sábado, 15 de novembro de 2014

Boulos, a CUT e outros esbirros do poder marcharam contra “a direita”; quem for neste sábado marchará a favor do “estado de direito”

4/11/2014 às 16:27


Manifestações de protesto contra o governo Dilma estão sendo marcadas pelas redes sociais em várias cidades do país para este sábado, aniversário da Proclamação da República. 



Como costuma acontecer nesses casos, nunca se sabe quantas pessoas serão efetivamente mobilizadas. Podem aparecer alguns poucos entusiasmados; podem ser muitos os indignados. Não importa! Protestar contra o governo de turno, desde que segundo as regras da civilidade, é um dos atributos dos regimes democráticos. 


Observe-se que os que hoje se levantam contra a roubalheira e os desmandos não dispõem de uma clientela, como a do sr. Guilherme Boulos, o chefão do MTST, que saiu ontem a vomitar impropérios em defesa do governo. Também não contam com as facilidades da CUT, o sindicalismo chapa-branca que se ancora no dinheiro de um imposto, sobre o qual não precisa nem prestar contas.


Se, neste sábado, houver 10 ou 10 mil indivíduos nas ruas, lá eles estarão por conta própria. Não estarão ocupando o espaço público para ganhar uma casinha do movimento do sr. Boulos. Tampouco serão meros contínuos de um partido político, financiados com capilé oficial. Os protestos marcados para este sábado, reúnam 10 ou 10 mil, são expressões da cidadania sem cabresto, da cidadania que não se deixa capturar por um partido político, por um ente de razão, por uma ideologia redentora que precisa alimentar o ódio para ganhar musculatura.


O país vive um dos momentos mais delicados de sua história. 


Esquerdistas de fancaria, nababos alimentados com dinheiro público, burguesotes do capital público e alheio, pilantras que mamam nas tetas do governo, essa escória política resolveu inventar que existe um movimento golpista no país, mesmo truque empregado em 2005, quando explodiu o escândalo do mensalão. Uma cobertura irresponsável dos protestos antigovernistas tentou pespegar essa pecha em pessoas comuns, justamente indignadas com o fato de que o fruto do seu trabalho é hoje, na prática, expropriado por bandidos.


Golpista uma ova! Golpistas são os assaltantes da Petrobras. Golpistas são os ladrões de dinheiro público. Golpistas são os que usam o estado brasileiro a serviço de seu projeto de poder. Golpistas são aqueles que se consideram os donos da agenda, os donos da história, os donos do Brasil. Não sei, reitero, se haverá nas ruas 10 ou 10 mil, mas que todos estejam imbuídos de um único propósito: fazer valer a Constituição; fazer valer as leis; fazer valer o estado de direito. Um único homem pedindo justiça já pode ser o início da revolução da decência.


Repudiem, insisto neste aspecto, os imbecis que eventualmente comparecerem a atos públicos cobrando intervenção militar. Ou são idiotas ou, o que é mais provável, agentes provocadores, que alimentarão o jornalismo da distorção.
Vai triunfar a lei no país, queiram eles ou não. Se ficar comprovado que Dilma não sabia da roubalheira em curso na Petrobras, ela não perderá seu mandato — não por isso ao menos. Se ficar comprovado que sabia, então será deposta. Não por um golpe, mas pela Constituição. Já aconteceu antes, e o país se fortaleceu.


A melhor palavra de ordem para quem quer ocupar as ruas não é o “impeachment de Dilma”. Que a banda boa da Política Federal, da Justiça e do Ministério Público se encarreguem da questão. A boa palavra de ordem é a defesa das leis e do estado de direito.


Guilherme Boulos, a CUT e seus truculentos disseram marchar nesta quinta contra a direita. Errado! Eles foram às ruas contra o estado de direito. E vão perder. Não! O Brasil não pede uma intervenção militar. O Brasil pede a intervenção da sociedade civil, lúcida, democrática, aberta ao futuro, sorridente, esperançosa e feliz.


Esses mortos-vivos que tentam impedir o Brasil de se expressar vão perder.
Texto publicado originalmente às 15h46
Por Reinaldo Azevedo

Autódromo Celina pede e TCDF suspende licitação do Autódromo Nelson Piquet


14 de novembro de 2014



O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) acatou a representação, protocolada pela deputada Celina Leão (PDT), contra  a Agencia de Desenvolvimento do Distrito Federal (TERRACAP) e a Companhia urbanizadora da Nova Capital (NOVACAP), pedindo a suspensão do convênio nº 71/2014 que trata da licitação para reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Com a decisão a licitação fica suspensa.


“Queremos que a competição aconteça, mas sem a necessidade de uma obra faraônica, pelo que levantamos é possível fazer os reparos necessários para que a  corrida aconteça,  com cerca de R$ 20 milhões”, explica a deputada.


De acordo com a decisão do TCDF a licitação fica suspensa até que a TERRACAP e a NOVACAP apresentem ao Tribunal todos  os esclarecimentos necessários, aos questionamentos elencados pela representação da deputada Celina Leão, juntando a documentação comprobatória. O Tribunal também, pede relatório das autorizações de viagens com destino à cidade de Indianápolis nos EUA e esclarecimentos sobre a construção do Kartódromo.


Quatro servidores da TERRACAP, inclusive a diretora, Maruska  Lima, viajaram por conta do Estado para Indianópolis nos EUA, dos dias 7 a 16 de maio de 2014, período que coincide com o Grande Premio GP de Indianápolis, que aconteceu no dia 10 de maio. De acordo com a publicação no Diário oficial do DF, o objetivo da viagem era observarem in loco as instalações para o projeto de adequação e reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet.

“Esta é a ponta do iceberg da farra com o dinheiro público. Vamos aguardar os relatórios da viagem dos servidores para tomarmos as providencias de fiscalização”,  observa a deputada.

Um tiro nas empreiteiras


15 de novembro de 2014




*** Uma parte considerável dos congressistas deve estar preocupadíssima com a sétima temporada da Operação Lava Jato. Um verdadeiro “tiro” nas principais empreiteiras do país.  A razão é bem simples: algo em torno de 70% dos nossos parlamentares recebem generosas quantias de empreiteiros – pequenos e grandes – para garantir suas eleições. O segundo ato é  integrar um verdadeiro “exército” para garantir os interesses – público e privado –  de seus “donos”.

Gastos eleitorais
Só para se ter uma ideia, o total gasto em campanha pelos deputados e senadores eleitos para assumir em 2015 chegou a R$ 1,1 bilhão. O número foi levantado pelo Estadão com base na prestação de contas dos candidatos, divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O montante é 11% maior em relação a Eleição de 2010, descontada a inflação do período. O dinheiro vem principalmente de empresas, fator que a prometida reforma política promete pôr fim.

Grande demais
*** Um atento observador dos constantes escândalos da República dizia agora à tarde que a sua preocupação é de que a Lava Jato ficou com um tamanho enorme. Caso se leve a sério, teremos ter grandes baixas em todos os poderes.

Mesadas
*** A coisa está tão feia que se fala em possíveis mesadas em lugares que deveriam investigá-las.

Delação

*** Uma delação premiada do lobista do PMDB junto à Petrobras, Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, poderá derrubar alguns caciques da ala governista do partido. “Baiano” está refletindo sobre o que fazer no exterior. Aguarda o momento adequado para uma integrada “triunfal”.

Muitos documentos
*** Quem conhece o lobista do PMDB, Fernando Baiano, traça o seguinte perfil: perigoso, imprevisível quando pressionado e possuidor de muitos documentos.

Em risco
*** Um poderoso deputado federal carioca que se cuide com a Operação Lava Jato. Muitas turbulências estão chegando.

Sem cota
O governador do DF, Agnelo Queiroz, acabou com a chamada “cota” dos veículos de comunicação, uma pratica de quase 20 anos. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fez o mesmo em Goiás. O próximo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deverá adotar a mesma política do fim da “mesada” mensal.

Sem noção
Alguns parlamentares que não conseguiram a reeleição não se cansam de falar mal do governo de Rodrigo Rollemberg, que nem começou e sequer escolheu o  secretariado.

Ranking
Reeleito deputado distrital e já pronto para sair do cargo, o presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (foto), entrou no ranking dos presidentes maus pagadores dos veículos de comunicação do DF. Só para se ter uma ideia, a tramitação de um simples pagamento na Casa leva mais de três meses. Na liderança continua o ex-presidente Patrício, que acaba de ser rejeitado pela urnas.

A casa petista caindo, os tucanos com dedo em riste e o efeito Rhonda Byrne

tucanos
Rhonda Byrne é uma picareta, ops, escritora que vendeu milhões cópias de seu livro “O Segredo”, que ensinava uma técnica “fantástica”: basta desejar que as coisas acontecem. Pelo menos para ela funcionou.


Mas o que Rhonda Byrne tem a ver com os recentes ocorridos na Operação Lava Jato, que hoje causou um verdadeiro fuzuê para o governo? Antes veja a matéria do Estadão:
Quatro presidentes de grandes empreiteiras, 15 executivos e um ex-diretor da Petrobrás ligado ao PT tiveram prisões decretadas nesta sexta-feira, 14, em uma ação policial de proporções inéditas no País. Foi a sétima etapa da Operação Lava Jato, batizada de Juízo Final, cujo principal objetivo é buscar provas contra corruptores.

Nove construtoras que estão entre as maiores doadoras de campanhas e concentram as obras públicas mais vultosas do Brasil tiveram suas sedes vasculhadas pela força-tarefa que apura desvios na Petrobrás.

O cartel de empresas sob suspeita amealhou, mediante fraudes e pagamento de propinas, o equivalente a R$ 59 bilhões em contratos na estatal petrolífera, segundo os investigadores.

Os 36 investigados nessa fase da operação tiveram R$ 720 milhões em bens bloqueados.

As suspeitas envolvem possíveis crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à lei de licitações e lavagem de dinheiro.

As prisões dos presidentes das empreiteiras são temporárias, com duração de cinco dias, mas podem ser prorrogadas “por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade”.

Para cumprir os 85 mandados judiciais, foram mobilizados 300 policiais federais, com o apoio de 50 servidores da Receita Federal, no Paraná, São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal.

Entre os presos estão os presidentes da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, e da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa. Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, não havia sido preso ou se entregado até a conclusão desta edição. Valdir Carreiro, que comanda a Iesa Óleo e Gás, vai se entregar à noite.

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de dois executivos da Odebrecht. O Ministério Público pediu a prisão de Márcio Faria da Silva e Rogério Santos de Araújo. A Justiça não autorizou, segundo a Polícia Federal.

O ex-diretor-presidente da construtora Queiroz Galvão, Ildefonso Colares, se entregou na superintendência da PF em Curitiba no final da tarde. A assessoria de imprensa da Queiroz informou que ele não trabalha para o grupo desde 2012. O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, que mora em Brasília, negociou com a PF se entregar em Curitiba até o fim da noite.

Agentes da Polícia Federal em frente ao prédio da Camargo Correia, na capital paulista

Ligações. A prisão do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, antecipada pelo portal estadao.com.br, contudo, foi a que mais deixou Brasília apreensiva. Ele foi mantido na diretoria da Petrobrás de 2004 a 2012.

A indicação partiu de José Dirceu, condenado no mensalão – o ex-ministro nega ter feito a indicação. A suspeita é que o outro elo com o partido seja o tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

O Ministério Público Federal, que integra a Operação Lava Jato, chegou a pedir a prisão da cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, o que foi negado pela Justiça. Acusada de receber “quantias vultosas em espécie” do doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema, a pedido da empreiteira OAS, ela prestou depoimento em cumprimento a mandado de condução coercitiva.

O Ministério Público acusa Duque de receber propina em contas abertas em paraísos fiscais fora do País ou em dinheiro vivo. Os pagamentos seriam viabilizados pelo principal agente financeiro da organização investigada: Youssef. O doleiro aceitou fazer delação premiada em troca de redução de pena.

O operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobrás Fernando Soares, o Fernando Baiano, também teve mandado de prisão expedido pela Justiça. Os policiais, entretanto, não encontraram Baiano.
Em abril, 46 investigados na Lava Jato foram indiciados. Em depoimentos à PF e à Justiça Federal no Paraná, onde corre o processo, Costa chegou a afirmar que fazia pagamentos de propina a integrantes de partidos políticos, entre eles PP, PMDB, PT e PSDB.

O Ministério Público Federal e a PF destacaram que a operação deflagrada nesta sexta tem base em documentos apreendidos nas fases anteriores da Lava Jato e nos depoimentos de testemunhas e colaboradores, exceto as delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef.

As revelações feitas por Costa e Youssef estão sob o crivo do Supremo Tribunal Federal porque envolvem deputados e senadores, que detêm foro privilegiado perante a Corte.
E enquanto isso, com o que a BLOSTA está preocupada? Leia o texto “Aécio e Aloysio celebram prisão ‘A casa caiu’”:
Os tucanos estão se sentindo com a alma lavada no Dia D da Operação Lava Jato. Em São Paulo, os senadores Aécio Neves e Aloysio Nunes, que foram companheiros de chapa na eleição presidencial, usaram de ironias em seus primeiros comentários sobre as prisões e ocupações de sedes de empreiteiras realizadas na manhã desta sexta-feira 14 pela Polícia Federal.

- Tem muita gente sem dormir em Brasília, divertiu-se Aécio, que estava ao lado do governador Geraldo Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique. Estes preferiram não fazem comentários, mas o senador Aloysio não perdeu a chance de completar a frase do colega mineiro:
- A casa caiu.
Para Aécio, a prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e de executivos de empreiteiras revelam que o esquema de corrupção dentro da companhia era maior do que se imaginava inicialmente.


- Cada vez é mais clara a percepção de que não havia um ato isolado de um ou dois dirigentes, mas uma estrutura criminosa dentro da estatal.


Adotando um tom mais sério, Aécio completou:
- A Petrobras incorpora à sua belíssima história a marca perversa da corrupção em razão das ações desse governo.



O PSDB se vê como imune a esse escândalo e acredita só ter a ganhar com os desgates políticos que toda a movimentação da PF pode acarretar. Entre as prisões do dia está a da irmã do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, Marice Corrêa Lima. A condução coercitiva dela já é vista como uma forma de pressão sobre Vaccari, a exemplo do que ocorreu com o ex-diretor Paulo Roberto Roberto Costa, que teve o escritório de sua filha e seu cunhado ocupado pela PF logo depois de sua prisão.
Todos esses colunistas da BLOSTA seriam engraçados se não estivessem mamando nas tetas do governo, lutando para nos oprimir com suas demandas por censura. Sem o aparelhamento estatal, certamente serviriam como humoristas involuntários.



Este não foi o primeiro e nem será o último texto onde esse pessoal transfere a responsabilidade de algo negativo em seu governo não para os verdadeiros responsáveis, mas para a oposição que estaria “torcendo contra”. Dia desses, outro texto do Brasil247 dizia que a Globo quer ver Petrobrás 
condenada nos EUA.



Já imaginaram se a moda pega? Um sujeito que estiver no rala e rola com sua amante no motel e é flagrado pela esposa (junto com um detetive), pode dizer: “É, mas você torceu para eu estar aqui com ela!”.


A mente deformada desse pessoal já não trata mais os fatos como eles são, mas como eles podem ser interpretados por sua conveniência. A partir daí, o problema não estaria com o criminoso, mas com alguém que teria “torcido” para o sujeito cometer o crime. Mesmo que essa torcida nem tenha existido. (Embora, é claro que qualquer pessoa lúcida esteja torcendo para as provas aparecerem e a justiça ser feita)


Provavelmente os petistas e seus jornalistas estão querendo fazer uma nova teoria inspirada no livro de Rhonda Byrne. Seria “O Segredo Parte 2″? É mais ou menos assim: os crimes do Petrolão, assim como suas investigações, só existem devido à torcida do PSDB, da direita “reacionária” e da “mídia golpista” para que tudo ocorresse.

Convocação geral para as manifestações de HOJE, 15 de novembro

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Pessoal, segue abaixo lista distribuída por Lobão no Facebook com a convocação geral e os locais das concentrações em todo o Brasil:



Americana, SP – Praça Comendador Müller
Aracaju, SE – Praça Camerindo
Balneário Camboriú, SC – Praça Almirante Tamandaré
Belo Horizonte, MG – Praça Sete
Bentro Gonçalves, RS – Prefeitura Municipal
Brasília, DF – Esplanada dos Ministérios
Campinas, SP – Largo do Rosário
Campo Grande – MS – Praça do Rádio
Canoas, RS – Praça do Avião (BR-116)
Cascavel, PR – Igreja Catedral
Caxias do Sul, RS – Em frente à catedral
Cuiabá, MT – Prefeitura Municipal
Curitiba, PR – Praça Rui Barbosa
Dourados, MS – Praça Antônio João
Dracena, SP – Praça Arthur Pagnozzi
Fortaleza, CE – Av. Beira Mar com Barão de Studart
Foz do Iguaçu, PR – Praça do Mitre
Goiás, GO – Praça Pedro Ludovico
Goiânia, GO – Parque Vaca Brava
Indaiatuba, SP – Praça do Cato
Joinville, SC – Praça da Bandeira
Juiz de Fora, MG – Parque Halfeld
Jundiaí, SP – Parque da Uva
Limeira, SP – Praça José de Barros
Londrina, PR – Av. Higienópolis
Londrina, PR – Praça da Concha Acústica
Marília, SP – Prefeitura
Natal, RN – Arena das Dunas
Natal, RN – Largo do Atheneu
Novo Hamburgo, RS – Praça do Imigrante
Palmas, TO – Praça dos girassóis
Passo Fundo, RS – Prefeitura
Patrocínio, MG – Praça Santa Luzia
Petrolina, PE – Portal da Orla
Porto Alegre, RS – Parcão
Recife, PE – Avenida Boa Viagem
Ribeirão Preto, SP – Teatro Pedro II
Rio de Janeiro, RJ – Copacabana Palace
Salvador, BA – Farol da Barra
Santa Maria, RS – Praça Saldanha Marinho
Santos, SP – Praça Independência
São Paulo, SP – Vão do MASP
Tangará da Serra, MT – Av. Brasil (Escola 13 de Maio)
Taubaté, SP – Praça Santa Terezinha
Teresina, PI – Igreja São Benedito
Valinhos, SP – Próximo a Rodoviária
Vitória, ES – UFES


Veja o vídeo da convocação para as manifestações amanhã, 15/11, as 14 hrs. em todo o Brasil:

REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA REVELA TUDO SOBRE A PRISÃO DOS BILIONÁRIOS DO PETROLÃO QUE ROUBAVAM A PETROBRAS COM A COMPLACÊNCIA DE LULA E DILMA, SEGUNDO ACUSAÇÃO O DOLEIRO YOUSSEF.




AQUI UM RESUMO DA REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA VEJA
 
 
 
Em um país de instituições mais frágeis, a prisão por suspeita de corrupção de altos executivos das maio­­res empresas nacionais não se efetivaria nunca ou produziria uma crise institucional profunda. Antes, portanto, de entrarmos nos detalhes dessa pescaria da Polícia Federal em águas sujas da elite empresarial, celebremos a maturidade institucional do Brasil — a mesma que foi posta à prova e passou com louvor quando o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou para a penitenciária a cúpula do partido no poder responsável pelo escândalo do mensalão.
O 'CAPO', AMIGÃO DO LULA.
CHEFE – Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, nesta sexta-feira: o "capo" do cartel da Petrobras gostava de repetir que tinha um único amigo no governo – "o Lula"
Esse senhor pesadão, bem vestido, puxando uma maleta com algumas mudas de roupa e itens de higiene pessoal, não está se dirigindo a um hangar de jatos executivos para mais uma viagem de negócios. Ele está sendo conduzido por policiais para uma temporada na cadeia. 
 
 
A foto ao lado mostra o engenheiro Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, apontado por investigações da Operação Lava-Jato como o “chefe do clube”. Um clube muito exclusivo, diga-se. Dele só podiam fazer parte grandes empresas que aceitassem as regras do jogo de corrupção na Petrobras. 
 
 
 
Por mais de uma década, os membros desse clube se associaram secretamente a diretores da estatal e a políticos da base aliada do governo para operar um dos maiores esquemas de corrupção já desvendados no Brasil — e, por sua duração, volume de dinheiro e penetração na mais alta hierarquia política do país, talvez um dos maiores do mundo.
 
 
 
Dono de uma holding que controla investimentos bilionários nas áreas industrial, imobiliária, de infraestrutura e de óleo e gás, Pessoa foi trancafiado numa cela da carceragem da Polícia Federal. 
 
 
 
Ele e outros representantes de grandes empreiteiras que se juntaram para saquear a maior estatal brasileira e, com o dinheiro, sustentar uma milionária rede de propinas que abasteceu a campanha de deputados, senadores e governadores — e, mais grave ainda, segundo declaração do doleiro Alberto Youssef à Justiça, tudo isso teria se passado sob o olhar complacente do ex-presidente Lula e de sua sucessora reeleita, Dilma Rousseff.

Na ação policial de sexta-feira foram presos dirigentes de empresas que formam entre as maiores e politicamente mais influentes do Brasil: OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Iesa e Galvão Engenharia. Essas companhias são responsáveis por quase todas as grandes obras do país. 
 
 
 
Os policiais federais vasculharam as salas das empresas ocupadas pelos suspeitos presos e também suas casas. Embora tendo executivos seus citados por Youssef e Paulo Roberto Costa, o e­­x-diretor da Petrobras preso em março, que está contribuindo nas investigações, não foram alvos das investidas policiais da sexta-feira passada dirigentes de outros dois gigantes do ramo: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. 
 
 
 
O juiz Sergio Moro recebeu pedido dos procuradores para emitir ordem de prisão contra dois altos executivos da Odebrecht. Negou os dois, mas autorizou uma incursão na sede da empresa em busca de provas.
O ELO – Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, que cobrava 3% de propina para o PT: preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele tinha contas secretas no exterior
“Hoje é um dia republicano. Não há rosto e bolso na República”, declarou o procurador Carlos Fernando Lima, integrante da força-tarefa encarregada da Lava-Jato, a origem da investigação.
 
 
No rol dos empreiteiros caçados pela polícia estavam megaempresários, como Sérgio Mendes, da Mendes Júnior, João Auler e Eduardo Hermelino Leite, da Camargo Corrêa, Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide, da Queiroz Galvão, Léo Pinheiro, da OAS, e Gerson Almada, da Engevix. Uma parte dos alvos não havia sido localizada pela polícia até o fim da tarde de sexta. Alguns estavam em viagem no exterior e foram incluídos na lista de procurados da Interpol. O juiz Moro bloqueou 720 milhões de reais em bens dos investigados.
 
 
 
O papel central de Ricardo Pessoa, da UTC, no esquema foi detectado logo no princípio das investigações. Não demorou muito para que os policiais e procuradores não tivessem mais dúvida. Aos curiosos com sua prosperidade crescente nos últimos anos, Ricardo Pessoa dava uma explicação que, até o estouro do escândalo, parecia apenas garganta: 
 
 
 
“Só tenho um amigo no governo: o Lula”. 
 
 
 
Pessoa coordenava o cartel, do qual participavam treze empreiteiras. Esse grupo de privilegiados se encontrava para decidir o preço das obras na Petrobras, dividir as responsabilidades pela execução de cada uma delas — e, o principal, o valor da propina que deveria sobrar para abastecer os escalões políticos. 
 
 
 
Tecnicamente, esse era o grupo dos corruptores. Os diretores da Petrobras participantes do esquema eram os corruptos. De cada contrato firmado com a Petrobras, os empresários recolhiam 3% do valor, que se destinava a um caixa clandestino. 
 
 
 
O pagamento era feito de diversas maneiras: em dinheiro vivo e em depósitos no exterior ou no Brasil mesmo, em operações maquiadas como prestação de serviços, principalmente de consultoria — um termo vazio de significado, mas que transmite um certo ar de austeridade e necessidade.
 
 
 
As empreiteiras do esquema firmavam contratos de consultoria com empresas de fachada que embolsavam o dinheiro e davam notas fiscais para “limpar” as operações, que pareciam protegidas por uma inexpugnável confraria de amigos posicionados nos lugares certos em Brasília e na Petrobras. 
 
 
 
Os recursos desviados abasteciam o PT, o PMDB e o PP, os três principais partidos da base de apoio do governo federal. A investigação mapeou o caminho da propina paga por várias das integrantes do clube. Entre 2005 e 2014, o grupo OAS, por exemplo, repassou pelo menos 17 milhões em propinas apenas por meio do doleiro Alberto Youssef.
Além dos empreiteiros e de seus principais executivos, também foi preso o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apontado como o homem que, no fatiamento da propina, cuidava da parte que cabia ao PT. Esse elo que a polícia começa a fechar entre o diretor corrupto e a empresa corruptora tem atormentado deputados, senadores petistas e altos dirigentes do governo. Funcionário de carreira, Duque entrou na Petrobras em 1978 — um ano depois de Paulo Roberto Costa — por concurso. 
 
 
 
Galgou alguns postos ao longo de sua trajetória, mas sua nomeação como diretor, em 2003, surpreendeu a todos. Duque era, então, chefe de setor, alguns níveis hierárquicos abaixo da diretoria. Nunca antes na história da Petrobras um chefe de setor havia ascendido sem escalas à cúpula. A explicação logo se tornou pública. Duque era o escolhido de José Dirceu, com quem tinha um relacionamento antigo. 
 
 
 
Discreto e de temperamento afável, Duque procurava não ostentar. Entre 2003 e 2012, ele reinou absoluto na diretoria de Serviços. Paulo Roberto Costa revelou à Justiça que, por lá, 3% do valor dos contratos era repassado exclusivamente ao PT.
 
 
 
EXPLOSÃO – Fernando Baiano: o lobista, que está foragido, ameaça contar o que sabe e elaborou uma lista com beneficiários de propina ligados ao PMDB
A polícia já descobriu onde estão as contas bancárias que receberam parte desses recursos. Elas foram identificadas por Julio Camargo, dirigente da Toyo, outra empreiteira envolvida no escândalo, que também fez acordo com a Justiça para contar o que sabe. E ele sabe muito, principalmente sobre a distribuição de dinheiro ao partido que está no governo há doze anos e a alguns de seus altos dirigentes. 
 
 
 
Foi com base no depoimento de Julio que a polícia decidiu pedir a prisão temporária de Duque e colocar outro funcionário da Petrobras no radar: Pedro José Barusco, que atuou como gerente de engenharia. Barusco só não foi preso porque propôs um acordo de delação premiada. Os policiais também chegaram a uma personagem que leva o escândalo ao coração do PT: Marice Correa de Lima, cunhada de João Vaccari, tesoureiro do partido, outro investigado. Marice lidava com o que o doleiro Youssef chama de “reais vivos”. 

Em dezembro do ano passado, a cunhada do tesoureiro do PT recebeu no apartamento onde mora, em São Paulo, 110 000 reais. Origem das cédulas: a construtora OAS. Marice é também mais um elo a ligar o petrolão ao mensalão. 

A petista apareceu nas investigações do grande escândalo do governo Lula como encarregada de pagamentos. Outro alvo da operação de sextafeira, o lobista Fernando Soares, o Baiano, é apontado como o arrecadador do PMDB na Petrobras. Baiano estava foragido. 
 
 
 
Sua prisão vai ajudar a esclarecer outras frentes de corrupção na estatal — entre elas, a rede de propinodutos instalada no negócio da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. E os resultados da Operação Lava-Jato estão apenas começando a aparecer. Do site da revista Veja

Novos deputados e senadores: com que cara suas excelências vão dizer para os seus eleitores que farão parte da base de um governo corrupto como o do PT?



Houve uma renovação de 43,5% na Câmara dos Deputados. Entre deputados federais que voltam e que foram eleitos pela primeira vez serão 223 parlamentares que não tem um só compromisso que não seja com os seus eleitores. Da mesma forma, o Senado Federal terá uma renovação de 27%, pois apenas 5 senadores obtiveram reeleição e chegarão à Casa 22 novos senadores, alguns que já cumpriram mandatos em legislaturas anteriores.


Estes novos congressistas assumirão os seus cargos em um momento decisivo para a vida do país. Ao que tudo indica, velhos parlamentares corruptos estarão com os seus mandados em xeque, em função da roubalheira sem limites descoberta na Petrobras, pela Operação Lava Jato. Muitos destes velhos parlamentares, que são quem detém o poder no Congresso, tentarão cooptar os votos dos novos parlamentares.  O farão para abafar, obstruir e construir blindagens para que os seus crimes não sejam punidos.


Não caiam nesta armadilha, novos parlamentares. Vocês estão chegando ao Congresso Nacional para limpar os seus partidos e a própria política brasileira. Não sujem os seus nomes! Não há fidelidade partidária neste momento da vida nacional. Lembrem que vocês só tem compromisso com os eleitores que os elegeram. E eles não fizeram isso para transformá-los em cúmplices do esquema criminoso que o PT montou neste país para torná-los meros joguetes, meros fantoches, meros fantasmas dentro do Parlamento.


É hora de mudar a política no país. Os novos deputados  e senadores poderão ser os grandes avalistas desta mudança. Honrem os votos recebidos. Honrem os seus eleitores. Honrem as suas biografias. Tudo isso está muito acima dos partidos que os elegeram. Ainda mais se vocês forem de um destes ditos partidos da "base do governo" mais corrupto da história deste país. 

Em dia republicano, a nossa PF prende os corruptores da roubalheira da Petrobras. Já havia pego os operadores. Próximo passo: pegar os corruptos do PT e PMDB no Congresso e no Palácio do Planalto.

sábado, 15 de novembro de 2014



CHEFE – Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, preso na sexta-feira passada: o "capo" do cartel da Petrobras gostava de repetir que tinha um único amigo no governo – "o Lula"
CHEFE – Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, preso na sexta-feira passada: o "capo" do cartel da Petrobras gostava de repetir que tinha um único amigo no governo – "o Lula" (Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo) 
 


Em um país de instituições mais frágeis, a prisão por suspeita de corrupção de altos executivos das maio­­res empresas nacionais não se efetivaria nunca ou produziria uma crise institucional profunda.


Antes, portanto, de entrarmos nos detalhes dessa pescaria da Polícia Federal em águas sujas da elite empresarial, celebremos a maturidade institucional do Brasil — a mesma que foi posta à prova e passou com louvor quando o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou para a penitenciária a cúpula do partido no poder responsável pelo escândalo do mensalão.


Esse senhor pesadão, bem vestido, puxando uma maleta com algumas mudas de roupa e itens de higiene pessoal, não está se dirigindo a um hangar de jatos executivos para mais uma viagem de negócios. Ele está sendo conduzido por policiais para uma temporada na cadeia. A foto ao lado mostra o engenheiro Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, apontado por investigações da Operação Lava-Jato como o “chefe do clube”.


Um clube muito exclusivo, diga-se. Dele só podiam fazer parte grandes empresas que aceitassem as regras do jogo de corrupção na Petrobras. Por mais de uma década, os membros desse clube se associaram secretamente a diretores da estatal e a políticos da base aliada do governo para operar um dos maiores esquemas de corrupção já desvendados no Brasil — e, por sua duração, volume de dinheiro e penetração na mais alta hierarquia política do país, talvez um dos maiores do mundo.


Dono de uma holding que controla investimentos bilionários nas áreas industrial, imobiliária, de infraestrutura e de óleo e gás, Pessoa foi trancafiado numa cela da carceragem da Polícia Federal. Ele e outros representantes de grandes empreiteiras que se juntaram para saquear a maior estatal brasileira e, com o dinheiro, sustentar uma milionária rede de propinas que abasteceu a campanha de deputados, senadores e governadores — e, mais grave ainda, segundo declaração do doleiro Alberto Youssef à Justiça, tudo isso teria se passado sob o olhar complacente do ex-presidente Lula e de sua sucessora reeleita, Dilma Rousseff.


Na ação policial de sexta-feira foram presos dirigentes de empresas que formam entre as maiores e politicamente mais influentes do Brasil: OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Iesa e Galvão Engenharia. Essas companhias são responsáveis por quase todas as grandes obras do país. Os policiais federais vasculharam as salas das empresas ocupadas pelos suspeitos presos e também suas casas.


Embora tendo executivos seus citados por Youssef e Paulo Roberto Costa, o e­­x-diretor da Petrobras preso em março, que está contribuindo nas investigações, não foram alvos das investidas policiais da sexta-feira passada dirigentes de outros dois gigantes do ramo: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez.



O juiz Sergio Moro recebeu pedido dos procuradores para emitir ordem de prisão contra dois altos executivos da Odebrecht. Negou os dois, mas autorizou uma incursão na sede da empresa em busca de provas.

 O ELO – Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, que cobrava 3% de propina para o PT: preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele tinha contas secretas no exterior


“Hoje é um dia republicano. Não há rosto e bolso na República”, declarou o procurador Carlos Fernando Lima, integrante da força-tarefa encarregada da Lava-Jato, a origem da investigação.


No rol dos empreiteiros caçados pela polícia estavam megaempresários, como Sérgio Mendes, da Mendes Júnior, João Auler e Eduardo Hermelino Leite, da Camargo Corrêa, Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide, da Queiroz Galvão, Léo Pinheiro, da OAS, e Gerson Almada, da Engevix.


Uma parte dos alvos não havia sido localizada pela polícia até o fim da tarde de sexta. Alguns estavam em viagem no exterior e foram incluídos na lista de procurados da Interpol. O juiz Moro bloqueou 720 milhões de reais em bens dos investigados.


O papel central de Ricardo Pessoa, da UTC, no esquema foi detectado logo no princípio das investigações. Não demorou muito para que os policiais e procuradores não tivessem mais dúvida. Aos curiosos com sua prosperidade crescente nos últimos anos, Ricardo Pessoa dava uma explicação que, até o estouro do escândalo, parecia apenas garganta: “Só tenho um amigo no governo: o Lula”. Pessoa coordenava o cartel, do qual participavam treze empreiteiras.


Esse grupo de privilegiados se encontrava para decidir o preço das obras na Petrobras, dividir as responsabilidades pela execução de cada uma delas — e, o principal, o valor da propina que deveria sobrar para abastecer os escalões políticos. Tecnicamente, esse era o grupo dos corruptores. Os diretores da Petrobras participantes do esquema eram os corruptos. De cada contrato firmado com a Petrobras, os empresários recolhiam 3% do valor, que se destinava a um caixa clandestino.


O pagamento era feito de diversas maneiras: em dinheiro vivo e em depósitos no exterior ou no Brasil mesmo, em operações maquiadas como prestação de serviços, principalmente de consultoria — um termo vazio de significado, mas que transmite um certo ar de austeridade e necessidade.


As empreiteiras do esquema firmavam contratos de consultoria com empresas de fachada que embolsavam o dinheiro e davam notas fiscais para “limpar” as operações, que pareciam protegidas por uma inexpugnável confraria de amigos posicionados nos lugares certos em Brasília e na Petrobras.


Os recursos desviados abasteciam o PT, o PMDB e o PP, os três principais partidos da base de apoio do governo federal. A investigação mapeou o caminho da propina paga por várias das integrantes do clube. Entre 2005 e 2014, o grupo OAS, por exemplo, repassou pelo menos 17 milhões em propinas apenas por meio do doleiro Alberto Youssef.


Além dos empreiteiros e de seus principais executivos, também foi preso o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apontado como o homem que, no fatiamento da propina, cuidava da parte que cabia ao PT. Esse elo que a polícia começa a fechar entre o diretor corrupto e a empresa corruptora tem atormentado deputados, senadores petistas e altos dirigentes do governo.


Funcionário de carreira, Duque entrou na Petrobras em 1978 — um ano depois de Paulo Roberto Costa — por concurso. Galgou alguns postos ao longo de sua trajetória, mas sua nomeação como diretor, em 2003, surpreendeu a todos. Duque era, então, chefe de setor, alguns níveis hierárquicos abaixo da diretoria. Nunca antes na história da Petrobras um chefe de setor havia ascendido sem escalas à cúpula. A explicação logo se tornou pública.


Duque era o escolhido de José Dirceu, com quem tinha um relacionamento antigo. Discreto e de temperamento afável, Duque procurava não ostentar. Entre 2003 e 2012, ele reinou absoluto na diretoria de Serviços. Paulo Roberto Costa revelou à Justiça que, por lá, 3% do valor dos contratos era repassado exclusivamente ao PT.

 EXPLOSÃO – Fernando Baiano: o lobista, que está foragido, ameaça contar o que sabe e elaborou uma lista com beneficiários de propina ligados ao PMDB
A polícia já descobriu onde estão as contas bancárias que receberam parte desses recursos. Elas foram identificadas por Julio Camargo, dirigente da Toyo, outra empreiteira envolvida no escândalo, que também fez acordo com a Justiça para contar o que sabe. E ele sabe muito, principalmente sobre a distribuição de dinheiro ao partido que está no governo há doze anos e a alguns de seus altos dirigentes.


Foi com base no depoimento de Julio que a polícia decidiu pedir a prisão temporária de Duque e colocar outro funcionário da Petrobras no radar: Pedro José Barusco, que atuou como gerente de engenharia. Barusco só não foi preso porque propôs um acordo de delação premiada.


Os policiais também chegaram a uma personagem que leva o escândalo ao coração do PT: Marice Correa de Lima, cunhada de João Vaccari, tesoureiro do partido, outro investigado. Marice lidava com o que o doleiro Youssef chama de “reais vivos”.


Em dezembro do ano passado, a cunhada do tesoureiro do PT recebeu no apartamento onde mora, em São Paulo, 110 000 reais. Origem das cédulas: a construtora OAS. Marice é também mais um elo a ligar o petrolão ao mensalão. A petista apareceu nas investigações do grande escândalo do governo Lula como encarregada de pagamentos.


Outro alvo da operação de sexta feira, o lobista Fernando Soares, o Baiano, é apontado como o arrecadador do PMDB na Petrobras. Baiano estava foragido. Sua prisão vai ajudar a esclarecer outras frentes de corrupção na estatal — entre elas, a rede de propinodutos instalada no negócio da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. E os resultados da Operação Lava-Jato estão apenas começando a aparecer. (Da Veja)


Herói da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro defende a colaboração






Petrolão
Juiz da Lava Jato defende acordos de delação premiada

Publicado: 14 de novembro de 2014 às 19:45 - Atualizado às 19:52

Juiz disse: “crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos.” (Foto: JF Diorio/AE)
Juiz disse: “crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos.”

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, defendeu os acordos de delação premiada firmados com os investigados na Operação Lava Jato.


No despacho em que decretou novas prisões na sétima fase da investigação, Moro disse que “crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos.”


Na decisão, o juiz reconheceu que os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa devem ser vistos com precaução pelo fato de os investigados serem acusados de crimes graves. No entanto, Moro afirma que a colaboração é necessária para avançar nas investigações.


“Mesmo vista com reservas, não se pode descartar o valor probatório da colaboração premiada. É instrumento de investigação e de prova válido e eficaz, especialmente para crimes complexos, como crimes de colarinho branco ou praticados por grupos criminosos, devendo apenas serem observadas regras para a sua utilização, como a exigência de prova de corroboração. Sem o recurso à colaboração premiada, vários crimes complexos permaneceriam sem elucidação e prova possível”, disse o juiz.


Sérgio Moro defendeu a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na condução da investigação. Segundo ele, os acusados não foram coagidos a assinar os acordos de delação premiada.


“Nunca houve qualquer coação ilegal contra quem quer que seja da parte deste Juízo, do Ministério Público ou da Polícia Federal na assim denominada Operação Lava Jato. As prisões cautelares foram requeridas e decretadas porque presentes os seus pressupostos e fundamentos, boa prova dos crimes e principalmente riscos de reiteração delitiva dados os indícios de atividade criminal grave reiterada e habitual. Jamais se prendeu qualquer pessoa buscando confissão e colaboração”, afirmou.


O juiz destacou que a investigação da Operação Lava Jato vai além dos depoimentos testemunhais. Moro cita que foi feito um rastreamento específico dos valores desviados das obras da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, para contas das empreiteiras. “A prova mais relevante, porém, é a documental. Os depósitos milionários efetuados pelas empreiteiras nas contas controladas por Alberto Youssef constituem prova documental, preexistente às colaborações premiadas, e não estão sujeitas à qualquer manipulação”.


Na quarta-feira (12), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou que mais investigados fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Segundo Janot, três acordos aguardam homologação da Justiça e mais cinco ou seis estão em curso.(André Richter /ABr)

Só no 1º turno Empreiteiras doaram R$ 182 milhões para campanhas eleitorais



Valores são de candidatos que não passaram para o segundo turno
Publicado: 15 de novembro de 2014 às 10:02

PF DEFLAGRA S…TIMA FASE DA OPERA«√O LAVA JATO.
Sétima fase da Lava Jato prendeu poderosos presidentes das maiores empreiteiras do País. (Foto: Marcos Bezerra/AE)


Oito das nove empreiteiras que foram alvo da mais recente fase da Operação Lava Jato doaram, juntas, R$ 182 milhões para as campanhas eleitorais em 2014.


O número leva em conta apenas os valores declarados pelos candidatos aos parlamentos estaduais e federal e pelos candidatos a cargos executivos que não passaram para o 2º turno – isso porque eles já enviaram suas prestações de contas completas para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, o valor final deve ser ainda maior, já que as declarações de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), por exemplo, ainda não foram finalizadas.


Apenas a Iesa Óleo e Gás não teve doações registradas entre as nove empresas sob suspeita.


A que mais desembolsou foi a Construtora OAS, a segunda maior doadora neste ano: R$ 56,7 milhões. Em seguida, vêm a Queiroz Galvão (R$ 42 milhões) e a UTC Engenharia (R$ 35 milhões). Todas as outras doaram mais de R$ 5 milhões, com exceção da Mendes Júnior – há apenas uma doação de R$ 200 mil.(AE)

Impeachment: Já totaliza 1.474.877 assinaturas, apesar das suspeitas de manipulação, porque o site Avaaz é dirigido no Brasil por um conhecido militante do PT, Pedro Abramovay.





Corrupção
Lava Jato faz retomar petição pelo impeachment de Dilma
Nova fase da Operação Lava Jato dá força à petição pela saída de Dilma
Publicado: 15 de novembro de 2014 às 9:12 - Atualizado às 9:28
Mais de 40% dos peemedebistas foram contrários a renovação da aliança com Dilma Rousseff(Foto: Andre Dusek/AE)
Falta pouco para petição contra Dilma bater o recorde de Renan (Foto: Andre Dusek/AE)


A sétima fase da Operação Lava Jato desta sexta-feira (14), ordenada pelo juiz federal Sergio Moro, fez retomar o interesse pela petição, na internet, que pretende o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).  A petição foi iniciada antes da reeleição da presidente Dilma Rousseff e seus autores alegam os sucessivos escândalos de corrupção e os desacertos de sua sugestão.



Após atingir 1,3 milhão de assinaturas, a petição pelo impachment de Dilma foi inicialmente congelada por várias horas e depois colocada em um servidor diferente, além de ter sido suprimida a computação online das assinaturas simultaneamente à sua confirmação.


As 1.474.877 pessoas que até a noite de sexta (14) aderiram ao abaixo assinado estão próximas do recorde do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), cuja pretendida destituição da presidência do Senado atingiu a R$ 1,6 milhão adesões.


Uma nova petição pelo impeachment de Dilma, no Petição Pública já chegou às 53.975 assinaturas. Para aderir à petição do Avaaz, clique aqui.


O petista Abramovay, responsável pelo Avaaz, foi genro do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e assessor no Ministério da Justiça no governo Lula. No governo Dilma, acabou demitido da secretaria nacional Antidrogas ao defender a “descriminalização de pequenos traficantes”.



Ele tem sido denunciado à sede na ONG, em Nova York, EUA, por supostamente manipular e “segurar” as adesões à petição pelo impeachment de Dilma, com possibilidade de esconder os números reais de assinaturas. No começo da semana havia 500 mil adesões à petição, que triplicaram em cinco dias.

Novo protesto em SP pede anulação da eleição ou impeachment de Dilma


Do UOL, em São Paulo


  • Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo
    Protesto realizado em São Paulo no dia º de novembro, quando opositores defenderam o impeachmet de Dilma e até intervenção militar Protesto realizado em São Paulo no dia º de novembro, quando opositores defenderam o impeachmet de Dilma e até intervenção militar


Manifestantes insatisfeitos com a vitória de Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB) farão novo protesto em São Paulo para pedir a anulação das eleições e o impeachment da presidente eleita.


O ato será realizado às 14h deste sábado (15), na avenida Paulista, mesmo local de um protesto semelhante ocorrido em 1º de novembro.


Naquela ocasião, cerca de 2.500 pessoas participaram do protesto, segundo estimativa da Polícia Militar. Além do impeachment de Dilma, parte dos presentes defendeu um golpe militar para retirar Dilma do poder.



Em atos pelo Brasil, manifestantes pedem saída de Dilma



1º.nov. 2014 - Manifestantes contrários à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) realizam um protesto na avenida Paulista, região centro-sul da capital paulista. O grupo pede o impeachment de Dilma e o fim do PT (Partido dos Trabalhadores) Leia mais Aaron Cadena Ovalle/Efe
Entre os presentes estavam o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) --filho do também deputado Jair Bolsonaro--, que compareceu armado ao ato, e o cantor Lobão, crítico do governo petista.


A exemplo do protesto do início do mês, o ato de hoje foi convocado pelas redes sociais. Na página do protesto no Facebook, 148 mil pessoas haviam confirmado participação até 20h de ontem (13). A página foi criada pelo grupo virtual "Revoltados Online", cujo líder é Marcello Reis. Para financiar o movimento, ele pede que os apoiadores façam depósitos em uma conta corrente em seu nome ou então façam doações via cartão de crédito no blog do grupo.


Os responsáveis pela página afirmam que as eleições foram fraudadas: "milhares de denúncias de fraudes das urnas eletrônicas aonde (sic) você é o palhaço! O circo já estava armado e nós, os palhaços, votando aflitos para saber um resultado fraudado que já suspeitávamos... Que tristeza".
O protesto ocorre um dia depois da prisão de vários de diretores e presidentes das principais empreiteiras do país que são suspeitos de participar do esquema de desvios na Petrobras.

Esquerda versus direita



Na quinta-feira (13), diversas organizações de esquerda, entre elas o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fizeram um protesto em resposta à manifestações pela derrubada do governo. Segundo a PM, cerca de 12 mil pessoas foram ao protesto.


No ato, os manifestantes defenderam a realização de uma série de reformas populares, entre elas a política --por meio de uma constituinte e de um plebiscito--, a urbana, a agrária e a tributária. Os presentes também defenderam a democratização da comunicação e a desmilitarização da polícia.
Ampliar

Protestos e greves pelo Brasil



13.nov.2014 - Manifestantes concentrados em frente ao vão livre do Masp, na avenida Paulista, em São Paulo, exibem réplicas de machados durante ato por "reformas populares" nesta quinta-feira (13). De acordo com policiais militares que acompanham o ato, cerca de 12 mil pessoas estão presentes. Os organizadores estimam em 15 mil Leia mais Fernando Zamoura/ Futura Press/ Estadão Conteúdo

Com crise hídrica, indústrias querem usar poços em vez de água de rios



Diante da crise hídrica, indústrias da região de Campinas se uniram para pedir ao Daee (departamento de águas do Estado) autorização para substituir a captação de água em rios por poços artesianos.


A solicitação foi encabeçada pelo Ciesp Campinas, que reúne 557 empresas com faturamento anual de R$ 26,8 bilhões, e ocorre no momento em que as agências estadual e federal discutem com companhias de saneamento, indústrias e agricultores da região restringir em até 30% a captação de água nos rios.


"É um pleito justo, que não causa prejuízo a nenhuma cidade ou captador de água", diz José Nunes Filho, diretor titular do Ciesp Campinas.


As maiores beneficiadas seriam as indústrias do polo petroquímico de Paulínia.
Uma delas é a Replan, maior refinaria da Petrobras no país, que pode captar 0,67 metro cúbico por segundo (m³/s) de água do rio Jaguari.


Isso equivale a quase o consumo total de Jaguariúna, cidade de 51 mil habitantes que usa 0,8 m³/s do rio para servir a população.



"A Refinaria de Paulínia vê a medida como uma boa alternativa para a atual crise de escassez de água na região", disse a Petrobras, em nota.


A medida beneficiaria também a MSD, farmacêutica instalada em Campinas que, há três semanas, interrompeu sua captação no Atibaia em razão da estiagem.
"As empresas já estão adequando a produção devido à baixa vazão dos rios", diz André Henrique Alves, dirigente Sindicato dos Químicos Unificados. "Os trabalhadores não podem pagar pela crise hídrica nem pela falta de planejamento do Estado."


Ao deixar de retirar a água dos rios, as indústrias também beneficiariam indiretamente agricultores e empresas de saneamento.


Procurado, o Daee disse que analisará as propostas.
Enquanto o uso industrial responde por 14,4% da demanda de água na bacia dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jaguari), o urbano abarca 23,5% e o rural, 3,4%.


Apesar do custo para perfurar um poço artesiano (no mínimo R$ 20 mil), do risco de não haver água ou de que ela não tenha qualidade ou vazão suficiente, Nunes Filho, do Ciesp, diz acreditar que "uma empresa está disposta a correr riscos para não parar a produção".


Artigo na 'Science' diz que mineração e usinas ameaçam reservas no Brasil


06/11/2014 17h11 - Atualizado em 06/11/2014 17h55

Segundo cientistas, marco regulatório em debate reduziria áreas protegidas.
8% da Amazônia seriam destinados à exploração de recursos minerais.

Eduardo Carvalho Do G1, em São Paulo
Vista aérea da construção de uma hidrelétrica no rio Teles Pires, perto de Alta Floresta (PA). Os fotógrafos Nacho Doce e Ricardo Moraes, da agência Reuters, viajaram pela Amazônia registrando várias formas de desmatamento. Foto de 19/6/2013. (Foto: Nacho Doce/Reuters)Vista aérea da construção de uma hidrelétrica no rio Teles Pires, perto de Alta Floresta (PA). Implantação de megaprojetos de infraestrutura e aprovação do novo Código de Mineração, ainda em discussão no Congresso, reduziria a proteção ambiental no país, segundo estudo da 'Science' (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Artigo publicado nesta quinta-feira (6) na revista “Science” traz a análise feita por pesquisadores brasileiros e estrangeiros sobre os danos que o novo Código de Mineração, em análise no Congresso, e as obras de megaprojetos, como as hidrelétricas, podem causar em áreas de proteção ambiental integrais do país.

Segundo o artigo, a implementação do novo marco regulatório de mineração e a implantação de infraestrutura voltada à geração de energia ameaçam as florestas e terras indígenas, e podem tirar do Brasil o posto de referência global em preservação ambiental.


O texto enfatiza a legislação para a exploração de recursos minerais, projeto de lei em discussão na Câmara e que não tem previsão para ser votado. Uma das propostas do projeto autoriza a sondagem e exploração de recursos minerais em 10% de todos os parques nacionais, unidades de conservação e reservas biológicas do país.


De acordo com o artigo, que tem como autora principal a pesquisadora Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, o plano pode afetar 20% das zonas de conservação integral e terras indígenas – somente na Amazônia, 34.117 km² de florestas (8,3% do total do bioma) ficariam disponíveis para exploração e 281.443 km² de terras indígenas distribuídas pelo país (28,4% das TIs) ficariam à disposição para retirada de minérios.


“Nosso trabalho mostra que as áreas de proteção são eficientes para conter o desmatamento e funcionam como uma barreira natural”, explica Joice ao G1. Ela reconhece ainda a necessidade de melhorar o manejo das unidades de preservação do país.


O texto é um alerta, para que o Brasil, que conseguiu prestígio internacional por seus planos de preservação, mantenha esse título"
Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental, autora do estudo da 'Science'
A lei de mineração vigente proíbe qualquer exploração mineral em áreas de proteção ambiental, mas permite a sondagem. Sobre o novo projeto de lei, a última reunião a respeito ocorreu em uma comissão especial em 8 de abril deste ano, de acordo com a Câmara dos Deputados. Desde então, o texto, que tem como relator o deputado Leonardo Quintão (PMDB/MG), recebe emendas de outros parlamentares.


Segundo os cientistas, a partir de dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), de 500 unidades existentes no país, 236 já receberam algum tipo de pedido de sondagem (47%) de empresas de mineração, o que mostra interesse nesse tipo de atividade.


Em um comunicado divulgado pelos pesquisadores, Jos Barlow, da Universidade de Lancaster e um dos coautores do artigo na "Science", ressalta a necessidade de valorizar as áreas protegidas "visando os benefícios de longo prazo para a sociedade" e não os ganhos de curto prazo. "O problema atual da escassez de água no Sudeste do Brasil enfatiza justamente a importância de proteger a vegetação nativa em todo o país", complementa.


Impactos indiretos
Joice ressalta também a necessidade de revisar os planos de implantação de megaprojetos, como usinas hidrelétricas em regiões de preservação.
Segundo ela, os danos indiretos, como a migração massiva e expansão urbana desenfreada (e sem planejamento) sobre a floresta, podem ser ainda mais perigosos para a conservação.

O estudo destaca o fato de que essas mudanças, consideradas preocupantes para os ambientalistas, refletem uma mudança importante no apoio demonstrado pelo governo federal para com a proteção ambiental. "O texto é um alerta, para que o Brasil, que conseguiu prestígio internacional por seus planos de preservação, mantenha esse título", conclui.

A chuva já resolveu a crise da água em SP? Veja perguntas e respostas


14/11/2014 14h54 - Atualizado em 14/11/2014 20h52


Qual a razão da falta de chuva neste ano? Teremos racionamento?
Níveis dos reservatórios continuam distantes do que é considerado ideal.

Amanda Polato e Cida Alves Do G1, em São Paulo
Apesar da volta das chuvas nas primeiras semanas de novembro, o cenário do abastecimento de água em São Paulo para o futuro próximo ainda tem muitas incertezas. Os níveis dos reservatórios continuam muito distantes do que é considerado ideal.


Reunimos aqui algumas dúvidas sobre a atual crise hídrica. Qual a razão da falta de chuva neste ano? O desmatamento na Amazônia contribuiu para seca? Houve falta de preparação para que não chegássemos ao quadro atual?




Veja as dez perguntas abaixo:
Pergunta 1 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
Mesmo que as chuvas do fim do ano e começo de 2015 fiquem dentro da média, a situação dos reservatórios não deve voltar ao normal quando acabar a estação chuvosa – entre março e abril.



Em relatório de outubro, a Sabesp avaliou que o sistema poderá chegar a abril sem qualquer recuperação de seu "volume útil". São projetados três cenários:



a) Chove nas represas dentro da média para o período - a chamada afluência. Nesse caso, até abril do próximo ano, o volume útil do sistema chegaria a 369,7 bilhões de litros - aproximadamente 25% do total. Cantareira com 100% de sua capacidade tem 1,4 trilhão de litros.
b) Chove 75% do previsto, o que resultaria no volume de 148,8 bilhões de litros até abril.
c) Chove algo perto do registrado em 1953, o índice mais baixo da série histórica. Neste caso, o sistema dependeria do volume morto porque o déficit de abastecimento chegaria a 50 bilhões de litros.



Segundo Ricardo de Camargo, chefe da estação meteorológica da Universidade de São Paulo (USP), não há indicação de que as chuvas no Sudeste superem a média prevista. Para a empresa Climatempo, a expectativa é que só em janeiro o volume útil do Sistema Cantareira comece a se recuperar. As chuvas de novembro e dezembro devem servir apenas para recuperar a reserva técnica dos reservatórios.



Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo
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Pergunta 2 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
Primeiro, a água precisa se infiltrar no solo – o chamado “efeito esponja” – e só depois de formado um fluxo mínimo o reservatório passa a encher de fato.
Foto: Reprodução/Globo News
Pergunta 3 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
2015 pode ser um ano tão ou mais complicado que 2014 em relação à chuva, diz Willians Bini, da Somar Meteorologia.



 “Se não forem tomadas medidas para melhorar a gestão, pode até mesmo faltar água”, afirma. A Sabesp afirma que, segundo suas previsões, “se as chuvas ocorrerem dentro da normalidade, é possível recuperar o sistema, atravessar o próximo período seco e chegar até o verão, no final de 2015”.



Desde o começo da crise hídrica, o governador Geraldo Alckmin afirma que haverá água "permanentemente". Alckmin pediu em 10 de novembro R$ 3,5 bilhões ao governo federal para a construção de oito "grandes" obras que servirão a partir de 2015 para o enfrentamento da crise.



Em 5 de novembro, o governador também apresentou um conjunto de ações para combater os efeitos da seca em São Paulo que, segundo a companhia, vai “aumentar a flexibilidade operacional” do sistema de represas, além da construção de reservatórios para aumentar a capacidade de armazenamento da água.
Foto: Isabela Leite/G1
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Pergunta 4 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
No verão de 2013-2014, choveu 70% abaixo da média na região do Sistema Cantareira.



 “Analisando uma série de dados a partir de 1961 no Estado de São Paulo, essa foi a pior seca”, diz Marcelo Seluchi, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. As causas são debatidas pelos especialistas e ainda não há consenso.



A seca atual não é decorrente apenas do último verão de pouca chuva, afirma o meteorologista Willians Bini, da Somar. Segundo ele, o país está sob influência de um ciclo climático, previsto para a segunda década do século 21, chamado de Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). Diferente do El Niño ou La Niña, que costumam durar pouco (entre um e três anos), a ODP tem duração média de 20 a 30 anos.


Segundo Bini, neste ano entramos na fase “fria” do ciclo, marcada por acumulados anuais menores de preciptação. “Seu principal efeito é na região mais central do Brasil, com menos chuvas”, explica.


Marcelo Seluchi, do Cemaden, diz que também formou-se um sistema de alta pressão bem em cima da região Sudeste, atingindo parte do Nordeste e Centro-Oeste.


Foto: J. Duran Machfee/Estadão Conteúdo
Pergunta 5 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
É um fenômeno que bloqueou ventos da Amazônia e impediu que a umidade chegasse a níveis mais altos da atmosfera e formasse as nuvens.



É como colocar uma pedra no meio de um rio: a água (ou o ar, no caso da atmosfera) é desviada para os lados. Num sistema do tipo, o ar desce em forma de espiral do céu para o solo, onde encontra temperaturas mais altas que provocam a evaporação das gotículas de água.


“É extremamente rara a intensidade desse sistema de alta pressão [neste ano] e também a persistência – durou mais de 40 dias.”


Foto: André Lucas/Futura Press/Estadão Conteúdo
VA Pergunta 6 (Foto: Arte/G1)
Segundo todos os meteorlogistas consultados, não é possível prever se irá se repetir um sistema tão atípico como o que ocorreu no verão passado.


Foto: Roosevelt Cassio/Reuters
Pergunta 8 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
Há comprovação científica da relação da seca com o aumento do desmatamento na Amazônia.

No relatório divulgado no dia 30 de outubro pelo pesquisador Antônio Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), concluiu que a falta de chuvas, sentida principalmente no Sudeste, é uma consequência indireta da diminuição da quantidade de árvores.


No bioma, isso impede o fluxo da umidade entre o Norte e o Sul do país, pelos chamados “rios voadores” – grandes nuvens de umidades responsáveis pelas chuvas. Sem a cobertura vegetal, o fluxo da umidade do solo para a atmosfera é interrompido. 


Assim, os rios voadores, que são transportados pelos ventos da Amazônia para o restante do país, não “seguem viagem”, causando escassez hídrica. 


Desde o início da década de 1970 até 2013, aponta o estudo, o desmatamento gradual e a exploração madeireira destruíram 762.979 quilômetros quadrados de floresta, uma área equivalente a duas vezes o território de Alemanha. No entanto, ainda faltam estudos conclusivos sobre desmatamento e estiagem.
Sobre a relação com o aquecimento global, Marcelo Seluchi, do Cemaden, afirma não ser possível cravar que o prolongamento do sistema de alta pressão (veja explicação mais acima)  e a seca tenham sido resultado disso.



Segundo ele, pesquisas mostram, na verdade, tendência de a estação chuvosa continuar com bom volume nos próximos anos. Mas ela deve ser mais curta e com chuvas concentradas.


E isso pode ter efeitos ruins: “Em vez de seca, o que pode acontecer são enchentes, desastres naturais. Isso faz parte de um conjunto de mudanças climáticas, não dá para apontar uma culpa. Provavelmente, a questão das chuvas concentradas tem relação com aumento de temperaturas”.
Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Pergunta 8 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
Segundo Ricardo de Camargo, da USP, não se pode falar apenas das chuvas quando se analisa as razões para a crise hídrica de São Paulo. “A demanda por água superou em muito a oferta nos últimos anos no Brasil. A gente tira muito mais do que repõe.”


O Sistema Cantareira está num processo de redução nos últimos 20 anos, afirma Orivaldo Brunini, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas. Além do aumento de consumo de água, ele cita maior impermeabilização do solo e menor preservação dos mananciais como fatores que afetam a recuperação do volume dos reservatórios.


Foto: Victor Moriyama/G1
Pergunta 9 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
Marcelo Seluchi, do Cemaden, explica que não é possível prever com muitos meses de antecedência sistemas de alta pressão como o que ocorreu no verão passado.



Porém, para Neide Oliveira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a seca em si não era uma surpresa. “O problema [a estiagem] vem desde 2013, quando o nível das chuvas também foi baixo. Deveriam já montar uma estratégia para evitar a falta de água”, afirma.


Willians Bini, meteorologista da Somar, consultoria que atende empresas do setor energético, diz que a seca atual não é decorrente apenas do último verão de pouca chuva e que há alguns anos se formava um “cenário meteorológico caótico”. “Há pelo menos dois ou três anos, variando por região, estamos com chuvas abaixo da média registrada nos verões dos últimos 30 anos.” No Sudeste, dos últimos 36 meses, 32 tiveram chuvas abaixo do normal, afirma Bini.



Sobre a falta de chuvas, a Sabesp informou que além do ano hidrológico 2013-2014 ter apresentado “índices pluviométricos fortemente desfavoráveis na bacia de contribuição do Cantareira”, a estiagem veio “associada a temperaturas médias elevadas, as mais altas registradas nos últimos 70 anos”.



“Foi a pior seca desde que as medições dos institutos de meteorologia começaram, há 84 anos. (...) Em dezembro de 2013, foi registrado índice 72% menor que a média. Em janeiro e fevereiro choveu cerca de 65% menos que o normal”, disse a companhia em nota.



Foto: Victor Moriyama/G1
Pergunta 10 crise hídrica Versão Final (Foto: Arte/G1)
Antônio Carlos Zuffo, professor de hidrologia e recursos hídricos da Universidade de Campinas (Unicamp), diz que um sistema hídrico não pode considerar apenas os volumes de chuva médios, porque eles nunca ocorrem. E existem medidas de gestão para enfrentar situações atípicas.



Segundo ele, após a seca histórica, a Sabesp ignorou uma ferramenta chamada de “curva de aversão ao risco”, que estabelece limites de vazão de acordo com o volume dos reservatórios. “Continuaram tirando mais água do que deveriam até abril, quando o Ministério Público pediu o cumprimento da outorga [documento que permite a exploração de recursos naturais e estabelece as regras]. Isso acelerou a crise”, avalia Zuffo. O pesquisador diz ainda que a população deveria ter sido avisada com mais antecedência sobre a gravidade da situação e a necessidade de economizar água.
O professor também diz que era possível ampliar a produção de água de reúso a partir do tratamento de esgoto. “Só tirando os lançamentos de esgoto já teríamos uma melhora na aparência e no cheiro dos rios. Depois do tratamento, eles deixariam de ser poluídos e haveria novas fontes de água na própria capital”, explica Zuffo. A Sabesp afirma que desde 2012 realiza o projeto Aquapolo, “que elevou em 13 vezes o volume de água de reúso fornecido pela empresa”.



Em 5 de novembro, o governador Geraldo Alckmin anunciou um plano para usar o esgoto tratado para abastecer a represa de Guarapiranga e o Rio Cotia. A obra tem previsão de entrega para dezembro de 2015.



Em resposta a esses questionamentos, a Sabesp afirmou em nota que cumpre todas as exigências de operação do Cantareira estabelecidas pelos órgãos reguladores: Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e Agência Nacional de Águas (ANA). Afirma ainda que a população foi “amplamente informada sobre a gravidade da crise e passou a colaborar adotando medidas de uso racional” e que “os balanços da adesão ao bônus oferecido pela companhia comprovam o fato”.



Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo