domingo, 5 de outubro de 2014

Líder nas pesquisas para governador vota e se diz confiante para 2º turno





Eleições 2014
Rollemberg (PSB) se diz pronto para 2º turno

Publicado: 5 de outubro de 2014 às 13:36

Campanha - Rodrigo Rollemberg 2
Candidato do PSB, Rodrigo Rollemberg.


O candidato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), votou agora de manhã em Brasília, em um colégio localizado na Asa Sul, no Plano Piloto. Rollemberg estava acompanhado de sua esposa, Márcia Rollemberg, e do candidato ao Senado pelo DF, o deputado federal Reguffe (PDT).

Rollemberg lidera as pesquisas de intenção de voto no DF. “Recebemos muitas manifestações de carinho e de confiança do Distrito Federal. Temos confiança de que nosso modelo representa o desejo de mudança”, disse. “Acredito em um segundo turno, mas vamos aguardar a vontade da população. Não escolhemos adversários, escolhemos aliados”, disse o candidato, após sua votação.

Rollemberg estava acompanhado de Antônio Reguffe (PDT), deputado federal que lidera as pesquisas para o cargo de senador pela capital federal. Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta Reguffe com 57% dos votos válidos, seguido por Magela (PT), 23% e Gil Argello (PTB), com 14%.
Perguntado sobre a queda de Marina Silva (PSB) nas recentes pesquisas para presidente, Rollemberg minimizou a subida de Aécio Neves (PSDB). “Estamos confiantes de que Marina vai avançar para o segundo turno”, disse.

Carioca, com 55 anos, Rollemberg já foi deputado distrital, secretário de Turismo, Lazer e Juventude do Distrito Federal e deputado federal. Ele lidera as pesquisas de intenção de voto no DF, com 39%, seguido por Jofran Frejat (PR), 23% e o atual governador Agnelo Queiroz (PT), com 21%.

A liderança de Rollermberg na corrida eleitoral é resultado de uma reviravolta causada disputa pelo governo do DF, desde que o ex-governador José Roberto Arruda (PR) desistiu de concorrer ao governo, no dia 13 de setembro, sendo substituído por Jofran Frejat, que ocupava o posto de vice na chapa. Arruda foi preso pela Polícia Federal quando governou o DF, entre 2006 e 2010, e vinha enfrentando uma batalha judicial para conseguir permanecer na disputa deste ano por ter sido enquadrado como ficha suja.

Arruda, que chegou a liderar as pesquisas, é suspeito de envolvimento com um esquema de compra de apoio político conhecido como “mensalão do DEM”, partido ao qual era filiado quando chefiou o Distrito Federal anteriormente. O caso veio à tona há quatro anos, com a divulgação de vídeos de Arruda e de aliados recebendo dinheiro. (André Borges/AE)

Para Alubquerque, PSB terá dificuldades de chegar ao segundo turno


Eleições 2014
Primeiro turno está desnivelado, diz vice de Marina (PSB)

Publicado: 5 de outubro de 2014 às 13:53

Vagner Ramos MSOnline - Beto Albuquerque
Candidato a vice-presidente do PSB, Beto Albuquerque.

Porto Alegre - O deputado federal Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva (PSB), sinalizou nesta manhã que, dadas as circunstâncias particulares desta eleição, o partido está conformado com o resultado das pesquisas mais recentes, que mostram dificuldade de chegar ao segundo turno. “Nós vivemos uma campanha adversa”, afirmou ao sair de seu local de votação, na zona sul da capital gaúcha.

Albuquerque lembrou que o PSB teve de repensar toda a campanha após a morte de Eduardo Campos, que era o candidato do partido à Presidência no início da disputa. “Temos só dois minutos de televisão contra muito dinheiro, muita grana do outro lado, e conseguimos chegar vivos na reta final, empatados, disputando ainda para passar ao segundo turno”, avaliou. “Nós já nos consideramos muito vitoriosos e temos convicção de que o desejo de mudar do Brasil é muito grande e que a candidatura que é capaz de derrotar o governo atual é a candidatura da Marina no segundo turno.”


Ele disse que o primeiro turno da eleição foi “totalmente desnivelado” e não permitiu ao PSB promover o debate sobre o Brasil da forma como gostaria, algo que a legenda pretende fazer se chegar ao segundo turno. “Houve uma onda de mentiras, de calúnias e de fofocas contra a candidatura da Marina, produzida pelo PT, que parece ter aprendido a lição com o (Fernando) Collor, porque o Collor ganhou do PT mentindo, e o PT mentiu muito nesta eleição, inventou histórias, espalhou boatos”, afirmou.

Perguntado sobre o baixo desempenho de Marina nas pesquisas de intenção de votos no Rio Grande do Sul, Beto disse que é preciso esperar os resultados e que confia no povo gaúcho. “É um povo que não compactua com corrupção. Se tem uma coisa que é uma marca do governo atual é corrupção”, falou.

Na chegada, houve uma pequena confusão pois o número da zona eleitoral que constava no título de Albuquerque não conferia com o local da votação. O candidato pensou que talvez tivesse havido uma troca, e criticou a suposta falta de organização da Justiça Eleitoral. Ele ainda brincou com jornalistas, dizendo que Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) teriam mudado sua zona eleitoral para que ele não pudesse votar.

Depois de alguns minutos, no entanto, o mal-entendido foi esclarecido, e Albuquerque votou ao lado da mulher, Daniela, e dos filhos Luca e Nina. Também estavam presentes o candidato ao governo gaúcho pelo PMDB, José Ivo Sartori, e o senador Pedro Simon, que concorre à reeleição, também pelo PMDB, aliado do PSB no Rio Grande do Sul.

Albuquerque acompanhará o voto de Sartori em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, no início da tarde, e depois seguirá para São Paulo com a família, para esperar a apuração dos resultados ao lado de Marina Silva. (Gabriela Lara/AE)

Fiscalize a eleição com seu smartphone

domingo, 5 de outubro de 2014




Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Está chegando a hora da dedada eletrônica obrigatória. Voto compulsório representa um atraso civilizatório. É mais um cacoete autoritário do Brasil – País sem segurança do Direito e sob governança do crime organizado. Os bandidos contam com os votos dos 142.822.046 eleitores (reais, fantasmas ou multiplicados por fraudes de registro). Nossa conivência garante o bem remunerado “emprego” dos políticos corruptos, a cada dois anos.

O negócio é tão absurdo que 794 candidatos não têm certeza se estão efetivamente na disputa ou não. Só 22.737 estão hoje aptos a participar das eleições. Cerca de 1.300 renunciaram ou morreram. Pelo menos 2.117 tiveram registros indeferidos por falha na documentação, falta de prestação de contas e enquadramento na Lei da Ficha Limpa. Deste total, 1.766 recorreram ao sobrecarregado Tribunal Superior Eleitoral.

Na correria e sob pressão, o TSE ainda vai decidir se os votos, porventura anulados, irão ou não para os partidos. Se, depois das eleições, a Justiça Eleitoral lhes der o registro, os votos voltam a ser computados. Acontecendo isto, os políticos fichas-sujas ajudarão a eleger seus companheiros – o que não seria lá muito justo... Mas vai “acabar fondo” – como gerundiaria o analfabeto político padrão que vende o voto por favores clientelistas ou por dinheiro-vivo.

Eis o retrato dantesco no modernoso cassino eletrônico brasileiro, onde você sabe em quem vota, mas é o sistema que tem a certeza de quem será efetivamente eleito. Pelo menos os cidadãos mobilizados pela limpeza na votação resolveram enfrentar a vulnerabilidade do nosso esquema eletrônico de votação. 

No Google Play do seu celular, é possível baixar um aplicativo para smartphone, chamado “Você Fiscal”, criado pela dupla de pesquisadores Diego Aranha e Helder Ribeiro. A intenção é fazer uma totalização independente dos resultados eleitorais.

">O eleitor poderá fotografar os boletins de urna (BUs) no final da votação. A única defesa eficaz contra esta fraude de troca de BUs é justamente a coleta de cópias impressas dos BUs, assim que são emitidos nas seções eleitorais. 

Acesse o site www.vocefiscal.org e veja, no vídeo abaixo, como participar do movimento criado pelo professor Diego Aranha, da Unicamp.

 
Diego Aranha, Marcelo Karam, André de Miranda e Felipe Scarel publicaram o artigo “(In)segurança do voto eletrônico no Brasil”. (http://www.kas.de/wf/doc/13775-1442-5-30.pdf) Está publicado das páginas 117 a 133 dos Cadernos Adenauer XV - 2014, Número 1. 


Os autores apresentaram um conjunto de vulnerabilidades no software da urna  eletrônica que permitiu a recuperação eficiente, exata e sem deixar vestígios dos  votos em ordem registrados eletronicamente, derrotando o único mecanismo de proteção do sigilo do voto utilizado pelo software de votação. Pena que o TSE obrou e andou para as advertências e recomendações dos especialistas – que mostram como cada eleitor pode ajudar na fiscalização – em vez de apenas usar o celular para “passar um zap-zap para agendar um lepo-lepo”...


Agir é preciso porque a transparência é zero! Ninguém tem acesso aos detalhes de como os votos são contados pelo software da urna. País com o antidemocrático voto obrigatório, pesquisas de opinião manipuladas e indutoras da opinião pública, junto com a insegurança no processo de votação, apuração e totalização final do voto, é capaz de produzir qualquer escatologia política. 

A dogmática confiança na veracidade absoluta do resultado da votação é um doloroso calcanhar de Aquiles do subdesenvolvido regime político tupiniquim. Mas o maior problema ainda é o subdesenvolvimento cultural do eleitorado. Ainda não há um mecanismo social eficaz para impedir a compra e venda de votos nas periferias dos grandes centros urbanos ou nos grotões de pequenos municípios, principalmente nas regiões Norte-Nordeste. Infelizmente, o clientelismo ainda garante o sucesso dos “currais eleitorais” no Brasil.

O risco de fraude eleitoral é real. Esta é a única chance de o desgoverno nazicomunopetralha faturar a eleição presidencial já no primeiro turno. Embora pareça minoritário, o segmento esclarecido do eleitorado tem o dever de reagir do jeito democrático que puder. Se o Brasil não mudar o governo, a situação só continuará boa (ou melhor ainda) para quem é corrupto, aparelha a máquina ou faz negócios milionários com os bandidos no poder. Para o resto, a situação ficará ruim (ou pior ainda).

A prioridade imediata é tirar o PT do poder. No entanto, isto não bastará. Eles não largarão o osso facilmente. Haverá reação violenta dos segmentos criminosos que são seus parceiros. Os movimentos seguintes serão conflituosos. O cenário que se desenha é pra lá de esquisito e tenso. O próximo governo (inclusive se for da Dilma) terá de suportar várias instabilidades sociais, econômicas, políticas e jurídicas. A dúvida concreta é: quanto tempo suportará as pressões? 

Um ponto precisa se tornar consensual: o brasileiro terá de pensar com o cérebro – e não mais com o intestino. A elite estratégica terá o papel fundamental de definir que a Educação, no sentido amplo do termo, será a prioridade das prioridades. O resto será consequência – boa ou ruim - da decisão a ser tomada.

A Coreia do Sul fez isto na década de 50... Nós continuamos parados no tempo, na fajutagem de que somos o “País do futuro”. Não somos! E o tempo ruge... Nosso prazo fatal é 2040. Depois disso, nos tornaremos uma nação majoritariamente envelhecida, sem pique para promover mudanças.   

Basta de ser vanguarda do atraso. “Avante, brasileiros... Sempre avante”!

“Colaboração” premiada

Do leitor Mário A. Dente, de São Paulo, uma boa sugestão para a força tarefa da Lava Jato:

“Se diretores da Petrobras e o doleiro Youssef tem direito à delação premiada, por que não estender esse direito aos diretores e contadores das empreiteiras, após investigação da Polícia Federal? A casa de vários capos  e do "capo de tutti i capi" vinha abaixo”.

O problema, caro Mário, é haver coragem suficiente para detonar tanta gente poderosa ao mesmo tempo, pois isso poderia implicar na queda da Republiqueta Capimunista do Brasil e sua corrupta base com políticos, sindicalistas, empreiteiros e banqueiros que servem a Deus e ao Diabo na terra da carne de sol...

Tem culpa eu, Padilha?

Apelando...


Aécio é a bala de prata para mudar o Brasil.


Repousa nas mãos do Ministério Público Federal e da Polícia Federal as provas de todo o esquema de corrupção montado pelo PT e pela sua base aliada, nos últimos 12 anos. As denúncias que serão feitas nos próximos dias e nos próximos meses poderão mudar o país.  Acertarão em cheio justamente aquele núcleo de podridão que, a cada eleição, chantageia o presidente no Congresso, fazendo com que ele escolha entre deixar a roubalheira continuar, nomeando ladrões para serem ministros e diretores de estatais, roubar junto como o PT está fazendo ou enfrentar uma crise institucional desde o primeiro dia de governo.
Se Dilma for reeleita, nada mudará, pois o PT comandou este esquema. O PT moldou esta organização criminosa. O PT é o cérebro da quadrilha. O PT possui dezenas de altos dirigentes envolvidos na roubalheira instalada no Estado brasileiro. E ninguém se surpreenda se até mesmo ele, o grandão, aparecer no meio da lama. Se Dilma for reeleita, tudo será abafado, tudo será colocado debaixo do tapete, tudo será engavetado. A atual presidente tem dito que quem manda no Ministério Público e na Polícia Federal é ela. Nem mais esconde que pretende aparelhar a Justiça e o que ainda resta de independência no Supremo Tribunal Federal, pois nomeará vários ministros durante o seu mandato.
Aécio, se eleito presidente, assumirá o governo em meio a um raro momento de enfraquecimento da quadrilha, que estará às voltas com as denúncias da Operação Lava Jato. Poderá montar uma nova base de governo, extirpando estes tumores malignos que atendem pelos nomes Sarney, Jucá, Collor, Barbalho, Calheiros, Lobão, Cunha, Alves e toda essa camarilha que se beneficia da máquina de roubar montada pelo PT.Será agora ou nunca!
O Brasil está diante de uma escolha decisiva para o seu futuro. Os ladrões que governam o país estão sitiados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Mas somente um novo presidente poderá dar andamento às investigações, processos e prisões, limpando o Brasil deste nefasto esquema petista de corrupção. O nome deste presidente é Aécio Neves. Ele é a bala de prata. Ele é a última chance. 
 

Em quem voto e por quê - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO






O ESTADO DE S.PAULO - 05/10


Poucas vezes o refrão de estarmos numa encruzilhada terá sido tão verdadeiro. Neste domingo os eleitores carregam para a votação o peso de uma responsabilidade histórica. E o mais grave é que, dadas as condições do debate eleitoral e as formas prevalecentes de manipulação da opinião pública, boa parte do eleitorado nem atina qual seja a bifurcação diante da qual o País está.

Numa das mais mistificadoras campanhas dos últimos tempos, a máquina publicitária e corruptora do PT e aliados espalhou boatos de que Aécio Neves acabaria com os programas sociais (em grande parte criados pelo próprio PSDB!) e Marina Silva seria a expressão dos interesses dos banqueiros, tendo nas mãos, com a independência do Banco Central, a bomba atômica para devastar os interesses populares. Por mais ridículas, falsas e primárias que sejam as imagens criadas (também eram simplificadoras as imagens do regime nazista ou do stalinista para definir os "inimigos"), elas fizeram estragos no campo opositor.

A guerra de acusações descabidas escondeu o tempo todo o que a candidata à reeleição deixou claro nos últimos dias: suas distorções ideológicas. Fugindo aos scripts dos marqueteiros, que a pintam como uma risonha e bonachona mãe de família, e do PAC, a presidenta vem reafirmando arrogantemente que tudo o que fez foi certo; se algo deu errado, foi, como diria Leonel Brizola, por conta das "perdas internacionais". Mais ainda, disse com convicção espantosa ser melhor dialogar com os degoladores de cabeças inocentes do que fazer-lhes a guerra, coisa que só os "bárbaros" ocidentais pensam ser necessária.

E o que é isso: socialismo? Populismo? Não, capitalismo de Estado, sob controle de um partido (ou do chefe do Estado). Um governo regulamentador, soberbo diante da sociedade, descrente do papel da opinião pública ("não é função da imprensa investigar", outra pérola dita recentemente por Dilma), com apetite para cooptar o que seja necessário, desde empresários "campeões nacionais" até partidos sedentos de um lugar no coração do governo. Algo parecido com o que o lema do velho PRI mexicano expressava: fora do orçamento, não há salvação; nem para as empresas, nem para os partidos, nem para os sindicatos, para ninguém. Crony capitalism, dizem os americanos. Capitalismo para a companheirada, diríamos nós.

E sempre com certo ar de grandeza, herdado do antecessor: nunca antes como agora. Para provar os acertos, vale tudo: fazer citações sem respeito ao contexto, escamotear as contas públicas ou até mesmo, para se justificar, dizer: "Nunca ninguém puniu tanto os corruptos como este governo!". Como se as instituições de Estado (Polícia Federal, Ministério Público, tribunais, etc.) fossem mera extensão dos governantes.

Criou-se um clima de ilusão e embuste usando uma retórica baseada no exagero e na propaganda. Será isso democracia? Estamos, pouco a pouco, apesar de mantidas as formas democráticas, afastando-nos de seu real significado. Como em alguns outros países da América Latina. Com jeitinho brasileiro, mas com iguais consequências perversas. O modo de governar (democraticamente ou não) é tão importante para mostrar as diferenças entre os partidos quanto as divergências de orientação nas políticas econômicas ou sociais.

Por mais que a propaganda petista mistifique, as políticas sociais têm o rumo definido desde a Constituição de 1988. Executadas com maior ou menor perícia por parte de quem governa, com maior ou menor disponibilidade de recursos, o caminho dessas políticas está traçado: mais e melhor educação, mais e melhor saúde, mais e melhor amparo a quem necessita (bolsas, aposentadorias, etc.). Já a política econômica perdeu o rumo e destrói pouco a pouco as bases institucionais que permitiram consolidar a estabilidade e favorecer o crescimento da economia.

No conjunto de sua obra, o governo atual rompeu o equilíbrio alcançado entre Estado, mercado e sociedade e dá passos na direção de um modelo à Ernesto Geisel. Tal modelo é incompatível com a democracia e com a economia moderna. Não poderão sobreviver os três ao mesmo tempo.

É esse o fantasma que nos ronda. Reeleita a candidata, a assombração vira ameaça real. Ameaça à economia e ao regime político, pelo menos quanto ao modo de entender o que seja democracia. Não é preciso que nos ensinem que democracia requer inclusão social e alargamento da participação política. Essa foi a luta do meu governo, desde o primeiro dia, em condições muito mais adversas. É este governo que necessita aprender que a inclusão e a participação verdadeiramente democráticas requerem defesa vigilante das liberdades fundamentais (especialmente de imprensa), autonomia da sociedade civil, separação entre partido, governo e Estado. Como o governo mostra dificuldade em aprender, só há um caminho: votar na oposição.

Mas em qual oposição? Com o devido respeito às demais forças oposicionistas, que deverão estar juntas conosco no segundo turno, há um candidato e um partido que já demonstraram na prática que obedecem aos valores da democracia, da inclusão social e da modernização do País. Já mostraram também que sabem governar. O PSDB e seus aliados lançaram as bases sociais e econômicas do Brasil contemporâneo. Aécio é a expressão deste Brasil. Governando Minas Gerais, fez seu Estado avançar (o Estado tem hoje o melhor Ideb do País no ensino fundamental) e marcou a sua administração por inovações na forma de estabelecer e cobrar resultados. Não foi o único governador a se destacar no período recente, mas esteve sempre entre os melhores.

Meu voto, portanto, será dado a Aécio. Não só por ele, mas pelo que ele representa, como uma saída para a encruzilhada em que nos encontramos.
 

Sem Minas, Aécio tenta conquistar o Brasil

247 - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) chega ao dia de votação no primeiro turno vivendo sentimentos opostos. Em Minas Gerais, a vitrine do seu "choque de gestão", ele e seu candidato Pimenta da Veiga devem sofrer uma derrota acachapante para o petista Fernando Pimentel, provável vencedor no primeiro turno. No entanto, a ultrapassagem sobre Marina Silva, na última curva da corrida presidencial, transforma aquilo que seria um fiasco completo para os tucanos numa possibilidade real e concreta de poder. Afinal, nas simulações de segundo turno, a distância que o separa da presidente Dilma é relativamente pequena: 53% a 47% para ela, segundo o Datafolha.

Aécio terá, a seu favor, o apoio maciço dos meios de comunicação tradicionais e também de grande parte do setor empresarial, que, nos últimos anos, se distanciou da presidente Dilma Rousseff. O escândalo da Petrobras, com as delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, será mais um combustível a impulsioná-lo.

No entanto, ele terá o desafio de explicar por que os mineiros não renovaram o apoio a seu grupo político e também de enfrentar um debate que, nas últimas três eleições foi favorável ao PT: o da comparação entre os governos Lula e FHC. Aécio jamais escondeu FHC – ao contrário, fez questão até de saudá-lo, ao vivo, no debate da TV Globo. Embora diga que a disputa será entre ele e a presidente Dilma Rousseff, o embate também terá FHC e Lula em campo. Hoje, o jogo está 3 a 2 para o PT. Enquanto os petistas tentarão transformar o placar em goleada, Aécio busca o empate no confronto PT-PSDB.

Leia, abaixo, o perfil de Aécio escrito por Eduardo Simões, da Agência Reuters:
Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - Apontado como futuro candidato do PSDB ao Planalto desde que ganhou destaque nacional como presidente da Câmara dos Deputados em 2001, o senador mineiro Aécio Neves vive agora uma situação inusitada para qualquer candidato tucano desde 1989: a possibilidade de ser derrotado sem sequer chegar ao segundo turno.

Visto por aliados como um gestor eficiente capaz de fazer auxiliares entregarem resultados e o homem certo para levar adiante a herança política do avô Tancredo Neves, é criticado por adversários por ser um político que controla a imprensa com pulso firme e um representante de Minas Gerais que passa tempo demais em festas no Rio de Janeiro.

“Eu acho que o Aécio combina uma extraordinária habilidade política, para a política partidária, para as composições eleitorais, com uma clareza muito grande de objetivos, do que ele quer atingir", disse o senador paulista Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice na chapa de Aécio, em entrevista recente à Reuters na qual também rebateu a fama de "playboy" do presidenciável tucano.

“Ele é um sujeito que gosta da vida. Gosta de comer bem, gosta de amigos, gosta de tomar os seus aperitivos. É uma pessoa normal. Agora, é extremamente disciplinado. O Aécio é um sujeito muito disciplinado e trabalhador. Não apenas na política mas na administração. Foi um excelente governador de Minas Gerais.”

Independentemente da opinião que desperte, o fato é que Aécio, aos 54 anos, finalmente chegou à posição que parecia que seria sua, mais cedo ou mais tarde: a candidatura à Presidência da República.
Mas um fato inédito em disputas presidenciais no Brasil --a morte do então candidato do PSB, Eduardo Campos, e sua substituição por Marina Silva-- ameaça frustrar os planos do tucano.

"Nós estamos tendo, na verdade, uma nova eleição em razão de tudo o que ocorreu, inclusive, com mudança de candidaturas", tem repetido Aécio desde que Marina se tornou candidata e o ultrapassou nas pesquisas de intenção de voto.

Às vésperas da eleição de domingo, o tucano voltou a ganhar terreno, ao passo que a candidata do PSB perdeu força, e o que parecia distante nos primeiros levantamentos feitos após a morte de Campos, a ida de Aécio ao segundo turno, que ele gosta de chamar de "a onda da razão", parece agora uma possibilidade real.

GOVERNADOR DE MINAS
Aécio governou Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, por dois mandatos, assumindo em 2003 e deixando o cargo em 2010 com altíssimos índices de popularidade, para disputar uma vaga no Senado.

Acabou sendo uma espécie de "prêmio de consolação" para o tucano, que com uma grande aprovação no governo mineiro era apontado como postulante natural do PSDB ao Planalto naquela eleição, depois das derrotas de José Serra, em 2002, e de Geraldo Alckmin, em 2006. Mas Serra impôs seu nome mais uma vez e acabou derrotado pela presidente Dilma Rousseff (PT).

Eleito senador, conseguiu fazer seu sucessor em Minas com uma vitória no primeiro turno do até então pouco conhecido Antonio Anastasia, que era seu vice e assumiu o governo com a saída de Aécio. Com isso, credenciou-se como candidato natural à Presidência da República em 2014 e principal nome da oposição.

"Ele forma a equipe, estabelece o planejamento estratégico, fixa metas objetivas, supervisiona, descentraliza a gestão e cobra resultados", disse o deputado federal Marcus Pestana, presidente do diretório mineiro do PSDB, que foi secretário de Saúde do governo Aécio.

O tucano foi eleito no primeiro turno nas duas vezes que disputou o governo do Estado --teve 58 por cento dos votos em 2002 e 77 por cento em 2006-- e foi o governador melhor avaliado do Brasil, segundo o Datafolha, que no final de 2009 mostrou que 73 por cento dos mineiros consideravam seu governo ótimo ou bom.

Com a marca do "choque de gestão", programa pelo qual enxugou a máquina pública, Aécio buscou o carimbo de gestor eficiente, que também procurou propalar na disputa presidencial. Mas em seu Estado, nem todos parecem concordar com esta marca.

"Indicadores colocam Minas Gerais com os maiores índices de desigualdade no país", disse a cientista política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Helcimara de Souza Telles.
Críticos do senador mineiro afirmam ainda que ele estabeleceu uma "censura" na imprensa do Estado, eliminando os espaços para opositores e garantindo que somente reportagens favoráveis fossem publicadas.

E, segundo esses adversários, a ferramenta escolhida foi o controle das verbas publicitárias, por meio da criação do Grupo Técnico de Comunicação, no qual Andrea Neves, a irmã de Aécio, é quem daria as cartas.

"Os órgãos de comunicação de Minas Gerais são mantidos com mãos de ferro", disse o deputado estadual Pompílio Canavez (PT), líder do bloco "Minas Sem Censura", que faz oposição ao governo tucano na Assembleia Legislativa do Estado.

RIO DE JANEIRO: "FOLCRORE"
Integrante da terceira geração de uma família de políticos --além de Tancredo, o outro avô, Tristão Cunha, era político, assim como o pai, Aécio Cunha-- Aécio é elogiado por sua capacidade de articulação, que o colocou à frente de uma aliança improvável na eleição de 2008, quando PT e PSDB se uniram para eleger Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte.

A decisão de Campos de romper a aliança do PSB com o governo Dilma para lançar-se ao Palácio do Planalto e a necessidade de um palanque para chamar de seu em um Estado importante como Minas, provocaram o fim da aliança entre socialistas e tucanos no Estado.

Ainda assim, a relação entre Aécio e o PSB manteve-se boa. O tucano, aliás, declarava-se amigo de Campos.

"O Aécio é um grande político. Teve excelente gestão no governo de Minas", disse o deputado federal Júlio Delgado, presidente do PSB mineiro.

Divorciado e pai de uma filha, Aécio casou recentemente com a modelo Letícia Webber, 20 anos mais nova que ele e com quem recentemente teve gêmeos --um menino e uma menina.

Amigo de celebridades, como o ex-jogador Ronaldo e o apresentador Luciano Huck, em 2011 foi parado numa blitz da Lei Seca, no Rio, com a carteira de habilitação vencida. Se recusou a fazer o teste do bafômetro e, à época, argumentou que não fez o teste porque não poderia seguir guiando, já que estava com o documento vencido.

Durante a campanha deste ano, teve por várias vezes de responder sobre este episódio. Em uma delas, no jornal O Estado de S. Paulo, chegou a sugerir que a plateia checasse a validade de suas habilitações. Em outra, ao ser entrevistado pelo Jornal da Record, reconheceu que errou ao não fazer o teste.

"Foi um erro, e no meu caso porque a carteira estava vencida há 30 dias, então não tinha como eu fazer e voltar dirigindo. Mas um erro. Eu sou um homem do meu tempo, reconheço erros, tenho uma vida pública de 30 anos de serviços prestados ao país", justificou-se.
A presença frequente do tucano no Rio de Janeiro é, inclusive, um dos alvos prediletos de seus adversários políticos.

"O pessoal brinca que ele fez a Cidade Administrativa no meio do caminho para Confins para ficar mais fácil" as viagens para o Rio de Janeiro, disse o deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB), um dos integrantes do "Minas Sem Censura", numa referência à nova sede do governo estadual, construída durante a gestão Aécio na mesma rodovia que leva ao aeroporto de Confins.
Para o deputado tucano Pestana, no entanto, as críticas às viagens de Aécio ao Estado vizinho não passam de "folclore".

"A resposta para isso está nos resultados das últimas eleições", disse, referindo-se à reeleição de Aécio em 2006, à eleição de seu sucessor, Antonio Anastasia, em 2010, e à de Lacerda à prefeitura da capital em 2012, quando foi apoiado pelo senador contra um candidato do PT.
(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello, em Brasília)

Para onde vai Marina no segundo turno?

247 - Caso as urnas confirmem o que mostram as três últimas pesquisas, dos institutos CNT/MDA, Datafolha e Ibope, a ex-senadora Marina Silva irá "morrer na praia". Depois de sentir o gosto do poder, ela, que esteve dez pontos à frente da presidente Dilma Rousseff, em simulações de segundo turno, literalmente derreteu. Caiu em todos os estados, todas as faixas etárias e segmentos de renda, assim que suas ideais, propostas e recuos foram ficando mais claros. Se vier a ser mesmo ultrapassada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) na reta final do primeiro turno, a grande questão é: o que fará no segundo?


Cercada de economistas liberais e de uma banqueira, Neca Setúbal, com um ideario à direita do PSDB, partido que rejeita, por exemplo, a independência do Banco Central, Marina teria motivos, portanto, para se aliar a Aécio. No entanto, o partido onde Marina se alojou, o PSB, possui vínculos mais sólidos com o PT. E se dependesse da vontade do presidente do partido, Roberto Amaral, a aliança natural seria com a presidente Dilma – jamais com os tucanos.

Caso se confirme a derrota de Marina, ela será assediada, nos próximos dias, por dois personagens de peso: os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso. O primeiro pedirá, ao menos, sua neutralidade. O segundo tentará o apoio explícito.

Leia, abaixo, o perfil de Marina, escrito pela repórter Maria Carolina Marcelo, da agência Reuters:

Aparência engana quem vê fragilidade em Marina 

Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Ambientalista renomada, com uma história de vida cheia de superações, Marina Silva se viu lançada em meados de agosto ao centro da disputa eleitoral deste ano, em uma campanha que planejava ter apenas um papel de coadjuvante.

Marina entrou na disputa como vice de Eduardo Campos, que encabeçava a chapa do PSB, mas a morte do candidato em um acidente aéreo provocou uma reviravolta no cenário político.

"Ocorreu uma tragédia, e essa tragédia praticamente a obrigou a ser candidata", disse à Reuters o deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ), um dos interlocutores que a acompanharam e filiaram-se ao PSB.

Ambos já haviam protagonizado uma mudança no cenário eleitoral, quando anunciaram a surpreendente aliança para chegar ao Palácio do Planalto. Após ter frustrada sua tentativa de criar o partido Rede Sustentabilidade, Marina decidiu filiar-se ao PSB no último minuto.

Com a morte de Campos, entrou na disputa com a força de um furacão, subindo rapidamente nas pesquisas eleitorais e atraindo contra ela uma saraivada de ataques das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB).

Em meio ao bombardeio, reclamou de ataques injustos e do que chamou de mentiras, assumindo um ar de vítima na disputa, que acabou passando para muitos a imagem de uma pessoa frágil, que não estaria a altura do cargo que disputa. Nada mais falso, dizem os que a conhecem bem.

"Realmente, chamar de frágil uma pessoa que enfrentou a morte não sei quantas vezes; que conseguiu, nascida no coração da Floresta Amazônica, seringueira, se alfabetizar aos 16 anos; teve malária não sei quantas vezes, leishmaniose não sei quantas vezes, envenenamento com mercúrio, quase morreu não sei quantas vezes, uma sobrevivente nata", disse Sirkis. "Realmente, se isso é fragilidade eu não sei o que é força."

Nascida em um seringal no Acre, Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, 56 anos, acumula longa lista de problemas de saúde. Hepatite, malária, leishmaniose e contaminação por mercúrio, o que restringe bastante sua dieta, são algumas das doenças que a acometeram. Marina já comentou sobre seu passado de fome, pobreza e perdas --a mãe faleceu quando ela tinha 14 anos de idade.

Alfabetizada somente aos 16 anos, quando se mudou do seringal para Rio Branco, também evita o uso de maquiagem, por ser alérgica.

RANCOR E PRECONCEITO
A sua luta ligada ao meio ambiente fez com que fosse um dos primeiros nomes anunciados para o ministério do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, época em que foi colega de Campos. Marina na chefia do Meio Ambiente e ele, na Ciência e Tecnologia.

Em maio de 2008, no entanto, anunciou a saída do governo Lula em meio a atritos, especialmente com o Ministério da Agricultura e com a então ministra-chefe da Casa Civil, a hoje presidente Dilma Rousseff. Pouco mais de um ano após deixar o Ministério, Marina decidiu deixar o PT, partido em que permanecera por 24 anos.

Onze dias depois estava filiada ao PV, sigla pela qual disputou a eleição presidencial de 2010. A aposta rendeu à então candidata verde perto de 20 milhões de votos, o que lhe garantiu a terceira posição e forçou um segundo turno entre Dilma e o tucano José Serra.

Após a eleição de 2010, Marina desfiliou-se do PV em meio a uma disputa por espaço político dentro da legenda, passando a buscar o projeto da nova sigla, a Rede Sustentabilidade, iniciado com a criação do Movimento por uma Nova Política.
A ex-senadora creditou o naufrágio de sua sigla a uma articulação nacional de seus adversários, procedimento que teria prejudicado a checagem de assinaturas de apoiadores do novo partido nos cartórios eleitorais de todo o país.

O episódio nutriu um rancor pelo PT, que a motivou, segundo interlocutores de Campos, a fazer uma cruzada contra Dilma. O ex-governador de Pernambuco chegou a dizer que Marina poderia "engolir um caminhão de sapos por dia" para derrotar a presidente.

Mas após o falecimento do companheiro de chapa em agosto, e poucos dias depois do anúncio de que assumiria a candidatura à Presidência, Marina encostava na até então líder nas pesquisas eleitorais, Dilma, que tenta a reeleição pelo PT. A ex-senadora também deixava o tucano Aécio Neves mais distante da possibilidade de disputar o segundo turno.

Dada sua disparada nas pesquisas, adversários passaram a buscar brechas e contradições no discurso de Marina. Dentre os pontos explorados, estão sua histórica defesa pelo meio ambiente, o fato de ser evangélica e um suposto conservadorismo, além do fato de já ter passado por diversas legendas, inclusive o PT, hoje combatido por ela.

"Existe um preconceito, sem dúvida nenhuma. E até mais do que um preconceito, existe evidentemente uma luta política e dentro da luta política uma propaganda negativa", afirmou Sirkis.

Para a senadora e candidata ao governo da Bahia pelo PSB, Lídice da Mata, o preconceito passou a existir a partir de uma campanha "sistemática" que tentou colar a imagem de "fundamentalista" em Marina.

"Chegaram à conclusão de que atemorizar a população dá certo e resolveram assumir sem nenhuma ética esta postura. Foi a mesma que a direita de ontem usou contra Lula e contra Dilma. E hoje o PT usa contra a Marina sem cerimônia", disse Lídice.

Preconceito ou não, o posicionamento religioso da candidata, que já alimentou o sonho de ser freira e tornou-se evangélica frequentadora da igreja Assembleia de Deus, foi colocado em xeque após revisão do capítulo sobre direitos para homossexuais do programa de governo um dia após o seu lançamento. O partido divulgou uma errata, que parte do movimento LGBT considerou um retrocesso.

Antes do episódio, Marina já havia se posicionado pessoalmente contra o aborto, e a favor da igualdade de direitos inclusive para casais homossexuais, embora tenha se posicionado contrária ao uso da palavra "casamento" para esse tipo de união.

A sua trajetória de ambientalista, a ex-senadora militou ao lado de Chico Mendes, assassinado em 1988, também não passou em branco pelo escrutínio dos adversários. A candidata foi acusada de mudar de lado ao se aproximar do agronegócio nesta campanha.

Esse histórico, segundo interlocutores de Marina, em nada se contradiz a setores como a agricultura e o setor energético, para os quais defende uma "adequação" às regras do desenvolvimento sustentável.

NOVA POLÍTICA
Marina tem defendido o diálogo e o fim da "velha política", da aliança em troca de cargos, entoando o mantra da necessidade de renovação.

Descrita como amistosa, carismática e até mesmo "sedutora" por interlocutores, entrou na disputa com o discurso contra a polarização PT x PSDB na política.

"Se eu achasse que esse país está condenado a eternamente ter esse padrão de política que nós temos, eu entraria em depressão", disse a candidata em entrevista à Reuters.

Mas críticos dizem que a ex-ministra é pouco flexível e está longe da capacidade de conciliação que o ex-cabeça de chapa do partido tinha. Dependendo do contexto, para quem é acusada de fragilidade, isso pode ser um elogio.

"O pessoal diz 'a Marina é magrinha, é fraquinha'. Sou magrinha, mas olhe, eu venho da Amazônia e tem uma árvore chamada biorana. Tem a biorana branca e a biorana preta. A biorana preta não fica tão grossa, mas experimenta bater com um machado", afirmou em discurso. "Sai faísca, ele não verga."
(Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo, e Jeferson Ribeiro, em Brasília)

Ibope também sinaliza disputa Dilma-Aécio

247 - Pesquisa Ibope divulgada neste sábado, 4, sobre intenções de votos válidos para Presidência da República mostra a presidente Dilma Rousseff, do PT, com 46%. 


O candidato do PSDB, Aécio Neves, passou a candidata Marina Silva, do PSB, e agora está em segundo lugar, com 27%. 

Marina tem 24% dos votos válidos. Como a margem de erro da pesquisa é de 2% para mais ou para menos, Aécio e Marina ainda estão em empate técnico.

Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. 


O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.
Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) têm 1% cada. Levy Fidelix (PRTB), Zé Maria (PSTU), Rui Costa Pimenta (PCO), Eymael (PSDC) e Mauro Iasi (PCB) obtiveram 0%.

Segundo o Ibope, "após o debate, Dilma segue na liderança; Aécio cresce e fica numericamente à frente de Marina, porém, em situação de empate técnico".

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo". O Ibope ouviu 3.010 eleitores entre os dias 2 e 4 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Datafolha: decisão deve ser entre Dilma e Aécio

247 - A eleição presidencial de 2014 deve ser decidida no segundo turno, entre a presidente Dilma Rousseff, do PT, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Pesquisa Datafolha aponta Dilma com 44% dos votos válidos, contra 26% de Aécio e 24% de Marina Silva. A pesquisa confirma os resultados do levantamento CNT/MDA, que também apontam a retomada da polarização PT-PSDB.
No segundo turno, Dilma venceria Aécio por 53% a 47% e Marina por 55% a 47%.

Leia, abaixo, reportagem da Reuters:
Por Alexandre Caverni


SÃO PAULO (Reuters) - As últimas pesquisas Datafolha e Ibope antes da eleição de domingo mostraram uma inversão na disputa pelo segundo lugar, e pela primeira vez Aécio Neves (PSDB) está em vantagem numérica sobre Marina Silva (PSB), mas a situação ainda é de empate técnico entre os dois.
Apesar do empate estatístico, como a vantagem numérica é de Aécio nos dois levantamentos divulgados neste sábado e sua trajetória de intenção de votos é ascendente e a de Marina descendente, os dados indicam que o tucano será o adversário da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, no segundo turno.

Dilma segue com folga na liderança da corrida presidencial, mas não o suficiente garantir sua vitória já no primeiro turno. Considerando os votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), a presidente tem 44 por cento no Datafolha e 46 por cento no Ibope --nos levantamentos anteriores conhecidos na quinta-feira, ela tinha, respectivamente, 45 e 47 por cento.

Já Aécio teve um forte impulso final: ele passou a 26 por cento no Datafolha e a 27 por cento no Ibope --na quinta-feira, o tucano tinha 24 e 22 por cento.

Marina, enquanto isso, acentuou sua trajetória de queda, passando a 24 por cento no Datafolha e no Ibope --ante 27 e 28 por cento, respectivamente.

Como a margem de erro das duas pesquisas é de 2 pontos percentuais, o tucano e a candidata do PSB estão em situação de empate técnico.

Considerando o eleitorado total, as duas pesquisas mostram que ainda há 5 por cento de indecisos. Os que planejam votar branco e nulo são 4 por cento pelo Datafolha e 7 por cento pelo Ibope.

No início de setembro, Marina --que se tornou presidenciável com a morte de Eduardo Campos num acidente aéreo em meados de agosto-- chegou a ter de 20 pontos percentuais de vantagem sobre Aécio pelo Datafolha e de 18 pontos pelo Ibope.

Com menos de um quinto do tempo de TV da campanha de Dilma e menos da metade da tucana, Marina passou a ser alvo do que no jargão político se chama processo de "desconstrução".

De um lado, a propaganda de Dilma procurava mostrar os supostos efeitos negativos de propostas de Marina, como a independência formal do Banco Central, e sua falta de apoio político.

De outro, Aécio explorava o sentimento antipetista de parcela do eleitorado lembrando os longos anos de PT da candidata do PSB, além de citar a falta de experiência e contradições entre posições atuais e anteriores da ex-senadora e ambientalista.

Considerado carta fora do baralho em vários momentos no início de setembro, Aécio caminha para conseguir uma virada inédita para essa fase da campanha.

SEGUNDO TURNO

As simulações de segundo turno das duas sondagens mostram vitória de Dilma nos quatro cenários possíveis, mas com placares diferentes.

Pelo Datafolha, Dilma vence Aécio por 48 a 42 por cento das intenções de voto --na pesquisa anterior a vantagem era de 48 a 41 por cento. Contra Marina, a petista ganha de 49 a 39 por cento (ante 48 a 41 por cento).

O Ibope mostra vitória da presidente por 45 a 37 por cento contra os dois adversários. Mas no caso de Aécio o resultado para a presidente é bem pior do que na última pesquisa (quando foi de 46 a 33 por cento), enquanto contra Marina a vantagem é praticamente a mesma (era 43 a 36 por cento).

O Datafolha ouviu 18.116 pessoas, em 468 municípios, entre sexta-feira e sábado, enquanto o Ibope ouviu 3.010 pessoas entre quinta-feira e sábado.

O diabo e os espantalhos - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR







GAZETA DO POVO - PR - 05/10


Com tantas questões urgentes merecendo análise sensata e serena nesta campanha, preferiu-se construir problemas imaginários e recorrer à mentira pura e simples na tentativa de amedrontar os eleitores

Em março do ano passado, a presidente Dilma Rousseff deixou a pista definitiva sobre como seria a campanha eleitoral deste ano: “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”, disse em João Pessoa (PB). Hoje, quando se realiza o primeiro turno do pleito, podemos dizer que pelo menos essa promessa foi cumprida, em maior ou menor nível, não só por Dilma, mas também por Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Com tantas questões urgentes merecendo análise sensata e serena, preferiu-se construir problemas imaginários e recorrer à mentira pura e simples na tentativa de amedrontar os eleitores.

O terrorismo eleitoral, infelizmente, foi a tônica da campanha. Na economia, enquanto os problemas reais, como a inflação em alta, a produção industrial cambaleante e o rombo nas contas públicas (só para ficar em alguns poucos itens) não ganharam a discussão séria que mereciam, anúncios de propaganda política petista satanizavam a defesa da independência do Banco Central feita por Marina Silva, afirmando que tal medida causaria falta de comida na mesa do brasileiro, em uma improvável relação de causa e efeito. 
 
A campanha de Dilma também passou a insinuar que a candidata do PSB mexeria em itens como 13.º salário e Fundo de Garantia caso eleita, tudo porque Marina havia defendido a necessidade de atualizar a engessada legislação trabalhista brasileira, ressaltando que nenhum direito do trabalhador seria afetado. E a própria Dilma afirmou claramente, em 20 de setembro, que o Bolsa Família “vai acabar se eles [Aécio ou Marina] forem eleitos” – isso apesar de os dois principais adversários da presidente já terem deixado clara a manutenção do programa de transferência de renda caso vençam a eleição.

Já Marina batalhou para colar em seus adversários a pecha de representantes da “velha política”, apresentando-se messianicamente como a “nova política” (aparentemente não muito diferente do que os outros fazem) e, diante dos ataques sofridos, apelando ao vitimismo, como se isso, e não suas propostas, bastasse para conquistar o apoio dos brasileiros. E Aécio, que só terminou de divulgar seu plano de governo na sexta-feira passada, preferiu, ao longo da campanha, desconstruir não as propostas, mas a pessoa de Marina, batendo forte na tecla do “despreparo” da ex-senadora e ex-ministra, com quem disputa votos mais diretamente.

Boa parte dessas práticas recebe o apelido de “espantalho”. É a construção de uma caricatura simplista (ou puramente mentirosa) da posição adversária, caricatura essa que é muito mais fácil de atacar que o adversário real. Se dá trabalho discutir sobre o que poderia ser melhorado na CLT, ou no Bolsa Família, é muito mais fácil acusar o oponente de querer acabar com o 13.º salário ou a transferência de renda, e bater nele pelo que ele nunca disse ou propôs. É uma estratégia mentirosa que, infelizmente, se mostra eficaz, baseada no medo da população – basta recordar o episódio da corrida em massa a lotéricas e agências da Caixa em maio do ano passado, por supostos boatos de que o Bolsa Família acabaria (na época, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, culpou a oposição, mas a Polícia Federal não encontrou nenhum indício de ação orquestrada).

Tudo indica que, na eleição presidencial, caminharemos para um segundo turno, embora ainda haja indefinição sobre quem seguirá na disputa pela faixa. Nossa esperança é a de que, caso se confirme a sequência da disputa, os candidatos se pautem pelo debate honesto e de alto nível, abandonando o terrorismo eleitoral que caracterizou este primeiro turno. O diabo já plantou espantalhos suficientes pelo Brasil; é hora de começar a derrubá-los.
 
 

Atropelada na reta final - MERVAL PEREIRA






O GLOBO - 05/10



O candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, chega no dia da eleição em crescimento não apenas no primeiro turno, quando supera a adversária Marina Silva do PSB de acordo com as últimas pesquisas, mas principalmente na simulação do segundo turno, o que faz com que o voto útil oposicionista passe a ser para ele, e não para Marina.

Com isso, é provável que aumente a diferença a seu favor na última hora, sem haver o perigo de que votos de Marina migrem para a presidente Dilma, fazendo-a vencer no primeiro turno. Essa hipótese é afastada pelos dois institutos de pesquisas, que registraram sua estagnação nas últimas rodadas entre 44% e 46% dos votos válidos, votação que, se confirmada pelas urnas, é menor do que a registrada na eleição de 2010.

As pesquisas indicam que o receio de que eleitores de Marina poderiam ir para Dilma é infundado, o que também retira de Marina o poder de influenciar diretamente na eleição. Os eleitores que saíram do voto nulo e em branco para apoiá-la parecem definitivamente participantes do jogo eleitoral. E do lado da oposição.

Ela teria, no entanto, obrigatoriamente que fazer um gesto político em direção ao companheiro de oposição que estará no segundo turno, e se mais uma vez decidir ficar em cima do muro estará confirmando que é uma liderança política não gregária, que se recusa ao jogo democrático.

Em 2010, ela ainda tinha a expectativa de, distanciando-se dos partidos que polarizam a cena política, ficar marcada como a terceira via democrática para uma próxima eleição. Só que essa eleição chegou e ela será derrotada, se as pesquisas estiverem corretas.

Nesse caso, sair da disputa sem apoiar o projeto oposicionista que a superou nas urnas, numa eleição tão apertada quanto essa, é ajudar que o grupo político que está no poder continue predominando. Da mesma forma, o candidato tucano terá a obrigação de apoiá-la caso as pesquisas estejam erradas e Marina chegue ao segundo turno.

A tendência de crescimento de Aécio e declínio de Marina é registrada na simulação do segundo turno: no Datafolha, a diferença de Dilma para Marina era de sete pontos entre os dias 1 e 2, e passou para 10 pontos nessa última pesquisa. Quando a presidente enfrenta Aécio Neves, a distância vai se estreitando: caiu de 11 pontos para 6 pontos em uma semana.

No Ibope, a diferença está em oito pontos a favor de Dilma contra os dois adversários, mas também nesse caso vai aumentando em relação a Marina – que já esteve até mesmo à frente da presidente Dilma, como a única que poderia derrotá-la – e sendo reduzida em relação ao tucano.

Uma simulação do que seria uma disputa entre Marina e Aécio num segundo turno, impossível de acontecer, mostra, no entanto, como o eleitorado de oposição está se passando para o lado do tucano: Aécio, que já perdera para Marina por 24 pontos, agora sairia vencedor dentro da margem de erro, por 39% a 36%.

A subida de Aécio Neves está sendo impulsionada pela tentativa de reverter a eleição em Minas Gerais, tarefa praticamente impossível. Mas a redução da diferença entre Fernando Pimentel do PT para Pimenta da Veiga do PSDB se deve à intensificação da campanha mineira. Perdendo em Minas, Aécio perde também uma boa arma eleitoral para o segundo turno, pois terá que se referir à sua experiência administrativa exitosa com a retaguarda aberta pela derrota em seu território.

Em contraposição, a campanha da presidente Dilma ganhará um bom mote eleitoral com a vitória de um petista em Minas Gerais, terra onde nasceu. Poderá reforçar esses laços com o eleitor minero num segundo turno, dificultando a caminhada de Aécio Neves, que terá que obter uma boa votação no sudeste para superar a defasagem de votos no nordeste.
 

A força do voto aloprado - GUILHERME FIUZA

domingo, outubro 05, 2014





REVISTA ÉPOCA 
Tem gente indignada com a denúncia de espionagem do Ministério da Justiça na Polícia Federal para prejudicar Marina Silva. Essa gente não aprende que esse tipo de coisa é normal. Talvez seja preciso o MEC patrocinar uma megaedição da biografia de Hugo Chávez e distribuí-la gratuitamente em todo o território nacional, para os brasileiros finalmente entenderem que o Estado existe para servir aos companheiros. Se bem que, pela performance da companheira Dilma no primeiro turno, pode-se concluir que boa parte do eleitorado já aceitou que não há separação de bens entre o PT e a máquina pública brasileira.

Segundo a denúncia, o secretário nacional de Justiça visitou na calada da noite, extraoficialmente, em plena campanha eleitoral, o diretor da Polícia Federal. Queria saber sobre um inquérito contra a gestão de Marina no Ministério do Meio Ambiente, que corre em segredo de Justiça. Foi uma missão, segundo a acusação, encomendada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Como se sabe, o ministro Cardozo é um funcionário criterioso. Só aparece para ações cruciais, como criticar publicamente as penas dadas aos mensaleiros. É isso que o país espera de um ministro da Justiça.

Também foi Cardozo o pombo-correio de uma denúncia truncada e adulterada contra os adversários do PT em São Paulo -que o ministro fez pousar sutilmente na mesa do Ministério Público. Nada mais natural, portanto, que ele use seu cargo para prospectar armas eleitorais contra Marina Silva. Se o PT traficou o sigilo fiscal de uma filha do adversário de Dilma na campanha de 2010 e ficou tudo bem, não haveria por que abandonar a tática agora. Dizem que o ministro Cardozo é candidato a uma vaga no supremo tribunal Federal. Considerando o perfil dos despachantes que o PT tem inoculado no STF, Cardozo faz absolutamente tudo certo para chegar lá.

Nas urnas, o Brasil vem dizer novamente ao bando: vão fundo! Ninguém terá esquecido a ação de Dilma Rousseff como ministra-chefe da Casa Civil, denunciada pela então secretária da Receita Federal, por tentar aliviar na marra o companheiro Sarney. Também é inesquecível a ação de Erenice Guerra, então braço direito de Dilma na Casa Civil, fuçando os arquivos governamentais para tentar montar um dossiê contra a ex-primeira-dama Ruth Cardoso. São incontáveis as ações da "inteligência" do PT, do famoso dossiê falso dos aloprados na eleição de 2006 à combinação de perguntas e respostas na CPI da Petrobras, passando pela adulteração de perfis de jornalistas na Wikipédia, de dentro do Palácio do Planalto. Tudo testado e aprovado pelo eleitor: vão fundo!

O primeiro turno da eleição presidencial foi basicamente uma disputa entre os concorrentes para provar quem é mais gay, quem é mais coitado e quem é mais alérgico aos bancos. Nesse imenso jardim de infância, a putrefação ao vivo da Petrobras, sob as rédeas de aloprados companheiros, não fez nem cócegas nas pesquisas eleitorais. O eleitor aprova, portanto, além da espionagem, a pilhagem.

A menos de uma semana da eleição, a bomba: o governo registrou, em agosto, o maior déficit nas contas públicas em 14 anos. Finalmente jogou às favas o compromisso com o superávit primário - um dos pilares da estabilidade econômica. Um rombo assumido e escancarado, que nem a contabilidade criativa e maquiagens associadas poderão esconder. Chegou, enfim, a conta da DisneyLula - essa indústria de favores, boquinhas e bocarras, que transformou o orçamento público numa megassena partidária.

A inflação rompeu o teto, a recessão chegou, e o valoroso povo brasileiro, que disse basta e anunciou que quer mudanças, vota majoritariamente no... PT.

Fora as hipóteses de sadomasoquismo e imersões satânicas, restam três explicações possíveis para tão impressionante fenômeno: 

1) o povo quer que a capital do Brasil passe a ser Buenos Aires; 

2) o eleitorado teme que Dilma saia da Presidência e nunca mais arranje um emprego;

3) notando o gigantesco esquema do "petrolão", montado nos 12 anos do governo petista, o eleitor concluiu que a rede de propinas é a melhor forma de distribuição das riquezas.

Façam suas apostas, depois cobrem da elite vermelha (esperem sentados).