sábado, 7 de novembro de 2015

O que é mais justo? O Governo gastar R$ 34.800,00 na compra de maquinas de lavar para apartamentos de senadores(que já ganham uma fabula) ou 210 uniformes para crianças?

Câmar de Deputados compra ...chapinha, escova e baby liss enquanto as escolas brasileiras não tem teto.


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Chega de luxo!Os sete ministros do TSE têm à disposição 122 secretárias

Na conta do contribuinte
Com sete ministros, TSE mantém 122 secretárias

Diario do Poder

Publicado: 07 de novembro de 2015 às 00:01 - Atualizado às 23:55


Sede do Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. Foto: TSE/TRE-TO
Os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral têm mais o que fazer, por isso só se reúnem duas vezes por semana, e à noite. Mas têm à disposição um fabuloso edifício-sede, de 112 mil metros quadrados, distribuídos em dez andares e um exército de servidores que inclui 122 secretárias ao custo anual, só elas, de mais de R$ 8,9 milhões. Isso sem contar auxiliares de microinformática, que custam R$ 2,8 milhões.


As despesas no TSE só aumentam. A renovação de três contratos para terceirizados de nível médio aumentou esses custos em R$ 3 milhões.
Com serviço de mensageiros, o TSE desembolsa cerca de R$ 2 milhões. Haja recado e encomenda para circular entre os gabinetes.


Constrangido com seu gabinete de 150 metros quadrados, ministro do TSE disse à coluna que preferia ver funcionando ali 4 salas de aula.



Entre 2009 e 2015, despesas do TSE com terceirizados aumentaram em média 151%. Somente do ano passado para cá, cresceram 38%. Leia mais na Coluna Cláudio Humberto

Estudo mapeia o lixo jogado nos oceanos

Por (o))eco
Coleta de amostras - KOROR
Coleta de amostras de resíduos em Koror, Palau. Foto: Divulgação.


É sujeira para todos os lados. A poluição dos oceanos atinge locais isolados e de proteção ambiental, como a costa da república de Palau, um santuário marinho. A maior parte dos resíduos é plástico que vem de longe, trazido pelas ondas. O levantamento desse problemão ambiental está sendo feito por pesquisadores suíços que integram a expedição Race for Water Odyssey. Nesta quinta-feira (05), a embarcação que saiu há 300 dias de Bordeaux, na França, chegou ao Rio de Janeiro.


Ao todo, a expedição já percorreu 32 mil milhas náuticas até agora (um pouco mais de uma volta em torno da Terra) coletando dados, cujo resultado será apresentado até o ano que vem. Mas o que já sabem é preocupante: 80% da poluição dos oceanos é composta por plásticos, segundo amostras de resíduos retiradas pela equipe da Race for Water. Estima-se que a humanidade produz 250 milhões de toneladas de plástico cada ano, dos quais 10% acabam no mar. Plástico esse que poderia ser drasticamente reduzido com mudança de consumo, já que 35% são usados apenas uma vez e logo descartado. 


"Encontramos plástico em todo lugar, mesmo em áreas isoladas e bem preservadas”, explica Marco Simeoni, presidente da Race for Water e organizador da expedição. 


Em conversa com jornalistas na manhã desta quinta-feira, Simeoni explicou que embora seja possível encontrar resíduos em qualquer lugar, existem cinco grandes áreas que concentram a poluição devido às correntes marítimas. 


São as chamadas zonas de convergência. As manchas de poluição estão distribuídas nos oceanos Atlântico (Sul e Norte), Pacífico (Sul e Norte) e Índico, numa área que, juntas, totaliza duas vezes o tamanho do Brasil.  


Itinerário
Itinerário da expedição mostra a região das zonas de convergência, onde estão concentrados
grandes quantidades de resíduos.


Campanha
Em terras fluminenses, a expedição foi recebida pelo embaixador suíço no Brasil, André Regli, e pelos representantes do Swissnex Brazil -- iniciativa do governo Suíço que conecta os dois países pela ciência, e do swissando, agência que promove a suíça no Brasil. Aqui, a fundação e o governo suíço lançaram a campanha nacional de conscientização chamada “mar sem lixo, mar da gente”, que debate o problema do lixo plástico nos oceanos.



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O maior sucesso biológico de todos os tempos

Por Marcos Rodrigues
Avestruz da somália. Foto: Wikipedia
Avestruz da somália. Foto: Wikipedia


Todo mundo sabe o que é uma ave, ou um pássaro. O senso comum diz que aves ou pássaros são os animais que possuem penas revestindo o corpo. Assim, o bizarro pinguim (que na verdade é um grupo de 17 espécies e não apenas uma) nada mais é do que uma ave.


Sim, aquele animal de ‘sangue quente’ que vaga pelos gélidos confins do continente antártico e ilhas adjacentes; aquele animal que caminha toscamente sobre o gelo; aquele animal que nada como um raio e mergulha em águas geladas em busca de peixes não passa de uma ave.


A avestruz, aquele animal bípede e grandalhão, que chega a pesar 140 quilos e que caminha pelas planícies quentes e secas das savanas africanas também é uma ave, pois seu corpo, assim como o dos pinguins, é todo revestido por penas.



Aquele sabiá que gorjeia sobre as palmeiras dos nossos jardins tropicais, que não passa de uma avezinha com menos de 30 gramas e 15 centímetros de tamanho (do bico à cauda) também é uma ave (muitos o chamam exclusivamente de pássaro, mas considero aqui estas palavras como sinônimas).

O sabiá-do-barranco. Foto: D. Sanches/Wikipedia
O sabiá-do-barranco. Foto: D. Sanches/Wikipedia


Agora pense numa galinha. Todo mundo sabe o que é uma galinha. Ela está na nossa dieta há mais de 3000 anos. Dez entre dez brasileiros comem galinha pelo menos uma vez por semana. Galinha assada, ao molho pardo, à caçarola, na brasa, frita em pedacinhos (ironicamente “à passarinho”), coxinha de galinha, caldo de galinha e mais uma infinidade de formas, jeitos e receitas para se comer galinha. Pois saiba, a galinha, quando viva, tem boa parte do seu corpo recoberto por penas e, portanto, é uma ave.


Mas não são só as penas que tornam um animal uma ave, mas este assunto veremos mais a frente, à luz da ciência e não à luz do senso comum.


Um chá no Saara
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Abetarda africana (Chlamydotis undulata). Foto: Wikipedia


Você pode encontrar uma ave em qualquer lugar deste planeta. Mesmo no deserto do Saara, a região mais quente e árida da Terra, quando estiver caminhando junto aos tuaregs, não se espante se lá avistar uma abetarda africana andando e gritando pelas dunas secas. Abetardas são aves altamente terrestres de grande porte, pernas e pescoços longos que lembram uma seriema (mas não são parentes destas).


As abetardas são aves adaptadas aos ambientes mais áridos do globo e conseguem sobreviver muito bem sem beber água por períodos de tempo muito longos. Como elas vivem sem água?


Sabemos que o metabolismo das proteínas produz amônia, que é um composto muito tóxico, mas é solúvel na água e difunde-se rapidamente. Abetardas, como qualquer ave, comem proteínas eventualmente e assim precisam eliminar a amônia.


Os mamíferos, como nós, conseguem converter a amônia tóxica em ureia, que é uma substância menos tóxica. A ureia pode ser acumulada no corpo e liberada em uma solução concentrada na urina, conservando água desta maneira.


Para isso os mamíferos desenvolveram um rim que é extraordinariamente eficiente em produzir urina concentrada. As aves, no entanto convertem a amônia e outros compostos nitrogenados em ácido úrico. 


Diferentemente da amônia e da ureia, o ácido úrico é insolúvel e combina-se prontamente com íons sódio e potássio para precipitar como urato de sódio ou potássio. Assim, as aves desenvolveram a capacidade de excretar ácido úrico e recuperar a água que é liberada durante a formação do precipitado1.


A baixa solubilidade do ácido úrico se torna vantajosa, porque o ácido úrico precipita quando entra na cloaca (região final do trato digestório das aves). O ácido úrico dissolvido se combina com os íons na urina e se precipita como uma massa de cor clara que inclui sais de sódio, potássio, e sais de amônia de ácido úrico, assim como outros íons. (É o cocô de passarinho, também conhecido por guano, um esterco com propriedade incrivelmente fertilizadora do solo).


Quando o ácido úrico e os íons se precipitam dessa solução, a urina se torna menos concentrada e a água é reabsorvida no sangue através da parede da cloaca. A excreção nitrogenada de ácido úrico é mais econômica quanto à água do que a excreção da ureia, porque a água usada para produzir urina é reabsorvida e reutilizada. Assim, as aves são chamadas de animais uricotélicos, pois excretam resíduos nitrogenados principalmente na forma de ácido úrico1.


É desta maneira que muitas espécies de aves conseguem viver em ambientes áridos como os desertos. Não se esqueça de procurar pelas abetardas quando estiver passeando pelo Saara.


Visita ao continente gelado
O pinguim imperador (Aptenodytes forsteri) curtindo o inverno na Antártica. Foto: Wikipedia
O pinguim imperador (Aptenodytes forsteri) curtindo o inverno na Antártica. 

Foto: Wikipedia
Depois de caminhar numa caravana de camelos cruzando o Saara, nada mais refrescante do que uma visita a Antártica, o continente gelado. Ali as temperaturas são as mais frias, o ar é o mais seco e o vento é o mais uivante de todo o planeta Terra. As temperaturas no inverno podem alcançar 89 graus Celsius negativos.


Não há população permanente de seres humanos nesta área de mais de 14 milhões de metros quadrados (o dobro da Austrália). Neste passeio pelo continente gelado o que encontraremos serão pinguins.


As dezessete espécies de pinguins vivem nestas condições hostis de clima a maior parte do ano. O pinguim imperador é a única espécie que consegue se reproduzir em pleno inverno. Como eles conseguem sobreviver é uma questão importante na biologia.


A dieta do pinguim imperador consiste principalmente de peixes, crustáceos e cefalópodes (lulas). Na caça, os indivíduos podem permanecer submersos por até 18 minutos e mergulhar a uma singela profundidade de 535 metros. Eles apresentam diversas adaptações para empreender tal façanha, como uma hemoglobina estruturada para permitir que funcione em níveis de oxigênio baixos.


Os ossos sólidos e pesados lhes permitem uma redução do barotrauma (danos físicos causados aos tecidos do corpo por diferenças de pressão do ar ou da água). Além disso, os pinguins têm a capacidade de reduzir seu metabolismo e interromper as funções não essenciais de alguns órgãos. As penas do pinguim imperador proporcionam de 80 a 90% do seu isolamento térmico.


Eles ainda possuem uma camada subdérmica de gordura que pode chegar a ter três centímetros de espessura. As suas penas são rígidas e curtas e formam um conjunto denso ao longo de toda a superfície da pele. Cerca de 100 penas cobrem 6,5 cm², o que significa que é a espécie de ave com maior densidade de penas no corpo. Os músculos permitem que as penas permaneçam eretas quando as aves estão em terra, reduzindo a perda de calor ao fixarem uma camada de ar junto à pele.


Inversamente, a plumagem ajusta-se junto à pele quando a ave está na água, provocando a impermeabilização da pele e da camada de plumagem adjacente. A limpeza das penas é vital para garantir o isolamento térmico e para manter a plumagem oleosa e repelente de água2.


O pinguim imperador tem ainda a capacidade de fazer termorregulação (manter constante a sua temperatura corporal) sem alterar o seu metabolismo, num intervalo grande de temperaturas (entre –10 e 20 °C).



Abaixo de –10, a sua taxa metabólica aumenta significativamente, apesar de o indivíduo poder ainda manter a sua temperatura corporal entre os 37,6 e os 38,0 °C até em gélidos 47 graus negativos de temperatura ambiente. Para aumentarem o metabolismo, podem fazer um conjunto de movimentos: nadar, andar e tremer. Um quarto processo envolve a quebra metabólica de gorduras por enzimas, ação induzida pelo hormônio glucagon2. Quer mais?


É melhor deixarmos a Antártica. Está muito gelada, não é mesmo? Para isso temos que pegar um navio e rumarmos norte, seja pelo Oceano Atlântico, Pacífico ou Índico. O que veremos então? Água. “Água, água, tanta água//e nem uma gota para beber”. Se o navio em que estivermos não tiver uma provisão de água doce suficiente, morreremos todos de sede.

Mar sem fim. Foto: Wikipedia
Mar sem fim. Foto: Wikipedia
Ó mar salgado, quanto do teu sal //São lágrimas de Portugal!
Mas lá em alto mar, milhas e milhas distante de qualquer pedaço de terra plainam suavemente os albatrozes. Os albatrozes pertencem ao grupo chamado de Procellariiformes, que é uma ordem de aves marinhas que compreende quatro famílias: os albatrozes, os petréis, as pardelas e os bobos.


Essas aves são quase que exclusivamente pelágicas (vivendo e alimentando-se em mar aberto) e se distribuem por todos os oceanos do mundo. Essas aves vagueiam em busca de alimento durante todo o ano e só pousam em terra firme (ilhas oceânicas isoladas) para se reproduzir.


Alimentam-se exclusivamente de lulas, peixes e crustáceos. Como vimos acima, o metabolismo dessa proteína ingerida produzirá amônia. Vimos também que as aves conseguem economizar água do corpo excretando ácido úrico. Mas como excretar todo o sal ingerido após a digestão desses animais marinhos?


Um albatroz. Foto: Fabio Olmos
Um albatroz. Foto: Fabio Olmos


A solução está nas glândulas de excreção de sal. Tais glândulas proporcionam um caminho extrarrenal que excreta o sal com menos água do que a urina. Em muitas aves, as glândulas nasais laterais se especializaram para a excreção de sal. As glândulas são situadas ao redor da órbita, usualmente sobre os olhos.


Aves marinhas (pelicanos, albatrozes, pinguins) possuem glândulas de sal bem desenvolvidas, assim como muitas aves de água doce (patos, aves lacustres em geral, mergulhão), aves de praia (maçaricos e batuíras), cegonhas, flamingos, aves carnívoras (gaviões, águias) e aves de savana (avestruz). As glândulas de sal tem uma microestrutura semelhante a um rim e usam um sistema de fluxo de sangue em contracorrente para remover os íons de sais da corrente sanguínea. Estas glândulas são lobadas contendo muitos túbulos secretores que irradiam para fora a partir de um canal de excreção no centro.


Túbulos secretores são revestidos com uma camada única de células epiteliais. O diâmetro e comprimento destes túbulos variam dependendo da quantidade de sal que é geralmente absorvido pelas espécies que as possuem. Assim, essas glândulas de sal mantêm o equilíbrio de sal do corpo do indivíduo e permite aos albatrozes a beber água do mar1.


Voando na ‘zona da morte’
O monte Everest. Foto: Wikipedia
O monte Everest. Foto: Wikipedia


Chega de horizontes infinitos, oceanos monocromáticos, planícies enfadonhas, desertos inimigos. É hora de embarcarmos para as montanhas, a mais alta delas. Na cadeia do Himalaia impera o monte Everest com seus 8.848 metros de altitude.


Em 1953, os alpinistas Edmund Hillary e Tenzing Norgay mal podiam caminhar quando chegaram a 20 metros do cume do Monte Everest. Estavam exaustos, na chamada ‘zona da morte’, onde, acima dos 8 mil metros a pressão atmosférica é de cerca de um terço da pressão ao nível do mar, resultando na disponibilidade de apenas cerca de um terço do oxigênio para respirar. Os efeitos debilitantes da ‘zona da morte’ são tão grandes que é preciso que os escaladores levem até 12 horas para percorrer a distância de pouco mais de 1,5 quilômetros.


Na ‘zona da morte’, o corpo humano não pode aclimatar. Uma estadia de pouco tempo na ‘zona da morte’ sem oxigênio suplementar irá resultar na deterioração das funções corporais, perda de consciência, e, finalmente, a morte. Hillary e Norgay sabiam disso e por isso mesmo usavam máscaras acopladas a um tubo de oxigênio complementar.


Sem isso talvez jamais tivessem atingido o cume do Everest pela primeira vez na história. Mas foi exatamente neste dia histórico, 29 de Maio de 1953, em meio à exaustão e a êxtase do triunfo, que os alpinistas observaram um bando de gansos asiáticos cruzarem os céus, bem acima da cabeça deles, voando e conversando como se nada estivesse acontecendo. Sim, isso mesmo, gansos asiáticos, conhecidos cientificamente por Anser indicus.


Os míticos alpinistas Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953 já felizes e fora da ‘zona da morte’ (note os tubos de oxigênio). Fonte: Wikipedia
Os míticos alpinistas Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953 já felizes e fora da ‘zona
da morte’ (note os tubos de oxigênio). Fonte: Wikipedia


O ganso asiático é uma ave de grande porte que se reproduz na Ásia Central em colônias de milhares de indivíduos perto de lagos de montanhas e migra para o sul da Ásia, até o sul da península da Índia, onde passam seu ‘inverno’. Isso significa que estes gansos atravessam o Himalaia pelo menos duas vezes por ano. Como eles conseguem sobreviver no ar rarefeito é uma das mais importantes questões da biologia.


Como os gansos respiram no ar rarefeito? Uma das grandes questões científicas.
Como os gansos respiram no ar rarefeito? Uma das grandes questões científicas.


Para uma ave voar em altitudes elevadas ela precisa aumentar a taxa de batimentos cardíacos o que aumenta os custos metabólicos dos gansos. A capacidade destas aves de sustentar as altas demandas de oxigênio durante o voo em um ar que é extremamente rarefeito depende da fisiologia cardiorrespiratória única das aves, juntamente com várias especializações que evoluíram para o transporte de oxigênio3.


A tolerância excepcional a hipoxia em aves é provavelmente o mais importante fator responsável pelo voo em ar rarefeito. Mesmo pardais comuns conseguem suportar a falta de oxigênio quando foram estimulados a voar em túneis com ar que mimetizava 6 mil metros de altitude. As aves são muito mais tolerantes a hipoxia do que os mamíferos. Muitas características únicas do aparelho respiratório e cardiovascular das aves são os responsáveis por essa tolerância3.


O sistema respiratório das aves é único entre os animais vertebrados atuais. Dois grupos de sacos aéreos, cranial e caudal, ocupam a maior parte da região dorsal do corpo e estende-se em cavidades  em muitos dos ossos (chamadas espaços pneumáticos). Os sacos aéreos são pouco vascularizados e não participam das trocas gasosas, mas são grandes – aproximadamente nove vezes o volume dos pulmões.


Os sacos aéreos são espaços por onde o ar flui durante os períodos do ciclo respiratório. Isso cria um fluxo de ar contínuo em um único sentido nos pulmões. Nas aves é possível um fluxo oposto do sangue e do ar, somente porque o ar flui no interior dos pulmões em uma mesma direção durante a inspiração e a exalação.


Esse fluxo de ar em sentido único nos pulmões das aves tem muitos benefícios. O fluxo em corrente-cruzada do ar e do sangue permite trocas de gases mais eficientes, semelhante ao fluxo de contracorrente do sangue e da água nas brânquias dos peixes1.


O mais árido deserto, o mais gelado dos climas, a mais alta montanha. Qualquer lugar do planeta onde o homem possa estar terá sido precedido por uma ave. Lembre-se disso.


O maior sucesso do planeta
As aves são os animais mais conspícuos (aos nossos olhos) no mundo moderno. Elas são extremamente diversificadas, com mais de 10.000 espécies existentes distribuídas por todo o planeta, preenchendo uma variedade de nichos ecológicos e uma gama em tamanho desde o diminuto colibri com apenas dois gramas ao gigante avestruz, com seus 140 quilos.



Seus corpos emplumados são otimizados para o voo, suas taxas de crescimento e metabólicas se destacam entre os animais vivos, e seus cérebros grandes, sentidos aguçados e habilidades de vocalizar e usar ferramentas as torna organismos inteligentes. Isto suscita uma pergunta fascinante: como esse grupo de animais alcançou tão grande diversidade e tão grande sucesso evolutivo4?


Este é o tema de uma vida de pesquisas e descobertas essenciais para o entendimento de todas as questões filosoficamente importantes: Aristóteles, Lineu, Darwin, Wallace, Watson & Crick, Lorenz, Tinbergen, entre tantos outros que o digam.


Para saber mais
  • Pough, F.H., Janis, C.M e Heiser, J.B. 2003. A Vida dos Vertebrados. Atheneu Editora São Paulo, São Paulo. 4a ed.
  • Williams, T.D. 1995. The Penguins. Oxford University Press.
  • Scott, G.R. et al. 2015. How Bar-Headed Geese fly over the Himalayas. Physiology 30:107-115.
  • Brusatte, S.L. et al. 2015. The origins and diversification of birds. Current Biology Review 25.

*Este artigo foi publicado originalmente no blog Vida das Aves e republicado em O Eco. logo21


Repatriação de recursos, projeto que oculta anistia ilegítima


Pedro do Coutto


A maioria parlamentar do governo, temendo a derrota na noite de quarta-feira, na Câmara, transformou-se em minoria e decidiu adiar a votação do substitutivo ao projeto que concede anistia fiscal aos titulares de contas de brasileiros no exterior desde que decidissem pelo retorno dos saldos financeiros ao país. O projeto original é de autoria do senador Randolfe Rodrigues, mas foi envenenado ao passar por misteriosos laboratórios do poder.



Depois da firme e frontal denúncia feita pelo deputado Raul Jungman, discurso transmitido pela TV Câmara, o Palácio do Planalto não tinha ouro caminho, a não ser o recuo em forma de adiamento. Na edição de quinta-feira, O Globo, em matéria da Sucursal de Brasília, revelou a decisão.


Raul Jungman destacou o escândalo – mais um – que havia sido embutido no texto. Da anistia fiscal e tributária, a matéria tornou-se mais abrangente, passando indiretamente à escala criminal. Beneficiava assim, entre outros, as empreiteiras e os empresários, por exemplo, envolvidos na Operação Lava-Jato, entre os quais alguns já condenados pelo juiz Sérgio Moro. Era demais.


O parlamentar de Pernambuco iluminou item por item os caminhos projetados para o favorecimento escandaloso. Relativamente às multas aplicadas pela não declaração dos valores à Receita Federal, por exemplo, seria adotado, como base de cálculo, o valor do dólar no início deste ano, e não sobre o nível em que se encontra hoje no mercado de câmbio em relação ao real. Para que se tenha uma ideia: de janeiro a outubro a moeda americana subiu mais de 40%.

PROCURADORIA É CONTRA
A tentativa de assalto não termina neste ponto. A Procuradoria Geral da República – ressalta O Globo – manifestou-se contra o projeto através de nota técnica, na qual sugere aos parlamentares a rejeição da matéria, uma vez que sua aprovação não é oportuna antes de uma análise mais profunda do projeto, inclusive pela própria PGR.


Para bom entendedor, meia palavra basta. No caso específico, basta ler no Diário do Legislativo o discurso de Jungman. E seguir os rastros das alterações feitas não se sabe exatamente por quem. Porém uma investigação comparativa entre a proposição de Randolfe Rodrigues e aquela que quase ia sendo votada ao anoitecer de quarta-feira revelará, inevitavelmente, os autores das sombrias modificações feitas para pior, sob o ângulo do interesse nacional, e para melhor no prisma de objetivos particulares ocultos nas sombras.


HÁ CONIVÊNCIA?
Um projeto relativo à Receita Federal teria que obrigatoriamente transitar pelo Ministério da Fazenda. E também deveria previamente ser analisado pelo Ministério da Justiça.

Mas o que dizem a esse respeito os ministros Joaquim Levy e José Eduardo Cardozo? Até agora não disseram coisa alguma. Como não se mostraram capazes de perceber as curvas sinuosas embutidas no texto? 

Não quero acreditar em conivência. 


Prefiro atribuir a dupla lacuna à omissão, espécie de sofá em que se acomodam constantemente dirigentes políticos e administrativos. 


Porém, tem-se de considerar que tais cômodas omissões custam caríssimo ao Brasil e, mais caro ainda, à população brasileira como um todo. 

Incrível. 

Um desastre.

Lula e seu Instituto receberam R$ 17 milhões das empreiteiras



Laryssa Borges

Veja

O grupo das maiores empreiteiras do Brasil repassou 17.233.278,62 milhões de reais para a empresa LILS Palestras e ao instituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontam documentos apreendidos pelos investigadores da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Oficialmente, os recursos foram entregues para o pagamento de palestras do petista entre os anos de 2011 a 2014.

Entre os repasses às empresas ligadas a Lula, o maior é o da construtora Camargo Corrêa – 4.527.999,30 milhões de reais – seguido pela gigante Odebrecht, com transferências de 3.973.237,90 milhões de reais entre 2013 e 2014. No caso da Odebrecht, as parcelas variam de 359 000 reais até 1 milhão de reais e não estão computados nesses cálculos companhias ligadas ao grupo Odebrecht, como a Braskem.

Além das duas, a OAS repassou 3.572.178,52 milhões de reais, a Andrade Gutierrez outros 3.607.347,00 milhões de reais, a UTC, 357.621,12 reais e a Queiroz Galvão mais 1.194.894,78 de reais.

ODEBRECHT
O trabalho da Operação Lava Jato indica que o Grupo Odebrecht monopolizou 16,6% dos contratos investigados no petrolão – ou 35,59 bilhões de reais – seguido, em volume de contratos, pelo Grupo Techint (10,2%), pela Queiroz Galvão (9,6%) e pelo Grupo Camargo Correa (9,2%).

O Instituto Lula disse, em nota, que a entidade e a LILS condenam o vazamento das informações e que “jamais receberam contribuições ou pagamentos ilícitos de quem quer que seja”.

INSTITUTO FHC
A Polícia Federal também mapeou na contabilidade da construtora Norberto Odebrecht registros de pagamentos Instituto Fernando Henrique Cardoso. Foram pagos 975 mil reais entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, em parcelas que variam de 75 mil reais a 150 mil reais.

Em outubro de 2014, um e-mail retrata as negociações entre o instituto e a Braskem sobre as maneiras de fazer a doação: “A elaboração de um contrato, porém não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente” ou por meio de “uma doação direta”.

A entidade informou que os repasses foram doados para um fundo de manutenção do instituto e estão registrados nos livros contábeis. O iFHC tem as contas supervisionadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.

Dos 632 prefeitos do PT, 69 já abandonaram o partido



Haddad, maior esperança do PT, está muito mal nas pesquisas

Deu no Estadão
Sem poder contar com financiamentos empresariais e em meio à maior crise de imagem de sua história, o PT decidiu adotar nas eleições municipais do ano que vem uma estratégia semelhante à que era usada nos anos 1980, nas origens do partido. A ideia é lançar o maior número possível de candidatos a prefeito, mesmo com poucas chances de vitória, para ocupar os espaços no debate político, principalmente no rádio e na TV, para fazer a defesa do partido.

Se nos anos 1980 as candidaturas foram usadas na estratégia de construção do PT e difusão de suas bandeiras, agora fazem parte do esforço de reconstrução da sigla, abalada por intermináveis denúncias de corrupção envolvendo seus principais líderes e pelas crises econômica e política que marcam o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Alguns pré-candidatos já reclamam da orientação. Muitos deles querem esconder o PT e Dilma e focar suas campanhas nas questões locais para se preservar do desgaste do governo e da rejeição ao partido.

O antipetismo já é visto como um dos maiores entraves para os candidatos do partido em 2016. Por isso, vários prefeitos estão deixando a legenda para concorrer por outras siglas. Dos 632 prefeitos eleitos pelo PT em 2012, 69 saíram. Isso levou o próprio Lula a abordar o assunto na quinta-feira. “Quem quiser sair que saia. Este partido tem porta de entrada e porta de saída”.

PARTIDO EM BAIXA
Em documentos oficiais, o PT ainda fala em “manter a trajetória de crescimento”, mas em conversas reservadas integrantes do partido admitem que, em função da crise, a legenda deve, pela primeira vez em sua história, sair de uma eleição municipal menor do que entrou, “As eleições não são um fim em si mesmo”, diz a resolução eleitoral aprovada quinta-feira pelo Diretório Nacional do PT. O documento marca o início formal do debate eleitoral e define a estratégia para 2016.

“Vamos ter como centro do debate a defesa do PT. Isso vai nos levar a um número grande de candidaturas para que os espaços políticos sejam ocupados, principalmente onde há rádio e TV”, disse o presidente do PT, Rui Falcão. Segundo ele, a ideia é lançar o “maior número possível” de candidatos desde que não atropelem alianças já consolidadas com partidos da base. O foco principal é a eleição geral de 2018.

A estratégia vai no sentido contrário à adotada nos últimos pleitos, quando o PT adotou uma postura mais pragmática, privilegiando as cidades onde o partido tinha chances reais de vitória e, nas demais, fez coligações com aliados.


A GASTANÇA ACABOU…
Outra semelhança da estratégia traçada para 2016 em relação aos primórdios do petismo é a falta de dinheiro. O partido aboliu as contribuições empresariais em suas campanhas. “Nada melhor do que usar o verbo e gastar muita sola de sapato”, disse Falcão em comunicado à militância petista.

Neste cenário, a reeleição de Fernando Haddad em São Paulo ganhou ainda mais importância. “Se ganharmos São Paulo ganhamos a eleição”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião do Conselho Político do PT, em setembro.

O prefeito enfrenta os piores índices de popularidade desde sua eleição e já consultou aliados sobre a possibilidade de deixar o partido. Segundo o presidente do PT paulistano, Paulo Fiorilo, a nova estratégia vai exigir esforço. “Aquela militância dos anos 80 ficou muito distante do PT”, admitiu. “Mas por outro lado o PT, com seus 37 diretórios zonais, tem mais capilaridade para fazer o diálogo com a população, algo necessário em uma campanha com pouco dinheiro”, completou.

O PT também ainda não sabe o que fazer com Dilma. “Ainda não discutimos isso. Temos que saber se ainda vem algum recurso federal, com o que podemos contar”, disse Fiorilo.


FALTA AUTOCRÍTICA
Com mais de 50 anos de experiência, o sociólogo Luiz Werneck Vianna, professor da PUC-RJ, atua principalmente nas áreas de judicialização da política, relações entre os Poderes e, mais recentemente, nas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo durante o 39.º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), em Caxambu (MG), Vianna avalia como “preocupante” o fato de Lula e dois filhos dele serem citados em investigações da Polícia Federal.


Werneck Vianna diz que “já passou da hora de o PT fazer uma autocrítica”. O professor acredita, no entanto, que o partido não deve acabar, mas “deve mudar”.

Apelar para quem?


Os parlamentares trabalham cada vez menos e o plenário fica deserto

Carlos Chagas 


Em tempo de crise, é natural que pessoas e instituições mudem de postura. Uns cortando gastos, outros trabalhando mais. E vice-versa. Não há empresa ou trabalhador que deixe de aplicar essa lição. Registra-se, porém, a  maior das exceções: o Congresso. Há anos que em tempos de suposta normalidade deputados e senadores optaram por esticar os fins de semana, deixando Brasília às sextas e retornando nas segundas-feiras. Sessões, desde cedo e até de noite, só das terças às quintas. Como a moda pegou e ninguém reclamou, logo ampliaram a folga, fixando as sessões efetivamente produtivas entre as terças de noite e as quintas até meio-dia.


É o que vinha prevalecendo até há pouco. Plenários lotados e projetos discutidos e votados, só no período referido. Fora dele, o quorum transfere-se para os aeroportos, as aeronaves e os Estados onde Suas Excelências pousam para gozar do ócio misturado ao contato com suas bases. Pois não é que já estão rifando as terças-feiras?  Logo as manhãs das quintas também ganharão a estratosfera, sobrando apenas um dia entre sete, as quartas-feiras, para dedicação às tarefas fundamentais.


São lembranças fornecidas pelos livros de História os tempos em que o Congresso trabalhava de segunda a sábado ou, mesmo,de terça a sexta.


O problema é que vivemos uma crise dos diabos. Seria obrigação de Câmara e Senado estar buscando soluções para os impasses e os retrocessos econômicos em ritmo bem mais acelerado do que durante a rotina. Não é o que se verifica. Esta semana, por exemplo, quantos projetos foram deixados para a próxima? Até mesmo com a desfaçatez de marcarem não para a terça, mas para a quarta-feira que vem, decisões que precisariam ter sido tomadas faz tempo, como a da repatriação de dinheiro sujo dos paraísos fiscais para o tesouro nacional.


INÉRCIA CÍVICA
Dão a impressão, os parlamentares, de que nada demais vai acontecendo num país onde o desemprego avoluma-se em massa, os impostos, taxas, tarifas e contribuições sobem sob a inação legislativa, o custo de vida eleva-se enquanto  as greves se multiplicam e a indignação popular parece  prestes a tornar-se  reação incontrolada. Era para o Congresso estar buscando soluções até nos fins de semana, ainda que o ajuste fiscal proposto pelo governo permaneça dormindo nas prateleiras e que nem o PMDB consegue transformar em projetos de lei as propostas contidas num documento voltado para o futuro.


Houve tempo em que se aventou a hipótese de o então senador Pedro Simon ser lançado para presidir a casa. Ele declinou, afirmando que nem sua mulher, se fosse senadora, votaria nele. Porque sua primeira proposta seria estabelecer sessões deliberativas todos os dias da semana, inclusive sábado e, se necessário, aos domingos.


Em suma, o Congresso comporta-se como se o Brasil não estivesse no pior dos mundos, sempre adiando para mais tarde a adoção de fórmulas essenciais capazes de afastar a crise. Como o governo também prefere a solução de andar devagar, quase parando, sobra a pergunta: apelar para quem?


BRAÇO CURTO
O lucro dos bancos continua crescendo enquanto o país despenca.  O braço do governo não é tão longo nem bastante rígido para abrir os cofres-fortes.

Enquanto os filhos de Lula acumulam milhões, nossos pobres voltam às ruas. Justiça social estilo PT.

Charge O Tempo 03/11

Remoção da juíza da Operação Zelotes está cheirando muito mal


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 O juiz Vallisney pediu para votar, por “motivos particulares”



Carlos Newton
Os brasileiros estão de tal forma decepcionados com os representantes dos três Poderes que começam a desconfiar de tudo.


E não é para menos. A cada dia saem notícias estarrecedoras envolvendo autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.


Além da incompetência e da corrupção desenfreada, causam indignação os altos salários e seus penduricalhos, os cartões corporativos, os carrões chapa-branca, com motoristas e combustível de graça, os planos de saúde mirabolantes, as viagens turísticas pagas com recursos do erário, as demais mordomias e o distanciamento desses servidores públicos em relação aos demais brasileiros. As autoridades criaram uma casta, e esses favorecimentos, é claro, causam revolta a todos os brasileiros que têm um mínimo de informações.


A desconfiança é crescente, todos estão cansados dessa situação. Foi por isso que surgiram muitas críticas ao afastamento da juíza Célia Bernardes do processo da Operação Zelotes, em que vinha cuidando com destemor do andamento dos inquéritos envolvendo gente muito importante, inclusive o filho caçula do ex-presidente Lula.


A substituição da brava juíza foi encarada como mais uma manobra para garantir impunidade a crimes do colarinho branco e também do colarinho encardido – e a internet ferveu, com uma enxurrada de comentários denunciando a suposta armação.


NOTA DO TRIBUNAL
Para tentar desmentir as críticas divulgadas pela imprensa, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, divulgou quinta-feira uma nota oficial sobre a saída da juíza Célia Regina Ody Bernardes do processo da “Operação Zelotes”, que, na última quarta-feira, passou a ser da alçada do juiz Vallisney Souza de Oliveira.


A nota informa que o juiz federal Vallisney de Sousa Oliveira era titular da 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do DF, mas foi convocado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para atuar como Juiz Instrutor no Gabinete do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, por seis meses (Ofício n. 1842/GP, de 21 de outubro de 2014), período este que foi prorrogado por mais seis meses desde 4/05/15 (Portaria STJ/GP n. 192, de 13 de maio de 2015).


“Encerradas as atividades do juiz Vallisney de Sousa Oliveira no STJ, o magistrado retornou automaticamente à sua vara de origem em 04/11/2015, em cumprimento ao preceito constitucional de inamovibilidade”, diz a nota.


EXPLICAÇÃO NÃO CONVENCE
Até aí morreu Neves, como se dizia antigamente. O fato é que o juiz Vallisney Oliveira se afastou da 10ª Vara Federal em 21 de outubro de 2014. O processo da importantíssima Operação Zelotes jamais esteve em suas mãos, porque a Operação Zelotes só viria a ser deflagrada pela Polícia Federal em 26 de março de 2015.  Quando foi formado o processo, quem respondia pela 10ª Vara era o juiz federal substituto Ricardo Augusto Soares Leite, que cuidou dos autos até 12 de agosto de 2015, quando foi designada a juíza federal Célia Regina Ody Bernardes, da 21ª Vara, para prestar auxílio na 10ª Vara.

Detalhe importante: em nota ao Estadão, o STJ justificou que o “juiz pediu para sair, por motivos particulares” e não continuou porque “fez outra escolha”.

Essa dança de juízes, aparentemente, é fruto por atos normais do Judiciário que formalmente jamais podem ser inquinados de ilegais ou direcionados. Mas acontece que este troca-troca realmente merece despertar suspeitas.


Quando há cessão de juízes aos tribunais superiores (e são eles que fazem o trabalho pesado, os ministros quase sempre só fazem assinar), geralmente eles ficam direto lá e não retornam à Vara de original. E a coincidência de o juiz ter decidido retornar depois que o filho caçula do ex-presidente foi intimado para depor, sem a menor dúvida, está cheirando muito mal.

Está difícil acreditar nesta história de que “o magistrado retornou automaticamente à sua vara de origem em 04/11/2015, em cumprimento ao preceito constitucional de inamovibilidade”. Vamos aguardar. De toda forma, o juiz agora está na berlinda, como se dizia alhures. A imprensa e a opinião pública estão de olho nele.

Propina enlatada

As contas na Suíça atribuídas a João Santana - o Feira - estão sendo esquadrinhadas pelo Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça.

Trata-se da mesma turma que revelou a propina enlatada de Eduardo Cunha.

Compreende-se o desespero de Lula e do PT para substituir José Eduardo Cardozo.

O Brasil ainda tem uma chance




O PT, nos últimos dias, ganhou tudo.

Acabou o inquérito no TSE, acabou a Zelotes, acabou o pedido de impeachment na Câmara, acabou a reprovação das contas de Dilma Rousseff no Senado, acabou a CPI dos Fundos de Pensão, acabou a CPI do BNDES, acabou o povo nas ruas.

Só sobrou, como dissemos ontem, a Lava Jato.

Pode bastar.

Se os investigadores de Curitiba conseguirem demonstrar que João Santana – o Feira – embolsou dinheiro de campanha eleitoral na Suíça, poderemos anunciar, finalmente:

1 - Acabou Dilma Rousseff.
2 - Acabou Lula.
3 - Acabou o PT.

A Lava Jato perto do Planalto


É uma bomba.

A Lava Jato investiga o Feira.
“Feira” – só os leitores de O Antagonista sabem disso – é João Santana, o marqueteiro do PT.

A reportagem saiu na Veja, meio escondida. Não ganhou nem chamada de capa. Potencialmente, porém, é a investigação mais devastadora contra Dilma Rousseff até agora.

Como disse um investigador:

"Nunca antes a Lava Jato chegou tão perto do Palácio do Planalto".