sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Para conter caçadores, Zimbábue retira chifres de rinocerontes

Plano é realizar procedimento com os 700 animais da espécie que vivem no país.
Zimbabue cacadores chifres rinocerontesAnimais são sedados e têm seus chifres retirados por veterinários. (Fotos: Aware Trust Zimbabwe/Divulgação)
Numa iniciativa controversa para conter a caça ilegal, o governo do Zimbábue iniciou nesta semana o projeto de retirar os chifres de todos os rinocerontes adultos que vivem no país. A previsão é que o procedimento seja realizado em aproximadamente 700 animais.

— Nosso objetivo é tirar os chifres de todos os rinocerontes adultos e marcar os jovens para a manutenção de registros — disse Lisa Marabini, diretora da organização ativista Aware Trust Zimbabwe (ATZ), em entrevista à AFP. — A caça é um problema sério neste país. Isso deve agir como uma medida dissuasiva ao reduzir o prêmio potencial para os caçadores.

Os rinocerontes estão entre as maiores vítimas da caça ilegal no Zimbábue, e, por esse motivo, sua população vem diminuindo ao longo dos anos. Segundo Lisa, estimativas indicam que ao menos 50 animais da espécie foram mortos por caçadores dentro de reservas no ano passado.

Os caçadores abatem os animais e retiram apenas os chifres, abandonando a carcaça. Os chifres dos animais são contrabandeados para países asiáticos, onde eles são apreciados por supostas qualidades medicinais.
Zimbabue cacadores chifres rinocerontes2Os chifres crescem cerca de 6 centímetros por ano e, por isso, o procedimento deve ser repetido a cada dois anos.
Em comunicado, a ATZ informou que o projeto está sendo realizado em três parques nacionais, que cobrem aproximadamente metade da população de rinocerontes no país. Os rinocerontes, diz a organização, não possuem predadores naturais e, por esse motivo, não precisam dos chifres para se defenderem.

Os chifres crescem cerca de 6 centímetros por ano nos animais mais jovens, sendo que o ritmo diminui com o avanço da idade. Por isso, o procedimento deve ser repetido a cada dois anos. Todos os chifres retirados são marcados com microchips e entregues ao governo, para evitar que eles alimentem o comércio ilegal.

Fonte: O Globo

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