sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Empresário denuncia a Janot e Moro que Lula, Dilma, Lobão, Gabrielli e Costa decidiam tudo na Petrobras





“O Poder Judiciário não vale nada, o que vale é a relação entre as pessoas”.
É com esta frase atribuída ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o empresário Auro Gorentzvaig abre uma denúncia que fez no dia 2 de fevereiro ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. O antigo controlador da Petroquímica Triunfo pede que seja investigado o processo de criação da Braskem, sociedade de propósito específico entre a Petrobras e o grupo Odebrecht.

Tal notícia é censuradíssima na grande mídia. As dez páginas da reclamação de Auro Gorentzvaig a Janot e Moro vazaram de Washington, capital dos EUA. O antigo controlador e conselheiro da Petroquímica Triunfo pede que a investigação parta do Inquérito Policial 1114/2014 da Delegacia da Polícia Federal na capital paranaense. Será que Lula terá coragem de interpelar Auro judicialmente, principalmente pela sentença infeliz que lhe queima ainda mais o filme perante a magistratura brasileira? Ou Lula deixará para lá, como sempre faz, alegando que de tudo nada sabia? Não! Ele já negou tudo, da mesma forma que a Braskem e demais denunciados...

Além da indiscreta frase de Lula contra o Judiciário, que na versão do empresário foi dita em uma reunião com ele e Paulo Roberto Costa, em 26 de Fevereiro de 2009, às 16h30, na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, Auro Gorentzvaig formalizou uma denúncia "contra Dilma Vana Rousseff, presidente da República Federativa do Brasil; Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República; José Sérgio Gabrielli de Azevedo, ex-presidente da Petrobras; e o "colaborador premiado" Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e Petroquímica da Petrobras". 



O indignado Auro derruba a inconsistente tese construída pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que "não há nenhum fato, absolutamente nenhum fato, que demonstre, que indique ou que gere indícios de que a presidente da República tenha qualquer envolvimento nesses fatos seja de maneira dolosa (intencional), seja de maneira culposa".

Como ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras na gestão Lula da Silva, Dilma responde solidariamente por todos os problemas. Na Justiça dos EUA, se for acatada denúncia contra ela, será citada e vai a julgamento, com alto risco de condenação a pagamento de multas ou até prisão - o que seria um vexame interplanetário.

O empresário sustenta que integrantes do governo praticaram crimes que o prejudicaram na Petroquímica Triunfo, sociedade entre a Petrobras e a Petroplastic no Rio Grande do Sul. Na denúncia a Janot e Moro, Auro Gorentzvaig atribui responsabilidades a atual Presidenta:  



"Dilma Rousseff, ex-secretária de Energia do Governo do Rio Grande do Sul, na gestão do petista Olívio Dutra, iniciou o assédio à nossa empresa, já naquele período. A Triunfo e o Copesul estão localizadas na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Já na condição de Conselheira da Petrobras e Ministra do Governo Lula, a agora presidente reeleita Dilma Vana Rousseff deixou claro, em várias ocasiões, que seguia ordens do então presidente da República para concentrar o monopólio do sistema Petroquímico Brasileiro nas mãos da Odebrecht, beneficiando o estado da Bahia na arrecadação de impostos".

Auro denuncia que era Lula quem estava por trás de Paulo Roberto Costa: "A decisão de falar pessoalmente com o presidente da República se deu pelo fato de que todas as decisões do setor petroquímico no País passam pelo gabinete presidencial. Todos os empresários do setor, incluindo eu, sabiam que Paulo Roberto Costa funcionava como operador de Lula dentro da Petrobras. Meses antes, Paulo Roberto Costa, hoje um dos réus nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, que apura desvios na Petrobras, comandou reunião na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, com a presença de Boris Gorentzvaig, Caio Gorentzvaig e Auro Gorentzvaig, representantes da Petroplastic.” 


Na ocasião, Paulo Roberto Costa, diretor da área de petroquímica nos informou: ´... No setor Petroquímico já estava definido que só empresas atuariam no setor: uma era a Odebrecht, a outra será definida´. Ao que perguntei : ´E a Petroquímica Triunfo?´ Ele respondeu: `A Triunfo será eliminada, conforme as diretrizes estabelecidas pelo presidente da República´. A saída, então, foi conversar com quem de fato dava as ordens a Paulo Roberto Costa: o então presidente Lula".


Ainda na acusação a Lula, Auro arrasa: "Na condição de Ministro das Minas e Energia do Governo Lula, o maranhense Edison Lobão também deixou claro que Paulo Roberto Costa, Dilma Vana Rousseff, José Sérgio Gabrielli de Azevedo e ele próprio seguiam as determinações do presidente Lula. Reforçou também que era Lula quem determinava como deveriam ser tocados os esquemas dentro da Petrobras. Hoje, com as estarrecedoras descobertas da Operação Lava-Jato, vemos que tudo o que nos foi dito era verdade. Edison Lobão dizia que Lula mandava fazer. Não dava atenção à Lei, como o então presidente deixou claro ao afirmar, em seu gabinete provisório no Centro Cultural do Banco do Brasil, que o Poder Judiciário não vale nada”.


Auro Gorentzvaig  leva sua denúncia ao limite: "Durante anos fomos convidados a fazer parte de um esquema criminoso que funcionava na Petrobras. Acionistas das empresas recebiam, inclusive, os dividendos em pagamentos por fora. Por rechaçar a oferta ilegal, fomos sistematicamente atacados pela presidência da Petrobras, através de José Sérgio Gabrielli de Azevedo, pelo diretor Paulo Roberto Costa, pelo Conselho de Administração, sob o comando de Dilma Vana Rousseff. Todos faziam questão de ressaltar que tinham costas quentes: o então presidente Lula. Quem aceitou fazer parte do jogo de corrupção, agora comprovado pela Operação Lava-Jato, recebeu aportes bilionários".


O empresário pega pesadíssimo contra José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras: "Sindicalista e nascido na Bahia, José Sérgio Gabrielli de Azevedo foi o executor do monopólio que beneficiou o grupo Odebrecht. Coube a ele, durante anos a fio, facilitar o acesso da companhia baiana em várias obras de grande porte e negócios superfaturados feitos nas altas esferas da Petrobras. A Operação Lava-Jato demonstra, depois de meses de investigações, que o grupo Odebrecht participou de esquemas bilionários e criminosos dentro da estatal". 


Também não poupa o delator premiado Paulo Roberto Costa: "Réu em vários processos decorrentes da Operação Lava-Jato, Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada, instrumento jurídico contemplado pela legislação nacional e que obriga o acusado a relatar o que sabe em troca de redução de pena. Operador do esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras, Paulo Roberto Costa confessou que recebia propina de várias empresas, entre elas justamente o Grupo Odebrecht, para facilitar negócios superfaturados e, na sequência, repassar recursos a partidos políticos, como o PT, o PMDB, PP, entre outros". 


Auro Gorentzvaig  segue na ofensiva: "Paulo Roberto Costa sempre nos procurou para ofertas escusas. Diante de nossa recusa em participar dos esquemas criminosos, hoje claramente revelados pela Operação Lava-Jato, o então diretor da estatal transferiu a Petroquímica Triunfo de forma graciosa para a Braskem, beneficiando de maneira escandalosa o Grupo Odebrecht, assim como o Estado da Bahia na arrecadação tributária, em detrimento de outros estados da federação. Realizada de forma ilegal, a operação criminosa envolve cifras bilionárias, em claro prejuízo aos cofres públicos e ao povo brasileiro".


Auro protesta em seu documento que "o monopólio do setor foi idealizado por Emílio Odebrecht, que disse ao então presidente Lula que deveria ter crescimento de escala na indústria petroquímica para participar do mercado global: "É o marketing superando o direito. Lula, Dilma, Edison Lobão, José Sergio Gabrielli, Paulo Roberto Costa, juntamente com os grupos Suzano, Ipiranga, Unipar e Odebrecht criaram então a Braskem, que tem como sócia minoritária a Petrobras, com 49,99% e o Grupo Odebrecht como sócio majoritário com 50,01%, com contrato de exclusividade de 25 anos! Como uma indústria de base de tal importância pode estar concentrada nas mãos de uma única família?”


O indignado Auro Gorentzvaig prossegue questionando no texto: "Como a Petrobras pode ter como sócia, na Braskem, o Grupo Odebrecht, envolvida em crimes de corrupção conforme revela a operação “Lava Jato”?  Pagando propina de US$ 23 milhões para o diretor da estatal, Paulo Roberto Costa? A quem interessa que poucas empresas controlem o setor?  Quem ganha com isso? Basta verificar quanto o Grupo Odebrecht gasta com o financiamento de muitas campanhas eleitorais dos partidos políticos flagrados na Operação Lava-Jato? Em quanto a Braskem e o Grupo Odebrecht, o Grupo Suzano foram beneficiados com financiamentos públicos através de bancos como o BNDES, Banco do Brasil e Caixa, com juros subsidiados?".


Auro frisa que a Triunfo foi eleita a melhor empresa do setor petroquímico brasileiro de 1989 a 2009, conquistando todos os prêmios das revistas especializadas, com caixa permanente de US$ 100 milhões, para um plano de futuro desenvolvimento. O empresário lembrou como ficou na pior:  



"Em audiência de conciliação na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, a Petrobras pediu R$ 355 milhões pela sua parte na Petroquímica Triunfo. Em juízo, a Petroplastic concordou em pagar (oferta vinculante) o valor pleiteado pela petroleira nacional. A Petrobras recuou em sua decisão e, oito meses após a audiência de conciliação, repassou de maneira ilegal 100% das ações da Petroquímica Triunfo, transação avaliada em R$ 117 milhões. Ou seja, recusou R$ 355 milhões em dinheiro à vista, por 85% do capital social da empresa, operação que causou prejuízo de R$ 305 milhões à Petrobras, aos cofres públicos e ao Tesouro Nacional, um claro crime de lesa pátria em benefício da Braskem, do Grupo Odebrecht".


O empresário sustenta que a Petrobras desrespeitou de forma flagrante o direito de preferência da acionista Petroplastic e o Programa Nacional de Desestatização do governo federal: "A Petrobras, na qualidade de promotora da iniciativa privada brasileira, assume a administração da Petroquímica Triunfo em 1985 com um marketing share de 24% do mercado nacional e transfere para a Braskem a maior fatia do setor, reduzindo a participação da Triunfo para 3% do mercado nacional em 2009. Ou seja, a incorporação, além de ser feita por um preço bem menor do que realmente valia, provocou uma diminuição da importância da Triunfo no mercado, centrando força apenas na Braskem".


Auro expõe o crime de conflito de interesses: "Como pode a Petrobras, sócia institucional na Petroquímica Triunfo, trabalhar para a concorrente Braskem? Isso é uma clara demonstração de que a estratégia da Petrobras, da Presidência da República e do Grupo Odebrecht era usar dinheiro público e da estatal na compra e eliminação de concorrência, repassando o monopólio do setor para a Odebrecht, em clara e inconstitucional concentração de mercado".


O lesado na Triunfo também sugere que houve crime de improbidade administrativa: "Não poderiam os funcionários da estatal Petrobras prejudicar a Petroquímica Triunfo e trabalhar em prol da Braskem. Hoje, boa parte deles trabalha justamente na Braskem. Ou seja, transferiram patrimônio público para uma empresa privada para, em seguida, serem contratados pela Braskem, que foi a beneficiada em um negócio bilionário no setor petroquímico".


Por fim, Auro lança um desafio: "Todos os fatos aqui descritos foram por mim presenciados e vivenciados como cidadão e empresário. Sendo o presente relato a máxima expressão da verdade, coloco-me, desde já e em qualquer tempo, à disposição das autoridades brasileiras para novos e esclarecedores depoimentos e apresentação de documentos, fotos, ações judiciais e tudo o mais necessário para o completo esclarecimento de como um esquema bilionário montado dentro da Presidência da República prejudicou os cofres públicos, a Petrobras, o País e o povo brasileiro".


A denúncia bombástica, por escrito, de Auro Gorentzvaig pode ser aquele indício que faltava para que o santo nome do mito Luiz Inácio Lula da Silva acabe metido no meio de um dos inquéritos da Operação Lava Jato. Lula não tem mais foro privilegiado. Perdeu o privilégio de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, que ontem preferiu deixar o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, "soltinho da Silva".


Suspeito de ter cometido corrupção passiva e lavagem de dinheiro nos desvios bilionários nos negócios da Petrobras com o "clube de empreiteiras", Duque teve a cara livrada pelo relato do ministro Teori Zavascki: "Há elementos indicativos de crimes graves, não há dúvida quanto a isso. Entretanto, não houve a indicação de ato concreto que demonstre a intenção de o investigado furtar-se à lei penal. O fato de o agente manter cifras no exterior não indica risco de fuga".


Por todas essas idas, vindas e denúncias cada vez mais escandalosas, o Petrolão vem se transformando em um desastre institucional que ajuda a alimentar a crise da economia brasileira, com a combinação trágica entre a corrupção sistêmica e a incompetência governamental. Os acionistas da Petrobras pagam a conta com a assustadora desvalorização dos papéis da estatal. Os consumidores arcam com uma das gasolinas mais caras do mundo, quando todo planeta baixa o preço dos combustíveis, pela baixa na cotação do barril do petróleo. E os trabalhadores das 16 empreiteiras enroladas na Lava Jato, ou das empresas subcontratadas por elas, amargam atraso de pagamentos e perspectivas de desemprego.


Espera-se que, depois do carnaval, o Procurador-Geral faça as tão esperadas denúncias que acabarão ou atrapalharão a folia de muito político corrupto. Enquanto isso, Dilma segue ingovernável em um País desgovernado. Na prática, carimbada como "mentirosa" pela opinião pública, ela já caiu muito antes de sofrer qualquer impeachment. 


Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão

Visite o Blog Prontidão Total


Triste é o país no qual se tem que explicar ao ministro da Justiça o que ele não deve fazer, porque é institucionalmente inadequado.

Blog PRONTIDÃO TOTAL

Encontro inconveniente

Triste é o país no qual se tem que explicar ao ministro da Justiça o que ele não deve fazer, porque é institucionalmente inadequado. Ele não pode receber a portas fechadas, no seu gabinete, advogados de pessoas que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, que ele comanda. Se o faz, parecerá aos comandados uma desautorização e, aos cidadãos, que haveria um acerto de gabinete.

Não repetirei, por ocioso, o ideal da redundância entre ser e parecer da mulher de César. A autoridade deve ser e parecer respeitosa das instituições porque assim funciona na democracia. O ministro José Eduardo Cardozo deveria evitar no futuro quaisquer encontros com advogados das partes em litígio com o Estado, porque simplesmente ele não é a instância. Se, por acaso, algum advogado acha que o seu cliente está sendo maltratado ou não tem tido seus direitos respeitados, ele tem um endereço certo para ir: aos tribunais. À Justiça, pode-se recorrer até de eventuais excessos da própria Justiça. Eis aí a beleza do Estado de Direito. Para investigados por supostos crimes na democracia, não há caminhos alternativos, atalhos, conversas de bastidores que passem pelo poder Executivo.

Na ditadura, da qual o ministro parece ter apenas vaga lembrança, direitos não eram respeitados. Os mais mínimos direitos. Por isso é que os familiares tentavam contatar quem pudessem dentro do aparelho de Estado à busca de informações sobre os seus ou caminhos de proteção do prisioneiro desprovido de garantias individuais. Procuravam-se os atalhos, porque não havia caminhos. Por isso, a afirmação que o ministro fez, de que recriminá-lo por receber os advogados dos suspeitos é coisa da época da ditadura, parece tão sem pé nem cabeça. Naquela época, conhecer um ministro poderia significar a informação sobre a vida ou sobre a morte de um ente querido.

Hoje, as instituições funcionam, felizmente. A Polícia Federal prendeu, levou para depor ou fez busca e apreensão de documentos obedecendo estritamente as ordens da Justiça. Está interrogando dentro das normas legais do país. O Ministério Público está fazendo seu papel de forma autônoma. A Justiça cumpre igualmente seus deveres constitucionais. Não há nada fora da ordem. E se, por acaso, tivesse havido algo anormal, o caminho para a solução do problema não seria o do gabinete do ministro.

O que podem querer, com o ministro da Justiça, os advogados dos investigados pela operação Lava-Jato? Falar de amenidades? Conversar sobre a conjuntura internacional? O único assunto provável neste momento é o que todos suspeitamos. E isso não é eficaz na defesa dos seus clientes. Porque se uma conversa com o ministro mudar algo, ou alguma informação for passada aos defensores, estaríamos diante de uma grave perturbação da ordem.

Mas o espantoso é que mesmo diante da polêmica, o ministro e seu partido que, ademais, tem o seu tesoureiro sob suspeição por ter sido citado pelos envolvidos ainda não entenderam o que houve de errado no encontro. Pode-se acreditar que a conversa não produziu qualquer consequência, que dela não tenha decorrido um ato ministerial que atrapalhe as investigações, mas pense o senhor ministro o que se passa na cabeça de um delegado? Ele pode se sentir constrangido no seu trabalho ao saber que o seu interrogado tem acesso, através do advogado, ao chefe de todos os policiais federais. 
Tomara que não se sinta constrangido porque do seu trabalho, desempenhado de forma tecnicamente correta, depende o bom andamento de investigação relevante para o futuro do país.

Por isso, o ministro deve-se abster de ter esses encontros. É, de fato, triste que tudo tenha que ser explicado, porque já deveria ser bastante sabido neste trigésimo aniversário da Nova República. A democracia tem rituais que devem ser estritamente seguidos. Autoridades prestam contas dos seus atos quando há dúvidas sobre eles. Evitam conflitos de interesse como, por exemplo, o que pode haver num encontro com advogados de pessoas que estão neste momento sendo investigados pela Polícia Federal. E se o ministro estiver amanhã julgando esse caso na Suprema Corte? O encontro foi definitivamente inconveniente.

Fonte: Coluna da Míriam Leitão

Covardia suprema: a presidente que pede clemencia para um criminoso condenado à morte é a mesma que apoia o aborto




Quem te disse que o aborto não é legalizado no Brasil? 

Recentemente começaram a surgir nas redes sociais várias postagens com fotos de jovens mães durante o seu período de gravidez. Parece tratar-se de uma campanha contra o aborto. O que me chamou a atenção foram os comentários. Alguns inocentes. Muitos recheados de falta de informação. Vários supreendentemente preconceituosos e agressivos.

Então resolvi expor a minha opinião a este respeito, já sabendo que muitas pessoas poderão não gostar. O primeiro ponto que precisa ser esclarecido é que não tem sentido falar-se em “legalização ou não” do aborto no Brasil. Isso porque legalizar é tornar legal, regular através da lei. E, no Brasil, o aborto é regulado através de lei e, portanto, legalizado há quase 80 anos!

A lei brasileira permite o aborto terapêutico ou necessário que decorre do comprovado risco de morte da mãe com a manutenção da gestação e o aborto sentimental ou humanitário que é aquele que decorre de uma gestação resultante de crime de estupro (e aqui, vamos considerar apenas a modalidade em que esta violência é cometida por um homem contra uma mulher). Ambos só podem ser praticados por médicos. Toda modalidade de aborto que não for motivada pelos critérios acima é penalizada.

Segundo ponto: a lei não “impede” que se pratique esta ou aquela conduta. Se fosse assim, bastaria se elaborar e promulgar uma lei para se acabar com a violência. A lei estabelece uma penalidade administrativa, civil ou penal para uma conduta que ela deseja desestimular.

No Código Penal, por exemplo, não está escrito que “é proibido matar”, mas sim que, quem matar alguém se sujeitará a uma pena de 6 a 20 anos de reclusão.  Assim, não é proibido abortar. Mas, se o aborto for realizado fora das circunstâncias permitidas em lei, será penalizado.  O terceiro ponto que eu desejo destacar diz respeito acerca da enxurrada de comentários que, na realidade, expõem as deficiências de educação formal e moral que se fazem presentes na sociedade atual.

Uma menina ou mulher que se encontra em situação de gestação indesejada não tem que “fechar as pernas”, deixar “de virar os olhinhos na hora h” ou “seu filho não tem culpa de que você errou…"  Ela necessita, sobretudo, de apoio moral e material.  Primeiro, por parte do pai, segundo, por parte das famílias, terceiro, por parte da sociedade, considerada como o círculo de amizades dessa futura mãe e a sociedade como um todo e, por fim, por parte do Estado.

A falta de informação, a falta de apoio e a falta de estrutura são alguns dos fatores que, em geral, permitem os efeitos perniciosos do aborto. A única diferença que eu consigo conceber entre realizar um aborto em dois, três ou até quatro meses de gestação ou matar um recém-nascido com horas ou dias de vida é que, talvez, o fato do feto não se materializar possa dar uma falsa sensação de que não se está cometendo a mesma conduta, ou seja, matando alguém.

É por essa razão que eu não posso ser favorável a que se ampliem as situações em que o aborto seja autorizado pela lei.

Por: Roberto Izidorio Pereira - Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Especialista em Direito Civil, Direito de Família, Direito Empresarial e Direito Processual Civil.

 

O grau de irresponsabilidade dos governantes é espantoso. O Brasil está à beira do colapso do abastecimento de água em São Paulo, está com graves problemas em outras cidades do país, o Rio se prepara para hospedar um grande evento no ano que vem. Eles ficam contando as gotas de chuva ou cavando mais fundo para ver se encontram algo. A cada sinal positivo, adiam decisões inevitáveis.


A hora é agora

O Rio de Janeiro tem que começar a fazer racionamento de água porque pode faltar água em plena Olimpíada. São Paulo tinha que ter racionado desde o ano passado. Pelo menos, a multa sobre quem consome muito deveria ter sido adotada no ano eleitoral de 2014. O governo Federal deve começar o racionamento de energia porque não fez a racionalização quando havia tempo.

O grau de irresponsabilidade dos governantes é espantoso. O Brasil está à beira do colapso do abastecimento de água em São Paulo, está com graves problemas em outras cidades do país, o Rio se prepara para hospedar um grande evento no ano que vem. Eles ficam contando as gotas de chuva ou cavando mais fundo para ver se encontram algo. A cada sinal positivo, adiam decisões inevitáveis.

O que não deveria ser sequer pensado é o rodízio de água. Na Califórnia, chegou a ser reduzida a oferta em 85% porque é proibido fazer rodízio. Empresas não podem deixar de entregar, mas podem reduzir bastante a entrega para haver um pouco de água para todos, todos os dias.

O racionamento só pode ser evitado quando planos de contingência são feitos com antecedência. Foi só elevar 0,8% o nível do Paraibuna para o Rio de Janeiro adiar medidas emergenciais sobre a água. São Paulo encontrou um quarto volume morto no Cantareira. Elevou-se um pouquinho o nível da represa Billings e isso bastou para que fossem adiadas medidas de contingência. Tudo deveria ter sido feito antes para evitar o rodízio, porque este tem que ser o último recurso.

O governador Luiz Fernando Pezão deve saber, mas como não demonstra, é preciso que alguém lhe diga: a administração de um recurso vital como a água tem que ser planejada de forma plurianual, e os reservatórios estão muito baixos neste segundo ano de seca. As chuvas que porventura caírem sobre os reservatórios vão apenas recuperar parte do que foi perdido. Precisamos chegar em 2016 com um nível confortável.
Quando não se controla uma das variáveis, atua-se sobre outras. Elementar. Por isso, em vez de esperar a chuva — elemento fora do controle — um governo previdente atua onde tem ingerência e monta plano para os piores cenários.
Dias atrás, entrevistei o climatologista Carlos Nobre. Ele disse: — O risco de colapso de abastecimento de água em São Paulo é real. Deve ser levado muito a sério. Se não chover 60% a 80% acima da média histórica, o que é improvável, não haverá outra solução a não ser uma drástica redução de consumo.

Perguntei a ele se, em caso de chuva nesse volume improvável, a situação poderia se normalizar. Ele respondeu: “Normalizar, não. Não existe essa possibilidade, pode levar anos até se normalizar.”

O Rio, segundo ele, tem que fazer um plano de contingência já de olho nas Olimpíadas de 2016. Não deve esperar para ver o que acontecerá porque “o Rio é São Paulo amanhã”. E, nesse amanhã, o ano que vem, teremos o maior evento esportivo do mundo.

O governo Federal cometeu uma lista exaustiva de erros, e o setor elétrico hoje é politraumatizado. O nível de água nos reservatórios subiu para 17,74% no Sudeste e Centro-Oeste. Alta de um ponto percentual em fevereiro. Bom, porque perdemos quase três pontos em janeiro, mês de recarga no sistema. Não é hora de relaxar nem de improvisar.

De olho nas urnas, os governantes adiaram as más notícias, principalmente a presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin. Mas o eleitor é mais sábio do que pensam os propagandistas. Se o governo Dilma não tivesse tido a insensatez de reduzir o preço da energia e incentivado o consumo em 2013, se tivesse começado programas de racionalização quando os alertas foram feitos, o Brasil não estaria correndo os riscos que corre.

O mesmo vale para o governador Geraldo Alckmin. Será que ele pensou mesmo que se falasse a verdade sobre a escassez de água, se tivesse elevado o custo para os maiores consumidores, teria perdido a eleição? O eleitor é capaz de reconhecer um problema e valorizar o governante que age com prudência.

As águas de março fecham o verão. Em abril, chove um pouco. Depois, vem o longo tempo seco. O clima está mudando. Nossa energia depende da água. A hora de agir é agora.

 Fonte: Coluna da Míriam Leitão

Visite o Blog Prontidão Total

Não é piada: Brasil deve ter mais seis partidos políticos

BLOG PRONTIDÃO


Seis partidos devem sair do forno e podem obter registro para disputar a eleição de 2016 – mas muitas siglas já nascem com cara de legenda de aluguel

Uma Câmara dos Deputados com 28 partidos representados, como ocorre neste ano no Brasil, é algo praticamente inexistente em outros países democráticos. Só a Índia possui um Parlamento com mais siglas – em contrapartida, a fragmentação aqui é maior do que lá. Apesar do excesso evidente, ainda há quem ache pouco. Nas eleições do ano que vem, seis partidos devem estrear nas urnas. São legendas que estão na fase final das etapas necessárias para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A lista é representativa dos múltiplos interesses que movem os criadores de partidos. Há duas siglas ideológicas, a Rede Sustentabilidade e o NOVO. Há dois que podem se encaixar na categoria dos folclóricos: o Partido Militar e o Partido da Mulher. [não emos folclore no Partido MIlitar Brasileiro. Tem ideologia e já nasce assumindo ser da direita.]  E há aqueles criados para reforçar o poder de legendas já existentes. Nesta categoria estão o Partido Liberal – o PL do ministro Gilberto Kassab – e o Muda Brasil.

De longe, a Rede é o mais estruturado. Sob a liderança da ex-presidenciável Marina Silva e com o apoio de parlamentares, a sigla reuniu cerca de 800.000 assinaturas para pedir o registro em 2013, a tempo de disputar as eleições do ano seguinte. Mas uma grande parte das firmas acabou invalidada pelos cartórios eleitorais, o que é comum nesses casos. Os militantes da Rede ficaram sem seu partido e Marina Silva filiou-se ao PSB temporariamente.

O NOVO também já solicitou o registro ao TSE e aguarda o julgamento do pedido. Os cartórios reconheceram mais de 500.000 assinaturas pela criação da sigla, o que é suficiente para a formalização. O NOVO empunha algumas bandeiras do liberalismo clássico, com redução do papel do Estado, corte de impostos e valorização do papel do indivíduo. O partido tem foco nas questões econômicas e gerenciais. A política sobre o aborto, por exemplo, não é considerada relevante — apesar de o NOVO ter posição sobre o tema: “Achamos que o Estado não deveria se meter em assuntos como esse”, diz Fábio Luis Ribeiro, vice-presidente da nova sigla. [se não couber ao Estado punir assassinatos o país vira uma zona. Acho que o nome do NOVO ficaria melhor se fosse ZONA.]
Ainda que tenha sido criado por empresários, administradores e profissionais do mercado financeiro, o NOVO tenta construir um modelo de financiamento que não dependa de doações empresariais. Em vez disso, a sigla aposta na arrecadação de recursos com seus filiados. A ideia é reunir pelo menos 12.000 filiados.

Enquanto isso, o Partido Militar Brasileiro já tem seu representante no Congresso. O presidente da futura sigla, deputado Capitão Augusto (SP), acaba de assumir um mandato de deputado federal pelo PR. Ele chama a atenção em plenário por usar uma farda da Polícia Militar. A legenda quer a redução da maioridade penal, a instituição da prisão perpétua e a privatização dos presídios. São bandeiras legítimas. Mas a estrutura do partido ainda é amadora: a página da sigla na internet exibe um banner que anuncia um álbum musical do presidente, gravado em parceria com um certo Riva Torres.

O  deputado-capitão elogia o golpe militar: “A intervenção de 1964 garantiu a democracia no Brasil. Mas acreditamos que não há espaço para algo do tipo hoje em dia”. A maior parte dos filiados à sigla é de civis. Os policiais militares constituem quase 40% dos integrantes.
No Partido da Mulher Brasileira, o diferencial é a cota máxima imposta à participação dos homens: eles não podem ser mais do que 30% dos dirigentes partidários ou dos candidatos da legenda nas eleições. Fora isso, resta muito pouco de conteúdo programático.[esse partido já começa fazendo descriminação em razão do sexo, o que é inconstitucional.]

A existência de partidos de aluguel não é recente no Brasil. Mas uma nova modalidade de partido surgiu  recentemente: as legendas criadas com o único objetivo de apoiar outros partidos. É o caso do PL, que tem sido criado com o apoio do PSD de Gilberto Kassab. Nos sete primeiros anos de existência, o Partido Liberal recolheu 80.000 assinaturas. Bastou o PSD aderir à tarefa, em 2014, e hoje o número ultrapassa os 410.000. A nova sigla tem representantes em todos os estados do país. O apoio de Kassab, entretanto, terá um preço: o PL vai se comportar como “gêmeo” do PSD.

Cleovan Siqueira, que se apresenta como presidente do PL, diz que a possibilidade de fusão existe, mas é apenas um plano B. “Nosso plano A é apoiar o PSD e receber os parlamentares que eventualmente estejam sem espaço nos seus partidos”, diz. Fórmula idêntica foi adotada pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto e sua ala dentro do Partido da República. Eles têm apoiado a criação do Muda Brasil, um partido presidido por um ex-aliado de Valdemar.

O número de partidos em formação é muito maior do que os seis que devem ser registrados em 2015: entre as dezenas de siglas que já apresentaram o estatuto provisório no TSE, estão o Partido dos Servidores Públicos do Brasil, o Partido Pacifista Brasileiro e o Partido Ecológico. Os 32 partidos podem se transformar em 40 num futuro próximo.

Os líderes das novas legendas costumam citar como exemplo os Estados Unidos, onde existem dezenas de partidos em atividade. Mas há duas diferenças essenciais na comparação com o Brasil: lá, é possível criar partidos estaduais. E as legendas não têm benefícios legais como horário gratuito da TV e os repasses do Fundo Partidário. A realidade é que apenas cinco partidos existem na maioria dos estados americanos. E só dois deles têm representantes no Congresso de lá. 

Já em 1990 o conjunto de partidos brasileiros era suficiente para representar as principais correntes ideológicas: liberalismo, democracia cristã, social-democracia, socialismo, comunismo, trabalhismo. Desde então, a profusão de siglas não contribuiu com o aumento da representatividade. Apenas ajudou a tornar o sistema confuso aos olhos do eleitor. Existem esforços para combater os excessos. Nos últimos anos, o Congresso endureceu as regras para a criação de partidos e restringiu os benefícios a legendas recém-criadas. 

Após as últimas eleições, quando o número de siglas representadas no Congresso saltou de 22 para 28, esboçaram-se movimentos no sentido contrário: o DEM abriu conversas sobre uma possível fusão com o SD e o PSC. O Pros, do ministro Cid Gomes, também defendeu a formação de uma frente de esquerda para apoiar o governo.  A Câmara dos Deputados acelerou na última semana a tramitação de uma proposta que proíbe a fusão de partidos que tenham menos de cinco anos de existência. O alvo é claro: o PL, que pode roubar parlamentares de outras siglas caso se funda ao PSD e, assim, abra uma janela de transferências. Ao que parece, entretanto, o ritmo de formação de novas siglas continuará intenso.

Fonte: Revista VEJA 
 

Eu odeio a classe media...porque, graças aos pobres, virei CLASSE ALTA!

Eduardo Cunha destruiu a base aliada e Dilma está em pânico


Carlos Newton


O ambiente no Planalto/Alvorada é de eterna quarta-feira de cinzas. Um clima de velório, porque a situação piora a cada dia, jamais surge alguma notícia animadora. É uma decepção atrás da outra. A presidente Dilma Rousseff se desespera, mas não tem nada a fazer. Até recentemente, era animada por Aloizio Mercadante, o serviçal de todas as horas, mas ele também entrou em profunda depressão depois que resolveu enfrentar o deputado Eduardo Cunha, sofreu uma derrota humilhante e o resultado de sua desastrada iniciativa foi a fragmentação da base aliada na Câmara, com evidentes consequências também no Senado e na política, como um todo.


Agora, não existe mais base aliada. Quem comanda os trabalhos é o bloco majoritário (formado pessoalmente por Cunha e integrado pelos 221 deputados do PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEN e PRTB). Com isso, o presidente da Câmara não somente desfez a base aliada, como também isolou o PT, que tem a maior bancada partidária, porém não manda mais nada.


O único partido com o qual o PT realmente pode contar é o PCdoB, pois outras legendas da antiga base aliada decididamente não são confiáveis. Por enquanto, PSD, PROS, PDT, PR e outros partidos menores continuam com o governo e não abrem, mas na hora da verdade cada deputado é um voto independente, não tem de obedecer a ninguém, o partido apenas orienta a votação, o parlamentar acaba se manifestando de acordo com sua vontade/conveniência.

JOGADA DE MESTRE
A jogada de Cunha foi de extrema habilidade. A praxe na Câmara era de que o partido de maior bancada indicasse os presidentes das comissões técnicas e, no caso das CPIs, o presidente ou relator. Mas acontece que não é isso que está escrito no Regimento Interno, que concede esta prerrogativa ao maior bloco partidário.

Para evitar que o PT continuasse dominando as comissões internas da Câmara e também as CPIs, Cunha então articulou nos bastidores a formação dos blocos partidários, sem que o PT demonstrasse a menor preocupação. Depois de eleito presidente da Câmara, simplesmente fez cumprir o Regimento, acabou com a praxe e atribuiu ao bloco majoritário a iniciativa de indicar os dirigentes das comissões técnicas e das CPIs.

Ao mesmo tempo em que fragmentou a base aliada, o presidente da Câmara mostra que é ele quem comanda o circo e agora está se aproximando da oposição. Já fez o bloco majoritário abrir mão da presidência da estratégica Comissão da Reforma Política, para prestigiar o DEM. Depois, começou a negociar com o PSDB a presidência da Comissão de Economia, uma das mais importantes da Câmara. E está articulando a distribuição das demais comissões entre os principais partidos do bloco majoritário.

O PLANALTO ESTÁ INERTE
Acuada, a arrogante presidente Dilma não sabe o que fazer. O ministro Aloizio Mercadante, que caiu na armadilha de Cunha, não tem solução a dar, está completamente perdido. O ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, é um zero à esquerda. E o líder do PT, Sibá Machado, e o líder do Governo, José Guimarães, são de uma incompetência constrangedora.

Dilma, então, teve de se humilhar e ir ao encontro de Lula em São Paulo, quinta-feira antes do Carnaval. Ouviu poucas e boas, como se dizia antigamente, e recebeu a ordem de se recompor imediatamente com Eduardo Cunha e com as lideranças da Câmara, além de, ao mesmo tempo, procurar governadores e prefeitos da base aliada.

Mas como se recompor com Eduardo Cunha, se ele subiu à crista da onda e não está a fim de submergir? Procurar governadores e prefeitos para quê? Desorientada, Dilma então convocou o marqueteiro João Santana. Eles tinham uma reunião marcada para sexta-feira passada em Brasília, antes de Dilma viajar com a família para Aratu, mas o Planalto não divulgou se os dois realmente se encontraram ou se falaram por telefone.

FALTA UM MILAGREIRO
Acontece que Dilma precisa mesmo é de um milagreiro. Nem Lula, nem João Santana nem Joaquim Levy têm condições de alterar o quadro atual, porque esta crise, ao mesmo tempo, é política, institucional e econômica. E não há governo que aguente tamanha pressão, especialmente quando o fracasso administrativo é apimentado pelo maior escândalo de corrupção do mundo moderno.
Quem primeiro percebe esta realidade não é o povo – quem tem faro para isso são os políticos, que já estão dando as costas a Dilma, que vai ser uma espécie de Viúva Porcina em versão palaciana , “aquela que foi sem ter sido”, como dizia o genial Dias Gomes.

Petrolão: ministro da Justiça deveria parar de mentir e falar sobre o escândalo de Erenice Guerra

UCHO

jose_eduardo_41Perna curta – Ministro da Justiça, o petista José Eduardo Martins Cardozo não se inscreveu no curso do “companheiro” Lula sobre técnicas da mentira. Acuado diante da pressão da opinião pública por causa das reuniões secretas com advogados das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, Cardozo inicialmente negou os encontros. Na sequência, sem saber o que fazer, o ministro mudou o discurso e admitiu ter recebido em seu gabinete os defensores das construtoras envolvidas no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história.

Com o imbróglio fermentando rapidamente com o passar do tempo, o que colocou o desgoverno do PT na zona do desconforto, José Eduardo Cardozo resolveu admitir os encontros, mas tropeçou em nova mentira. Disse o ministro, na quinta-feira (19), que no encontro com os advogados da Odebrecht tratou de eventuais vazamentos de informações da Lava-Jato.

Para piorar a frágil e embaraçosa situação do ministro, a Odebrecht informou que tratou com o titular da Justiça da cooperação entre o Brasil e Suíça, firmado na esteira das investigações da Operação Lava-Jato. A preocupação da empreiteira baiana se justifica pelo fato de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos principais delatores do Petrolão, ter revelado, em depoimento, que recebeu da Odebrecht US$ 31,5 milhões em propina, dinheiro depositado em contas na Suíça.

Por ser o Brasil uma democracia, José Eduardo Cardozo tem direito à livre manifestação do pensamento, mas na condição de ministro da Justiça não pode mentir, como fez no caso das reuniões secretas. Como se não bastasse, o ministro tem duas agendas, uma oficial e outra paralela, sendo que nesta última constaram os encontros com os advogados das empreiteiras.

Reza o Estatuto da Advocacia que as autoridades devem receber os advogados em qualquer tempo, mas o momento não é o mais adequado para Cardozo se reunir com os defensores das empreiteiras atoladas no Petrolão. Principalmente porque a Polícia Federal, que vem realizando um excelente trabalho, está no “guarda-chuva” do Ministério da Justiça. Ademais, o Estatuto da Advocacia só serve para os tubarões do Direito que defendem os envolvidos em escândalos que atingem o governo federal, pois um reles advogado jamais será recebido pelo ministro da Justiça.

Enquanto os advogados das empreiteiras alegam que nos encontros com Cardozo não houve qualquer tentativa de interferência no processo da Lava-Jato, as empresas do Petrolão têm procurado o ex-presidente Lula para minimizar o estrago. Ideia é fazer com que o ex-metalúrgico, agora lobista de empreiteira, aja politicamente para evitar uma catástrofe no setor da construção pesada, como se o brasileiro fosse obrigado a conviver com a bandalheira oficial.

Voltando a Cardozo, o ministro da Justiça deveria para com essa vexatória onda de mitomania, arrumando um tempo em sua concorrida agenda para reflexões, pois melhor seria que o Brasil soubesse, de uma vez por todas, quem frequentou o principal gabinete do Ministério da Justiça nos últimos quatro anos. Apenas para refrescar a memória do ministro, alguém tratou em seu gabinete assunto relacionado ao escândalo envolvendo Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil e acusada de tráfico de influência enquanto no cargo.

A projeção do mercado financeiro rebaixa o Brasil pela sétima vez. Parabéns, eleitores do lulopetismo:Não era o fim do capitalismo ianque? Não, é o Brasil patrimonialista que vai para o brejo.


Enquanto a economia capitalista cresce, a economia do Brasil patrimonialista entra em retração. É o início do segundo mandato de Dilma Ruimself. A projeção do mercado financeiro rebaixa o Brasil pela sétima vez. Parabéns, eleitores do lulopetismo:


Economistas de instituições financeiras passaram a ver pela primeira vez a contração da economia neste ano, em meio a um aperto maior da política monetária diante da inflação mais elevada e do dólar mais alto. Segundo estimativa do mercado financeiro, divulgada pelo Banco Central (BC), no Boletim Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher 0,42% neste ano. Trata-se da sétima piora consecutiva na projeção. Na semana retrasada, a expectativa era de crescimento zero para o PIB de 2015. Para 2016, o mercado continua prevendo alta de 1,50%. 

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, mostrou na semana passada que a economia brasileira encerrou o quarto trimestre de 2014 com queda de 0,15% em relação aos três meses anteriores e o ano passado com retração de 0,12%, segundo dados dessazonalizados.

Sobre a inflação, o mercado financeiro vê ainda mais distante a possibilidade de cumprimento da meta de 4,50% este ano. De acordo com o documento, a mediana das previsões para o IPCA deste ano subiu de 7,15% para 7,27%. Há um mês, a mediana estava em 6,67%. Para o ano que vem, permanece em 5,60%. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu que o IPCA subiria nos primeiros meses deste ano, mas avaliou que entraria em um período de declínio mais para frente e encerraria 2016 no centro da meta de 4,5%. 

Apesar de a economia patinar, os economistas elevaram pela primeira vez após nove semanas a projeção para a Selic ao final deste ano, a 12,75%, contra 12,50% antes. A pesquisa do BC mostrou ainda que a expectativa agora é de alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 12,25%, na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom). Para 2016, permanece a perspectiva de que a Selic encerrará a 11,50%. 

Além disso, a projeção para o dólar também subiu no final de 2015, a 2,90 reais contra 2,80 reais anteriormente. Para 2016, ela passou de 2,90 reais para 2,93 reais. (Veja.com).
1 comentários

Da democracia à cleptocracia. Ou: do reino das liberdades ao reino da ladroagem.

BLOG do ORLANDO TAMBOSI

Em artigo publicado no Instituto Cato, o economista e ensaísta argentino Alberto Benegas Lynch (h) examina o descarrilhamento da Grécia, "berço" da democracia, hoje entregue à macabra repetição dos erros comunistas. Faz bem em recordar a distinção entre "liberdade dos antigos" e "liberdade dos modernos": a antiga, ao que parece, é superestimada, no "contexto da educação socialista-coletivista" promovida pelos Estados, que violam as liberdades individuais, substituindo a democracia pela tirânica cleptocracia:


En Grecia, más específicamente en Atenas, se considera comenzó a gestarse la idea de la democracia luego de un período de asfixiante tiranía de avasalladoras oligarquías, modificación que puede situarse primero con Solón, luego con Pericles y más tarde con el sustento filosófico socrático y, especialmente, aristotélico aunque con un criterio que Benjamin Constant definió como “la libertad de los antiguos”: con derecho a voto y participación en la Asamblea (Ecclesia) pero con facultades restringidas y limitaciones inaceptables para el espíritu libre, que a partir de los estudios de John Locke se convirtieron en lo que también Constant ha catalogado como “la libertad de los modernos”, es decir, más allá del derecho a voto (y no de todos en el caso ateniense) se enfatizaron los derechos individuales.

En cualquier caso, en esa así considerada “cuna” hoy se elige a un gobierno comunista. ¿Cómo fue posible que tuviera lugar ese derrotero macabro? La respuesta debe verse en la subestimación grosera de “la libertad de los modernos” y la sobreestimación de “la libertad de los antiguos” en un contexto de educación socialista-colectivista en la que fueron mermando las autonomías individuales y el estímulo al otorgamiento de poderes cada vez más engrosados del aparato estatal.

Ya he escrito antes en detalle sobre esta tragedia griega en cuanto a sus características político partidarias, ahora solo apunto al hecho de que el partido triunfante en las últimas elecciones —Syriza— se alía con la derecha, es decir, el partido Griegos Independientes. A muchos distraídos les puede llamar la atención esta cópula electoral de la izquierda con la derecha pero es lo natural: los socialismos apuntan al debilitamiento o a la eliminación de lapropiedad privada, mientras que las derechas, a saber, los nacional-socialismos o fascismosatacan esa institución desde un flanco más disimulado pero más contundente: permiten el registro de la propiedad a manos particulares pero la usan y disponen desde las esferas gubernamentales con lo que el zarpazo final resulta mejor preparado. Esto último es lo que sucede actualmente en mayor o menor medida en buena parte del mundo desde los sistemas educativos a las políticas monetarias, fiscales, laborales y de comercio exterior en contextos de acentuados deterioros en los marcos institucionales.

Este contrabando atroz ha conducido al abandono de la idea de la democracia explicada por los Giovanni Sartori de nuestro tiempo para caer precipitadamente en la cleptocracia, es decir, el gobierno de los ladrones de libertades, de propiedades y de sueños de vida, precisamente lo contrario de lo establecido por aquellas democracias en cuanto a la preservación de la vida, la libertad y la propiedad incrustada en los documentos del sistema para en definitiva ahora recortarla y circunscribirla al recuento de votos con lo que se mantiene que los Hitler y Chávez de los siglos veinte y veintiuno respectivamente y sus imitadores resulta que son baluartes de la democracia, lo cual constituye un grave insulto a la inteligencia y al sentido común.

Como tantas veces he puesto de manifiesto, dado que Hayek subraya en las primeras doce líneas de la primera edición de su Law, Legislation and Liberty que hasta el momento los esfuerzos del liberalismo clásico para contener al Leviatán han sido un completo fracaso, con urgencia deben abrirse debates al efecto de ponerle límites adicionales al poder político. Hayek mismo nos da el ejemplo sugiriendo vallas al Legislativo, Bruno Leoni lo hace para el Judicial y mucho antes que eso Montesquieu propone procedimientos aplicables al Ejecutivo aun no ensayados en la modernidad y el dúo Randolph y Gerry fundamentaron la idea del Triunvirato en la Asamblea Constituyente estadounidense. Como también he consignado, si estas ideas no se aceptaran deben pensarse en otras pero no quedarse de brazos cruzados asistiendo pasivamente al derrumbe de la democracia puesto que como ha apuntado Einstein, es irresponsable esperar resultados distintos adoptando idénticas recetas.

Sin duda, la manía del igualitarismo ha hecho estragos convirtiendo la noción clave de laigualdad ante la ley en la guillotina horizontal basada en la redistribución compulsiva de ingresos, lo cual contradice abiertamente las directivas de la gente en el supermercado y afines con sus compras y abstenciones de comprar, situación que inevitablemente conduce al consumo de capital que a su vez reduce salarios en términos reales ya que éstos proceden de las tasas de capitalización.

Y aquí viene una explicación de una de las razones políticas del derrumbe señalado. Por supuesto que, como queda dicho, los climas educativos y los marcos institucionales descuidados hacen de operación pinza para la degradación de la sociedad abierta, pero nos detenemos en uno de los conductos más expeditivos de tal deterioro y este consiste en la faena de conservadores, tarea tan bien explicada por el aludido premio Nobel Hayek en el capítulo titulado “¿Por qué no soy conservador?” de su libro Fundamentos de la libertadcombinado con su obra Camino de servidumbre en el capítulo titulado “Por qué los peores se ponen a la cabeza”.

En el primer caso, este autor sostiene que los conservadores en última instancia están manejados por lo que sucede en las alas por parte de quienes mantienen ideas firmes que empujan a que aquellos acepten el corrimiento en el eje del debate por su “repugnancia a las ideas abstractas y la escasez de su imaginación”, es decir, los que rechazan andamiajes teóricos porque se creen “prácticos” sin percatarse que su “practicidad” consiste en recurrir a lo que otros establecen como “políticamente correcto” en grado creciente y, en el segundo caso, un sistema degradado incentiva a que el político se dirija a lo más bajo del común denominador lo cual genera una onda expansiva difícil de revertir.

El origen de la tradición conservadora nace después de la revolución inglesa de 1688. Los conservadores querían conservar los privilegios otorgados por la corona en oposición al espíritu de la revolución encabezada por Guillermo de Orange y María Estuardo basados en los antedichos principios en los que se sustentaron las concepciones lockeanas. La tradición conservadora pertenece más a la esfera política que a la intelectual y académica. En realidad cuando se solicitan nombres de intelectuales conservadores se suelen esgrimir los de Burke, Maculay, Tocqueville y Acton, pero ninguno de ellos se autodefinió como conservador sino que se consideraron liberales insertos en la línea whig.

El conservador muestra una inusitada reverencia por la autoridad mientras que el liberal siempre desconfía del poder. El conservador pretende sabelotodos en el gobierno a lo Platón, pero el liberal, a lo Popper, centra su atención en marcos institucionales que apunten a minimizar el daño que puede hacer el aparato estatal. El conservador es aprensivo respecto de los procesos abiertos de evolución cultural, mientras que el liberal acepta que la coordinación de infinidad de arreglos contractuales producen resultados que ninguna mente puede anticipar, y que el orden de mercado no es fruto del diseño ni del invento de mentes planificadoras. El conservador tiende a ser nacionalista —“proteccionista”, mientras que el liberal es cosmopolita-librecambista.

El conservador propone un sistema en el que se impongan sus valores personales, en cambio el liberal mantiene que el respeto recíproco incluye la posibilidad de que otros compartan principios muy distintos mientras no lesionen derechos de terceros. El conservador tiende a estar apegado al status quo en tanto que el liberal estima que el conocimiento es provisorio sujeto a refutaciones lo cual lo torna más afín a las novedades que presenta el progreso. El conservador suscribe alianzas entre el poder y la religión, mientras que el liberal la considera nociva. El conservador se inclina frente a “estadistas”, en cambio el liberal pretende despolitizar todo lo que sea posible y estimula los arreglos voluntarios: como queda dicho, hace de las instituciones su leitmotiv y no las personas que ocupan cargos públicos.

El ejemplo de Grecia ilustra lo perjudicial que son las políticas timoratas que pretenden estar en el medio del camino. El inicio del descarrilamiento viene de larga data, ahora se pone de manifiesto en forma brutal. Los conservadores griegos han aceptado instituciones y políticas que son básicamente estatistas con lo cual no han hecho más que acceder a las demandas socialistas y abrir así las compuertas de lo que finalmente sucedió. Incluso mintieron con las estadísticas para entrar en la Unión Europea (en una secuencia nefasta hasta su último presupuesto donde para atender cada maceta con plantas en la órbita oficial aparecían ocho jardineros en la nómina). Dicho también a título de ilustración, en el caso argentino aplica la preocupación: los conservadores en los años treinta abrieron las puertas al peronismo al establecer el control de cambios, la banca central , el impuesto progresivo y las juntas reguladoras (además de que Uriburu había anunciado una Constitución fascista que afortunadamente se pudo abortar).