegria.
  2. Ricardo
    Hodiernamente os políticos estão discursando apenas para os… Políticos.

ADVOGADOS DOS BANDIDOS DA LAVA JATO QUEREM MENTIR PARA O BRASIL!

PINÓCHIO GRADES


Não faltava mais nada…ADVOGADOS DOS BANDIDOS DA LAVA JATO NO FIO DA NAVALHA!  COM DINHEIRO SUJO DO PETROLÃO, OS ADVOGADOS VÃO FINANCIAR UMA MILIONÁRIA CAMPANHA DE COMUNICAÇÃO PARA DESMORALIZAR A JUSTIÇA BRASILEIRA… VAMOS REAGIR, BRASIL!
O site Jota.info informa: Começou a ser desenhado um amplo plano de comunicação contra atos dos procuradores da República integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato e do juiz federal Sérgio Moro, que comanda os processos do caso na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).


A campanha, evidentemente, não atacará o objeto da operação – o combate à corrupção –, mas tentará mostrar situações que, na visão dos defensores de investigados e réus, constituem violações a preceitos básicos do devido processo legal.


O objetivo é criar um ambiente favorável na opinião pública e, assim esperam os criminalistas, também no Judiciário, para facilitar a obtenção de decisões favoráveis a seus clientes. Os principais réus da operação, embora presos, têm milhões de reais a seu dispor para encomendar ações de assessoria de imprensa, relações públicas e marketing. E é essa, justamente, sua nova aposta.
Nos últimos dois anos, advogados renomados colecionam derrotas instância após instância na defesa dos clientes envolvidos – e dos acusados de envolvimento – com o maior esquema de corrupção já descoberto no Brasil.

Leia na íntegra:

http://jota.info/criminalistas-preparam-campanha-de-comunicacao-contra-lava-jato
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O medo de um gigantesco panelaço fez o PT decidir por eliminar do horário de propaganda partidária gratuita que irá ao ar em fevereiro, em rede nacional, “os deuses” LULA E DILMA

PT JOGA “B..” NO VENTILADOR E EXCLUI LULA E DILMA DE PROGRAMA ELEITORAL
orcrim lula e dilma
O medo de um gigantesco panelaço  fez o PT decidir por eliminar do horário de propaganda partidária gratuita que irá ao ar em fevereiro, em rede nacional, “os deuses” LULA E DILMA. A informação veio à tona nesta sexta, 22 de janeiro, que revela o desespero e a falta de rumo da ORCRIM. Na verdade, nem mesmo o “dono das almas” conseguirá fazer o milagre de evitar que o PT queime nas profundezas do inferno. – Quem trouxe o tema das almas à tona, foi Lula ao se referir a sua própria santidade -. O Cristalvox só lembra que Lula é ateu!


Dizem o Antagonista e a Folha que Lula e Dilma Rousseff foram enxotados da propaganda do PT.
Segundo a Folha de S. Paulo, a cúpula do partido decidiu “priorizar a defesa da imagem da sigla, abalada pelos escândalos do mensalão e do petrolão”.


Portanto, nada de Lula ou Dilma Rousseff nas inserções que serão exibidas em 2, 4, 6, 9 e 11 de fevereiro.


Os comerciais de TV do PT, segundo O Globo, serão usados para “cobrar a garantia do Estado democrático de Direito”.

Em outras palavras: vão atacar a Lava Jato.

Um dos responsáveis pela publicidade do partido disse à reportagem:  “Nossa ideia é não fulanizar”.
Em outras palavras: vão excluir dos comerciais aquela fulana – Dilma – e aquele fulano – Lula. (FOLHA, GLOBO  E ANTAGONISTA)
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Argentina venderá aviões presidenciais Presidente passará a utilizar apenas voos comerciais


O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou que o país aposentará a frota de aviões presidenciais. Conhecido como Tango 1, o Boeing 757 utilizado pela presidência desde os anos 1990 deve passar por um check D, que é orçado em mais de US$ 20 milhões.


Dentro de um programa de redução de gastos públicos, o governo Macri optou por retirar de serviço o avião que será colocado à venda no mercado no estado atual. Também serão vendidos o Tango 2 e 3 (Fokker F-28-400 Fellowship).
Em 1992, com a chegada do Tango 1, ainda no governo Carlos Menem, a Argentina passou a contar com o avião presidencial mais moderno de toda a América Latina. Com o agravamento da crise argentina nos últimos 16 anos, a opinião pública passou a questionar o uso de um avião presidencial.


Ainda assim, em 2014, a então presidente Cristina Kirchner optou por adquirir um Boeing 737-500, com 21 anos de uso. A aeronave deverá ser reincorporada a frota da Aerolineas Argentinas. Por ora, apenas o Tango 10, um Learjet 60 deverá permanecer na frota.


Nesta semana, o presidente Macri postou na sua conta no Instagram os bilhetes da Air France para sua viagem para o Fórum Mundial de Davos, na Suíça. Esse é o primeiro voo comercial de um presidente argentino na década.

Do Facebook.Conselhos dos Minions.

ES: Porto de Tubarão é interditado em Vitória


Pelotas de minério contaminaram a água; ainda não é possível calcular a dimensão dos impactos
Além do pó, pelotas de minério contaminaram a água / Reprodução/Jornal da Band Além do pó, pelotas de minério contaminaram a água Reprodução/Jornal da Band

O porto de Tubarão, em Vitória, Espírito Santo, foi interditado nesta quinta-feira (21) após uma operação da Polícia Federal que flagrou crimes ambientais. O local é administrado pela Vale, que teve sua atividade temporariamente suspensa.

A prefeitura da cidade multou a mineradora e a multinacional Arcelor Mittal, que também opera no porto, em R$ 68 milhões. Além do pó, pelotas de minério contaminaram a água. A esteira de minério e quatro guindastes que transportavam carvão foram interditados. Policiais irão fiscalizar o local diariamente.

A Vale só poderá voltar com as atividades quando adotar medidas para solucionar os problemas ou caso recorra da decisão e a justiça libere os trabalhos. Caso a empresa retire os lacres das máquinas, poderá ser multada em R$ 518 milhões.

Ainda não é possível calcular a dimensão dos impactos da natureza. Os diretores e gestores ambientais responsáveis pelo porto de Tubarão serão ouvidos e podem ser indiciados criminalmente. 

 

Máxima do dia.

Coisa de bandido."Sim, Lula, é coisa de bandido cachaceiro!"




O depoimento de Lula à Zelotes, prestado em 6 de janeiro, foi obtido pelo Estadão.
Lula disse acreditar que Luleco "tenha procurado Mauro Marcondes para obter patrocínio para seu projeto na área de futebol americano”.

Ele disse também - e é nesse ponto que Lula corre o risco de se danar - que nunca indicou “potenciais clientes ao seu filho, como também ele nunca lhe pediu”. 

A PF perguntou a Lula sobre arquivo encontrado no computador da empresa de Marcondes, no qual estava registrado: “A MP foi combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o govenador Eduardo Campos”.

Lula respondeu: “Combinação desse tipo é coisa de bandido”.


Sim, Lula, é coisa de bandido

 

Comentários (13)

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Zilah 
9 dedos está se enrolando cada vez mais , sua hora está chegando, espera só mais um pouquinho e terá tudo que tem direito...

Car
Opa, mais um cadáver assombrando por ai ?!

Xô Satanás! 
Adoro vocês!!! Vocês são os melhores!!!!

luiz 
http://www.oantagonista.com/posts/campanha-de-comunicacao-contra-a-lava-jato
CAMPANHA CONTRA A LAVA JATO-JÁ INICIARAM
ELES COMEÇARAM PELA TERRA DO BUMLAI VEJAM:
http://www.campograndenews.com.br/colunistas/financas-e-investimentos-sem-complicacao/entenda-os-impactos-da-operacao-lava-jato-na-economia-brasileira

Tércio Mancini 
Mudanças no ICMS geram fechamento de uma empresa por minuto
Sebrae e entidades vão entrar no STF para pedir medida de suspensão das novas regras de cobrança do imposto
http://www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/Mudan%C3%A7as-no-ICMS-geram-fechamento-de-uma-empresa-por-minuto

Angelo
Reza a Psicologia que um dos mais difíceis desafios do homem - entenda-se da mente humana - e adquirir o autoconhecimento: Lula leva jeito! Esse é o cara!

Totò Riina 
Coisa de bandido, mesmo!
E olha que desse assunto, eu entendo!!

denise 
quando voltará as OPERAÇÕES da PF para prender os CORRUPTOS ???

J. Renato 
Sabe o que eu acho, Lula está com a razão, ele não sabe de nada mesmo, quando digo nada é nada no duro. Um incapaz!!!

Marcelo171 
Na moral do lula.
Bandido=cara esperto

Yara
Não achei que um dia concordaria com o molusco.

Sabugo 
ATO FALHO OU RÉU CONFESSO?
Não há mais o que perguntar!
Tem que prender!
Sabugada TOC, TOC, TOC, são 5h da manhã!!!

Meg 
Sim, Lulla, é coisa de bandido cachaceiro!

O ministro da Fazenda lava as mãos



Nelson Barbosa já se prepara para abandonar a meta fiscal. E estamos apenas em 22 de janeiro.

Segundo o Estadão, ele disse hoje, em Davos, "que a meta de superávit primário de 2016, de 0,5% do PIB, foi uma proposta do Executivo aprovada pelo Legislativo - e que seu cumprimento, portanto, pressupõe que o Congresso colabore".

Referiu-se especificamente às duas emendas constitucionais, da CPMF e da DRU".

 Comentários:



GAC 
CPMF será o impulso que precisamos para uma inflação de 20 %.

Maurício 
Serge de Latouche: 'Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno'

antonio carlos 
qdo a dilma abandonar a meta vai dobrar a meta

marcio martins 
barbosa não passa de uma cabeça vazia ,que pensa estar cheia de
inteligência para gerir a economia brasileira.
e outro que tem que puxar uma c;a;d;e;i;a por crime fiscal.

Nancy Carpi 
essa gentalha lava as mãos e o $$$$$ também, na mesma água, mesma pia, mesmo sabão...até ficar tudo bem "limpinho"

zoinhodeolho 
ingênuos acreditam em metas.

José Roberto Borsari 
O que estão esperando para colocar a Dilma, o Pt e os partidos corruptos da base aliada fora do governo? Alguém pode imaginar uma situação pior do que está atualmente, pois o imaginável vai ocorrer se continuarem com a mesma incompetência e arrogância calcada no caos e nos desvios que nos levaram à falência. O desemprego vai aumentar, não existe produção e muito menos consumo, mas novos impostos sim.

Alexandre FG 
Dilma lavou as maos, a demora para tira-la de la esta custando apenas um Plano Real.

Coup de foudre 
Não entendi porque o meu comentário foi considerado impróprio se o que disse foi apenas que concordava com [João] porque estamos, sim, na senzala e devemos sair aos milhões às ruas. Além disso mencionei o absurdo que é cobrarem a CPMF de quem já vive sob uma inflação a dois dígitos e o desemprego em massa, enquanto que não fazem a redução dos ministérios e repartições abarrotados de gente do compadrio. É ou não é um escárnio?


Alexandre FG
O Barbosa é um pilantra, quem tem a mao na torneira é o EXECUTIVO que abriu-a qdo lhe convinha. Jogar nas costas do Congresso é de uma semvergonhice sem tatamnho, falta de verogonha.

Alexandre FG 
A inflação de Janeiro bateu recorde desde 2003 e o Tombini brincando de banco imobiliario com os juros. Estamos sendo governados por moleques.

Giusti 
Nosso Legislativo é composto por dementados.
Além de aprovarem todo o tipo de bandalheira do Executivo, ainda se colocam na posição de ovelhas q, de tão dóceis, ofertam o próprio pescoço ao sacrifício.
Entre os eleitores e os pixulecos, escolheram os pixulecos e perderão os eleitores.


Caco 
Dilma Rousseff e seu (des)governo têm que cair. A deterioração cada vez mais acelerada da economia nacional, é consequência da inacreditável incompetência gestora da presidente, que gera enormes ondas de descrédito. Para piorar, todas as medidas anunciadas pela equipe econômica são estapafúrdias e ridículas. Com Dilma fora, boa parte dos problemas terão perspectiva de solução.