sábado, 25 de julho de 2015

Documentos da Suíça ligam Odebrecht a US$ 17,6 milhões em propinas



Investigação feita pelo Ministério Público da Suíça aponta que subsidiárias da Odebrecht no exterior estão na origem de pagamentos que somaram US$ 17,6 milhões (R$ 59 milhões) a ex-dirigentes da Petrobras em contas secretas na Europa.



Segundo informações repassadas pelos suíços aos procuradores da Operação Lava Jato através de cooperação internacional, o dinheiro percorreu camadas de empresas baseadas em paraísos fiscais –cinco delas controladas pela própria Odebrecht– até as contas dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Jorge Zelada e o ex-gerente Pedro Barusco na Suíça e em Mônaco.


As informações bancárias levantadas pelas autoridades suíças embasaram a decretação de uma nova prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e de outros executivos da companhia nesta sexta (24) e são a principal evidência material que sustentam a denúncia do Ministério Público Federal contra eles.


Só o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que recebeu US$ 23 milhões em subornos no exterior - a maior parte vinda da Odebrecht. A origem de parte do dinheiro dele bloqueado na Suíça ainda não foi identificada pelas autoridades.


Dos US$ 17,6 milhões identificados como possível propina, havia dois métodos do repasse do dinheiro, segundo informou o Ministério Público da Suíça: 1) empresas controladas por subsidiárias da Odebrecht faziam transferências diretamente nas contas dos dirigentes da Petrobras na Europa; e 2) as offshores atribuídas à empreiteira repassavam recursos a outras empresas baseadas em paraísos fiscais que, logo depois, abasteciam as contas dos executivos da estatal.

Entre 2006 e 2011, a offshore Smith & Nash Engineering recebeu depósitos de US$ 45,4 milhões de quatro empresas do grupo Odebrecht (Odebrecht Serviços no Exterior, Construtora Norberto Odebrecht SA, Osel Angola e Osel-Odebrecht Serviços no Exterior).

No mesmo período, a Smith and Nash Engineering foi a fonte de US$ 6,8 milhões depositadas diretamente em duas contas de Paulo Roberto Costa na Suíça.
Em 2009, a Arcadex Corporation recebeu US$ 25,2 milhões de duas empresas da Odebrecht no exterior. A Arcadex depositou US$ 435 mil para uma conta de Renato Duque e 63,6 mil euros em uma conta Tudor Advisory, atribuída ao ex-diretor da área internacional Jorge Luiz Zelada.

A offshore Havinsur, autora de uma transferência de US$ 565 mil em 2010 a uma conta atribuída a Renato Duque em Mônaco, tinha como controladora uma empresa do grupo Odebrecht, segundo a Suíça.

O executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, segundo os documentos, aparece como responsável pela abertura das contas das offshores Smith & Nash Engineering, Arcadex, e Havinsur.


TRIANGULAÇÃO
Segundo a Procuradoria, o segundo método de pagamento aos ex-dirigentes da Petrobras envolvia uma triangulação supostamente para dificultar o rastreamento do dinheiro.


Entre 2006 e 2011, cinco empresas offshores que os suíços apontam a empreiteira como controladora repassaram US$ 211,5 milhões para três empresas: Constructora Internacional del Sur, Klienfeld Services e Innovation Research Engineering.
Em 2009, a Del Sur depositou US$ 3 milhões para contas de Costa, Duque e Barusco. A Klienfeld e a Innovation Research Services são apontadas como repassadoras de US$ 6,8 milhões milhões para Costa e Barusco entre 2009 e 2011.


COOPERAÇÃO
A Procuradoria-Geral da Suíça instaurou investigação própria sobre a Odebrecht no país e pediu às autoridades brasileiras, através do canal de cooperação internacional, para acompanhar as oitivas de investigados e réus ligados ao esquema de corrupção na Petrobras. O pedido foi repassado no final da tarde de quinta (23) ao juiz Sergio Moro.
Em despacho na quinta à noite, o magistrado não se pronunciou sobre o pedido dos suíços, mas autorizou o uso das provas obtidas pelas quebras de sigilo autoridades daquele país.

O juiz ponderou que a autorização judicial brasileira para usar os documentos suíços seria desnecessária já que se trata apenas de compartilhamento de provas obtidas através de quebras de sigilo bancário já foram decretadas pela Suíça.

"Entretanto, a fim de evitar questionamentos desnecessários e considerando que os elementos probatórios anteriores à própria vinda dos documentos autorizariam as quebras de sigilo também em conformidade à legislação brasileira, assim como os elementos ora trazidos, defiro o requerido para o fim de levantar o sigilo bancário, também no Brasil", escreveu o juiz.

A autorização abrange toda a documentação, inclusive a relativa às contas em nome das offshores Smith & Nash Engineering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project and Construction Corporation, Rodira Holdings Ltd., Sherkson International, Constructora International Del Sur, Klienfeld Services e Innovation Research, e todas as transações pertinentes.

O juiz decretou também a quebra de sigilo de operações de câmbio ou de transferências internacionais registradas no Banco Central em nome das offshores entre 2003 e 2015.


OUTRO LADO
A Odebrecht, que tem negado sistematicamente o pagamento de propina no exterior, ainda não se manifestou sobre as novas alegações do Ministério Público Federal.
Na quinta, após a Folha revelar que a empresa era investigada na Suíça, a empresa disse que solicitará informações às autoridades suíças para entender o alcance das investigações e o motivo pelo qual está sendo inserida no contexto de apuração de irregularidades cometidas por executivos da Petrobras.


Barusco e Costa, que firmaram acordos de delação premiada, admitem terem recebido o pagamento no exterior. Já Duque e Zelada, que estão presos no Paraná, refutam que sejam proprietários das contas bancárias na Suíça e em Mônaco apontadas como propina.


Os dossiês bancários fornecidos pelas autoridades dos dois países, entretanto, mostram cópias de documentos, como passaportes e comprovantes de residência, e assinaturas dos dois ex-diretores.


Nesta sexta, após a nova decretação de prisão dos executivos da Odebrecht, a empresa informou que "as defesas acabaram de tomar conhecimento e se pronunciarão oportunamente".



Reprodução
Declaração comprova que conta da Arcadex pertence à Odecrecht
Declaração comprova que conta da Arcadex pertence à Odebrecht

ENTREVISTA: CARLOS MADSON (Iphan-DF) » "Há uma cultura de invasões em Brasília"


Superintendente do Iphan defende a redução da velocidade do Eixão e pede o cumprimento imediato da Lei dos Puxadinhos

Depois de um ano e três meses à frente da Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-DF), Carlos Madson Reis tem o desafio de avançar em discussões urbanísticas tão antigas quanto complexas. Ele acompanha o ir e vir de propostas para temas como revitalização da W3, a desocupação da orla do Lago Paranoá e os puxadinhos, retomadas após a criação de um grupo de trabalho entre o órgão e o Governo do Distrito Federal (GDF).


Especialista em recuperação de centros históricos, o maranhense-candango vê com preocupação o esvaziamento da área central de Brasília em nome da expansão imobiliária e critica a falta de política urbana do GDF para o território. Em março deste ano, foi criado um grupo técnico executivo, por iniciativa do Iphan, do qual participam a Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth) e a Secretaria de Cultura. A cada 15 dias, a equipe se reúne para pensar e discutir o andamento de projetos para a cidade.

“A gente precisa resolver a travessia dos pedestres (no Eixão). Cidade nenhuma no mundo tem uma autopista que a corta ao meio”


Qual o trabalho desempenhado pelo grupo técnico para discutir os projetos da cidade?

Esse grupo não tem caráter executivo. Faz recomendações, instruções e análises. Foi feito um plano de trabalho para os temas básicos, como ocupação da orla do lago e a revitalização da W3. A questão dos puxadinhos foi uma reunião extraordinária, porque a lei expiraria e se criaria um vácuo. A ideia é que ela fosse promulgada novamente e a partir daí se discutissem novos parâmetros. Nosso entendimento é que não tenha novos parâmetros, que sejam aplicados os parâmetros que já existem. Essa lei foi criada, em 2008, para que os interessados tivessem dois anos para se adequar. Esse prazo era, a princípio, improrrogável, mas ele já o foi quatro vezes. O que falta é o cumprimento do que foi estabelecido pela parte de quem tem que cumprir, que é o GDF. O Iphan não tem responsabilidade sobre a política urbana.
No caso da Lei dos Puxadinhos, a dificuldade de se fazer cumprir os critérios já estabelecidos passa por quais questões?
Há uma cultura de invasões em Brasília, de que o espaço público não é de ninguém, qualquer um pode tomar conta, o que não é verdade. O espaço público é um espaço coletivo, onde todos têm direitos sobre ele e que não pode ser privatizado. O espaço público é de usufruto público. A partir do momento em que um comerciante invade um espaço público e impede o uso pelos demais membros da comunidade, é uma infração urbana, que é muito mais que uma agressão ao patrimônio. Infração urbana é tratada no âmbito da política urbana, não no âmbito da política de preservação.


“Brasília quer ser moderna? Então, faça as coisas de forma moderna. Discuta com a sociedade. As cidades que melhor estão resolvendo os problemas urbanos são as mais democráticas”


Em que ponto está a discussão sobre a revitalização da W3?
A recuperação de uma área dessa magnitude é complexa. Não basta somente recuperar dois, três imóveis. É um processo de esvaziamento urbano complicadíssimo, que muitas cidades sofrem. Boa parte do centro de São Paulo sofre esvaziamento, porque perdeu suas funções. Não é fácil recuperar. Precisa de investimento, de estratégia, de convencimento. É preciso convencer o capital a voltar para a W3, o que hoje é muito difícil, porque a cidade cresceu muito, se dispersou. Novos centros, novas áreas de atração foram criadas. E áreas mais atraentes para o capital, com normas flexíveis de investimentos. O capital quer novidade. A recuperação somente pelo ponto de vista cultural é muito difícil de se viabilizar. A questão dos centros históricos envolve mais do que projetos de restauração e recuperação. Eles precisam se reinserir na dinâmica da cidade, para que passem a ser um espaço útil. Não adianta encher de bar e centro cultural. Depois que passa a euforia, esvazia novamente. Por que não colocar uma creche, um hospital, uma escola, residência? Isso é a vida da cidade.

Quais são os maiores desafios?

Não pode ter medo, tem que trabalhar todos os dias. Não acredito nessas grandes ações, como um “grande projeto de restauração da W3”. Acredito que é cotidiano, enfrentando uma, duas, três ações por dia. Esses projetos têm prazo de validade. Quando você tira a vida, como você a coloca de novo? Por exemplo, vai se transferir o governo para Taguatinga. O que vai ser feito com esses prédios aqui no Buriti? A tendência é que esse centro fique esvaziado. Brasília é uma cidade nova e a gente já está deslocando o centro, porque o centro administrativo atual nem está completo. Não é falta de espaço.

“Não adianta encher (a W3) de bar e centro cultural. Depois que passa a euforia, esvazia novamente. Por que não colocar uma creche, um hospital, uma escola, residência?”

E quanto à proposta de construção de muretas para o Eixão?

Estão desenterrando propostas já superadas. Vai na contramão de tudo. Enquanto todas as cidades do mundo estão discutindo devolver o espaço para os pedestres, aqui pensamos justamente o contrário, que é fortalecer o uso do automóvel individual. A responsabilidade do Poder Público é dar transporte coletivo à população. O que a gente advoga é a redução da velocidade para 60km/h. Agora, a gente precisa resolver a travessia dos pedestres. Cidade nenhuma no mundo tem uma autopista que a corta ao meio.

Qual a dificuldade de fazer avançar a discussão?

A proposta que está sendo recolocada custa R$ 13 milhões. Um projeto desse é prioritário na cidade hoje? Quem vai manter essas jardineiras? Nós somos contra, sim. Acho que existem outras soluções. Brasília quer ser moderna? Então, faça as coisas de forma moderna. Discuta com a sociedade. As cidades que melhor estão resolvendo os problemas urbanos são as mais democráticas. São as que o governo e a população têm interação maior. Nesse sentido, a redução de velocidade tem custo zero. Quanto maior a velocidade, mais os acidentes são fatais.

Fonte: Maryna Lacerda – Correio Braziliense – Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

#Proteção: MEIO AMBIENTE » Velhos parques, novas funções



sábado, julho 25, 2015


 
 
Quedas d'água em Parque Recreativo do Gama e longa passarela nono Lago do Cortado, em Taguatinga: recategorização dos espaços acaba com as denominações de fantasia (vivencial, urbano, recreativo)

Ibram vai ordenar a condição jurídica de 71 unidades de conservação do DF. A medida pretende facilitar a proteção das áreas verdes e a criação de infraestrutura para o lazer da população

Quando se fala do uso e da gestão das unidades de conservação do Distrito Federal, em especial dos parques, sobram títulos, abandonos e degradação. 


Eles são chamados de parque vivencial, parque recreativo ou parque urbano, nomes que pouco dizem da importância de se conservar a área. A nomenclatura também não garante a infraestrutura para fazer valer o decreto que os criou. 

 

Por isso, os 71 parques do território sob gestão do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) vão ser recategorizados, serão classificados de acordo com as normas estabelecidas pelo Sistema Distrital de Unidades de Conservação (Sduc).  E, para isso, a população é convidada, a partir de agosto, a dar sua contribuição no que diz respeito às expectativas de uso de cada área. 

A mudança ocorre em esfera técnica, mas deve se refletir diretamente no cotidiano das comunidades. Isso porque, ao readequar as classificações dos parques, será possível, inclusive, a regularização fundiária dessas áreas. Hoje, um grande problema para a implantação deles é a falta de documentação que permita planos de manejo. 



Outra questão sensível é também a ocupação humana anterior ao surgimento dos parques. Isso porque, na maioria dos casos, já havia pessoas morando no local antes do estabelecimento do decreto. Até por isso, os ajustes pretendem conciliar a necessidade de preservação com a ocupação responsável, quando não houver ameaça à biodiversidade. 

Do ponto de vista jurídico, a recategorização vem atender a duas recomendações do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). As decisões nº 652/13 e 2523/14 reforçam a necessidade de adequação para que se saiba o que e por que manter a área preservada. O processo atende apenas as categorias de parques, que passam a ser divididos em parque ecológico e parque de uso múltiplo, conforme estabelece o Sistema Distrital de Unidades de Conservação (Sduc).

Assim, os parques ecológicos são aqueles em que a área tem função diversa: atende à conservação de ecossistemas, do ponto de vista de beleza natural, mas também sob a ótica do interesse ecológico. Dessa forma, dentro do parque ecológico são feitas a recuperação de recursos hídricos, de áreas degradadas e o repovoamento de espécies nativas. O parque ecológico ainda servirá como espaço para desenvolvimento de atividades de educação ambiental e contato da população com o Cerrado.

Os parques de uso múltiplo, por sua vez, são aqueles com vocação para o lazer e para recreação. A preservação ambiental pode ser feita, mas a função deles será como equipamento urbano. Nesse caso, o Parque do Bosque do Sudoeste e o Parque do Bosque dos Tribunais se enquadram nessa classificação. Como o processo de recategorização se refere somente às unidades administradas pelo Ibram, o Parque da Cidade — hoje sob responsabilidade da Secretaria de Turismo — tem características que o encaixam como de uso múltiplo, mas não é objeto, neste momento, do trabalho do órgão ambiental. 


Getúlio Pereira, líder comunitário, espera a retirada dos chacareiros do Parque Ezechias Heringer (acima). Abaixo, sujeira em parque do Gama




E eu com isso?
Em um sentido mais amplo, a recategorização pode ajudar a criar também uma nova relação entre população e áreas verdes. Uma ideia distorcida que se tem dos parques é a de que, quando não há infraestrutura montada para recepção dos frequentadores, é um local sem utilidade urbana. Nada disso. “Essas áreas atendem a serviços fundamentais invisíveis, como manutenção da qualidade do ar, da água”, explica a integrante do grupo de trabalho de recategorização do Ibram, Lorena Ribeiro de Almeida Carneiro. 

Por isso, a participação da comunidade na apresentação do documento é importante. “Para que a população entenda o que a mudança pode significar para a vida dela. A missão ambiental é mudar a cultura das pessoas, porque, muitas vezes, elas deixam de cuidar de uma área por falta de informação”, explica a chefe do GT de recategorização, Marcela Versiani. 


Esta é a terceira vez que se tenta fazer a recategorização. De outras vezes, ela foi interrompida por questões burocráticas. Quando a parceria entre população e órgão dá certo, o trabalho avança. “Temos problemas com falta de pessoal e de recursos e, por isso, a população são os nossos olhos e ouvidos. São eles que estão ali, todos os dias, acompanham as mudanças e podem denunciar a degradação das áreas”, diz. Por isso, a consulta pública fica aberta de 3 de agosto a 16 de setembro, por meio do site www.ibram.df.gov.br. 

 

Deu certo
Ainda que a consulta pública não esteja aberta, um exemplo de como o comprometimento da população com o meio ambiente pode ajudar na preservação ocorre no Parque Ezechias Heringer, no Guará. A área tem 304 hectares e 36 nascentes. O cerrado se apresenta em seu retorcido esplendor. Há também campos de murundu e até mesmo a ocorrência de uma espécie de peixe específica da área, o pirá-brasília. Com tanta diversidade natural, o local é sensível às degradações causadas pela presença dos cerca de 70 chacareiros que moram dentro da área. Para barrar os danos, moradores das QI e QE 5 se reuniram para pressionar o Poder Executivo a finalizar a regularização fundiária do parque. 

“Desde 2000, temos lutado para combater a abertura de fossas, a queima de lixo e a retirada de água do Córrego do Guará”, conta o líder comunitário Getúlio Cardoso Pereira. Apesar da primeira vitória, Pereira reclama da falta de andamento do processo. “Conseguimos a regularização em janeiro de 2014, mas a gestão passada do GDF prevaricou e a retirada dos chacareiros ainda não ocorreu”, afirma. 

Vai mudar
O que já foi um clube e hoje tem o nome de Parque Urbano e Vivencial do Gama deve incorporar a missão de preservação ambiental. Ao lado do Setor DVO, no Setor Norte do Gama, a área tem 227,11 hectares, mas agoniza com o esgoto sem tratamento que corre pelas cachoeiras. Lá, há a presença de animais de topo de cadeia alimentar, como a jaguatirica, o que demonstra que a fauna ainda resiste, apesar das agressões. Há mais de 10 anos, o local abrigava um bar com piscinas, mas que foi fechado. Por isso, de parque urbano, ele deve ser alçado à categoria de parque ecológico e, assim, será possível a recuperação do que já foi degradado. 

Em área de grande concentração populacional, o Parque do Lago do Cortado é um oásis em meio ao concreto. A área fica entre Taguatinga e Ceilândia e conta com várias cachoeiras de pequeno porte. Hoje, a infraestrutura lá instalada é precária e não faz jus à beleza do espaço nem à relevância, do ponto de vista hídrico, do local. Isso porque suas nascentes alimentam a Bacia do Descoberto, região de intensa produção agrícola do território. O parque é, hoje, reduto de consumo de drogas e, por isso, os casos de violência preocupam a população. Com a recategorização, ele vai se juntar, pelo menos legalmente, ao Parque Ecológico Saburo Onoyama. Será o Parque Ecológico Saburo Onoyama & Cortado.  

Em alguns casos, a recategorização pode intensificar o controle sobre a visitação do parque, em razão da delicadeza do ecossistema. É o caso do Parque Ecológico dos Pequizeiros, em Planaltina, que sobe da classificação de unidade de uso sustentável para a de unidade de proteção integral. Ele é uma das maiores e mais conservadas unidades de conservação do DF. Tem 770 hectares com variadas fitofisionomias do Cerrado (cerradão, mata de galeria, cerrado denso, cerrado típico, mata seca, cerrado rupestre e vereda), além de cachoeiras e boa variedade de fauna. Por isso, de acordo com a recategorização, ele passa a ser um parque distrital, com visitação restrita. Para comparar, ele deve funcionar como o Parque Nacional de Brasília, que permite a entrada do público em uma parte da área. 

Sopa de definições
Unidades de conservação: São áreas com recursos naturais relevantes e que devem ser protegidas pelo poder público. Para tanto, foi criado o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), que estabelece dois conceitos para preservação: as unidades de proteção integral e as unidades de uso sustentável. 

Unidades de proteção integral: Seu objetivo é preservar a natureza e onde o uso de recursos naturais for bastante restrito e indireto. Fazem parte estação ecológica, reserva biológica, parque, monumento natural e refúgio de vida silvestre.

Unidades de uso sustentável: Onde a conservação da natureza e o uso sustentável, com visitação do público, são possíveis. Elas se classificam em área de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta (nacional, estadual ou distrital), parque ecológico, reserva de fauna e reserva particular do patrimônio natural. 

Como era e como fica

Antes
Os parques do DF tinham classificações feitas sem nenhum embasamento técnico. A partir daí, surgiram o parque vivencial, o parque urbano, o parque recreativo. 

Agora
Os parques terão duas definições. Serão parques ecológicos, em que preservação e uso sustentável podem ser conciliados; e parques de uso múltiplo, que ficam dentro das cidades ou nos arredores, em áreas de fácil acesso à população. Eles têm infraestrutura para o desenvolvimento de atividades recreativas, culturais, esportivas, educacionais e artísticas. 

Como participar?

Consulta pública de recategorização dos parques do DF

Quando
De 3 de agosto a 16 de setembro

Como fazer
Acesse o site www.ibram.df.gov.br ou procure as sedes das administrações regionais, do Ibram, dos parques e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)

Fonte: Maryna Lacerda – Fotos Gustavo Moreno/CB/D.A Press – Correio Braziliense

BLOG Chiquinho Dornas

Lula se diz “cansado de mentira e safadeza”. Nós também!!! Ah, sim: Dilma e “Zé do Breu” serão estrelas do megapanelaço do dia 6 de agosto

sábado, 25 de julho de 2015



Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, diz estar “cansado de mentiras e safadezas”. Uau! E nós, então, né? E o Brasil? É isto mesmo, Lula! Chega de mentiras e safadezas! 

 Ele fez essa declaração insólita na posse do novo presidente do Sindicado dos Bancários do ABC, informa Andréia Sadi, na Folha deste sábado. Que diabos Lula fazia lá? Ora, o tal sindicato é um braço do PT e atua segundo seus interesses. Essa mistura entre partido e sindicalismo, diga-se, está na raiz de muita… mentira e safadeza!!!



 O “hater” Zé de Abreu, que era o chefe do lixão na novela “Avenida Brasil”, vai apresentar o programa do PT

Lula repetiu o conteúdo de vídeo indigno que circula nas redes sociais, feito pelos “companheiros”, que associa antipetismo a nazismo. Já escrevi a respeito. Com aquela capacidade de ler a história que só ele demonstra, afirmou: “Tenho a impressão de que. muitas vezes. a gente vê na televisão e parece os nazistas criminalizando o povo judeu. Parece os romanos criminalizando os cristãos, parece os fascistas criminalizando o povo italiano, parece tantas outras perseguições.”


Não sei o que é mais chocante: se a arrogância, se a ignorância abissal.


Pois é… Na quinta e na sexta, ficamos sabendo que os petistas estão querendo bater um papinho com os tucanos para ver se conseguem impedir o impeachment de Dilma. O próprio Lula estaria disposto a falar com FHC. Ironizei aqui o esforço e evidenciei tratar-se de uma tolice. Vejam como tenho razão. No discurso que fez no sindicato, o Babalorixá de Banânia voltou a espumar. Referindo-se claramente aos tucanos, afirmou que as pessoas que dizem que o país vai quebrar “já quebraram o Brasil duas vezes”. Eis o Lula do diálogo… É uma fala muito instrutiva para tucanos que estejam eventualmente pensando em dar uma namoradinha com o PT…


Dilma A presidente Dilma também estaria interessada numa conversa com a oposição. Entendo. E, ora vejam, tomou uma decisão realmente sábia!!! Participará do programa do horário político do PT, que vai ao ar no dia 6, com panelaço garantido país afora. Como já escrevi aqui, mais do que fascinada pela mandioca como conquista verdadeiramente nacional, Dilma é mesmo atraída pela casca de banana. É ver uma, e não resiste: lá vai ela com, aqueles seus passinhos em ângulo de mais ou menos 60º, pisar da dita-cuja.


O PT e a própria Dilma estão de tal sorte alheios à realidade que o conteúdo do programa, comandado por João Santana, vai se dedicar à defesa do partido e do governo, estreitando ainda mais essa relação, que será, então, um exemplo acabado de massa negativa, de soma que diminui: ao grudar do PT, Dilma fica ainda mais por baixo; ao grudar em Dilma, o PT passa a ser ainda mais rejeitado. Mas fazer o quê?


Aquela que também diz, por intermédio de ministros, querer um papo com FHC vai participar de um programa que deve sustentar que, apesar das dificuldades, o país ainda vive numa situação bem melhor do que antes da chegada do PT ao poder estará se referindo, é óbvio, aos oito anos de mandato tucano. Sabem como é, gente… Ela quer o diálogo…


O PT está lendo de forma tão enviesada a realidade que o apresentador do programa será o ator José de Abreu, um petista que é visto como um caricato até por… petistas! Chamar o do “Zé do Breu” como é conhecido das redes — para tal tarefa corresponde a optar por um “hater”, por um “odiador” contumaz, por um polemista grosseiro. Aliás, se a gente for considerar os artistas que o partido mobilizava antes e os que mobiliza agora, tem-se uma clara noção da decadência da legenda. Nos tempos de glória,”Zé do Breu” lutava para ser alguma coisa na legenda. Foi até papagaio de pirada em comício. Era desprezado. Se agora o chamaram para ser uma estrela, adivinhem como está o partido… Zé de Abreu, como sabem, deu o que falar na novela “Avenida Brasil” pela verossimilhança que conferiu ao personagem “Nino”, chefe mafioso de um lixão.


Não tem jeito, não! Essa gente já não aprende mais nada. O ciclo de despetização do Brasil teve início. Infelizmente, será um processo lento. Mas inexorável. E deem uma coisa como certa: eles quebraram a cara no esforço de instituir, na prática, um regime de partido único, em torno do qual se multiplicariam irrelevâncias.


O projeto do PT já era, felizmente! E, como se nota, os petistas não aprenderam nada e ainda esqueceram as suas táticas mais eficazes de manipulação. Pior para eles. Bom para o país.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

Luta contra corrupção Procurador diz que 'Lava Jato é um suspiro de esperança' Deltan Dallagnol fulmina ponto a ponto versão da Odebrecht

Diário do Poder
Publicado: 24 de julho de 2015 às 19:14

Deltan Dallagnol afirma que a Lava Jato tem o sonho de que ‘todos sejam tratados de modo igual perante a lei’ (Foto: Ricardo Brandt)
O procurador da República Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, disse que a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo cartel de empreiteiras “não tem espaço para teoria da conspiração”. Ele fulminou ponto a ponto a versão da Odebrecht, a maior empreiteira do País, cujo presidente, Marcelo Bahia Odebrecht, foi preso dia 19 de junho e nesta sexta-feira, 23, foi denunciado formalmente por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.


“Nos aproximamos da verdade por meio de provas e documentos”, disse o procurador, em alusão aos extratos bancários enviados pela Suíça que, segundo o Ministério Público Federal, comprovam que a Odebrecht pagou propinas ‘em valores elevados’ no exterior a ex-diretores da estatal petrolífera.


Em comunicado publicado logo após a prisão de seu presidente e de quatro executivos, a Odebrecht afirmou que jamais fez pagamentos ilícitos e que nunca participou do cartel na Petrobrás. ”Não existe espaço na nossa investigação para teoria da conspiração”, disse Deltan Dallagnol.


Ele disse que os investigadores da Lava Jato “têm um sonho”. ”Temos um sonho que compartilhamos com a sociedade, que todos sejam tratados de modo igual perante a lei. É um suspiro de esperança, um suspiro republicano. Se queremos que esse suspiro se torne história precisamos das 10 medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal”, disse, em referência ao pacote de sugestões feitas pela instituição no curso da Lava Jato.


“O nosso compromisso é que as investigações não param aqui. Vamos fazer todo o possível para apurar todos os crimes e punir todos os criminosos”, declarou Deltan Dallagnol.


O delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat da Silva disse que o embate da Lava Jato “é profissional e técnico, embate de ideias, trabalho na técnica”. ”Esperamos que a operação (Lava Jato) não seja mais uma em que as pessoas são presas, condenadas e o dinheiro recuperado, mas não haja mudança da mentalidade.”


Mauat disse que neste caso “não existem vilões e mocinhos, mas partícipes, cada um com sua responsabilidade”. (AE)

De Copacabana para prisão. Ex-governador do Rio Grande do Norte é preso no Rio. MP acusa governador de desvio de dinheiro público


Diário do Poder
Publicado: 25 de julho de 2015 às 16:05
Para o Ministério Público, Fernando Freire comandou um esquema de desvios de recursos do erário estadual entre 1995 e 2002
O ex-governador do Rio Grande do Norte Fernando Freire foi preso na manhã de hoje (25), na orla da Praia de Copacabana, zona sul da capital fluminense. A prisão foi feita por agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança. De acordo com a secretaria, Fernando Freire estava foragido da Justiça desde 2014 e tem contra ele quatro mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.


O ex-governador foi levado para a 12ª Delegacia Policial  (DP)  em Copacabana. A Polícia Civil do Rio informou que ele será encaminhado para a Polícia Interestadual (Polinter) para os procedimentos de entrada no sistema penitenciário do Rio. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária é que vai definir para qual local o ex-governador será conduzido.


No dia 15 de julho o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) divulgou que a Câmara Criminal do órgão tinha negado mais um recurso pedido pela defesa do ex-governador contra a condenação que foi definida pela 8ª Vara Criminal de Natal. Na mesma decisão, segundo o tribunal, os desembargadores aceitaram denúncia do Ministério Público que apontou o reconhecimento na existência de crime continuado.


Para o Ministério Público (MP), Fernando Freire comandou, de 1995 a 2002, enquanto estava no exercício dos cargos de vice-governador e governador do estado do Rio Grande do Norte, um esquema de desvio de recursos do erário estadual. O MP indicou que houve concessão fraudulenta de gratificação de gabinete em nome de diversas pessoas.


As apurações do MP apontaram, que, na maioria, as pessoas beneficiadas pelas gratificações não sabiam que estavam na folha de pagamento do estado. A inclusão, segundo o órgão, era para que terceiros recebessem os valores.
O TJRN informou ainda que o ex-governador foi condenado em primeira instância em dezembro de 2012.

Lava Jato: Ex-presidente Lula teme que seu ex-ministro o delate

Operação Lava Jato
Lula teme que José Dirceu faça acordo de delação premiada

Publicado: 25 de julho de 2015 às 00:01  Diário do Poder


Homem forte do governo Lula, Dirceu pode fazer a delação premiada. Fotos: AE
Após haver abandonado José Dirceu desde os tempos do julgamento do mensalão, o ex-presidente Lula recomendou à cúpula do PT, esta semana, “dar atenção” ao “Zé”, seu ex-ministro da Casa Civil. Ele teme que Dirceu feche acordo de delação premiada para não voltar à cadeia. Até lulistas “religiosos” concordam: eventual delação de Dirceu pode levar Lula a conhecer o significado de um longo período na Papuda.


Lula e a cúpula do PT confiam que Dirceu é “guerreiro” e que, como no mensalão, pode mofar na cadeia, mas não entrega a “companheirada”.

Hoje a maior prioridade de José Dirceu não é a “causa”, mas preservar a liberdade de conviver com a alegria da filha, garotinha de 6 anos.

Após a Justiça negar habeas corpus preventivo para José Dirceu, acendeu a “luz vermelha” na cabeça, disse Lula a dirigentes do PT.

Na tarde desta sexta-feira (24), houve momento de pânico, no PT, com os rumores de prisão iminente de José Dirceu. Mas era rebate falso.

Denúncia:Os moradores do Guará perderam a batalha contra o governo do DF. Quadra reformada por moradores no Guará é desativada pelo GDF


Revolta
Quadra reformada por moradores no Guará é desativada pelo GDF
O governo pretende construir uma escola técnica na área


Moradores acompanharam a destruição da quadra de perto (Foto: Divulgação)
Os moradores do Guará perderam a batalha contra o governo do DF. A quadra de esportes, reformada com o dinheiro dos próprios moradores, foi destruída nesta sexta-feira (24). A Polícia Militar participou da ação para garantir o trabalho. Com tratores, servidores do GDF retiraram o concreto do local. O governo pretende construir uma escola técnica na área.


Sem ter como reagir, os moradores acompanharam o trabalho. A população tentou negociar com o GDF, mas não teve jeito e a quadra foi desativada. Um abaixo-assinado chegou a ser feito, com mais de 200 assinaturas. A escola técnica vai custar R$ 11 milhões e deve ficar pronta em meados de 2016.

O ouro é nosso Brasil é ouro no handebol feminino no Pan de Toronto ;D


Seleção feminina derrotou a Argentina por 25 a 20.

Publicado: 25 de julho de 2015 às 09:22 Diário do Poder


Seleção feminina de handebol derrotou a Argentina por 25 a 20.
O handebol feminino do Brasil venceu na noite de ontem (24) por 25 a 20 a seleção argentina e conquistou o ouro. O time brasileiro teve uma certa dificuldade de desenvolver seu jogo no começo do jogo, deixando as argentinas saírem na frente no placar. Mas, a maior superioridade técnica das brasileiras, que são as atuais campeãs do mundo, foi importante para que o Brasil começasse a tomar conta da partida, exercendo o domínio em toda a quadra.


Na primeira fase da competição, o time treinado pelo dinamarquês Morten Soubak passou facilmente por México (34 a 19), Porto Rico (38 a 21) e Canadá (48 a 12). Nessa quarta-feira (22), a equipe brasileira venceu o Uruguai por 40 a 22, pelas semifinais.


Com a vitória desta noite, a seleção de handebol feminina ganha o seu quinto título consecutivo no Pan-Americano, que começou, em 1999, nos Jogos de Winnipeg também no Canadá.


No fim da noite, o vôlei masculino derrotou a equipe de Porto Rico e vai decidir no domingo (26) o título com a Argentina. O vôlei feminino também está na final e disputa ouro jogando amanhã (25) contra os Estados Unidos.

Após reprovação recorde Dilma prepara volta à TV para recuperar popularidade Presidente até preparou omelete no programa da Ana Maria Braga


Diario do Poder

Publicado: 23 de julho de 2015 às 17:37


Planalto faz tudo para "humanizar" imagem em tempos de reprovação recorde do governo (Foto: Renato Rocha Miranda)


Ela já andou de bicicleta, saudou a mandioca e inventou a “mulher sapiens”. Nada disso, porém, deu resultado nem serviu para tirar sua popularidade do precipício. Agora, em mais uma tentativa de enfrentar a crise política, a presidente Dilma Rousseff vai tentar mudar a estratégia de comunicação, investir em conversas pela internet e “humanizar” sua imagem.




Além de aparecer mais em programas de TV, Dilma prepara uma ofensiva virtual, a menos de um mês dos protestos previstos para 16 de agosto contra seu governo. Na próxima semana, a Secretaria Geral da Presidência lançará o site “Dialoga Brasil”, uma plataforma que, mais adiante, terá até mesmo um aplicativo para celular. A meta é medir a temperatura da administração e planejar reações com antecedência.



No auge do distanciamento com os eleitores de todas as classes, acuada pela crise, com uma Operação Lava Jato batendo à porta do Planalto e problemas na economia, Dilma recorrerá a um novo canal para divulgar as iniciativas de sua gestão e, ao mesmo, saber o que a sociedade pensa sobre elas.



Setenta e três programas de governo, como Bolsa Família, Mais Médicos e Minha Casa, Minha Vida, serão submetidos ao crivo da população. Na primeira leva, quatro temas entrarão em debate: saúde, educação, segurança pública e combate à pobreza. O site terá ferramentas populares nas redes sociais, como “curtir” e “compartilhar”.



De posse de críticas e sugestões, ministros responsáveis pelos projetos serão acionados para dar respostas aos usuários. Enquanto isso, Dilma concederá entrevistas a apresentadores de TV. Em junho, ela apareceu no Programa do Jô, da TV Globo, e na próxima semana estará no “Mariana Godoy Entrevista”, da Rede TV! Auxiliares da presidente também pretendem convencê-la a fazer um giro por programas populares e a voltar a preparar “omelete” em público – em 2011, logo após eleita pela primeira vez, ela preparou a receita no "Mais Você", de Ana Maria Braga, na Globo.



Antes reclusa no Planalto, Dilma vai agora para o enfrentamento político, defendendo sua gestão das denúncias que pipocam dia após dia, desde que a Operação Lava Jato desvendou um gigantesco esquema de corrupção na Petrobrás. O plano, porém, não é tratar da Lava Jato, mas, sim, criar uma agenda positiva para se contrapor à sucessão de escândalos, que têm impacto direto no governo. Das delações premiadas ao rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o Planalto, tudo respinga no gabinete presidencial.



Em conversas reservadas, assessores contam que Dilma criou sozinha os últimos lances de sua comunicação. Na tentativa de parecer alheia ao inferno astral que ronda o Planalto há meses, ela fez uma saudação à mandioca e lançou a “mulher sapiens”, deixando perplexos até mesmo integrantes do PT. Depois, pressionada, garantiu que não iria cair e que defenderia o mandato “com unhas e dentes”. No governo, a estratégia foi considerada um desastre porque, além de tudo, pôs o impeachment na boca da presidente. (AE)

Cooperação internacional para acabar com a corrupção do PT começa a funcionar.


 
(Época) A vida dos corruptos mundo afora se torna cada vez mais difícil. A globalização – a mesma que abriu mercados, criou oportunidades de prosperidade e também de corrupção internacional – chega, aos poucos, à Justiça. Com isso, os agentes da lei de cada país podem caçar malfeitos além de suas fronteiras. O primeiro movimento nesse sentido ocorreu na Comunidade Europeia. Nos anos 1990, os Ministérios Públicos e as polícias dos diferentes países começaram um intenso intercâmbio. 
 
 
A integração foi crucial para uma investigação importante no início deste ano: o caso SwissLeaks, em que a filial de Genebra do banco HSBC esteve envolvida num escândalo internacional de sonegação de impostos. “Um funcionário que trabalhou no HSBC por oito anos pegou toda a movimentação financeira irregular e entregou a três MPs, o da Suíça, o da Itália e o da França”, diz o jurista Luiz Flávio Gomes, estudioso do assunto e doutor em Direito pela Universidade Complutense de Madrid. Graças ao intercâmbio de depoimentos e provas entre os Judiciários dos países, o HSBC sofreu condenações na França, na Bélgica e nos Estados Unidos. Outro caso recente foi a prisão, na Suíça, de dirigentes da Fifa suspeitos de corrupção, após uma investigação levada a cabo pela polícia americana.

 
 
No Brasil, a Operação Lava Jato vem inovando não apenas ao empregar métodos inspirados na Operação Mãos Limpas – que desarticulou os esquemas de corrupção na Itália ao longo dos anos 1990. Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República de Portugal anunciou que a força-tarefa da Lava Jato fez um pedido de cooperação internacional. Desde o tempo do mensalão, a polícia portuguesa investiga casos de corrupção envolvendo brasileiros, com ramificações em Portugal. Agora, a Lava Jato quer unir  as duas pontas, mensalão e petrolão. E também tem operado em colaboração com o Ministério Público da Suíça. “A Lava Jato já virou um caso de estudo”, diz o advogado penal Mauro César Arjona.
 
 
 Na semana passada, os procuradores suíços confirmaram que as investigações da Lava Jato estão no caminho certo. Elas rastrearam as contas da Odebrecht no exterior. “Pelo relato das autoridades suíças e documentos apresentados, há prova, em cognição sumária, de fluxo financeiro milionário, em dezenas de transações, entre contas controladas pela Odebrecht ou alimentadas pela Odebrecht e contas secretas mantidas no exterior pelos dirigentes da Petrobras”, afirmou o juiz Sergio Moro em seu despacho. 
 
 
Na sexta-feira, dia 24, os presidentes de duas das maiores construtoras do país, Marcelo Odebrecht, da Odebrecht, e Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, foram denunciados à Justiça sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A denúncia atinge ao todo 22 pessoas. Foi decretada também a quebra de sigilo das contas da Odebrecht no exterior.

 
 
Em uma das reportagens desta edição, ÉPOCA mostra, com exclusividade, as inves­tigações em Portugal que revelam os primeiros indícios de uma conta no exterior que pode ter alimentado campanhas do PT. E mostra como as investigações sobre a Odebrecht, na semana passada, podem se desdobrar na Suíça. A colaboração entre a força-tarefa da Lava Jato e os investigadores europeus ainda tem muito o que render.