segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A ingenuidade politica da direita

A direita que só conseguirá entender a política quando seu cérebro não colapsar ao… ver a política

leoes_almocando
Me enviaram um vídeo a respeito da disputa eleitoral para o DCE-FURG. Pelo que entendi, são liberais (até pelo discurso) que disputavam uma vaga para o DCE.


O vídeo tem tudo a ver com o que falei no texto O que fazer para eliminar o hábito mais terrível da direita e começar a conquistar resultados políticos. Todos os seis princípios de David Horowitz foram ignorados por esses liberais. O resultado, como não poderia deixar de ser, é um desastre de proporções bíblicas.

Assista:

Como já disse, o discurso padrão é o liberal. Ok, eu sou também um liberal, mas não gosto da forma de visualizar a realidade usada hoje pela maioria dos liberais. Muitos deles idealizam um mundo como deveria ser, e então discursam como se este mundo já existisse.


Dá para notar nos momentos em que eles dizem como “o debate deveria ser” ou como “o diálogo deveria ser”, manifestando surpresa genuína, algo praticamente proibitivo para quem adentra a um território de guerra política. Ou seja, a recusa de se ver a realidade como ela é (especialmente no momento da guerra política) é uma mania de muitos liberais. Algo digno de vergonha alheia.


Por causa disso, o primeiro princípio da guerra política (“política é guerra por outros meios”) foi solenemente ignorado, o que já nos anunciava o desastre iminente.


Outro problema visto foi o discurso muito complicado, idealista, mas sem apelo ao coração. E, pelo princípio 6, “a vitória fica do lado do povo”.


A coisa começou a degringolar quando a extrema-esquerda usou o termo “racista” impunemente. O ideal seria, desde que se um discurso estrategicamente bom estivesse sendo utilizado, já ir ameaçando ao mesmo tempo de processo como também lançar frames de shaming.



Lembremos que acusar alguém de racismo é denunciação caluniosa, ou seja, imputar a alguém um crime que ela não cometeu.


Notava-se a tensão no rosto dos três liberais, sinal de que não perceberam estar em um cenário de guerra política.


Dai veio o horror, o horror… pois os dois principais debatedores liberais ficaram na defensiva. Mas na guerra política, o agressor geralmente prevalece. E, para piorar, o discurso seguia complexo e não apelava ao coração.


Depois deles serem chamados de racistas, foram ofendidos com a expressão “branco, heterossexual e burguês”. De novo ficaram na defensiva. Até aqui a nota para o desempenho é um zero bem redondo.



Lá pelas tantas até tentaram uma ridicularização, mas o dano já era irreversível. Os liberais não tinham ataques prontos, nem sequer slogans.


Mesmo ficando na defensiva, ainda foram avacalhados por um pedido de direito de resposta, o que é a mesma técnica de metralhar direitos de resposta usada por Dilma durante as eleições. É, eu sei, eles vivem caindo nessa, sem qualquer estratégia de contenção…


Como era de se esperar, os liberais foram ofendidos no direito de resposta. Nada que também não tenhamos visto na campanha do PT nas eleições.


Depois do ataque, o que aconteceu? Eles fecharam a cara definitivamente. Ou seja, ficaram bravos por entrarem em uma guerra e tomarem tiros. Com isso, a matilha de extrema-esquerda sentia o cheiro de sangue cada vez mais forte, o que levou ao aumento das táticas de intimidação.


Um desastre tão grande só poderia concluir da maneira mais patética possível: os liberais resolveram desistir do debate. Um erro tão absurdo e imperdoável que nem vale a pena comentar.


Esse vídeo serve para nos mostrar que não estou exagerando quando digo que para a direita começar a obter resultados políticos é preciso de fato de uma mudança de estrutura mental.


Não é possível que pessoas adultas, que podem ser perfeitamente funcionais em outras áreas da vida (incluindo a vida profissional), se transformem em crianças de 7 anos diante de adultos no momento da guerra política.


Vencer a guerra interna, onde a ingenuidade política da direita deve ser esmagada e triturada sem dó nem piedade, para o surgimento de uma verdadeira consciência política, é o maior desafio para a direita neste momento.

O CASO "ROSEMARY DE LULA": DOIS ANOS DEPOIS DA OPERAÇÃO PORTO SEGURO DA PF, NADA FOI RESOLVIDO.


BLOG DO ALUIZIO AMORIMsegunda-feira, novembro 24, 2014



Paulo Vieira, Rubens Carlos Vieira e José Weber Holanda: cargos e salários ainda em vigor. Acima Rosemary junto com figurões do governo da Dilma quando era a 'poderosa' chefe do escritório de representação do Palácio do Planalto em São Paulo.
Enquanto o país assiste, estarrecido, ao desenrolar da Operação Lava Jato, que apura o desvio de bilhões de reais da Petrobras para os cofres de partidos políticos, outra investigação que começou com o mesmo estardalhaço caminha a passos lentos, sem que punições tenham sido aplicadas aos principais envolvidos. 


Trata-se da Operação Porto Seguro, que completa dois anos neste domingo. Segundo a Polícia Federal, o esquema viabilizava a negociação de pareceres técnicos com a ajuda de servidores de diferentes esferas da República: desde o número dois da Advocacia-Geral da União (AGU) até a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.


Nesse período, 23 pessoas foram indiciadas pela PF e 24 foram denunciadas pelo Ministério Público. 


Contudo, entre os 15 funcionários públicos envolvidos, nove continuam recebendo salários do governo. Os que foram exonerados são Rosemary, o nome mais proeminente da turma, o diretor da Antaq,Tiago Lima, o agente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Mauro Henrique Costa Souza, e o ouvidor afastado da Antaq, Jailson Santos Soares. 


O delator do esquema, Cyonil da Cunha Borges, técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), pediu a própria exoneração e, hoje, trabalha como servidor do governo do Rio de Janeiro, após ter sido aprovado no concurso de auditor fiscal da Secretaria da Fazenda.


Os demais dez servidores envolvidos continuam recebendo religiosamente seus rendimentos provenientes da União - um custo mais de 2 milhões de reais para os cofres públicos, segundo dados do Portal da Transparência.


IMORALIDADE DENTRO DA LEGALIDADE
A situação dos envolvidos na Operação Porto Seguro é mais um dos casos de imoralidade dentro da legalidade. Segundo a lei nº 8.112/90, que trata do funcionalismo público, os servidores concursados só podem ser demitidos em duas hipóteses: se forem julgados e condenados na esfera criminal por algum crime contra a administração pública, ou se forem alvo de condenação na esfera administrativa, por meio de processos administrativos disciplinares (Pad). 


Sempre que um servidor é indiciado pela Polícia Federal ou denunciado pelo MPF, o Pad se faz necessário. É o caso dos participantes da trupe de Rosemary.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), apenas o Pad de Rose, como é conhecida, foi concluído. Os demais ainda estão em aberto — alguns obstruídos pelas defesas dos indiciados. 


No caso de Rubens Carlos Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil, a conclusão do processo está prejudicada por uma ordem judicial conseguida pela defesa, que exclui Vieira da obrigação de ser interrogado. No caso dos funcionários do Ministério da Educação, Márcio Alexandre Lima e Esmeraldo Malheiros Santos, acusados de fornecer certificados e diplomas a troco de favores, os processos só não foram concluídos porque foram expedidos três mandados de segurança e duas ações cíveis para impedir a exoneração dos servidores. 


O mesmo ocorreu com a funcionária da SPU, Evangelina Pinho. No caso de José Weber Holanda, que era o então número dois da Advocacia Geral da União (AGU), houve afastamento do cargo, porém, ele continua atuando no órgão para o qual foi concursado, que é o Ministério do Planejamento. Já Ênio Soares Dias, ex-chefe de gabinete da Antaq, continua sua função, porém, loteado em outro órgão: o Ministério dos Transportes.


No âmbito criminal, o processo caminha a passos de tartaruga. Apenas em fevereiro deste ano a Justiça Federal decidiu abrir ação para apurar crime por parte de Rosemary e outros dezessete envolvidos no esquema. 


A denúncia do Ministério Público havia sido feita em dezembro de 2012, menos de um mês após a deflagração da operação da PF. A investigação foi desmembrada em pelo menos três focos: a atuação de Holanda, da AGU, a do ex-senador Gilberto Miranda, que teria se beneficiado dos pareceres conseguidos com o esquema, e o das empresas portuárias, que podem ter financiado a troca de favores. Os indiciados são acusados de corrupção, formação de quadrilha e tráfico de influência.


Já na área cível, a demora no julgamento da primeira ação de improbidade administrativa contra os investigados ocorre por causa de sua transferência para a Justiça Federal do Distrito Federal, feita a pedido da defesa de Holanda, um dos nomes mais graduados da investigação. Fontes ligadas ao processo afirmaram ao site de VEJA que a medida é procrastinatória, já que todo o esquema foi operado no estado de São Paulo.





ROSEMARY FOGE DA IMPRENSA
Personagem principal do esquema, por sua proximidade com o ex-presidente Lula, Rosemary Noronha não quis conversar com o site de VEJA — e tampouco seu advogado, o criminalista Cesar Vilardi. 


Ele faz parte da banca de onze advogados que cuida da defesa de Rose, cuja fatura não se sabe ao certo quem paga. Além dos processos cível e criminal, há outro imbróglio que requer a atuação da defesa. Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu um pedido da Infoglobo e do jornalista Thiago Herdy Lana para ter acesso aos gastos efetuados com o cartão corporativo do governo federal utilizado por Rosemary, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/razão social. A decisão saiu há 10 dias. Ainda cabe recurso.


Ao site de VEJA, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, negou que o Instituto tenha qualquer relação com a ex-funcionária. Okamotto afirmou que não é amigo íntimo de Rose e se mostrou, de certa forma, insatisfeito com a forma como ela tem sido tratada pela opinião pública. “Ela paga de forma desproporcional pelos seus erros, se é que tenha cometido algum”, afirmou. Por telefone, Rose disse que não “tinha nada para falar a VEJA, nem à imprensa”. 


Antes adepta a viagens recebidas de presente de funcionários do segundo escalão do governo, ela agora raramente sai de casa. Vive na mesma cobertura no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. Recentemente, seus únicos compromissos “inadiáveis” são as saídas para cuidar da estética.


Seu marido, João Batista de Oliveira Vasconcelos, sustenta os gastos da família com o negócio próprio: é dono de uma construtora no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Segundo a PF, a empresa está localizada numa saleta de um prédio frugal, apesar de já ter tido contrato de 1 milhão de reais com a Cobra Tecnologia, empresa que depois foi adquirida por um braço do Banco do Brasil. 


José Cláudio Noronha, ex-marido de Rose, também apontado como beneficiário do esquema, tinha um cargo de confiança na Infraero de 2005 a 2014, onde exercia a função de assessor especial. Em 15 de fevereiro deste ano, pediu a rescisão do contrato. Texto do site da revista Veja

Depois do mensalão, do petrolão e do uso criminoso da mentira na eleição, o PT encomenda pesquisa para saber porque o brasileiro odeia cada vez mais o partido.


Assustado com os altos índices de rejeição a candidatos do partido nas eleições deste ano, especialmente em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o PT encomendou uma ampla pesquisa nacional para identificar as causas e possíveis soluções para o antipetismo. Ainda nesta semana, a Marissol, empresa responsável por parte das pesquisas que nortearam a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, vai apresentar uma proposta inicial de questionário. A ideia é consultar eleitores em todos os Estados do País e fazer uma bateria de pesquisas qualitativas.
 
 
O resultado vai servir de base para os debates da última etapa do 5.º Congresso Nacional do partido, marcada para junho do ano que vem em Salvador (BA). A direção petista e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem usar o Congresso, instância máxima de decisões do partido, para fazer uma série de reformas, com objetivo de resgatar valores históricos da legenda e reconectar o PT com setores dos quais se afastou nestes 12 anos de poder, como os movimentos sociais e a intelectualidade de esquerda. 
 
 
A cúpula do PT já tem um diagnóstico primário das causas do antipetismo. Segundo dirigentes, a onda começou nos protestos de junho de 2o13, quando militantes petistas foram agredidos em manifestações em São Paulo, tomou corpo durante o processo eleitoral deste ano e continuou depois das eleições, com as manifestações contra a presidente Dilma.
 
 
Corrupção. Petistas identificaram os escândalos de corrupção, principalmente o mensalão, como estopim da onda antipetista, mas acreditam que existam outros motivos de ordem ideológica e econômica que precisam ser explicados. Além disso, o PT quer saber se o fenômeno está concentrado em São Paulo ou espalhado pelo País. Existe o temor de que a amplitude das denúncias de corrupção na Petrobrás, investigadas na Operação Lava Jato, fortaleça a rejeição ao partido em outros Estados.
 
 
Além do impacto eleitoral, a cúpula do partido está preocupada com casos de violência contra militantes, registrados durante e depois das eleições. Segundo dirigentes, setores da direita e da oposição incentivam, via redes sociais, o ódio e o preconceito ao PT, materializado nas manifestações pós-eleitorais. E podem servir como sustentáculo popular para pedidos de impeachment de Dilma, já alinhavados por parte da oposição. 
 
 
O PT tem dificuldade de entender por que existe uma onda de "intolerância" contra o partido que, ironicamente, é citado nas palavras de um dirigente, é "o que mais combateu a corrupção e mais defendeu os pobres na história do Brasil". 
 
 
Orientações. Antes mesmo de ter um diagnóstico completo sobre as causas do antipetismo, a direção partidária já estuda soluções. Hoje, o partido realiza em São Paulo uma reunião com os secretários estaduais de Organização da legenda. Uma das orientações será o aumento de filtros para novas filiações. "Temos que selecionar com cuidado", diz Florisvaldo Souza, secretário nacional de Organização do PT. "Além disso, temos que debater formas de distanciamento em relação ao governo." 
 
 
O PT estuda fazer uma ampla revisão no cadastro de filiados, hoje com mais de 1 milhão de nomes, e enviar recados àqueles que pensam em usar o partido como trampolim para projetos pessoais. No Legislativo, as bancadas serão avisadas que a norma que limita em três mandatos consecutivos a atuação parlamentar será posta em prática.
 
 
O questionário da Marissol será apresentado na reunião do diretório nacional do PT, sexta-feira e sábado em Fortaleza (CE). Além da pesquisa, a direção petista vai definir critérios e aprovar o calendário de debates para a última etapa do Congresso do partido. Com objetivo de aproveitar a onda de militância voluntária, que reapareceu no segundo turno da disputa presidencial, pela primeira vez os debates preparatórios para o Congresso serão abertos a não filiados.(Estadão)
 
 
0 comentários

Dilma apronta calote no trabalhador: MP de correção da tabela do IR caducou e ela não enviou novo texto propondo atualização.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014



Na mensagem do Dia do Trabalho, Dilma prometeu corrigir a tabela do IR, sem definir o percentual. Mais tarde, determinou que o índice fosse de 4,5%, bem abaixo da inflação. MP caducou em agosto e até agora a presidente não enviou novo texto ao Congresso. Matéria abaixo é do Estadão.

 
O contribuinte poderá pagar mais Imposto de Renda (IR) em 2015 caso a tabela progressiva não seja reajustada. A Medida Provisória que corrigia o valor das faixas em 4,5% no próximo ano caducou no fim de agosto e, apesar das promessas, o governo ainda não enviou ao Congresso um novo texto propondo a atualização. O temor é que a mordida do Fisco fique maior e chegue ao bolso de mais brasileiros.
 
O tempo hábil para a aprovação de uma nova MP ou projeto de lei ainda em 2014 é curto: os parlamentares entram em recesso daqui a menos de um mês, no dia 23 de dezembro. A falta de reajuste aumentaria ainda mais a defasagem da tabela em relação à inflação, um descompasso que cresce ano a ano. 
 
De 1996 a 2013, a defasagem acumulada foi de 61,42%, segundo cálculos do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Uma discrepância que pode subir para 64,36% em 2014, caso a inflação feche o ano em 6,40%, como preveem os economistas consultados pelo Relatório Focus, do Banco Central.
 
“O fato de a tabela do Imposto de Renda estar sendo corrigida por um porcentual inferior à inflação já faz com que o contribuinte pague mais imposto a cada ano. E a situação ficará pior ainda se não houver nenhuma atualização”, afirma Leandro Souza, gerente sênior da consultoria Ernst & Young. 
O governo ainda tem a possibilidade de aprovar a correção ao longo de 2015, criando duas tabelas para o mesmo ano e depois corrigindo a diferença no ajuste anual, mas isso atrasaria o acerto de contas. “Neste caso, em vez de ter uma retenção menor desde janeiro, o contribuinte só teria esse acerto de contas no outro ano, no momento da declaração de ajuste anual”, explica Souza. E a restituição ainda poderia ser liberada somente em dezembro, ampliando o prazo de espera do contribuinte para quase dois anos.
 
 
Salário mínimo. A defasagem da tabela ainda se soma aos aumentos acima da inflação aplicados ao salário mínimo nos últimos anos. Em 2014, houve um reajuste de 6,78% no piso nacional das remunerações, contra uma correção de 4,5% do Imposto de Renda. Para 2015, está prevista uma alta de 8,8% nos salários, ante uma correção ainda incerta das faixas do imposto.
 
 
O resultado disso é o aumento da tributação sobre o assalariado. Em 1996, a isenção do Imposto de Renda beneficiava quem recebia até oito salários mínimos, segundo levantamento da Ernst & Young. Relação que despencou para 2,47 em 2014 e pode chegar a 2,27 em 2015 – caso o IR não tenha nenhum tipo de atualização. Dessa forma, brasileiros antes isentos por causa da baixa renda vão paulatinamente ingressando na condição de contribuintes. 
 
 
O Presidente do Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno, observa que os ganhos salariais – tanto por meio da alta do rendimento mínimo como pelos acordos na iniciativa privada – acabam sendo reduzidos pela correção insuficiente da tabela do IR. “Os trabalhadores terão o ganho salarial revertido, pois poderão sair da faixa de isenção ou subir para alíquotas maiores”, afirma Damasceno. Pelos cálculos do Sindifisco, considerando a defasagem até 2013, quem ganha até R$ 2.761 por mês deveria ser isento de IR, mas acaba sendo tributado, pelas alíquotas de 7,5% e 15%. 
 
Na visão do assessor tributário da OAB Nacional, Luis Gustavo Bichara, a atual cobrança do imposto viola o conceito do mínimo existencial, já que atinge pessoas que não possuem uma riqueza mínima para o seu sustento. “A defasagem da tabela do IR cria um efeito muito perverso, pois tributa mais quem ganha menos salário”, destaca Bichara.
 
A OAB tem atualmente dois processos sobre o tema correndo no Supremo Tribunal Federal. Um, sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, pede que a tabela seja corrigida pelo IPCA. Outro, nas mãos da ministra Rosa Weber, quer que, assim como a saúde, os gastos com educação sejam integralmente dedutíveis no IR.
 
Governo. Dias após a Medida Provisória do imposto perder a validade, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que o governo editaria uma nova MP para assegurar a correção dos valores da tabela. A legislação proíbe a edição de uma nova MP, com igual teor da anterior, no mesmo ano legislativo. Mas é possível criar um texto diferente, que mantenha os principais pontos. 
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também disse à época que a correção do imposto em 2015 estava garantida, mas não especificou qual caminho seria seguido. Segundo os cálculos da pasta, a correção inicialmente prevista, de 4,5%, causaria um impacto de R$ 5,3 bilhões na arrecadação federal do próximo ano.
 
 

Segundo o Banco Central, déficit em conta corrente somou US$ 8,1 bi no mês, o pior da história


Desde 1980
Conta do Brasil tem maior déficit para o mês de outubro

Publicado: 24 de novembro de 2014 às 11:10

banco central
O déficit de outubro é o terceiro maior do ano, perdendo para os resultados negativos vistos em janeiro e abril



As contas externas do País voltaram a registrar recordes negativos em outubro. No mês passado, o déficit em conta corrente somou US$ 8,131 bilhões, o maior saldo negativo para o mês desde o início da série histórica, em 1980, segundo dados do Banco Central. O maior resultado negativo em um mês de outubro havia sido registrado em 2013, quando ficou em US$ 7,096 bilhões.



O déficit de outubro é o terceiro maior do ano, perdendo para os resultados negativos vistos em janeiro (US$ 11,522 bilhões) e abril (US$ 8,275 bilhões). O resultado da conta corrente (ou transações correntes) faz parte do Balanço de Pagamentos, que representa a poupança do País. Se o BP é negativo, significa que para pagar todas as contas externas o País usou parte das reservas internacionais. Em outubro, porém, o Balanço de Pagamentos foi superavitário em US$ 267 milhões, o que significa que houve uma poupança para as reservas internacionais.O BP possui além das transações correntes, a conta capital e finance


O resultado da conta corrente ficou dentro das previsões coletadas pela Agência Estado, que iam de um saldo negativo de US$ 8,6 bilhões a US$ 6,6 bilhões – a mediana apontava para um déficit de US$ 7,6 bilhões. Em setembro, houve déficit de US$ 7,907 bilhões. A previsão do BC para outubro, apresentada no final do mês passado, era de um saldo negativo de US$ 6,6 bilhões. Em igual mês do ano passado, o resultado havia ficado negativo em US$ 7,096 bilhões.



Nos dez primeiros meses do ano, o déficit em conta corrente está em US$ 70,697 bilhões, o que representa 3,74% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção do BC para 2014, é de um déficit de US$ 80 bilhões e faltam apenas dados de dois meses para o encerramento do ano. Já no acumulado dos últimos 12 meses até outubro de 2014, o saldo negativo está em US$ 84,428 bilhões, o equivalente a 3,73% do PIB.


Investimento estrangeiro. Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) somaram US$ 4,979 bilhões em outubro, resultado que ficou abaixo dos US$ 5,439 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. O resultado do mês passado, porém, ficou acima da estimativa apresentada pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, de US$ 4 bilhões.


No acumulado do ano até o mês passado, o IED soma US$ 51,194 bilhões, o equivalente a 2,71% do Produto Interno Bruto (PIB). Faltando apenas dois meses para o fim do ano, o número acumulado de 2014 ainda precisa somar mais US$ 11,8 bilhões para alcançar a previsão do BC, de terminar com US$ 63 bilhões. Nos últimos 12 meses até outubro, o IED está em US$ 66,003 bilhões, o que corresponde a 2,91% do PIB.


O Banco Central informou também que o investimento estrangeiro em ações brasileiras registrou um saldo positivo de US$ 1,162 bilhão em outubro. No mesmo período do ano passado essa conta estava positiva em US$ 193 milhões. No acumulado deste ano até outubro, o saldo está em US$ 12,466 bilhões. As ações negociadas no exterior (como ADRs) registraram um saldo negativo de apenas US$ 10 milhões. (AE)

Crueldade! Envenenamento em massa de cães intriga cidade no RS

24 de novembro de 2014 • 10h44 • atualizado às 13h01


Animais foram encontrados nas ruas da cidade
Desde a quarta-feira da semana passada a população da pequena cidade de Bom Jesus, com 11 mil habitantes, tem testemunhado o extermínio de cães de rua e de estimação. Até a manhã desta segunda-feira, mais de 100 animais foram encontrados mortos pelas ruas da localidade.



A polícia foi acionada e investiga quem pode ter sido o autor do extermínio em massa. Imagens de câmeras de vigilância estão sendo averiguadas em busca de alguma pista e segundo a delegada Thalita Andrich, já existem pistas que podem indicar a autoria do crime.



“Estamos analizando as imagens de câmeras de segurança e de testemunhas, porque o crime foi cometido durante a madrugada, mas estamos seguindo uma linha bastante boa para identificar a autoria do delito”, afirma a delegada



Ainda não foi possível identificar qual veneno foi utilizado, mas especula-se que seja um agrotóxico utilizado na plantação de batatas. Na manhã de hoje, a prefeitura realizará uma reunião com ativistas em busca de um local que possa abrigar os cachorros que ainda estão pelas ruas.




Animais foram encontrados nas ruas da cidade
Foto: Divulgação / Associação Bonjesuense de Proteção Animal
“É uma matança muito grande, e isso não mata na hora, teve bichinho agonizando quando o dia amanheceu, você vê aquilo por 20 minutos e não pode fazer nada, é um sentimento de impotência”, afirma a presidente da Associação Bonjesuense de Proteção Animal, Claudia Gomes Correia.



Segundo ela, o veneno foi espalhado por diversos pontos da cidade, o que leva os ativistas a cogitarem a possibilidade de que mais de um grupo seria o responsável pela matança. Um problema, segundo Claudia, é que ainda não se sabe exatamente quais foram os locais onde a substância foi colocada, ou seja, ainda há risco de envenenamento não só de animais, mas também de crianças.




Além dos animais de rua, bichos de estimação também foram encontrados mortos. “Teve casos de animais que estavam dentro do pátio da casa que foram envenenados”, afirma Claudia, dizendo que o envenenamento repentino intriga a todos.



Animais foram encontrados nas ruas da cidade
Foto: Divulgação / Associação Bonjesuense de Proteção Animal
Nesta final de semana, moradores da cidade fizeram uma passeata para denunciar as mortes e, após a reunião de hoje, os ativistas esperam conseguir um local para proteger os bichos que não foram atingidos.

França: cidade veta publicidade nas ruas e troca por árvores

24 de novembro de 2014 • 10h12 • atualizado às 12h15

O único precedente no mundo foi a cidade brasileira de São Paulo, que em 2007 decidiu proibir os cartazes publicitários onipresentes em muros


Vista da cidade de Grenoble, na França, a primeira da Europa que vai trocar publicidades por árvores nas ruas
Foto: Wikipédia
Pela primeira vez na Europa, uma cidade, Grenoble (sudeste da França), decidiu proibir os cartazes publicitários em suas ruas, para substituí-los por árvores.
Esta decisão foi tomada pelo prefeito ecologista Eric Piolle, que governa desde março esta cidade de 160 mil habitantes situada aos pés dos Alpes.
Entre janeiro e abril de 2015, 326 cartazes publicitários serão retirados por seu fabricante, a empresa francesa JCDecaux. No total, 2 mil metros quadrados de publicidade desaparecerão das ruas da cidade. Em seu lugar, a prefeitura prometeu plantar 50 árvores.

"Os primeiros cartazes foram instalados em Grenoble em 1976. Trata-se de um modelo obsoleto que não corresponde às expectativas dos habitantes, que desejam se reapropriar do espaço público", declarou à AFP Lucille Lheureux, vice-prefeito encarregado dos espaços públicos.

A decisão, uma promessa de campanha do prefeito Eric Piolle, é "uma primícia europeia para uma grande cidade", segundo a prefeitura.

O único precedente no mundo foi a cidade brasileira de São Paulo, que em 2007 decidiu proibir os cartazes publicitários onipresentes em seus muros.
No entanto, em 2012 São Paulo reintroduziu a publicidade em seu espaço público, assinando com a JCDecaux um contrato para a instalação de mil relógios que dão aos habitantes a hora, a temperatura, a qualidade do ar e informações municipais.

Apesar da decisão das autoridades municipais de Grenoble, a publicidade não desaparecerá totalmente da cidade, já que os refúgios dos pontos de ônibus não são afetados pela medida.

Os cartazes publicitários contidos nos mesmos respondem a um contrato assinado por JCDecaux e pela sociedade mista administradora do transporte público da região de Grenoble (SMTC) que só expirará em 2019.
AFP    

Energia gerada por plantas carrega até bateria de smartphone

24 de novembro de 2014 • 11h59  Terra


Pesquisadores criaram uma tecnologia para produzir energia a partir da atividade biológica de plantas e bactérias

Pesquisadores planejam que a tecnologia seja usada em grandes plantações ao redor do mundo
Foto: Eco Desenvolvimento
Cientistas de todo o mundo estudam cada vez mais novas possibilidades de produção de energia. O investimento em formas alternativas e ambientalmente corretas de se gerar eletricidade continua acelerado. Uma prova disso vem da Holanda, onde pesquisadores criaram uma tecnologia para produzir energia a partir da atividade biológica de plantas e bactérias.


O Plant-e, como o projeto é chamado, foi testado com sucesso em um jardim da Universidade de Wageningen. A área verde de 15m² foi capaz de carregar a bateria de um smartphone, segundo informou o site Springwise.
Os pesquisadores planejam que a tecnologia seja usada em grandes plantações ao redor do mundo, mas também em pequenos jardins de terraço nas grandes cidades, que poderiam ajudar a gerar eletricidade e colocar essa energia na rede.


Grã-Bretanha enfrenta pior ameaça de segurança desde 11/9

24 de novembro de 2014 • 13h25

Governo britânico obrigará escolas e universidades a tomar medidas para impedir que os jovens caiam sob a influência dos jihadistas


Secretária de Segurança Interna britânica, Theresa May, durante apresentação em Londres. 24/11/2014



A Grã-Bretanha enfrenta a maior ameaça de segurança por terrorismo do que em qualquer momento antes ou desde os ataques de 11 de Setembro nos Estados Unidos, disse a secretária do Interior britânica, Theresa May, nesta segunda-feira.



O governo irá apresentar uma nova legislação antiterrorismo na quarta-feira para lidar com uma gama de ameaças, disse May, particularmente de britânicos que voltaram da luta na Síria e no Iraque junto a militantes islâmicos. 



O governo britânico obrigará escolas e universidades a tomar medidas para impedir que os jovens caiam sob a influência dos jihadistas, como a proibição de ingresso nesses centros educacionais para quem fomenta o radicalismo.


“Quando as agências de segurança e inteligência nos dizem que a ameaça que enfrentamos é agora mais perigosa do que em qualquer momento antes ou desde 11/9, nós devemos prestar atenção”, disse ela a uma audiência em Londres.


May disse que, desde que 52 pessoas foram mortas quando quatro britânicos realizaram atentados suicidas em Londres, em 2005, cerca de 40 planos terroristas foram interrompidos.

Isso inclui tentativas de conduzir ataques com armas em ruas do país, uma trama para explodir a Bolsa de Valores de Londres, planos para derrubar aviões e conspirações para assassinar um embaixador britânico e militares.


“Quase todos esses ataques foram evitados”, disse May. “Mas, como o IRA uma vez disse, os terroristas têm que ter sorte apenas uma vez."


Com informações da Reuters e da EFE.

Lava Jato: empresário recebeu R$ 5 milhões em propina

24 de novembro de 2014 • 08h03 • atualizado às 08h34


Valor foi pago pela empreiteira Galvão Engenharia, que diz ter sido forçada a aceitar senão ficaria sem contratos com a estatal

Dizendo-se representante da diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras, um empresário recolheu propina de R$ 5 milhões paga por uma empreiteira, de acordo com informações da Folha de S. Paulo. O relato foi feito à Polícia Federal pelo presidente da divisão industrial da Galvão Engenharia, Erton Fonseca, que disse ter feito o pagamento a Shinko Nakandari – o sobrenome correto é Nakandakari.




Segundo o jornal, a Galvão tem provas do pagamento, que serão apresentadas à Justiça. Shinko não foi localizado para comentar.


De acordo com o executivo da Galvão, que está preso, Shinko atuava junto do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que já fez uma delação premiada e prometeu devolver à União US$ 97 milhões obtidos ilegalmente do esquema.
Erton Fonseca afirmou à PF que Shinko um papel semelhante ao do doleiro Alberto Youssef nas obras tocadas perla diretoria de Abastecimento da estatal, então chefiada por Paulo Roberto Costa.


A Galvão diz ter sido alvo de extorsão: ou pagava suborno ou não tinha novos contratos com a petroleira. A Polícia Federal aponta que a empresa fechou R$$ 3,47 bilhões em contratos com a Petrobras entre 2010 e 2014. Já em consórcios foram R$ 4,1 bilhões em contratos entre 2007 e 2012. 

Mais Roubalheira!!! Polícia Federal cumpre 27 mandados da Operação Plateias


21 de novembro de 2014



 

Karla Cabral e Ana Fabre Do G1 RO


 A Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira (21), 27 mandados de condução coercitiva para localizar envolvidos no suposto esquema de desvio de verbas públicas e direcionamento de licitações no governo de Rondônia, revelado na Operação Plateias. As buscas são realizadas em sete estados, no Distrito Federal e na Espanha. Segundo as investigações da operação, iniciada na quinta-feira (20), uma organização criminosa, formada por lobistas e agentes públicos, teria desviado mais de R$ 57 milhões, em contratos que chegam a quase R$ 300 milhões.
 
Dos 27 mandados a serem cumpridos nesta sexta, 17 são em Rondônia, 1 no Acre, 1 no Amazonas, 1 na Bahia, 1 em Brasília, 2 em Goiás, 3 no Rio de Janeiro e 1 na Espanha. O mandado no país europeu foi expedido para que um militar do Exército, residente na Espanha, seja conduzido e ouvido sobre o caso. Na quinta, quando a operação teve início, foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e 129 pessoas foram conduzidas para prestar depoimento, entre elas, o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), apontado como um dos envolvidos. De acordo com a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, as investigações mostraram que o dinheiro do esquema abasteceu a campanha do governador, eleito em 2010 e reeleito neste ano.



Após ser levado à sede da Polícia Federal nesta quinta para depor, sem ser detido, e prestar esclarecimentos por cerca de seis horas, Confúcio disse, em coletiva à imprensa, que será duro e enérgico na exoneração dos nomes investigados na operação, tão logo haja mínimas comprovações de envolvimento no crime.


Segundo a apuração da PF, empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais.


Na quinta, também foram cumpridos mandados de busca em oito secretarias de estaduais de Rondônia, onde foram encontradas irregularidades em processos de licitação. Nas sedes das pastas de Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, e Obras e Serviços Públicos, localizadas em Porto Velho, foram apreendidos documentos, processos administrativos, notebooks, mídias e agendas. O material será analisado pela superintendência da Polícia Federal de Rondônia.


Quanto aos quatro envolvidos que foram detidos, a PF não divulgou oficialmente os nomes dos presos. A Polícia Federal informou apenas que dois deles estão em Porto Velho, na Penitenciária de Médio Porte, o Pandinha, um em Ji-Paraná, no Presídio Agenor Martins de Carvalho, e o outro em Brasília, no Complexo Penitenciário da Papuda. Os quatro ficarão detidos até a próxima segunda-feira (24), quando vence o prazo da prisão temporária. Caso seja necessário, a PF pedirá a prorrogação da prisão ao Ministério Público.


Depoimentos
O secretário estadual de Saúde de Rondônia, Williames Pimentel de Oliveira, está depondo na sede da PF nesta sexta-feira. Entre as irregularidades apuradas nas investigações, estão desvios de verbas e direcionamento de licitações para a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e em contratos para o fornecimento de alimentação a hospitais da rede pública estadual de saúde.

Um funcionário público licenciado que já atuou na Secretaria Estadual de Saúde e da Superintendência Estadual de Licitações também aguarda para depor na sede da Polícia Federal. O servidor não teve o nome divulgado.


O esquema
 
Segundo as investigações, que tiveram início em 2012, empresas interessadas em participar de licitações do governo de Rondônia eram obrigadas a fazer doações a campanhas eleitorais. As licitações eram direcionadas para serem vencidas pelas companhias que faziam parte do esquema criminoso. Em alguns casos, havia até mesmo dispensa de concorrência pública.

Também foram verificados pagamentos indevidos a agentes públicos. Teria sido criado um “fundo de propina”, que chegava movimentar cerca de R$ 2 milhões por mês.
Foram encontradas irregularidades na Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) e em oito secretarias do atual governo: Saúde, Justiça, Educação, Desenvolvimento Ambiental, Assistência Social, e Obras e Serviços Públicos.

Entre os contratos investigados estão o da construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o de fornecimento de alimentos a hospitais e presídios e o de compra de medicamentos.

Ufa!!O país descobre que crime não compensa.Parabens PF e MP!



 Natalia Luz e André Petry, Veja

NO ALVO – O juiz Moro: preocupação com a “confiança da sociedade” e a “credibilidade das instituições públicas” (Divulgação/VEJA)
 
 
Dispensando o barroquismo do juridiquês tão comum nos tribunais brasileiros, o juiz Sergio Moro, que comanda a já célebre Operação Lava Jato, escreveu 51 páginas ao autorizar a prisão da nata dos empreiteiros do país.


Na segunda metade do documento, Moro defendeu a correção dos acordos de delação premiada, que têm funcionado como uma usina de revelações, e explicou a necessidade das prisões dos executivos das empreiteiras. Sobre a delação premiada, disse que se trata de um instrumento “válido e eficaz”, sobretudo em casos complexos, como a lavagem de dinheiro, nos quais só a confissão de algum envolvido, às vezes, permite esclarecer as ramificações criminosas. Escreveu Moro: “Crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos.”



Foi ao discorrer sobre a necessidade das prisões, no entanto, que o juiz Moro tocou no ponto mais sensível e revelador do momento único que o Brasil atravessa. Primeiro, fez uma citação do sociólogo americano Edwin Sutherland (1883-1950), que cunhou a expressão “crime do colarinho branco”. A citação: “Crimes de colarinho branco criam desconfiança, o que diminui a moral social e produz desorganização social em larga escala. Outros crimes produzem relativamente menores efeitos nas instituições sociais ou nas organizações sociais.” A partir desse raciocínio, Moro explicou que a liberdade dos empreiteiros, aliada à gravidade dos crimes de que são suspeitos, era ofensiva à “confiança da sociedade” e à “credibilidade das instituições públicas”.



O dado mais revelador até agora da Operação Lava Jato é justamente esse: a credibilidade das instituições públicas. Com crescente autonomia, a Polícia Federal vem atuando com independência e profissionalismo. O Ministério Público, cuja eficácia não chega a ser uma novidade, tem trabalhado com a correção tradicional.


Além da própria Justiça Federal, onde atua o juiz Moro, outras instituições se juntaram às investigações, como a própria Receita Federal, sem as disputas e intrigas que tanto ajudaram a atropelar investigações no passado recente. Tudo isso tem se materializado no contexto de uma investigação que cresce a cada nova etapa, envolvendo gente cada vez mais graúda e que pode alcançar os gabinetes mais poderosos da República. Não é pouca coisa, nem coisa para países com instituições frágeis.

Houve absurda compra de votos, diz a ministra Eliana Calmon

Seg, 24/11/2014 às 08:49

Houve absurda compra de votos, diz a ministra Eliana Calmon

Biaggio Talento

  • Margarida Neide | Ag. A TARDE | 29.09.2014
    Eliana Calmon, candidata derrotada ao Senado pelo PSB


A ministra Eliana Calmon, candidata derrotada do PSB ao Senado, que obteve 70 mil votos a mais que Lídice da Mata, candidata ao governo do Estado pela mesma legenda, acredita que a política do Brasil vai mudar após a Operação Lava-Jato, e as máquinas de compra de votos, que ela disse ter existido este ano, devem ser desativadas.

Ministra, antes de tratar de política, gostaria de ouvir a senhora sobre dois juízes que tem se destacado nacionalmente, um pelo aspecto negativo e outro pelo positivo. Primeiro, o juiz João Carlos de Souza Corrêa, que processou uma servidora carioca por multá-lo e dizer que ele não era Deus. A senhora já o investigou como corregedora do Conselho Nacional de Justiça?

Quando cheguei à Corregedoria já encontrei uma denúncia contra ele que foi o estopim de tudo, exatamente o fato dele estar dirigindo sem carteira de motorista, o carro sem placa, o que deu origem a busca e apreensão do veículo e que levou essa moça (a agente de trânsito Luciana Silva Tamburini) a ser condenada. A partir daí, várias pessoas começaram a procurar para dar informações sobre o juiz, como um péssimo elemento. Aumentaram as queixas, a Corregedoria o estava investigando. As novas denúncias foram todas apuradas por mim.

Quais foram?

Por exemplo, ele não pagava a frutaria, a delicatessen da cidade de Angra (de sua comarca). Morava em um hotel e também não pagava. Havia também o envolvimento dele com questões de terra, mas isso ai não chegamos a ter provas concretas. Foram indícios que começaram a ser investigados. Eram muitos fatos e esses fatos demoraram a ser apurados, não cheguei ao fim dessa apuração, pois começaram em 2011 e eu sai da Corregedoria em 2012. Mas já deixei um processo disciplinar bastante volumoso, com diversas denúncias.

Ele a procurou para rebater as denúncias?

Sim. Foi com a mulher. Não gostei da postura dele. O achei muito arrogante. Chegava muita coisa contra ele e eu pensava: não é possível que aquilo tudo seja mentira.

O caso dele é abuso de poder?

Exatamente. Abuso de poder, muita prepotência e existe também denúncias de corrupção na área de cartórios. Agora, ele é muito ligado ao desembargador Luiz Zveiter que é o todo poderoso no Rio de Janeiro. Quem dá toda cobertura a ele é o Luiz Zveiter.

Isso explica o fato dele nunca ter sido punido no Rio.

Luiz Zveiter é muito poderoso e o poder maior dele (contra o qual eu abri sete processos disciplinares), vem de diversas situações. Ele é rico, o pai dele é Grão Mestre da Maçonaria, tem um grande escritório de advocacia e esse escritório, inclusive, é quem faz a advocacia da Rede Globo.

O outro personagem, desta vez positivo, é o juiz Sérgio Moro, que comanda o processo da Operação Lava Jato. De onde a senhora o conhece?

Ele era assessor da Ministra Rosa Weber (do Supremo Tribunal Federal) por ocasião do tempo que eu era Corregedora do CNJ. Passei a conhecê-lo mais de perto porque os juízes auxiliares da Corregedoria eram contemporâneos dele. E, às vazes, saíamos todos para almoçar. Ele é tido pelos colegas como um juiz exemplar. Estamos vendo isso agora. É um moço de bem, maduro, correto.

Ele é dessa escola de juízes como a senhora e o ministro Joaquim Barbosa que realmente levam o combate à corrupção a sério, não se intimidam.

Sim. Ele se especializou, fora do Brasil, para assumir uma das varas federais de lavagem de dinheiro, que a Corregedoria fez no tempo do ministro-corregedor Gilson Dipp. Então, esses contatos com o Coaf, Banco Central, CGU, tudo isso faz parte da nova escola da Magistratura que eu estava imbuída e quis fazer na Corregedoria. Não se esqueça que o grande problema que se deu comigo foi porque os juízes não aceitavam que a magistratura estivesse sobre a fiscalização do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão do Ministério da Fazenda). Agora, a Coaf se apresenta como importante veículo de combate à corrupção.

Entrando agora na política. Após as eleições a senhora se referiu a donos de partidos no PSB e na Rede na Bahia. Isso vai balizar uma decisão da senhora em relação ao seu futuro na política?

Sem dúvida. Na realidade, hoje, as pessoas ficam temerosas de terem nos partidos companheiros que pensem, que dê opinião, que falem. Sou uma pessoa que fala. Denuncio, digo o que está errado, o que está certo. Dentro do esquema dos partidos sou uma pessoa incômoda. Os partidos são, vamos dizer assim, empresas pequenas, onde três ou quatro dominam e as outras dizem amém. Eles querem pessoas acessíveis, que aceitem as normas. Não quem se rebela.

Em função disso, qual será o caminho da senhora?

Estou nos dois partidos (PSB e Rede). Fui colocada em nível nacional. Quem me levou para o PSB foi (o falecido ex-governador) Eduardo Campos. E na Rede entrei pelas mãos de Marina Silva, que é uma amiga minha. Estou em Brasília, onde passarei 15 dias, para conversar com ela, calmamente, sobre o futuro da Rede, como também conversarei com o Carlos Siqueira, que é o presidente nacional do PSB. A partir dessa conversa, eu vou me posicionar. Também não quero criar conflito com ninguém. Com esses políticos profissionais, que atravessaram a vida como políticos, não vou absolutamente criar problemas. Agora, creio que o quadro partidário vai mudar muito ano que vem. Não vamos continuar como estamos. Da onde é que vem o baixo nível dos políticos? Vem exatamente da postura dos partidos. Você não tem nome que represente novidade, de consistência, de envergadura moral, intelectual na Bahia. Não tem por quê? Será que a Bahia não tem gente nova? Não tem porque dentro desse esquema, ninguém quer, ninguém chega.

Essa primeira campanha para o Senado colocou a senhora a par da realidade dos partidos...

Foi a minha grande descoberta. Eu observei como as coisas se comportam. Por que na Bahia ocorre isso? Porque não existe incentivo para os novos nomes na política. Pelo contrário.

Então, uma definição só depois dessas conversas em Brasília?

Isso. Só vejo dizer: "Não, o PSB quer se reorganizar". Reorganizar como, dentro do mesmo diapasão, com as mesmas pessoas? Se as pessoas atravessaram suas vidas dentro desse esquema, não vão querer melhorar a política. Quem é o grande da Rede na Bahia? Não tem. São pessoas que se deram mal nos outros partidos, principalmente o PT, correu para a Rede.

A senhora já declarou também que a senadora Lídice da Mata, candidata a governadora pelo PSB, foi mais petista que socialista na campanha...

Nunca foi diferente. Mas é coerência. Ela tem afetos, é ligadíssima à família (do governador) Jaques Wagner, ao (secretário José Sérgio) Gabrielli, que é compadre dela. Isso não se desfaz de uma hora para a outra. O rompimento de Eduardo Campos com o PT foi político, mas que não o levou a outros rompimentos. Era preciso ser muito político profissional para separar afetos pessoais de interesses políticos. E isso, com a formação latina que temos, é muito difícil.

Na campanha deste ano se falou muito em compra de votos pelo interior. A senhora recebeu alguma proposta nesse sentido?

Algumas pessoas foram oferecer. Mas é assim: "Olha eu tenho dois mil votos e custa tanto". Isso ocorreu. Tenho um amigo político em Teixeira de Freitas que me disse. "Olha doutora Eliana, eu passei a admirar a senhora quando um cabo eleitoral chegou e disse que tinha três mil votos que custava tanto e a senhora respondeu: esses votos não me interessam. Eu quero votos espontâneos". Acho que tive muitos votos, mais de meio milhão, mas o que digo é o seguinte: esses votos foram conscientes ou incentivados por pessoas que me conheciam e davam depoimento.


Não teve voto de cabo eleitoral, comprado. O que prova que o povo quer mudança, quer seriedade. Estou numa situação muito cômoda para ser a terceira via. Em primeiro lugar não tenho os pecados originais, como não sou política, não tenho rabo de palha; segundo, tenho a vantagem de ter a minha aposentadoria (como ministra) e não ter problemas financeiros, não preciso de partido para sobreviver, não quero um emprego; em terceiro lugar tenho um nome já formado fora da política.

A senhora pretende, então disputar a próxima eleição municipal?

Na campanha eu dizia. Se Aécio Neves (PSDB) ganhar a eleição, vamos continuar a polarização (com o PT) e aí eu tenho condições de continuar sendo uma terceira via. Mas se Dilma Rousseff vencer não existirá mais a polarização. Isso, porque, na minha concepção, houve uma compra de votos de tal magnitude, um uso da máquina governamental de tal monta que não sobrou espaço para uma terceira via porque tudo virou comércio. Então, qualquer pessoa que entrar na política será esmagada por essa máquina do mal, porque ninguém desconhece que houve um absurdo de compra de votos e aparelhamento do Estado.

Uma reforma política não seria uma solução?

Acho que o modelo se esgotou. O que aconteceu nessas eleições possivelmente não acontecerá nas próximas. Pois tudo isso que se está vendo de apuração na Petrobras (na operação Lava-Jato) e já se encaminha para outras áreas como Correios, em Eletrobras, vai fazer com que o Brasil entre um novo ciclo. Vai acabar renovando a política à força.


Que não será mais a força de aparelhamento do PT, pois como está não tem condições de alguém vencer a eleição. O prefeitos estão de pires na mão. O governo federal diminuiu os recursos do Fundo de Participação dos Municípios e deram mais encargos aos prefeitos e eles, para sobreviver, precisam fazer alianças. Ninguém liga para a infidelidade partidária. O PSB tem 32 prefeitos na Bahia. Somente dois foram ostensivamente para o lado de Lídice. Os outros ficaram com o PT. E o PSB não fez nada.


VERGONHA! Quem paga a conta somos nós, com nossos salarios suados! TCU vê sobrepreço de R$ 1,1 bi em obras de empreiteiras

Seg, 24/11/2014 às 07:09


As empreiteiras suspeitas de integrar o esquema de corrupção na Petrobras ganharam de outros órgãos e empresas federais obras com valores que podem ter sido inflados em ao menos R$ 1,1 bilhão, segundo relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) analisados pelo jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com auditorias abertas a partir de 2003, o chamado "clube vip" de empreiteiros teve contratos superfaturados em 20 grandes empreendimentos, como a construção de ferrovias, rodovias, aeroportos e canais da Transposição do Rio São Francisco.


As auditorias e relatórios técnicos ainda não chegaram a render conclusões do TCU. Isso porque, na maioria dos casos, as empreiteiras contestam, por meio de recursos, os critérios usados pelo tribunal.


De acordo com os técnicos do TCU, tanto na Petrobras quanto em obras de outras áreas do governo, o sobrepreço em planilhas de materiais e serviços é a principal fonte de prejuízos nos empreendimentos tocados pelas construtoras, que tiveram parte de executivos presa na sétima fase da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final e deflagrada no dia 14. Na estatal petrolífera, o "clube" dos empreiteiros obteve contratos de R$ 59 bilhões. Segundo o TCU, as irregularidades detectadas em empreendimentos da Petrobrás somam R$ 3 bilhões.



Ampliação
A Polícia Federal pretende ampliar o leque das investigações para além da Petrobras. Os relatórios do TCU são usados como ponto de partida para as investigações. A suspeita é que o esquema de corrupção na estatal, que envolvia o pagamento de propina e o financiamento ilegal de partidos em troca de contratos superfaturados, tenha funcionado em outras áreas do governo.
"Essas empresas tinham interesses em outros ministérios capitaneados por partidos. São as mesmas que participaram de várias outras obras no Brasil", afirmou à Justiça Federal o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que aceitou colaborar com as investigações.


Na construção das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste em Goiás e Tocantins, contratada pela Valec, a diferença de preços alcança R$ 475 milhões. Na Norte-Sul, as empresas do "clube" assumiram 14 lotes de obras. Em quatro deles, sob responsabilidade da Constran-UTC, o TCU achou "gordura" de R$ 64,6 milhões em contratos que somam R$ 390 milhões.


Em outros três segmentos a cargo da Andrade Gutierrez, orçados em R$ 702 milhões, os preços tiveram um aumento de R$ 112 milhões. Só no trecho de 109 quilômetros entre Córrego Jabuti e Córrego Cachoeira Grande, no Tocantins, o contrato inicial com a construtora, de R$ 270 milhões, estava R$ 43 milhões ou 15% mais caro.


A Valec ainda firmou aditivos que aumentaram o valor global dos serviços para R$ 290 milhões. Um dormente, que deveria custar R$ 279, saiu a R$ 367 para o contribuinte. O TCU mandou a estatal repactuar os preços e abriu tomadas de contas - tipo de processo que serve para confirmar os danos ao Erário e identificar responsáveis.


Por conta do superfaturamento nas ferrovias, o Ministério Público Federal ajuizou ações penais e de improbidade administrativa contra executivos das empreiteiras e a antiga cúpula da Valec - afastada em 2011, em meio a denúncias de corrupção. Para a procuradoria, há similaridades com o caso Petrobrás. O ex-presidente da estatal José Francisco das Neves, o Juquinha, chegou a ser preso em 2012, na Operação Trem Pagador, acusado de enriquecer a partir de desvios da Norte-Sul. Ele nega.


Os contratos com a Valec se encerraram sem que todas as obras previstas fossem entregues. A estatal contratou novas construtoras para terminá-las.

O TCU também suspeita de superfaturamento em outros projetos, como o Metrô de Salvador. O consórcio formado por Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez recebeu R$ 312 milhões para construir o trecho Lapa-Pirajá, Segundo cálculos de auditores, a preços de mercado, o segmento custaria R$ 146 milhões. Por causa disso, a corte determinou que as empresas recolham a diferença de R$ 166 milhões aos cofres federais. Elas recorreram.


Transposição
Na Transposição do Rio São Francisco, vinculada ao Ministério da Integração Nacional, a Odebrecht firmou contrato de R$ 458 milhões para construir o canal do Sertão Alagoano. Pelas contas do tribunal, houve um sobrepreço R$ 59 milhões, equivalente a 13%.

A Queiroz Galvão, em consórcio com a Galvão Engenharia, arrematou outros dois lotes, orçados em R$ 690 milhões, para escavar o Canal Adutor Vertente Litorânea, no Estado da Paraíba. Materiais e serviços previstos no contrato estão R$ 34 milhões mais caros que no mercado. Na quarta-feira, o tribunal determinou ajuste nos orçamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

MPF considera que há provas para pedir condenação de 15 investigados


  23/11/2014 22h37


Denúncias sairão antes do recesso do Judiciário, em 20 de dezembro.
Executivos de empresas e ex-diretores da Petrobras devem ser atingidos.

Do G1, com informações do Fantástico
Força-tarefa do Ministério Público Federal considera que já há provas suficientes para pedir a condenação de 15 investigados que estão com a prisão preventiva decretada e seguem na carceragem da Polícia Federal, envolvidos na Operação Lava Jato – que apura suposto cartel entre empreiteiras para fraudar licitações e obter contratos na Petrobras, mediante pagamento de propina a agentes públicos.


Entre eles está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, acusado de crimes como organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.


As denúncias serão apresentadas antes do recesso do Judiciário, no dia 20 de dezembro, e devem atingir 11 executivos de seis grandes empreiteiras:

Camargo Corrêa, Mendes Junior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix e UTC. Nos primeiros depoimentos, alguns executivos alegaram que foram coagidos a pagar propina para manter os contratos com a Petrobras.


Nas denúncias devem ser incluídos, além dos executivos das empreiteiras e do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, também o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, que assinou um acordo de delação premiada e cumpre prisão domiciliar, além de Fernando Soares, o Fernando baiano, apontado como operador do PMDB no esquema criminoso, e Alberto Youssef, que está em uma cela separada dos outros presos na Polícia Federal, em Curitiba.


Na decisão que decretou a prisão preventiva dos investigados, o juiz Sérgio Moro informou que os crimes retratam uma empreitada delituoso comum, com a formação do cartel das empreiteiras, as frustrações das licitações, a lavagem de dinheiro, o pagamento de propina a agentes da Petrobras e as fraudes documentais.


O doleiro Alberto Youssef, que também assinou um acordo de delação premiada com a Justiça, já detalhou em mais de 100 horas de depoimentos como funcionava a organização criminosa. O trabalho, que já está perto de ser concluído, demorou mais do que o previsto porque os investigadores têm poupado Youssef de longas sessões de depoimento. Ele sofre de problemas cardíacos e já foi internado três vezes desde que foi preso, em março.


A advogada de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, o único investigado da operação que ainda está foragido, informou ao Fantástico que ele vai se entregar na sede da Polícia Federal em Curitiba nesta segunda-feira (24). Adarico Negromento é suspeito de fazer o transporte de dinheiro vivo em nome do doleiro Alberto Youssef. O Fantástico foi à casa do investigado neste domingo (23), em São Paulo, mas ninguém atendeu.


O advogado de Renato Duque diz que não teve acesso à delação, o que, segundo ele, configura cerceamento de defesa. Afirmou ainda que a delação premiada não é prova, e sim um meio para se buscar uma prova. Por isso, o advogado considera precipitado o oferecimento da denúncia. Os advogados de Paulo Roberto Costa e de Fernando Soares não foram localizados neste domingo. A defesa do doleiro Alberto Youssef informou que não vai se manifestar.


VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)
Lava Jato presos e soltos 21.11 (Foto: Editoria de Arte/G1)