quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Eleição da Mesa gera bate-boca entre Aécio e Renan


Descontente com a distribuição de cargos no Senado, tucano acusou peemedebista de privilegiar aliados. “Vossa excelência apequena esta Casa!”, bradou. Renan rebateu dizendo que colega desrespeita a democracia

Moreira Mariz/Agência Senado
Aécio troca acusações com Renan antes de deixar plenário
O tempo fechou durante a escolha dos demais membros da Mesa Diretora do Senado, com direito a anúncio de desfiliação por parte da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) e troca de ofensas, aos gritos, entre o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG) – um dos responsáveis, segundo a própria tucana, por sua decisão de deixar o partido. Ao final da tumultuada sessão preparatória da nova legislatura (2015-2018), que durou cerca de três horas e provocou debandada de blocos partidários do plenário, a chapa única foi aprovada por 46 votos a dois, com uma abstenção.


Assista ao vídeo da briga entre Aécio e Renan


Dois nomes da composição anterior foram mantidos em seus respectivos postos na Mesa – Jorge Viana (PT-AC), na primeira vice-presidência, e Romero Jucá (PMDB-RR), na segunda vice. Os demais escolhidos foram Vicentinho Alves (PR-TO), na primeira secretaria; Zezé Perrella (PDT-MG), na segunda; Gladson Cameli (PP-AC), na terceira; e Angela Portela (PT-RR), na quarta. O quadro de suplentes será composto por Sérgio Petecão (PSD-AC), na primeira suplência; João Alberto Souza (PMDB-MA), na segunda; e Douglas Cintra (PTB-PE), na terceira. A quarta suplência segue vaga, uma vez que a bancada do DEM retirou da chapa, em um dos vários atos de rebelião, o nome de Maria do Carmo Alves (SE).


“Arregacem as mangas, sejam preparados porque vocês vão experimentar o que vocês nunca viram nesta Casa, uma oposição com conteúdo, com preparo e com capacidade de fazer o bom combate”, bradou da tribuna o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), antes de deixar o plenário. “Acreditava que a proporcionalidade seria respeitada. E, no acordo com o PP, como nós temos o mesmo número de senadores, nós fizemos um entendimento de que o Democratas abria mão da quarta secretaria e ocuparia a primeira suplência. Não sendo cumprido, o Democratas também se afasta da participação.”


A chapa única foi decidida em reunião realizada na residência oficial do Senado, ocupada por Renan nos últimos dois anos e pelos próximos dois. Além dele, participaram da articulação os governistas nordestinos Fernando Collor (PTB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), José Pimentel (PT-CE) e Eunício Oliveira (PMDB-CE). Renan reagiu às acusações de que teria imposto o quadro ao conjunto dos senadores, alijando partidos de oposição e desrespeitando os critérios de proporcionalidade, praxe na Casa que distribui postos aos partidos mais numerosos. “Quem inscreve a chapa não é o presidente do Senado. São os líderes”, argumentou.


Gritaria
Mas o momento de mais tensão foi o bate-boca, aos gritos, entre Renan e Aécio. Depois de inúmeros apelos da oposição pela revisão dos acordados já encaminhados, com imposição de predomínio da base aliada, e diante da inflexibilidade de Renan, que se dizia regimentalmente impedido de alterar o rumo da votação, Aécio apontou o dedo em direção à Mesa e disparou:

“Vossa excelência subverte a ordem natural das coisas. Pergunta se o PSDB ainda mantém a sua indicação, ou o PSB? Não. Essas são as indicações naturais, com base na proporcionalidade, no respeito à população, no respeito à democracia interna. Vossa excelência será o presidente dos ilustres senadores que o apoiaram, mas perde a legitimidade para ser presidente dos partidos de oposição nesta Casa”, vociferou Aécio, imediatamente rebatido por Renan.


“Que bom que isso esteja sendo dito por vossa excelência, que foi candidato a presidente da República, e tem a dimensão do que é a democracia”, rebateu o peemedebista, já abandonando o tom sereno das colocações – e, com mais uma declaração, em tom irônico, irritou Aécio ao fazer menção à postura do tucano durante as eleições. “Por isso deu no que deu”, emendou Renan, sugerindo que Aécio relativiza os valores democráticos ao não transigir com o entendimento da maioria. “Vossa excelência perdeu a chance de ser presidente da República, porque é estreito!”

“Vossa excelência está desrespeitando, senador Renan! Desrespeita a democracia para atender às conveniências da sua eleição! Tive 51 milhões de votos, que eu honro! Perdi [as eleições] de cabeça erguida! Olho nos olhos dos cidadãos! Vossa excelência apequena esta Casa! Vossa excelência venceu perdendo a dignidade que esse cargo deveria ter!”, replicou Aécio, aos berros, acusando o grupo de Renan de urdir uma estratégia que deixaria o PSDB de fora da composição da Mesa – mesmo argumento utilizado por PSB e DEM.

“Respeite a Mesa! Respeite a Mesa! Tenha a dimensão da democracia! Respeite seus colegas!”, devolveu Renan, também com o dedo apontado para o interlocutor, aos gritos.

Parceria
Enquanto os ânimos se exaltavam em plenário, com senadores se revezando nas críticas a Renan e anunciando a retirada de plenário, membros do PT observavam em silêncio a batalha verbal. Consciente de que a chapa única seria levada a votação, apesar dos apelos de lado a lado por novo adiamento da escolha, o PT permaneceu em plenário e assegurou quórum suficiente para dar continuidade aos planos da base, capitaneados por Renan e pela maioria do PMDB.


Reservadamente, integrantes da base viram na postura de Renan uma tentativa de confronto à ascensão de Aécio como força oposicionista no Senado, com o efeito colateral de reforço ao sentimento de dissidência entre aliados – movimento demonstrado com a candidatura de Luiz Henrique da Silveira (SC), companheiro de partido de Renan, como alternativa de “mudança”. Essa é a quarta vez que Renan assume o comando da Casa.


Assim, com a debandada de plenário, Renan conseguiu acomodar os aliados nos cargos da Mesa – à exceção do PDT, todos os demais partidos representados na agora oficializada composição apoiaram a eleição do peemedebista. O PSDB, por ter a terceira mais numerosa bancada, ficaria com a primeira secretaria, espécie de “prefeitura” da instituição.


Mas, depois do episódio com Lúcia Vânia, que tem 20 anos de PSDB, e com a indicação de Vicentinho Alves, desrespeitando-se o critério da proporcionalidade, os tucanos abandonaram a disputa, prometendo muita briga a partir de agora.


“Retiro o meu nome e desejo aos que vierem a integrar a Mesa que tenham muito cuidado e muita responsabilidade na sua atitude e no seu trabalho, porque nós estaremos vigilantes pelos próximos dois anos”, exclamou Paulo Bauer (PSDB-SC), depois de explanar sobre o cenário político no país, deixando o plenário em seguida. Para assumir a primeira secretaria, Lúcia Vânia foi preterida pelo partido justamente em favor do senador catarinense.


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Cinco dos seis diretores da Câmara têm problema na Justiça, diz jornal




Novos vice-presidentes e secretários da Mesa Diretora são acusados de trabalho escravo, improbidade, crime eleitoral e lavagem de dinheiro, informa O Globo

Réu em processo por trabalho escravo no Supremo Tribunal Federal (STF), o novo 1º secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), não é o único integrante da Mesa Diretora com problemas na Justiça. Além do deputado paulista, que já sofreu condenação pelo mesmo caso no Tribunal Superior do Trabalho (TST), como mostrou o Congresso em Foco, outros quatro integrantes da Mesa tem pendências judiciais. Ou seja, cinco dos seis vice-presidentes e secretários escolhidos pelos deputados para comandar a Casa têm contas a acertar no Judiciário, revela o jornal O Globo.


O primeiro vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), é alvo de inquérito, ao lado de outros parlamentares, por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. As investigações fazem parte da Operação Miqueias, da Polícia Federal, que investigou quadrilha que desviava recursos de fundos de pensão nos estados e municípios. Em resposta ao Globo, o gabinete informou que Maranhão tem “absoluta convicção de sua inocência”.


O segundo vice-presidente, Giacobo (PR-PR), também responde a inquérito no STF por crimes contra a ordem tributária. Já o segundo-secretário, Felipe Bornier (PSD-RJ), informa o repórter Chico de Góis, é acusado de uso indevido de meio de comunicação social nas eleições do ano passado. Bornier nega irregularidade. Giacobo não retornou o contato da reportagem.


Novo quarto-secretário da Câmara, Alex Canziani (PTB-PR) responde a uma ação civil pública por improbidade administrativa com dano ao Erário por ato praticado quando foi vice-prefeito interino de Londrina (PR). “Tenho todo interesse que isso se resolva, porque sou inocente”, respondeu Canziani ao jornal.


Veja a reportagem de O Globo

Se fosse no DF esse rio lindo já estaria desmatado, cheio de esgoto " in natura", as margens secas, invadidas, os invasores queimando onibus, barracos com criminosos vendendo crack, e matando policial.Todos vivendo às custas do Bolsa Familia!!!(É verdade ou não??)



Ainda bem que esse lugar lindo não fica no DF!

Não é mesmo??

Mensagem destinada ao Rollemberg (Será que assim ele vai entender a importância dos mananciais e das áreas úmidas ou vai continuar regularizando invasões em áreas de captação hídrica como seus predecessores?) :Áreas úmidas são essenciais para a biodiversidade





 

 

Preservação do Ecossistema

Situadas entre a água e o solo, as zonas úmidas regulam o regime de águas em extensas regiões, que funcionam como fonte de biodiversidade
por Portal Brasil publicado: 02/02/2015 18h28 
Divulgação/ICMBio Manejo sustentável das áreas úmidas fornece madeira para construção, extração de óleo, plantas medicinais, entre outros

Manejo sustentável das áreas úmidas fornece madeira para construção, extração de óleo, plantas medicinais, entre outros


No dia 2 de fevereiro é comemorado o Dia Mundial das Áreas Úmidas, ecossistemas fundamentais para a fauna, a flora e para o bem-estar da humanidade. Situadas entre a água e o solo, as zonas úmidas regulam o regime de águas em extensas regiões, que funcionam como fonte de biodiversidade em todos os níveis. São importantes para a economia, cultura e recreação.


As áreas úmidas englobam de áreas marinhas e costeiras até as continentais e as artificiais. No Brasil, existem vários tipos de áreas úmidas: manguezais, campos alagáveis, praias, veredas, várzeas amazônicas, igapós, campinarana e pantanal. Há ainda, as áreas irrigadas para agricultura, reservatórios de hidrelétricas etc.


A importância das áreas úmidas
As áreas úmidas são importantes para a biodiversidade porque abrigam variadas espécies endêmicas, ou seja, formas de vida que só vivem em um lugar específico. Essas regiões são essenciais para os anfíbios, répteis e para as aves migratórias, que dependem desses locais para reprodução e migração.


Fazem parte do ciclo de reprodução da maioria dos peixes comerciais consumidos pelo homem e ajudam no reabastecimento de aquíferos, fontes de água doce para a humanidade. Além disso, cumprem um papel vital no processo de adaptação e redução das mudanças climáticas, já que muitos desses ambientes retiram grandes quantidades de carbono do ar.


O manejo sustentável das áreas úmidas também fornece madeira para construção, extração de óleo, plantas medicinais, troncos e folhas para tecelagem e alimentos para animais.


Convenção internacional
Para promover ações de conservação e o uso racional desses ecossistemas, foi estabelecido a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecido como Convenção de Ramsar, cidade iraniana onde foi assinada, em 1971.


Atualmente, 150 países são signatários do tratado, incluindo o Brasil. A Convenção motivou as ações internacionais para a conservação e o uso sustentável das áreas úmidas e de seus recursos naturais.
O Dia Mundial das Áreas Úmidas foi instituído pelo Comitê Permanente da Convenção de Ramsar, em 1997.Homenageia a data em que ocorreu a Convenção, 02/02, e serve de alerta quanto à importância desses ecossistemas e a necessidade de protegê-los.


Sítios Ramsar
Na Convenção de Ramsar foram classificadas as áreas úmidas de importância mundial, denominados Sítios Ramsar. Os sítios são reconhecidos por suas características, biodiversidade e importância estratégica para as populações locais.


Desde que o Brasil assinou o tratado, em 1993, promoveu a inclusão de doze zonas úmidas à Lista de Ramsar. Através do tratado, o País assumiu o compromisso de manter suas características ecológicas. As zonas incluídas à Lista proporciona ao país apoio para o desenvolvimento de pesquisas, o acesso a fundos internacionais para o financiamento de projetos e a criação de um cenário favorável à cooperação internacional.


O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, UC gerida pelo ICMBio localizada em Caravelas (BA), foi reconhecido como Sítio Ramsar em 2010, faz parte do complexo recifal dos Abrolhos, na costa do sul da Bahia.


Esse complexo inclui recifes de coral, banco de algas, manguezais, praias e restingas. A Unidade de Conservação é um importante berçário de peixes.


Brasil, exemplo de conservação
O Brasil possui a maior faixa contínua de manguezais do planeta. Esta área abrange a costa nordeste do Pará e o noroeste do Maranhão. Em 2014, o País avançou na proteção dos manguezais da região, com a criação de três reservas extrativistas no litoral paraense: Cuiarana, Mestre Lucindo e Mocapajuba e ampliação da Reserva Marinha de Araí-Peroba.


"Essa faixa de manguezais já contava com a existência de nove reservas extrativistas, que juntas contavam com 398 mil hectares. Agora, com o incremento de novas áreas, o total passou para 520 mil hectares protegidos na região",afirmou o diretor de ações socioambientais e consolidação territorial em Unidades de Conservação (UCs), João Arnaldo Novaes.


Os manguezais são os ecossistemas com maior produtividade e biodiversidade do planeta. São berçários naturais para aves, peixes, moluscos e crustáceos, além de servirem de abrigo e local de alimentação.


Os avanços alcançados em torno desses ecossistemas foram impulsionados pelo Projeto Manguezais do Brasil, que é executado pelo ICMBio e conta com recursos do Global Environment Facility (GEF). "Com o projeto, é possível testar abordagens inovadoras de manejo em áreas protegidas, gerando resultados positivos que permitam a replicação das lições aprendidas para outras ações de conservação dos manguezais em outras regiões", destacou a coordenadora do projeto, Adriana Leão.


Ajude a conservar
Para ser um aliado na conservação das áreas úmidas, cada pessoa pode adotar medidas simples como orientar amigos e familiares a respeito da importância desses ambientes e organizar uma limpeza nessas regiões, pois em meios urbanos, algumas áreas úmidas acabam se tornando depósito de lixo.


Fonte:
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
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FINALMENTE um politico com BOM SENSO!

Congresso precisará considerar clima ao planejar infraestrutura, diz Nobre, secretário do MCTI

Publicado em fevereiro 5, 2015 por

impactos das mudanças climáticas

Secretário do MCTI participou de café da manhã com especialistas na Câmara dos Deputados para discutir soluções para a crise da água no Brasil


O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, defendeu nesta quarta-feira (4), em café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados, que o Brasil precisa colocar mudanças climáticas em todo o planejamento da infraestrutura nacional de agora em diante.


“Essa questão é central para ser debatida no Congresso: como planejar um futuro da infraestrutura que dependa dos recursos naturais? Levamos em consideração mudanças climáticas ou não?”, questionou.


Na visão do secretário, essa tomada de conhecimento por Câmara dos Deputados e Senado Federal é essencial para o Brasil adaptar suas novas obras de abastecimento, energia e transporte à variabilidade climática, “porque vocês é que debatem o futuro do País, vocês é que aprovam o orçamento, vocês é que orientam as políticas públicas de desenvolvimento sustentável”.


Ele comentou os efeitos da imprevisibilidade do tempo no trabalho de hidrólogos, que aprendem, geralmente em escolas de engenharia civil, a estabelecer limiares de extremos climáticos no momento de projetar obras de infraestrutura, para que rodovias, pontes e reservatórios, por exemplo, resistam a inundações e secas.


“Qual é a falha conceitual? É que as séries históricas em que eles se baseiam para esses estudos não são mais válidas. O clima está ficando mais variável. Esses cálculos têm que ser todos refeitos”, explicou.


Consciência
Para o deputado federal Sarney Filho (PV-MA), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o Congresso precisa conhecer mais o processo de mudanças climáticas, a fim de elaborar leis e propostas que minimizem efeitos da crise hídrica no País, tema principal do café da manhã na Câmara.

“Quanto mais os parlamentares tomarem conhecimento da gravidade da situação, mais sensíveis estarão para poder se juntar a essa força da sociedade civil, que precisa garantir que os serviços ambientais sejam prestados ao Brasil e ao mundo”, disse Sarney Filho.

Fonte: Portal Brasil


Publicado no Portal EcoDebate, 05/02/2015

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O licenciamento ambiental, artigo de Roberto Naime

Publicado em fevereiro 3, 2015 por


artigo

[EcoDebate] O licenciamento ambiental é sem dúvida o mais importante instrumento a disposição da sociedade para viabilizar o desenvolvimento com proteção ambiental sadia que mantenha a qualidade de vida de todos e garanta a passagem a um estágio de desenvolvimento sustentável, que inclua eficiência econômica, equidade social e preservação ambiental.


Somente a atividade de licenciamento ambiental, de forma ativa e participativa e não apenas meramente burocrática, administrativa ou chancelatória, pode garantir adequada implantação, ampliação e regularização de atividades produtivas.


E toda hora políticos despreparados em funções estatais estratégicas disparam declarações danosas contra nossos já carentes órgãos ambientais, que precisam urgentemente de apoio material e pessoal nas suas atividades.


Somente através de um licenciamento ambiental pró-ativo será possível obter melhoras efetivas na qualidade ambiental de nossa sociedade. É o licenciamento ambiental pró-ativo que trará reflexos diretos no planejamento mais seguro das atividades produtivas, aumentando nossa competitividade real, isto é englobando os custos envolvidos na preservação ambiental.


Para tanto é preciso discutir e avaliar de forma sistêmica o processo de licenciamento ambiental, com a finalidade de identificar os pontos críticos dos procedimentos em vigor e dimensionar suas implicações nas atividades produtivas.


A partir deste diagnóstico será possível propor soluções e alternativas para o equacionamento dos pontos críticos, por meio de ações políticas, institucionais e técnicas. Isto implica em solucionar gargalos de infraestrutura e propor mecanismos de capacitação de recursos humanos. Estes procedimentos devem envolver tanto os órgãos licenciadores quanto os atores sociais empreendedores, pois existem deficiências estruturais em ambas as partes.


Este ambiente tornará muito propícia uma discussão de aspectos técnicos e institucionais relacionados à ferramenta de licenciamento ambiental, atualizando uma discussão que todos os atores envolvidos sabem que é necessária e que não ocorre com a franqueza e transparência que se fazem impositivas.


As estruturas públicas encarregadas desta tarefa de proteção coletiva, que é cada vez mais reconhecida como relevante por toda sociedade, reclamam de deficiências de infraestrutura gerais.
Já os atores do lado empresarial, seja agropecuário, industrial, de serviços ou de infraestrutura pública reclamam dos tributos e demoras e da falta de um procedimento processual baseado em estruturas institucionais e legais mais claras. Estes atores também corroboram a crítica interna dos órgãos licenciadores quando às deficiências de instrumentos técnicos e recursos humanos.


A resultante desta situação é uma baixa eficácia do licenciamento e ausência de fiscalização sistêmica, prejudicando a toda a sociedade e não propriamente licenciadores e licenciados.
Não se sabe com que propósitos ou com que nível de imposição, muitos empreendedores citam “David Allen” que ficou famoso na internet por propor uma metodologia (Getting Things Done) de planejamento para fazer “as coisas acontecerem”. Não cabem mais comentários sobre isto.



Mas outras questões são realmente relevantes. Os empreendedores se queixam dos prazos de licenciamento, da falta de procedimentos simplificados para os processos, dos custos elevados, da falta de sistemas de informação melhor organizados e da falta de validação para os sistemas de desempenho ambiental.


E por último ainda listam entraves institucionais gerados pela ausência de planejamentos de uso territorial pois muitas vezes os planos diretores municipais não satisfazem estas necessidades pois são limitados no espaço.


Da mesma forma, diante da morosidade da justiça brasileira, embora existindo enorme boa vontade dos colaboradores das instâncias judiciárias tanto estaduais quanto federais, torna desinteressante qualquer judicialização dos procedimentos.



Mas isto muitas vezes acaba ocorrendo, tanto por iniciativas dos atores quanto de partes interessadas, ou nem tão interessadas assim ou mesmo por intervenções necessárias, ainda que muitas vezes mal concebidas, dos Ministérios Públicos.


Cabe ressaltar ainda o problema da representatividade que acaba subliminar, mas que ganha enorme importância e relevância, principalmente quando ocorre a judicialização.



Quem é legítimo para representar o que e quando. A sociedade brasileira como um todo, ainda vai levar um bom tempo até responder para si própria este intrincado conjunto de questionamentos.
Mas somente este processo de gestação até mesmo dolorosa de algumas respostas é que nos fará avançar para estágios mais maduros e equilibrados de relacionamento e busca integrada e participativa de soluções em contexto de construção coletiva.


Com a participação dos órgãos licenciadores, dos empreendedores e dos diversos outros atores legitimados como representantes de partes interessadas relevantes.



Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Publicado no Portal EcoDebate, 03/02/2015

Para citar este artigo: "O licenciamento ambiental, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, 3/02/2015, http://www.ecodebate.com.br/2015/02/03/o-licenciamento-ambiental-artigo-de-roberto-naime/.

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Comentários


  1. Joma Bastos disse:
    Excelente artigo!
    Há que desenvolver rapidamente e com qualidade, um modelo para o repovoamento florestal a implementar nas zonas desflorestadas, promovendo a silvicultura, para o devido aproveitamento e uso racional das florestas.
  2. Marcelo Ribeiro disse:
    O licenciamento ambiental tornou-se o vilão do desenvolvimento (a qualquer preço), é o gargalo, o impeditivo que obstrui o progresso e novos empreendimentos, isto na visão míope e distorcida dos chamados desenvolvimentistas, preocupados apenas e tão somente com o lucro fácil e a abertura de novos mercados consumidores. Sendo assim, o autor foi muito feliz em apontar o licenciamento ambiental como forma de assegurar o exercício da cidadania ambiental plena e conciliar as atividades econômicas, com a essencial necessidade de resguardar o patrimônio natural.
  3. urias disse:
    Em nome do Desenvolvimento da produtividade do Progresso do capitalismo e do consumismo É que se tornam os Principais Responsáveis das causas de impactos ambientais no Brasil.É preciso que se tenha uma política de Responsabilidade no Processo de Licença Ambiental. Hoje Nos Municípios a uma facilidade em solicitar uma licença Ambiental,sem um diagnóstico crítico sem estudo técnico detalhado. É preciso mais responsabilidade nas questões no sentido de se fazer um estudo de licença Ambiental, com mais rigor profissionalismo,dedicação e cuidado em pro do Meio ambiente.

Mensagem ao Rollemberg: Desmatamento afeta balanço hídrico do cerrado e causa erosão.


Publicado em fevereiro 5, 2015 por


Uso do solo para agricultura e pecuária altera processos hidrológicos e potencializa processos erosivos

Na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, estudo do engenheiro e pesquisador Paulo Tarso Sanches Oliveira procura entender os mecanismos dos processos hidrológicos e de erosão do solo no cerrado brasileiro. A partir das informações obtidas por sensoriamento remoto e em áreas experimentais, a pesquisa constatou que o desmatamento para implantação de cultivos agrícolas e atividades pecuárias altera o balanço hídrico da região e potencializa os efeitos da erosão. O trabalho recomenda que os dados obtidos sirvam de base para um zoneamento que regule o uso e manejo do solo.
Estudo usou informações de sensoriamento remoto e de áreas experimentais
A pesquisa adotou diferentes escalas de trabalho (vertentes, bacias hidrográficas e continental), com base em dados experimentais obtidos em um fragmento de cerrado em Itirapina (interior de São Paulo), em laboratório e a partir de sensoriamento remoto (imagens de satélite). “Assim, foram estudados cada componente do balanço hídrico”, descreve o pesquisador, “tais como a precipitação, precipitação interna [parte da precipitação que passa pela vegetação e atinge o solo], escoamento pelo tronco das árvores, interceptação da chuva, evapotranspiração [parcela da água que evapora mais o uso da água pela vegetação denominado de transpiração], infiltração, água armazenada no solo, que recarrega o aquífero subterrâneo, e o escoamento superficial”.


“O balanço hídrico foi avaliado primeiramente para toda a região do cerrado a partir de dados de sensoriamento remoto no período de 2003 a 2010, que permitiram quantificar o aumento e diminuição de água na superfície terrestre e visualizar espacialmente as regiões mais afetadas”, diz Oliveira.


A estimativa dos valores médios de evapotranspiração variou entre 1,91 a 2,60 milímetros diários (mm d-1) para a estação seca e chuvosa, respectivamente. Os valores de interceptação da chuva variam de 4% a 20% e o escoamento pelo tronco das árvores foi de aproximadamente 1% da precipitação total no cerrado.


 “O coeficiente de escoamento superficial foi menor que 1% nas parcelas de cerrado e o desmatamento tem o potencial de aumentar em ate 20 vezes esse valor”, relata. “Neste estudo também foi desenvolvido um modelo regional para estimativa da evapotranspiração a partir de dados de sensoriamento remoto, que estima a evapotranspiração de forma satisfatória a cada 16 dias, com uma resolução espacial de 250 metros (m)”.


Erosão
A pesquisa aponta que no cerrado os valores de escoamento superficial, erosão do solo e o fator C da Equação Universal de perda do Solo (USLE), que fornece uma estimativa das perdas, variam de acordo com as estações do ano. “Os maiores valores do fator C foram encontrados no verão e outono”, ressalta. “O uso do solo é considerado um dos principais fatores que controlam o processo de erosão hídrica. Os resultados sugerem que mudanças no uso do solo, como por exemplo a substituição da vegetação original do cerrado pelos cultivos agrícolas, têm o potencial de intensificar a erosão do solo em mais 10 vezes”.


Localizado na porção central do Brasil, o cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e ocupa uma área de aproximadamente 2 milhões de quilômetros quadrados (km2), correspondente a 22% do território nacional e abrange dez das 12 grandes regiões hidrográficas brasileiras.



 “A água dessas bacias hidrográficas são cruciais para o abastecimento humano e dessedentação animal, manutenção de funções ecohidrológicas de sistemas no cerrado e outros biomas como o pantanal e caatinga, e para o fornecimento de água para a indústria, agricultura, navegação e turismo”, conta. “Várias usinas hidroelétricas do Brasil usam águas provenientes da região de cerrado, que também abriga aquíferos de água subterrânea”.


O pesquisador ressalta que o desflorestamento do cerrado, motivado pela expansão dos cultivos agrícolas, ocorre mais rapidamente que na floresta amazônica e pode levar ao desaparecimento do ecossistema nos próximos anos. “A partir dos dados sobre balanço hídrico e de erosão do solo seria fundamental a elaboração de um zoneamento para definir as áreas prioritárias de preservação, as que possuem melhor e pior potencial agrícola ou de pecuária, as regiões mais vulneráveis a erosão e as que precisam ser recuperadas”, afirma.


“Os resultados obtidos na pesquisa podem fornecer alguns subsídios para auxiliar neste processo, que levaria alguns anos para ser concluído”.


A tese de doutorado apresentada no EESC foi dividida em cinco artigos científicos que contemplam estudos sobre o balanço hídrico e erosão do solo no Cerrado em diferentes escalas espaciais e temporais. A pesquisa foi liderada pelo professor Edson Cezar Wendland, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Saneamento.


O pesquisador Mark Nearing foi supervisor do trabalho no período de intercâmbio no United States Department of Agriculture – Agricultural Research Service (USDA-ARS) e na University of Arizona (Estados Unidos). Também participaram pesquisadores da Queens School of Engineering, na University of Bristol (Reino Unido) do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP e o Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Foto: Divlugação

Por Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias.
Publicado no Portal EcoDebate, 05/02/2015

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Comércio bilateral Cortes de Dilma provocam impacto na Argentina



Annabella Quiroga

O comércio bilateral continuará diminuindo em 2015 e assim a Argentina voltará a ter superávit depois de mais de uma década.

Buenos Aires, 04 de fevereiro de 2015

(Setor automotivo responde po mais de 60% do comércio bilateral e tem sido fortemente afetado por medidas argentinas e queda nas duas economias)



Em 2014 o intercâmbio comercial entre os dois principais parceiros do Mercosul registrou sua maior queda desde 2009.

Devido à recessão argentina e à desaceleração brasileira, as exportações para o Brasil encerraram o ano com uma queda de 14%, enquanto que as compras diminuíram 27,2%, o que levou a um déficit de US$141 milhões.

Dessa forma, o terreno ficou preparado para que em 2015 o saldo comercial passe a ser favorável para a Argentina, com um superávit estimado em US$160 milhões, o que marcaria um corte após mais de uma década no vermelho.

O comércio bilateral foi reduzido em 14,1% no ano passado e alcançou US$ 28,427 bilhões.

Para a consultoria abeceb.com, de Buenos Aires, essa diminuição se deve “à queda no nível de atividade brasileira, o que leva a uma menor demanda de produtos locais.

A ela se acrescenta o problema da perda de competitividade das exportações argentinas, explicada fundamentalmente por fatores internos como a inflação de custos combinada com um tipo de câmbio artificialmente baixo”.

O economista Mauricio Claverí diz que em 2015 as vendas argentinas para o Brasil serão de US$ 14,14 bilhões, um montante similar ao de 2014.

“As exportações deixariam de cair porque haveria uma pequena recuperação das automotivas. Assim, neste ano teríamos um superávit de US$ 160 milhões. Não vai ser um superávit grande porque estamos perdendo capacidade de inserção nesse país”, diz.

O déficit com o Brasil tinha sido de US$ 3,2 bilhões em 2013, quando os dois países ainda estavam crescendo.


Para Claverí, no curto prazo, “o ajuste que o Brasil deve fazer é um sinal negativo para a Argentina porque vai afetar o nível de atividade e o poder aquisitivo vai cair. A Argentina precisa de uma recuperação do nível de demanda do Brasil, sobretudo do setor automotivo. A médio e longo prazo, se o Brasil conseguir organizar a macro e sair do círculo vicioso, pode ser benéfico para nós porque a partir de 2016 poderia haver uma maior demanda, sobretudo para a produção industrial”.


A relação bilateral também está condicionada pelas restrições que a Argentina impõe para proteger a indústria local e pelas retaliações que o Brasil aplica para brecar os protestos de seus empresários.



A isso se agrega que, com as barreiras que o Banco Central coloca para a entrega de dólares, a Argentina mantém uma dívida de US$ 2 bilhões com os fabricantes de autopeças brasileiros, um elemento a mais que vai minando a “paciência estratégica” que caracterizou a diplomacia do Itamaraty na última década.

“Sem dúvidas, neste ano não vai haver fluidez nas relações bilaterais. A restrição externa da Argentina não dá lugar para que existam negociações”, diz Claverí.

As expectativas do mercado são de que o real continuará se desvalorizando neste ano, mas em ritmo baixo.

“Com o dólar quase fixo, para a Argentina a perda de competitividade se duplica, porque nós ficamos mais caros em dólares enquanto que os nossos parceiros e competidores comerciais ficam mais baratos em moeda forte”, diz Economía e Regiones.


O economista Juan Pablo Paladino, chefe de pesquisas da Ecolatina, diz que “embora o Brasil espere uma leve aceleração da inflação, também espera uma maior desvalorização do real. Isso implica que nós vamos estar relativamente mais caros em relação a um país que não cresce e que é o nosso principal demandante de produtos industriais. Essa não é uma boa notícia para a indústria argentina”.


O economista acrescenta que “o contexto internacional que a Argentina enfrentará em 2015 não é totalmente favorável. Um aspecto positivo é que a queda do petróleo reduziria os preços dos produtos energéticos e isso beneficiaria o país diante de suas necessidades de importar gás liquefeito. Mas é preciso levar em consideração que o impacto nas commodities agrícolas é forte, por isso a entrada de dólares se reduziria”.

O apartheid na ilha de Fidel e a esquerda caviar



Maradona, ícone da esquerda caviar

A marca da esquerda caviar é o contraste entre discurso e prática, ou seja, aquilo que chamamos de hipocrisia. Impermeáveis aos fatos, seus ícones preservam suas ideologias, pois delas precisam como o viciado precisa do ópio. Focam apenas na retórica, nas palavras, na beleza dos discursos, nas intenções propaladas.

São os igualitários, os justiceiros do mundo, que falam em nome dos pobres e oprimidos, ainda que sejam do andar de cima, da maldita “elite”. Uma “vibe” e tanto que isso produz em seus cérebros, liberando doses cavalares de serotonina. Diga, espelho meu, existe alguém mais abnegado do que eu?
E é assim que ditaduras assassinas como a cubana conseguem ficar imunes ao escrutínio da realidade. Prevalece a versão, o mito, a narrativa. Nenhuma criança dorme na rua. A medicina é um sucesso. A educação é maravilhosa. Não há desigualdade. As conquistas sociais justificam a opressão, se é que ela existe mesmo. E por aí vai…

Claro, basta uma leitura mais imparcial ou isenta para saber que é tudo mentira. Mas os “intelectuais” sacam logo sua arma da cartola: mídia golpista e vendida, lacaios do império estadunidense, elites mentirosas. Leu na Veja? Tinha que ser! Se quiser se informar de verdade, tem que ler a Caros Amigos…

Ou, claro, visitar a ilha de Fidel. O que cada vez mais gente tem feito, pois sentem no ar as mudanças inevitáveis que poderão destruir o museu a céu aberto, uma nação toda parada no tempo há meio século. Mas quem vai lá com um mínimo de honestidade intelectual, e não fica restrito aos belos locais de turismo, só pode sair com uma conclusão: socialismo é sinônimo de inferno!

Foi o caso de Cora Rónai, que escreveu seu diário de Havana. E também o caso do escritor e produtor de cinema José Paulo Lanyi, que publicou um artigo hoje na Folha revelando sua experiência em Cuba. O que mais chamou sua atenção foi o “apartheid” existente no país, claramente dividido entre os privilegiados pela ditadura e o resto, que vive na penúria total. Ele conclui:

O contraste entre o que se pode ter e o que se vê nas mãos dos estrangeiros e da minoria habilitada gera grande insatisfação popular.
Muitos falam mal do governo e dizem que, enquanto a massa se sacrifica, Fidel Castro, integrantes de seu regime, artistas e esportistas famosos vivem em mansões em uma região rica a oeste de Havana.
Voltamos para o Brasil com uma imagem que sintetiza o sentimento desse povo. Em Varadero, um brasileiro deu o seu mergulho, pegou a toalha na cadeira e rumou para um hotel da rede Meliá. Ostentava, no braço bronzeado, uma tatuagem de Che Guevara.

Ou seja, um típico membro da esquerda caviar! Um sujeito que deve se sentir o máximo, uma alma nobre que paira acima dos reles mortais gananciosos e egoístas, tudo porque diz defender o socialismo e gravou na pele a imagem do guerrilheiro assassino eternizada por Korda.

Não basta mais nada. Não precisa viver de acordo com o que prega. Pode continuar desfrutando do que só o capitalismo pode oferecer, e daquilo que os cubanos dariam uma mão para ter. Desde que diga que adora o socialismo e mostre sua tatuagem do Che.

Pronto! Um sujeito sensível, engajado, preocupado com os pobres. Agora pode pedir mais uma rodada de camarão com vinho branco em paz, enquanto os cubanos permanecem presos no inferno e sob um claro “apartheid” que separa o povo da nomenklatura. Somos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros…

Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino: Indignai-vos! (por favor!!) Pois o maior mal causado pelo PT – entre tantos - nesses 12 anos de poder foi justamente a banalização da podridão



A perda da capacidade de indignação por parte da população é algo extremamente perigoso, e o sonho de todo governo corrupto. Talvez o maior mal causado pelo PT – entre tantos - nesses 12 anos de poder seja justamente a banalização da podridão. As pessoas mais decentes e esclarecidas olham chocadas para a passividade do povo, para a negligência, a cumplicidade daqueles que fazem vista grossa para tudo de errado em troca de migalhas ou tetas estatais.


Os que ficam indignados vão vendo crescer dentro de si um sentimento de impotência, de frustração. Como pode isso tudo que está aí não revoltar mais gente? Onde estão os estudantes rebeldes que pintavam suas caras na era Collor? Onde estão os “movimentos sociais”? Onde estão os sindicalistas da área de petróleo? Todos comprados? Todos cúmplices no butim, sócios da quadrilha que tomou nosso país de assalto?



E os “intelectuais”? Sim, aqueles que sempre bradaram em nome da ética, e agora fazem um silêncio sepulcral, e ao mesmo tempo ensurdecedor, onde estão? Fazem discursos relativistas, dizem que não é possível ser “maniqueísta”, que todos são iguais, tudo isso para defender essa podridão toda. Não sentem vergonha na cara? Não se incomodam com o estelionato eleitoral? Acham realmente que todos são como o PT, dispostos a esse jogo sujo para se perpetuar no poder?


A incapacidade de se indignar é sintoma de que o mal está vencendo. O país está um caos, a violência está recrudescendo, a corrupção atingiu cifras impressionantes, falta luz e água, a economia não cresce, a inflação cresce sem parar, e o governo bate cabeça sem saber o que fazer, rasgando todo seu discurso de campanha. E a população em geral acha tudo isso… normal?


Um leitor do GLOBO capturou bem a essência da coisa, em carta dos leitores publicada no topo da página, que é para ver se a ficha cai para os outros, sonolentos:


Extremo cansaço


O Rubem está certo. Ninguém aguenta mais! Ao menos ninguém com um pingo de bom senso, de vergonha na cara, de honestidade intelectual. Os valores estão todos invertidos. O Brasil do PT valoriza o que é medíocre, ruim, em detrimento do que é melhor. O escárnio é geral. Vemos o nosso país afundar cada vez mais e o povo pensando em praia e carnaval.


Nada contra a diversão, as fugas da realidade. Fazem parte da vida, e tornam-na mais suportável. Mas será que precisamos mesmo transformar tudo em troça? Será que usar máscaras de Cerveró e Graça Foster no carnaval é uma reação adequada para um escândalo dessa proporção bem diante de nossos olhos? Onde está a pressão nas ruas pedindo uma CPI independente da Petrobras?


Enfim, os assaltos diários, as “balas perdidas”, a infraestrutura caótica, a economia sem crescimento e até a inflação alta a gente consegue suportar, matar no peito e continuar lutando. Povo brasileiro, guerreiro, certo? Não desiste nunca. Agora, o que não dá para aturar é o ambiente intelectual apodrecido, a mentalidade vigente que trata tudo isso mencionado acima e muito mais de forma pueril, leva na brincadeira ou acha normal.


Isso é o mais difícil para as pessoas esclarecidas e decentes. Não surpreende que tantos estejam pensando em se mudar e respirar, ainda que por um período, ares mais civilizados e avançados. O Brasil cansa…


Rodrigo Constantino

Governador petista deixa Distrito Federal em estado de penúria e vai para... Miami!!!Como alguém ainda leva a sério os petistas?

05/02/2015
às 14:19 \ Política


O PT é como uma praga, como aqueles cupins que vão corroendo toda a estrutura do armário, e quando você se dá conta, já é tarde demais. Vejamos o caso do ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz: sua passagem no comando de Brasília deixou um rastro de dívidas e rombos, que o atual governador, Rodrigo Rollemberg, do PSB, terá de limpar.


Em reportagem do Valor, ficamos sabendo que o governo deve dar o calote em uma obra feita com PPP (Parceria Público-Privada). O Distrito Federal vive uma crise financeira sem precedentes, e o atual governador tenta se agarrar a decisões legais para não usar o pouco que tem em caixa para honrar esses pagamentos às concessionárias. Diz o jornal:


Queiroz


Assim é o PT: um misto de incompetência com corrupção, destruindo governos, estatais, tudo que toca. O leitor pode achar que é implicância minha, mas não é. É apenas objetividade ao relatar os fatos. Foi parecido na gestão do Rio Grande do Sul. Foi parecido na gestão do governo federal. Essa turma não tem nenhum compromisso com a coisa pública.


Agnelo Queiroz ainda foi passar férias em Miami depois de deixar esse rombo no governo. Por que não foi pra Cuba? Assim são nossos esquerdistas: discursam em nome do povo, usam os recursos do povo para beneficiar “cumpanheiros”, e depois da lambança feita se mandam para o templo do consumo capitalista, pois ninguém é de ferro. Como alguém ainda leva a sério os petistas?


Rodrigo Constantino

'Cheguei a sentir dor em algumas cenas', diz atriz de '50 Tons'


Cinema


'Eu não quero que a minha família veja o filme, pois acho inapropriado', diz Dakota Johnson, a mocinha do filme, à 'Glamour Magazine'

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O apartamento de Christian Grey no filme 'Cinquenta Tons de Cinza'
O apartamento de Christian Grey no filme 'Cinquenta Tons de Cinza' - Reprodução/VEJA


Para os atores Jamie Dornan e Dakota Johnson, filmar as cenas de sexo de Cinquenta Tons de Cinza não foi nada prazeroso. A dupla fará Christian Grey e Anastasia Steele, o casal protagonista do longa, que estreia dia 13 de fevereiro, e tem tudo para ser o mais picante da última década, com um quinto das cenas recheadas de sexo. “Cheguei a sentir dor em alguns momentos”, disse a atriz à revista britânica Glamour Magazine.

A dor veio mesmo com o cuidado que, contou a atriz, o colega Jamie Dornan teve com ela. “Jamie era o primeiro a me cobrir quando a gente terminava de gravar e eu não estava vestindo muita coisa. Ele estudou bastante as práticas de bondage (fetiche em amarrar e imobilizar o parceiro) para que tudo fosse feito de forma segura. Mas é óbvio que muitas vezes foi doloroso”.
Em entrevista ao site de outra revista, a americana Time, a atriz confirmou que as cenas mais difíceis de fazer foram as de bondage. “Tem uma cena em que Christian usa uma espécie de chicote em Anastasia”, ela disse. “Filmar uma cena de sexo não é uma situação sedutora ou prazerosa. Pelo contrário, é suado e nada confortável”.

Já para Jamie, contrariando algumas expectativas, a cena mais difícil foi uma das primeiras do longa. ”Para mim, foi a cena da entrevista. É a primeira vez que todos veem a figura de Christian, e nós o vemos em uma posição de grande poder. Tudo acontece muito rápido e é preciso captar que ali já existe uma conexão entre os dois”, disse à Time.

O filme é uma adaptação da série de livros eróticos de E.L. James, grande fenômeno de vendas. A versão para o cinema caminha no mesmo sentido: só no último trailer divulgado já foram mais de 250 milhões de visualizações. Apesar da popularidade, seu conteúdo ainda gera controvérsias. Liberado nos Estados Unidos, o filme foi barrado na Inglaterra, considerado inapropriado para menores de 17 anos desacompanhados de adultos, segundo o Conselho Britânico de Classificação Cinematográfica.


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"Contra o tempo", por Merval Pereira

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O Globo


A presidente Dilma perdeu um tempo precioso negando-se a demitir sua amiga Graça Foster da presidência da Petrobras, e com isso só fez aumentar a crise, e acrescentar a seus dissabores a atual busca de sucessor (a) e dirigentes da empresa num prazo tão curto que o anúncio pode frustrar quem espera uma volta por cima da estatal brasileira.

As sucessivas negativas que teriam sido dadas ao governo mostram que o que foi até recentemente considerado um dos melhores empregos do país hoje mais afugenta do que atrai. Isso por que não se sabe o que mais existe nas águas profundas da corrupção que corrói a empresa, e nenhum executivo de renome capaz de levantar a Petrobras quererá colocar em risco sua reputação e seu patrimônio pessoal em uma aventura da qual não terá o controle.

Muito dificilmente um executivo independente aceitará dirigir a Petrobras sem completo controle da empresa, o que não parece previsível com uma presidente que se considera dona da área energética do país, onde, aliás, tudo vem dando errado.

A mistura política que gerou o colapso da Petrobras já está na boca do mercado internacional, e o diagnóstico comum pode ser resumido por um comentário na revista inglesa The Economist: a Petrobras sem política era vista como das melhores empresas petrolíferas existentes, e a débâcle no escândalo de corrupção retirou dela a capacitação técnica que a distinguia.

Retomar esse caminho virtuoso será a tarefa mais urgente da nova diretoria, e só mesmo a aflição de um momento perigoso poderá fazer com que a presidente Dilma aceite abrir mão de interferir na Petrobras. Chegou-se na empresa à mesma encruzilhada em que o país se encontra neste segundo mandato de Dilma: ou as coisas certas são feitas, ou o governo naufragará juntamente com sua mais importante empresa.

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já encontrou mais resistências pela frente do que hoje, em parte por que a própria presidente Dilma respaldou-o na primeira reunião ministerial, mas também por que a mudança de foco para a crise da Petrobras ajudou a desobstruir o caminho.

Mal entramos no segundo mês do segundo mandato da presidente Dilma, e o país está exausto e espantado com as revelações que não param de surgir das investigações da Operação Lava Jato. Desde que, num ímpeto de sincericídio, a presidente Dilma admitiu que a refinaria de Pasadena fora um mau negócio e não deveria ter sido autorizada pelo Conselho de Administração que presidia, os problemas da Petrobras não param de assombrar os brasileiros.

No caso da economia, a presidente Dilma não titubeou para nomear um economista ortodoxo, da escola de Chicago, para fazer tudo ao contrário do que vinha sendo feito. Na Petrobras, talvez pela sua participação direta no caso, Dilma tergiversou e só se rendeu aos fatos com muito atraso. Vamos ver se ainda há tempo para recuperar o tempo perdido.
Descaso

A abertura do ano Judiciário teve uma demonstração de descaso por parte do Executivo e do Legislativo que foi registrada por muitos. 

Nem a presidente Dilma nem o vice Michel Temer apareceram. E também o presidente do Senado Renan Calheiros esteve ausente, sendo o Legislativo representado pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha. 

Esse descaso com os aspectos institucionais é consequência da crise de valores que estamos vivendo no país.