terça-feira, 30 de junho de 2015

Dilma se defende sobre doações milionárias da UTC e diz que “não respeita delator”


O mais recente caso de delação, também, como figurinha repetida, teve Dilma e Lula entre os citados.

Dilma, também, como figurinha repetida, se defendeu e em contrapartida atacou o delator, que mais do que um executivo, é dono e presidente da construtora UTC.
A UTC doou para a campanha de Dilma cerca de 7,5 milhões, valor investigado pela PF sob suspeita de irregularidade.
“Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é que é. Tentaram me transformar em uma delatora”
Dilma afirmou que a mesma UTC também fez doações a seu adversário político Aécio Neves no segundo turno das eleições.
“Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, se insinuam, alguns têm interesses políticos.
Apesar de criticar o delator, Dilma ressaltou que defende as investigações, e disse que “tudo, sem exceção”, deve ser investigado. As declarações foram dadas por Dilma nesta segunda (29), em Nova Iorque onde está em viagem, e foram as primeiras desde a divulgação pela revista Veja das delações do dono da UTC (Com: Ultimo Segundo IG)

Com Dilma fora, Lula vai a Brasília brincar de presidente.


O tiranete Lula aproveita a ausência de Dilma para reuniões em Brasília com as bancadas do Partido Totalitário no Congresso. O objetivo é cobrar dos petistas uma reação às novas denúncias que envolvem o Palácio do Planalto. Reação contra fatos, tirano?


Com Dilma Rousseff em viagem aos Estados Unidos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta segunda-feira (29) em Brasília para comandar reuniões com o objetivo de cobrar do PT uma reação às novas denúncias que atingem o partido e o Palácio do Planalto.

Lula vai jantar com as bancadas do PT no Congresso. O encontro foi agendado antes do aprofundamento da crise que atinge o governo, que se agravou no fim de semana com a revelação de novos detalhes dos depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, a procuradores da Operação Lava Jato.

O empresário confessou que pagou propina para fazer negócios com a Petrobras e relatou encontros em que discutiu contribuições políticas com os ministros Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, e Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social.

Antes do jantar, Lula se reunirá com dirigentes do PT. Os temas dos encontros serão a Lava Jato, a relação com o aliado PMDB e a agenda do partido e do governo após a aprovação do ajuste fiscal.

Ministros petistas defendem uma estratégia conjunta de Dilma e Lula para reagir à crise política e econômica, embora a relação entre os dois esteja estremecida.

O ex-presidente tem feito críticas públicas à condução do governo. Emissários de Dilma o procuraram na semana passada e pediram a Lula que reassumisse a liderança da reação petista, com o que o ex-presidente concordou.

Nas palavras de um assessor presidencial, Dilma, Lula e o PT sabem que são uma coisa só, e "ninguém vai superar essa crise sozinho". Lula tem conversado com ministros, mas não com Dilma. Eles não se falaram depois da revelação dos novos detalhes dos depoimentos de Pessoa.

A UTC deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma em 2014. Pessoa diz que fez a doação porque Edinho, então tesoureiro da campanha, sugeriu que ele poderia ter problemas na Petrobras se não colaborasse, o que Edinho nega.

O empreiteiro disse ter dado R$ 250 mil de caixa dois para a campanha de Mercadante ao governo paulista em 2010. O ministro diz ter recebido R$ 500 mil em duas doações de empresas de Pessoa, ambas legais e registradas.

Lula pretende cobrar dos deputados e dos senadores do PT uma defesa mais enérgica do partido contra o que o governo chama de "vazamentos seletivos" na Lava Jato --na visão dos petistas, para prejudicar só o partido.

SILÊNCIO

O clima nas hostes governistas está envenenado, com acusações veladas de lado a lado. No Palácio do Planalto, assessores estranham o silêncio do PT diante das acusações contra os dois ministros.

Em conversas reservadas, petistas dizem que aguardam acesso ao teor integral dos depoimentos de Pessoa. Mercadante teve de cancelar sua viagem com Dilma aos EUA para se defender, junto com Edinho e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Dilma manteve distância dos jornalistas neste domingo (28). Ela se reuniu a portas fechadas com um grupo de empresários em Nova York, almoçou no hotel, saiu para passear e recolheu-se depois de três horas sem ser vista.

Nas bancadas, a principal cobrança dos petistas deverá ser pela adoção de uma agenda que ultrapasse o marco da aprovação do ajuste fiscal --que teve medidas impopulares. (FSP).
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Respeite a Justiça, dona Dilma!


"Não respeito delator", disse Dilma nos EUA, em relação à delação premiada de Ricardo Pessoa. Leia-se: ela não respeita a Justiça Federal, que através da delação tem conseguido "seguir o dinheiro" da corrupção petista na Petrobras - tudo com apoio da mais alta corte de Justiça do país, o STF. O que ela disse, na curta entrevista, é um desrespeito às instituições:


A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 29, que a contribuição de R$ 7,5 milhões da empreiteira UTC para sua campanha foi registrada e realizada de maneira legal. "Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é que é. Tentaram me transformar em uma delatora", afirmou a presidente em Nova York, em suas primeiras declarações públicas desde a divulgação da delação premiada do dono da empresa, Ricardo Pessoa.

Dilma ressaltou que a empresa também fez doações a seu adversário no segundo turno da eleição presidencial, Aécio Neves, em valores semelhantes aos recebidos por sua campanha. "Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, se insinuam, alguns têm interesses políticos."
A terceira motivo apresentado pela presidente para refutar as acusações foi o fato de ser mineiro e crescido com lições sobre a Inconfidência Mineira. "E há um personagem que a gente não gosta, porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. E ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. Eu não respeito delator", observou, mencionando o homem que traiu os inconfidentes.
Apesar de criticar delatores, a presidente afirmou que a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal devem investigar as acusações. "Tudo, sem exceção", ressaltou. 
A presidente disse que tomará medidas contra Pessoa caso ele faça acusações contra ela. Quanto aos ministros mencionados na delação, Dilma afirmou que cabe a eles decidir o que fazer. Pessoa fez referência ao chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e ao secretário de Comunicação Social, Edinho Silva, que foi Tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição. (Estadão).

Brasil: "governado por um fantasma de bicicleta e um partido de míseros oportunistas".


Fernando Gabeira, no artigo "Reflexões sobre o volume morto", publicado ontem pelo jornal O Globo:


(...) O país precisa sair do volume morto, reencontrar um nível de crescimento, credibilidade no seu sistema político. Hoje o país é governado por um fantasma de bicicleta e um partido de míseros oportunistas, segundo seu próprio líder, chamado de Brahma pelas empreiteiras. (Na íntegra).

Depois de Juízes, Procuradores também declaram total apoio a Sergio Moro





Os procuradores, que atuam na força-tarefa da Lava-Jato, decidiram declarar publicamente apoio a Sergio Modo depois da entrevista de uma advogada da Odebrech (construtora envolvida no escândalo) ao jornal O GLOBO, afirmando que estava estudando denunciar o Juiz por “violação de direitos humanos”.
“A entrevistada parece desconhecer que o sistema judicial brasileiro prevê vários recursos e diversas instâncias recursais, tendo os investigados inúmeras possibilidades de obter a revisão das decisões tomadas pelo Juízo Federal, não sendo razoável, muito menos respeitoso ao sistema republicano, que sejam lançadas, por meio de notas ou entrevistas como aquelas recentes, acusações vagas, desrespeitosas e infundadas à atuação do juiz federal Sérgio Moro”
afirmam os procuradores na nota.
Em outro trecho, os procuradores classificam de “bobagem” as teorias conspiratórias contra os poderosos envolvidos no esquema.
“Essa abordagem conspiratória, já refletida em entrevista anterior, negligencia a independência, maturidade e imparcialidade de nossas Cortes, refletindo estratégia que procura reverter, no campo midiático, as inegáveis evidências em desfavor da cúpula da empresa”
A nota na íntegra pode ser vista em diversos jornais e sites do país.

Aécio diz que Dilma não está bem: "acredita que pode continuar zombando da inteligência dos brasileiros".


Em termos populares, Dilma está mesmo "fora da casinha". Depois de ter "comungado" a mandioca com o milho, entre os indígenas, nos EUA atacou a delação premiada, o que constitui um ataque à própria Justiça (ver post anterior), que dela se vale para desvendar a "corrupção descomunal" promovida pelo PT. Convém lembrar que a delação é prática comum nas verdadeiras democracias: na Itália, serviu para desbaratar a máfia; nos EUA, para, entre outras coisas, chegar à roubalheira da Fifa:

As novas declarações da presidente Dilma Rousseff, dadas hoje, em NY, atestam o que muitos já vêm percebendo há algum tempo: a presidente da República ou não está raciocinando adequadamente ou acredita que pode continuar a zombar da inteligência dos brasileiros.
Primeiro, ela desrespeitou seus próprios companheiros de resistência democrática ao compará-los aos atuais aliados do PT acusados de, nas palavras do Procurador Geral, terem participado de uma “corrupção descomunal”.
A presidente chega ao acinte de comparar uma delação feita, dentro das regras de um sistema democrático, para denunciar criminosos que assaltaram os cofres públicos e recursos pertencentes aos brasileiros, com a pressão que ela sofreu durante a ditadura para delatar seus companheiros de luta pela democracia.
A presidente realmente não está bem.
É preciso que alguém lhe informe rapidamente que o objeto das investigações da Polícia Federal, do MPF e da Justiça não são doações legais feitas de forma oficial por várias empresas a várias candidaturas, inclusive a minha, mas sem qualquer contrapartida que não fosse a alforria desses empresários em relação ao esquema de extorsão que o seu partido institucionalizou no Brasil.
O que se investiga – e sobre o que a presidente deve responder – são as denúncias feitas em delação premiada pelo Sr. Ricardo Pessoa que registram que o tesoureiro da sua campanha e atual Ministro de Estado Edinho Silva teria de forma “elegante” vinculado a continuidade de seus contratos na Petrobras à efetivação de doações à campanha presidencial da candidata do PT.
Ou ainda a afirmação feita pelo mesmo delator de que o tesoureiro do seu partido, o Sr. João Vacari, hoje preso, sempre o procurava quando assinava um novo contrato para cobrar o que chamou de “pixuleco”.
Não será com a velha tentativa de comparar o incomparável que a Sra. Presidente vai minimizar sua responsabilidade em relação a tudo o que tem vindo à tona na Operação Lava Jato.
O fato concreto é que, talvez nunca na história do Brasil, um Presidente da República tenha feito uma visita oficial a outro país numa condição de tamanha fragilidade. E afirmações como essa em nada melhoram sua situação.
Aécio Neves
Presidente nacional do PSDB
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Tiranete Lula tem agenda de governante em Brasília


Em Brasília, o ex-presidente cumpre acintosamente uma agenda de governante, conversa com marqueteiro e diz a aliados que a crise atual do governo Dilma é 'dramática'. Pensa que pode tirar o Partido Totalitário do lodaçal em que está mergulhado. Ledo engano. PT, Lula e Dilma já eram. Não há mais lugar para essas hordas antidemocráticas e corruptas:

Para o ex-presidente, falta "rumo" aos petistas porque o governo não consegue sair da defensiva, após as denúncias que bateram à porta do Palácio do Planalto com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. "O PT tem tudo para ressurgir com força, desde que saiba se articular com os movimentos sociais", afirmou Lula, de acordo com relato do senador Paulo Paim (PT-RS). O petista gaúcho foi um dos três parlamentares que votaram contra as medidas do ajuste fiscal, no Senado. Para o ex-presidente, não existe saída individual para a crise. "É preciso virar a página. Vamos para o enfrentamento", disse Lula.
Para evitar vazamentos da reunião, como o ocorrido no encontro com os religiosos, em São Paulo, quando Lula afirmou que ele e Dilma estavam "no volume morto", o presidente do PT, Rui Falcão, pediu que todos deixassem os celulares fora da sala.
Enquanto Lula tentava descobrir uma solução para a crise política, que se agrava a cada dia, a presidente Dilma Rousseff se encontrava com o colega norte-americano Barack Obama, em Washington.
Mercadante. À tarde, horas antes de se reunir com deputados e senadores do PT, na tentativa de dar voz de comando à bancada petista no Congresso, Lula telefonou para o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e não escondeu a preocupação com o governo. Mercadante teve o nome citado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e delator do esquema de corrupção na Petrobrás.
Lula sempre defendeu a saída de Mercadante da articulação política do governo. O vice-presidente Michel Temer assumiu esse papel, mas Lula e Mercadante ainda se estranham. Agora, o ex-presidente avalia que, se houver mais desdobramentos da Lava Jato, será preciso fazer mudanças na equipe de Dilma.
Pessoa disse que Mercadante recebeu R$ 250 mil "por fora" na campanha ao governo de São Paulo, em 2010. O ministro negou com veemência a acusação e contou ter recebido R$ 500 mil, em duas contribuições "legais e registradas" de R$ 250 mil cada uma. O delator também citou o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, em seu depoimento ao Ministério Público. Segundo Pessoa, a UTC repassou a Edinho - que era tesoureiro da campanha de Dilma, em 2010 - R$ 7,5 milhões, segundo a Revista Veja. Conforme revelou o estadão.com.br na sexta-feira, Pessoa diz ter repassado, via caixa 2, R$ 3,6 milhões aos ex-tesoureiros petistas José de Filippi, responsável pelas contas da campanha de Dilma em 2010, e João Vaccari Neto entre 2010 e 2014. A quantia foi doada, de acordo com Pessoa, porque Edinho teria feito uma ameaça. "O senhor quer continuar tendo contratos com a Petrobrás?", perguntou o então tesoureiro, segundo o empreiteiro. Edinho desmente.
Na tentativa de encontrar uma solução para o momento que chamou de "dramático", Lula também se reuniu ontem com o jornalista João Santana. Marqueteiro que ajudou a reeleger Dilma, Santana está atuando na campanha presidencial de José Manuel De La Sota, na Argentina, mas concordou em produzir o programa de TV do PT, que irá ao ar no dia 6 de agosto.
Na manhã de hoje, ele tem um café marcado com o presidente do Senado,Renan Calheiros (PMDB-AL). Apesar de aliado, Renan tem criado muitos problemas ao Planalto desde que o seu nome entrou na lista dos investigados na Lava Jato. (Estadã0).

"Corrupção descomunal": cartel do petrolão contaminou outras áreas do governo, diz Moro.


Na República podre do lulopetismo, o mensalão e o petrolão foram só a ponta do iceberg da corrupção. O juiz Sérgio Moro acha que o "modelo" do cartel das empreiteiras se estendeu a outras áreas do governo.  Com os petistas, é sempre mais fundo, cada vez mais fundo:

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, acredita que o mesmo modelo de corrupção e propinas instalado na Petrobrás foi adotado por algumas das maiores empreiteiras do País em outras áreas de infraestrutura do governo, como hidrelétricas e usinas. Por meio de informações ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), que examina pedido de habeas corpus para o executivo Elton Negrão de Azevedo Júnior, da Andrade Gutierrez – preso pela Erga Omnes, a 14.ª fase da Lava Jato, deflagrada em 19 de junho -, Sérgio Moro aponta para suposto envolvimento das construtoras em empreendimentos bilionários, agora sob suspeita a partir da delação premiada de um dos altos dirigentes da Camargo Corrêa, desligado depois de ser preso.
“Além dos crimes, no âmbito da Petrobrás, terem perdurado por anos, foram depois reproduzidos na Setebrasil, empresa criada para fabricação de sondas para exploração do petróleo na camada do pré-sal”, assinalou o magistrado da Lava Jato. “Como se não fosse o bastante, o mesmo modus operandi, envolvendo número mais restrito de empreiteiras, mas incluindo Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Odebrecht, foi utilizado, para pagamento de propina, em contratos de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, como revelou recentemente ao Ministério Público Federal Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Correa.”
Avancini foi preso em novembro de 2014 pela Juízo Final, etapa da Lava Jato que pegou o cartel de empreiteiras na Petrobrás – são citadas quase 20 empreiteira, entre elas a Andrade Gutierrez, a Camargo Corrêa e a Odebrecht, cujo presidente foi preso dia 19 de junho pela Erga Omnes.
O ex-presidente da empreiteira fez delação premiada e ganhou o benefício da prisão domiciliar, com tornozeleira. Seus relatos abriram o leque da Lava Jato, tornando público o suposto conluio de grandes empreiteiras em áreas estratégicas do governo.
Em seu despacho ao TRF4, em que sustenta a necessidade da manutenção da prisão preventiva do executivo da Andrade Gutierrez, Sérgio Moro usa o mesmo adjetivo que o chefe do Ministério Público Federal, Rodrigo Janot, empregou para rotular o esquema de malfeitos na Petrobrás. “Os crimes de cartel, corrupção e lavagem havidos na Petrobrás têm dimensão descomunal, como recentemente os qualificou o procurador geral da República.”
Moro emendou. “Mais perturbadora a afirmação do colaborador (Avancini) de que, em agosto de 2014, ou seja, quando as investigações da Operação Lava Jato já haviam se tornado públicas e notórias, as empreiteiras, entre elas a Andrade Gutierrez e a Odebrecht, reuniram-se para discutir, entre outros assuntos, o pagamento de propinas a dirigentes da Eletrobrás.”
O juiz federal pondera que “essas declarações quanto à Hidrelétrica de Belo Monte e Angra3 ainda precisam ser melhor apuradas”. Mas ele argumenta. “Elas (as revelações de Dalton Avancini) têm plausibilidade considerando os fatos já provados nos contratos da Petrobrás. Além disso, são aqui invocadas, não como pressupostos da preventiva (prova de autoria e materialidade de crimes), mas como indicativos do risco de reiteração das práticas delitivas sem a preventiva, já que o esquema criminoso teria se reproduzido em outras estatais e persistido mesmo após o início das investigações.”
O juiz da Lava Jato afirma que “há prova de que o mesmo modus operandi, de cartel, ajuste de licitações e propinas, além de ter gerado um grande prejuízo à Petrobrás (estimado em mais de seis bilhões de reais no balanço da estatal), foi reproduzido em outros âmbitos da Administração Pública, inclusive com pagamentos de propinas no segundo semestre de 2014, quando já notória a investigação sobre as empreiteiras”.
Ele cita “indicativos de cooptação e corrupção de diversos agentes públicos, diretores de empresas estatais, e que também podem incluir, conforma apuração em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal, outros agentes públicos de nível até mais alto, como parlamentares federais”.
Ao fazer menção ao termo de depoimento número 9 da delação premiada de Dalton Avancini, o juiz salientou. “Como se não fosse o bastante, o mesmo modus operandi, envolvendo número mais restrito de empreiteiras, mas incluindo Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e UTC Engenharia, foi utilizado, para ajustar duas licitações em obras de Angra 3 (Angra03 e UNA03) e ainda para o pagamento de propinas a empregados da Eletronuclear, que teriam colocado nas licitaçoes cláusulas restritivas à concorrência para favorecer o cartel. O fato foi também revelado ao Ministério Público Federal por Dalton Avancini.”
Sérgio Moro rebate o argumento da defesa de Elton Negrão. “Ao contrário do alegado pelo impetrante, a imposição da preventiva é, no presente caso, aplicação pura e ortodoxa da lei, pois a medida mais grave é, infelizmente, necessária para interromper o ciclo delitivo e interromper a sangria aos cofres públicos, sem olvidar ainda a corrupção de agentes públicos, entre os quais, conforme apuração em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal, podem até estar parlamentares federais.”
“Quer sejam crimes violentos ou crimes graves de corrupção, ajuste de licitações e lavagem, como é o caso, a prisão cautelar justifica-se para interrompê-los, já que reiterados e sistematizados, e para proteger a sociedade e outros indivíduos de sua renovação”, alerta Sérgio Moro.
As empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa foram contatas pela reportagem, mas não mandaram seus posicionamentos até o fechamento desta matéria. (Continua no Estadão).

Oposição vai processar Dilma na PGR por crime de extorsão


Dilma e Edinho, seu chefe de campanha.
O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, anunciou que os partidos de oposição vão ingressar com representação contra Dilma na PGR por crime de extorsão, praticado por ela e pelo ministro Edinho Silva, seu chefe de campanha em 2014. O homem-bomba da UTC, Ricardo Pessoa - temido principalmente pelo tiranete Lula -, foi chantageado pelo tal Edinho, que, fosse honesto o governo, já teria sido defenestrado, junto com outros citados. Mas a escória petista é incapaz sequer de pedir afastamento:

Após trechos da delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, virem a público, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), citado em delação do doleiro Alberto Youssef na Lava Jato anunciou nesta terça-feira, 30, que os partidos de oposição vão entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República por crime de extorsão contra a presidente Dilma Rousseff e o então tesoureiro da sua campanha, ministro Edinho Silva.

"Há ali explicitado por ele (Pessoa), uma clara chantagem. Ou ele aumentava as doações ao Partido dos Trabalhadores e à campanha da presidente da República, ou ele não continuava com suas obras na Petrobrás. Apenas a presidente da República é quem teria as condições de efetivar essa chantagem, e não o então tesoureiro do partido", afirmou Aécio. A campanha presidencial do tucano no ano passado também recebeu doações da UTC.
A medida foi anunciada após um encontro com lideranças do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade. Apesar de parte da oposição considerar que já há elementos suficientes para que se entre com um pedido de impeachment na Câmara, Aécio e outros nomes tucanos têm colocado um freio no processo e defendido que é preciso "cautela" ao tratar do tema.
Além da representação na PGR, o grupo de partidos da oposição vai apostar em outras duas frentes para desgastar o governo: entrar com um novo pedido no Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão investigue também a suspeita de que Dilma continuou com as chamadas pedaladas fiscais em 2015 e acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a delação de Pessoa seja levada em conta no processo que já foi aberto no órgão contra a campanha da petista.
Para o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), essas três ações vão pavimentar o caminho para um eventual pedido de impeachment de Dilma. O senador afirma que hoje falta "muito pouco" para que fiquem configuradas as provas necessárias para abrir o processo.
Segundo líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), há consenso hoje na oposição que Dilma não tem mais condições de se manter no cargo. "A forma que ela vai sair, a oposição vai continuar discutindo", afirmou.
Delação. A presidente não foi a única citada por delatores da Lava Jato. O próprio Aloysio Nunes, segundo matéria da revista Veja, foi citado por Ricardo Pessoa por supostamente ter recebido R$ 200 mil da UTC como caixa 2 em 2010, acusação que o senador nega. Além disso, no começo do ano o doleiro Alberto Youssef afirmou que entre 1996 e 2000 o então deputado Aécio Neves recebia parte da propina de US$ 120 mil mensais em uma diretoria de Furnas por meio de uma de suas irmãs. As acusações do doleiro não foram suficientes para que a Procuradoria-Geral da República requisitasse inquérito para investigar Aécio no âmbito do esquema Petrobrás. No início de março, em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu arquivamento do procedimento relativo ao senador do PSDB. (Estadão).