terça-feira, 25 de outubro de 2016

Tomar água demais pode causar intoxicação por água



Tomar água demais pode causar
Também os atletas só devem ingerir líquidos quando tiverem sede. Já os idosos têm a ganhar com o acompanhamento para garantir uma quantidade mínima de água diária.
[Imagem: Monash University]



Mecanismo da sede
Não se sabe exatamente quem lançou a ideia de que devíamos tomar dois litros de água por dia, mas está difícil derrubar esse mito - na verdade, precisamos ingerir dois litros de líquidos, mas não necessariamente de água - há muita água nos alimentos.



Segundo Michael Farrell (Universidade Monash) e Pascal Saker (Universidade de Melbourne), tomar água em excesso pode levar até mesmo a uma "intoxicação com água".



Eles estudaram o mecanismo da sede e da saciedade de água e descobriram um mecanismo ativado no cérebro que inibe o ato de engolir quando bebemos água em excesso. Esse mecanismo ajuda a manter equilibrado o volume de água no corpo.



O problema é que, quando as pessoas acreditam que devem tomar uma quantidade maior de água do que a sua sede lhes indica, elas passam por cima desse mecanismo, desequilibrando a quantidade de líquido no organismo.



"Se nós apenas fizermos o que o nosso corpo nos pede provavelmente faremos a coisa certa - beber apenas de acordo com a sede, em vez de seguir uma programação," escrevem Farrell e Saker.


Intoxicação por água
Os pesquisadores mediram o esforço necessário para engolir água quando os voluntários foram postos sob duas condições: depois de uma atividade física, quando estavam com sede, e mais tarde, quando lhes foi pedido para ingerir uma quantidade de água além da sua sede.



Os resultados mostraram que é necessário um esforço três vezes maior para ingerir a água depois que a sede foi saciada.



Segundo os pesquisadores, beber muita água aumenta o risco de "intoxicação por água", ou hiponatremia, quando os níveis vitais de sódio no sangue tornam-se anormalmente baixos, causando sintomas que vão da letargia e das náuseas até convulsões e coma.



O professor Farrell ressalva que, no caso das pessoas idosas, que frequentemente não bebem água o suficiente, podem ter vantagens em programar uma ingestão de líquidos em níveis adequados.

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