terça-feira, 9 de setembro de 2014

Eleição é teatro. Querem soluções para o Brasil? Ok!




planodeacaoEm julho de 2013, um mês antes do lançamento do best seller de Olavo de Carvalho, idealizado e organizado por mim, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, eu organizei notas e trechos da obra do autor para responder de vez a todos que, no auge da comoção nacional com as manifestações de rua, perguntavam quais eram as soluções e as “propostas positivas” para o país. Como tudo isso volta à tona em período eleitoral, atualizo aqui no meu blog na VEJA o post de um ano atrás, observando que, neste meio-tempo, eu ocupei o meu espaço na mídia. Destaque para a PARTE VI, que traz “As 8 soluções para o Brasil”, reduzidas a 3 no plano de ação ao lado.
PARTE I: PROBLEMAS DO BRASIL
[Trecho do artigo "Uma geração de predadores", de 03/06/2011, presente nas páginas 294-6 do 'Mínimo']
(…) Se me perguntarem quais são os problemas essenciais do Brasil, responderei sem a menor dificuldade:
1) A matança de brasileiros, entre quarenta e cinquenta mil por ano [número que já subiu para 56.337 em 2012, de acordo com o mais recente Mapa da Violência, de 2014];
2) O consumo de drogas, que aumenta mais do que em qualquer país vizinho, e que alguns celerados pretendem aumentar ainda mais mediante a liberação do narcotráfico – o maior prêmio que as Farc poderiam receber por décadas de morticínio.
3)A absoluta ausência de educação num país cujos estudantes tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais, concorrendo com crianças de nações bem mais pobres; num país, mais ainda, onde se aceita como ministro da Educação um sujeito que não aprendeu a soletrar a palavra “cabeçalho” porque jamais teve cabeça, e onde se entende que a maior urgência do sistema escolar é ensinar às crianças as delícias da sodomia – sem dúvida uma solução prática para estudantes e professores, já que o exercício dessa atividade não requer conhecimentos de português, de matemática ou de coisa nenhuma exceto a localização aproximada partes anatômicas envolvidas.
4) A falta cada vez maior de mão de obra qualificada de nível superior, que tem de ser trazida de fora porque das universidades não vem ninguém alfabetizado.
5) A dívida monstruosa acumulada por um governo criminoso que não se vexa de estrangular as gerações vindouras para conquistar os votos da presente, e que ainda é festejado, por isso, como o salvador da economia nacional.
6) A completa impossibilidade da concorrência democrática num quadro onde governo e oposição se aliaram, com o auxílio da grande mídia e a omissão cúmplice da classe rica, para censurar e proibir qualquer discurso político que defenda os ideais e valores majoritários da população, abomináveis ao paladar da elite.
7) A debilitação alarmante da soberania nacional, já condenada à morte pela burocracia internacional em ascensão e pelo cerco continental do Foro de São Paulo (aquela entidade que até ontem nem mesmo existia, não é?).
8) A destruição completa da alta cultura, num estado catastrófico de favelização intelectual onde a função de respiradouro para a grande circulação de ideias no mundo, que caberia à classe acadêmica como um todo, é exercida praticamente por um único indivíduo, um último sobrevivente, que em retribuição leva pedradas e cuspidas por todo lado, especialmente dos plagiários e usurpadores que vivem de parasitar o seu trabalho.
Se me perguntam a causa desses oito vexames colossais, digo que é a coisa mais óbvia do mundo: quarenta anos atrás, as instituições que se gabam de ser as maiores universidades brasileiras lançaram na praça uma geração de pseudo-intelectuais morbidamente presunçosos, que na juventude já se pavoneavam de ser “a parcela mais esclarecida da população”.
Hoje essas mentes iluminadas dominam tudo – sistema educacional, partidos políticos, burocracia estatal, o diabo -, moldando o País à sua imagem e semelhança. Matança, dívidas, emburrecimento geral, debacle do ensino, é tudo mérito de um reduzido grupo de cérebros de péssima qualidade intoxicados de ideias bestas e vaidade infernal. Dentre todas as gerações de intelectuais brasileiros, a pior, a mais predatória, a mais destrutiva. (…)
PARTE II: CONFUSÃO MENTAL & DIREITA
1. Muito mais que o comunismo, a corrupção, o banditismo e a má administração, o problema do Brasil é a CONFUSÃO MENTAL. Sem corrigi-la antes, nenhum dos outros problemas terá solução jamais.
2. Alta cultura não é estetismo, não é show business, não é indústria cultural: é preparação do espírito humano para que não se perca na selva das aparências, mas, lidando com um problema qualquer, vá direto ao ponto. Infelizmente, não é possível transmitir alta cultura a milhões de pessoas antes de havê-la transmitido a uns milhares, nem a uns milhares antes de havê-la transmitido a uns poucos. Isso, no entanto, não é desculpa para não começar nunca.
3. Existe algum “movimento conservador” com organização, militância e recursos para enfrentar o MST? Existe aliás algum líder conservador de movimentos de rua que tenha ao menos parado para estudar a estrutura e a estratégia do MST? Ou alguém, no meio conservador, que tenha parado para meditar quantos anos levou o MST para conseguir algum de seus objetivos, mesmo os mais modestos? Estou com o SACO CHEIO de entusiasmos levianos. Não existe ninguém sério na “direita” brasileira?
Vejo um monte de gente disposta a sair gritando na rua. Peça uma contribuição de dez reais a cada um e metade deles lhe virará as costas. A outra metade rirá na sua cara. O PT recebeu de seus militantes contribuições de dez, vinte e até trinta por cento dos seus salários durante DÉCADAS antes de conseguir alguma projeção política. A direita brasileira é desprezível.
Deserve victory“, ensinava Winston Churchill. Merecê-la desde antes mesmo de buscá-la. Quem, na “direita” brasileira, entende isso? Se não vêem uma perspectiva de vitória em dois meses, ficam todos deprimidinhos e acham que é o fim do mundo. A esquerda está no poder porque o mereceu.
4. Sabem por que o comunismo prospera? É porque gerações e gerações de comunistas consentiram em dar suas vidas pelo movimento e morrer antes de ver qualquer de seus objetivos realizado. Quem dura mais, vence. Aquele cujos sonhos medem menos que a duração da sua vida só merece a derrota e o descrédito.
5. O primeiro teste de um movimento político é a quantidade de intelectuais sérios cujas discussões antecedem a sua fundação. O segundo é: quanto dinheiro ele conseguiu em contribuições na sua primeira assembleia? Se o patrimônio intelectual é pobre e o financeiro é miserável, isso quer dizer apenas que o movimento é uma M****.
6. Chega de discutir pontos particulares do programa comunista. É preciso acertar no coração do bicho [o Foro de São Paulo] em vez de apenas roer-lhe as unhas.
7. Também chega de discutir lindas “propostas positivas” para um Brasil melhor enquanto a praga comunista não for extirpada. Quando uma jovem está sendo estuprada, não é hora de sonhar com um lindo casamento, filhinhos, uma casa própria etc. É hora de parar o estuprador.
8.  Ninguém vai vencer o esquema comunopetista por meio de eleições, de golpe militar ou de passeatas de protesto. Organizar a militância, ocupar espaços nas entidades da sociedade civil, na mídia e na educação, e partir para um agressivo ativismo judicial antes que o último juiz seja cooptado – eis as únicas (talvez as últimas) possibilidades de ação real.
PARTE III: “O SER HUMANO NÃO NASCEU PARA CORRIGIR O MUNDO.”
True Outspeak de 22/11/2010, transcrito por Felipe Moura Brasil:
(…) A camada intelectual é constituída de pessoas frágeis. Sempre foi assim. São pessoas que às vezes não têm uma posição definida na sociedade, que têm muitas ambições e poucos meios de realização… Então esse pessoal sempre traz um grande ressentimento dentro de si. E olha o mundo e vê o que lhe parece ser a vitória dos maus, que nem sempre são tão maus quanto ele imagina. Mas, diante dessa revolta, ele vendo o poder do mal no mundo, ele se impressiona com o poder do mal, e impressionar-se ante um poder já é cultuá-lo, já é cair sob o domínio dele. Então o sujeito começa a entrar na dialética do mal: ele lê Maquiavel, lê Nietzsche, essa coisa toda, e aí vai elaborar a sua revolta, sem perceber que, com isso, ele está ele próprio se transformando num instrumento do demônio. Quer dizer: quanto mais revoltado contra o mal do mundo o sujeito está, mais mal ele vai fazer, isso aí é a coisa mais óbvia.
O ser humano não nasceu para corrigir o mundo. A esfera de ação própria do ser humano é muito pequena. E hoje em dia todo mundo tem a ambição de criar um mundo melhor. Qualquer garoto de 12 anos está criando um mundo melhor. Então é essa ambição de criar um mundo melhor que faz os camaradas entrarem numa luta pelo poder — porque, se você quer mudar o mundo, você precisa ter o poder para modificá-lo —, então modificar o mundo, melhorar o mundo passa a ser o capítulo 2; o capítulo 1 é conquistar o poder. Esse pessoal cria uma obsessão de poder, e todos eles se corrompem até o fundo da alma, e se transformam eles mesmos em maiores propagadores do mal ainda. Então isso não é porque o sujeito fosse um idealista.
Esse negócio de que os jovens entram nas lutas sociais por ser um idealista, isso é uma patacoada. Que garoto de 14 ou 15 anos tem uma visão correta da sociedade, da pobreza etc.? Que garoto de 14 anos está mais interessado nos outros do que em si mesmo? Me diga. Isso é impossível. Um garoto de 14 anos está lutando pela sua autorrealização. E, se ele está revoltado com a injustiça no mundo, é porque ele se sente injustiçado, embora na maior parte dos casos não o seja. Então ele projeta esse seu sentimento de injustiça nos outros, e diz que ele está representando então os pobres e oprimidos. Isso é uma mentira! Eu digo isso analisando o quê? A minha própria geração e a mim mesmo. O que é que eu sabia da pobreza e da miséria do Brasil quando pela primeira vez me fascinei pelas ideias de esquerda? Não sabia coisíssima nenhuma! Eu sabia que eu estava me sentindo mal. Eu me sentia mal e oprimido, então odiava qualquer coisa que representasse aos meus olhos a autoridade. Então eu estava lutando é pelos meus próprios interesses, pela minha própria vaidade, como todos daquela época!
Eu, inclusive, veja, no Partido Comunista, se você perguntar quem você conheceu que fosse uma pessoa piedosa, caridosa, que tivesse realmente piedade pelos pobres, que tentasse ajudá-los diretamente, não conheci um! Nem um único! Eram todos corações secos! Todos eles! Então o sujeito está lutando pela sua própria vaidade, mas, como se engana a si mesmo, achando que ele é o salvador que está lutando contra o mal, quanto mais ele pensa assim, mais ele se impregna do mal por via da vaidade. (…)
PARTE IV: “SE VOCÊ COMBATER IMPIEDOSAMENTE AS FORÇAS DA DECADÊNCIA, DA CORRUPÇÃO, DA MENTIRA, O RESTO A SOCIEDADE FAZ POR SI.”
True Outspeak de 13/09/2010, transcrito por Felipe Moura Brasil:
(…) Eu não acredito nessa história de “Nós queremos montar uma sociedade virtuosa”. Isso aí é uma bobagem, uma bobajada! O nível da convivência social não depende de você ter nenhuma concepção da sociedade; não depende de você ter nenhum plano de sociedade virtuosa; não depende sequer de você ter ideais. Depende só de uma coisa: depende de você atuar contra as forças corruptoras que destroem a sociedade. Você não precisa ter uma proposta positiva.
Por exemplo: você pega aí a polícia. Para que existe a polícia? A polícia existe para combater o crime. Ela não vai fomentar os bons costumes por quê? Porque os bons costumes são normais, eles não precisam ser fomentados. Se você eliminar, se você combater impiedosamente as forças da decadência, da corrupção, da mentira, o resto a sociedade faz por si.
Você não é o único que tem ideia boa. Quantas pessoas tem no Brasil? 180 milhões de pessoas? 190? Então. Cada um deles tem uma boa intenção na cabeça. É só você eliminar os obstáculos que as pessoas realizam as suas boas intenções, as quais uma cabeça humana jamais poderia abarcar. Você não pode conceber de antemão todas as ideias boas, produtivas e humanitárias que as pessoas vão ter nos próximos 50 anos. Não é possível!
Então ter uma concepção integral da sociedade, boa e virtuosa, é perda de tempo. Só precisa combater o crime e a mentalidade revolucionária. É só isto! É só isto! Você não precisa ter belos planos para a economia, você não precisa ter belos planos para a educação, para nada. É só deixar que a sociedade tenha a sua iniciativa; e as pessoas que têm poder e influência que tratem de combater o mal.
Eu já falei pra vocês: não existe mal maior no mundo do que a mentalidade revolucionária há 300 anos. É isto que nós temos que combater! As pessoas dizem: o que nós temos que fazer para melhorar a economia brasileira? Não sei! O que devemos fazer para melhorar a educação no Brasil? Não sei! O que devemos fazer pela saúde pública? Não sei! O que devemos fazer? Devemos tirar do cenário os seus inimigos. O resto, deixa que o povo tenha a sua iniciativa, e todo mundo saberá ter a sua ideia boa e lutar por ela: cada um no seu campo.
Agora, se você vem com uma concepção integral de sociedade, você já está pensando igual à mentalidade revolucionária. Prestem atenção: até o advento da modernidade, ninguém jamais pensou em sociedade melhor. Ninguém pensou. Porque todo mundo sabia, por instinto, que a sociedade resulta de milhões de iniciativas que ninguém controla. Então, as pessoas tratavam de enfrentar os males que estavam ao seu alcance, sem ter nenhuma concepção global duma sociedade melhor. Agora, depois que veio o movimento revolucionário, até os inimigos dele querem ter uma concepção duma sociedade melhor. (…)
Projeto de futuro baseado na concentração de poder, o que é que é? É a revolução de novo, e de novo, e de novo, e de novo… E ninguém sai dessa porcaria! Então, ninguém tem que ter programa positivo para a sociedade. Nós temos apenas que combater os inimigos. Retirar o mal. Estudem Hegel. Hegel falava do “trabalho do negativo”. Se você insistentemente destrói determinada corrente, você está fomentando automaticamente as correntes que têm propostas diferentes. É a coisa mais óbvia. Correntes cujo florescimento você não pode prever e não pode controlar.
O bem é por sua própria natureza expansivo e criativo. Entendam isso, pelo amor de Deus! O bem não precisa ser planejado, meu Deus do Céu! Não precisa ter a “gerência geral do bem”. O bem está em todo coração humano. Ter amor a Deus, ter amor à família, ter amor ao próximo. As pessoas vivem tendo ideias maravilhosas.
Você veja: no Brasil dos anos 1980, 50% da economia nacional era o quê? Era economia informal. Era firma que não tinha registro. Era a mulher que fazia bolo pra vender pras vizinhas… O sujeito que tinha uma oficininha informal… Isso aí estava sustentando o Brasil, era metade da economia brasileira. Daí vem o governo e começa a querer controlar tudo. Pra que controlar se está funcionando, meu Deus do céu? “Ah, mas tem que pagar imposto…” Tem que pagar imposto pra quê? Pra alimentar o governo que vai paralisar tudo? É exatamente isso que está acontecendo. (…)
PARTE V: “O BRASIL, NA VERDADE, SÓ TEM DOIS PROBLEMAS: A INSEGURANÇA GERAL E A INÉPCIA DA CLASSE DIRIGENTE.”
[Do artigo “O Estado covarde”, Diário do Comércio (editorial), 21 de fevereiro de 2006]
Uma coisa espantosa no Brasil de hoje é a candura, a inocência pueril ou mongolóide com que, num país onde ocorrem 50 mil homicídios por ano, as pessoas se acomodam à violência como uma fatalidade inevitável, dizendo de si para si que aquilo que não tem remédio remediado está, e saem buscando soluções para outros problemas em volta.
Digo cinqüenta mil porque é a estatística oficial da ONU. Segundo o repórter espanhol Luís Mir são 150 mil. Mas, se fossem cinqüenta mil, já seria o equivalente a três guerras do Iraque por ano, em tempo de paz.
Quem pode fazer a economia render, ampliar o mercado de empregos, aumentar a produção de bens, melhorar a distribuição, numa sociedade onde ninguém tem o mínimo de segurança física para saber se vai voltar vivo do trabalho? Quem pode pensar em educação, saúde, habitação, vestuário, se está sob ameaça de morte 24 horas por dia?
Isso é tudo ilusão, besteira, desconversa. Sem segurança não há progresso, educação, saúde, nem coisa nenhuma. Todo mundo sabe disto e faz de conta que não sabe. Faz de conta porque tem medo de enfrentar o problema fundamental, e então sai brincando de resolver os problemas periféricos só para dar “a si mesmo ou à platéia” a impressão de que está fazendo alguma coisa.
A taxa anual de homicídios no Brasil significa, pura e simplesmente, que não há ordem pública, não há lei nem direito, não há Estado, não há administração, há apenas um esquema estatal de dar emprego para vagabundos, sanguessugas, farsantes. O Estado brasileiro é uma instituição de auto-ajuda dos incapazes. E você, brasileiro, paga. Paga a pantomima toda. Paga para o sr. Gilberto Gil fazer de conta que é culto, paga para o sr. Nelson Jobim fazer de conta que é honesto, até para o sr. Lula da Silva fazer de conta que preside alguma coisa.
O Brasil, na verdade, só tem dois problemas: a insegurança geral e a inépcia da classe dirigente. O primeiro não deixa ninguém viver e o segundo anestesia a galera para que não ligue e trate de pensar em outra coisa. Desaparecidos esses dois problemas, a sociedade encontraria sozinha as soluções dos demais, sem precisar da ajuda de governo nenhum. A sociedade pode perfeitamente criar e distribuir riqueza, dar educação às crianças, encontrar meios de que todos tenham uma renda decente, moradia, saúde, assistência na velhice.
O que a sociedade não pode é garantir a ordem pública pela força das armas e educar os governantes para que governem. Isso tem de vir do Estado. Mas o Estado, justamente para não ter de fazer o que lhe compete, prefere se meter em todo o mais. É o Estado educador, o Estado médico, o Estado assistente social, o Estado onissapiente. Só não é o Estado-Estado. Só não é o que tem de ser.
É o Estado que tem cada vez mais poder sobre os cidadãos e menos poder contra os inimigos do cidadão. É o Estado santarrão, pomposo, grandiloqüente e covarde.
PARTE VI: AS 8 SOLUÇÕES DE OLAVO DE CARVALHO PARA O BRASIL
[Do artigo “Dormindo profundamente”, Diário do Comércio, 19 de junho de 2006]
Alguns leitores reclamam que descrevo o problema mas não indico solução. Sabem por que faço isso? É que as únicas soluções possíveis são tão difíceis e remotas que só de pensar nelas a visão do problema se torna ainda mais insuportável. Cada vez que volto ao assunto ecoa na minha memória o verso de Manuel Bandeira, o mais triste da literatura universal, que resume a história do Brasil nas últimas décadas: “A vida inteira que poderia ter sido e que não foi.” (…)
Querem soluções? Elas existem, mas os homens influentes deste país, tão logo acabem de ler a lista, já vão querer atenuá-las, adaptá-las ao nível de covardia e preguiça requerido para ser direitistas “do bem” ou então diluí-las em objeções sem fim até que se transformem nos seus contrários, mui dialeticamente.
Se querem saber, essas soluções são as seguintes:
1. Aceitar a luta ideológica com toda a extensão das suas conseqüências. Não fazer campanhas genéricas “contra a corrupção”, salvando a cara do comunismo, mas mostrar que a corrupção vem diretamente da estratégia comunista continental voltada à demolição das instituições.
2. Criar uma rede de entidades para divulgar os crimes do comunismo e mostrar ao público o total comprometimento da esquerda atual com aqueles que os praticaram. A simples comparação quantitiva fará o general Pinochet parecer Madre Teresa.
3. Criar uma rede de ONGs tipo media watch para denunciar e criminalizar a desinformação esquerdista na mídia nacional, a supressão proposital de notícias, a propaganda camuflada em jornalismo.
4. Desmantelar o monopólio esquerdista do movimento editorial, colocando à disposição do público milhares de livros anticomunistas e conservadores que lhe têm sido sonegados há quatro décadas.
5. Formar uma geração de intelectuais liberais e conservadores habilitados a desmascarar impiedosamente os trapaceiros e usurpadores esquerdistas que dominaram a educação superior e os órgãos de cultura em geral.
6. Formar e adestrar militância para manifestações de rua.
7. Durante pelo menos dez anos enfatizar antes o fortalecimento interno do movimento do que a conquista de cargos eleitorais.
8. Criar um vasto sistema de informações sobre a estratégia continental esquerdista e suas conexões com os centros do poder globalista, de modo a esclarecer o empresariado, os intelectuais e as Forças Armadas.
Essas são as soluções. Tudo o mais é desconversa. Ou os brasileiros fazem o que tem de ser feito, ou, por favor, que parem de choradeira. Que aprendam a morrer com decência. Se o Brasil cessar de existir, ninguém no mundo vai sentir falta dele. E se todos os brasileiros não inscritos no PT, no PSOL, na CUT e similares entrarem na próxima lista de falecidos do Livro Negro do Comunismo, talvez só eu mesmo ache isso um pouco ruim. Em todo caso, o fim do Brasil não vai abalar as estruturas do cosmos. Os esforços da direita nacional para a conquista da perfeita inocuidade estão perto de alcançar o sucesso definitivo. Quem em vida se esforçou para não fazer diferença, não há de fazer muita depois de morto. (…)
PARTE VII:
OLAVO EXPLICA AS SOLUÇÕES EM ÁUDIO


PARTE VIII:
A FUNÇÃO DOS INTELECTUAIS E DA MILITÂNCIA
[Do artigo “Da falta que a militância faz”, Diário do Comércio, 5 de julho de 2010]
(…) Militância, por seu lado, não se cria da noite para o dia. Ela começa com círculos muito pequenos de intelectuais que, por anos, nada fazem senão discutir e discutir, analisando diariamente, com minúcia obsessiva, uma conjuntura política na qual não têm o mínimo poder de interferir. É do seu debate interminável que emergem, aos poucos, certas maneiras de pensar e falar que, consolidadas e simplificadas em esquemas repetitivos, se tornam espontaneamente a linguagem dos insatisfeitos em geral. Quando estes aceitam a linguagem do núcleo intelectual como expressão de suas queixas (por mais inadequada que essa linguagem seja objetivamente), é então que começa o adestramento da militância propriamente dita. De início suas iniciativas podem parecer deslocadas e pueris, mas elas não visam a alcançar nenhum resultado objetivo: são apenas ação imanente, destinada a consolidar a militância. Isto é tão importante, tão vital, que todo movimento político sério tem de começar sacrificando eleições e cargos ao ídolo da solidariedade militante.
A direita não tem militância, desde logo, porque não entende a função dos intelectuais. Quer usá-los apenas como adornos, como redatores de publicidade ou como revisores de estilo do discurso empresarial. Não compreende que a análise de conjuntura, a revisão de estratégias, o auto-exame e a busca constante das chaves da unidade do movimento têm de ser atividades diuturnas, incansáveis, obstinadas. Essa é a função por excelência dos “intelectuais orgânicos”. Sem isso não há militância, e sem militância não adianta nem mesmo vencer eleições. Perguntem ao Fernando Collor.

Felipe Moura Brasil
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http://www.veja.com/felipemourabrasil

Plebiscito Constituinte: mais uma tentativa de golpe





O movimento está colhendo apoio nas ruas e é encabeçado por organizações de esquerda e extrema-esquerda, entre as quais o PT, o PCdoB, a CUT e dezenas de sindicatos.

Começou na segunda-feira uma ação coordenada em todo o Brasil por um movimento que se intitula Plebiscito Constituinte. Com uma roupagem patriótica, uma comunicação feita nas cores da bandeira brasileira e um apelo à juventude que foi às ruas em junho de 2013, esse movimento tenta viabilizar algo que há muito vem sendo considerado pelo atual governo e por todo o PT como uma peça-chave para a supressão do Estado Democrático de Direito: uma Constituinte para modificar o sistema político brasileiro. Essa aberração foi sugerida pela primeira vez pela própria presidente Dilma Rousseff em seu pronunciamento de 24 de junho de 2013.
A ideia vai ao encontro das práticas bolivarianas usadas com sucesso para destruir as democracias vizinhas, como a da Venezuela. A substituição da democracia representativa pela chamada “democracia direta” tem sido a forma mais eficiente de corroer o jogo democrático usando suas próprias regras. Ao contrário do que diz o dito popular, a voz do povo não é a voz de Deus, e nunca foi. Legislar por meio de plebiscitos é algo inviável, principalmente em um país com as dimensões do Brasil. 


A massa popular é muito mais manipulável que algumas centenas de parlamentares, e a legitimidade de uma consulta popular só é, na aparência, maior que a de uma decisão votada no Legislativo. Ou seja, para a maioria da população, participar de um plebiscito soa como a coisa mais democrática possível, uma vez que essa mesma maioria não consegue enxergar que sua opinião está sendo moldada e manipulada pelo grupo que ocupa o poder – e, com ele, a maior máquina de propaganda já vista na história brasileira.


Mas voltemos ao tal movimento, que está neste momento colhendo apoio nas ruas. É encabeçado por organizações de esquerda e extrema-esquerda, entre as quais o PT, o PCdoB, a CUT e dezenas de sindicatos. O objetivo final do movimento é forçar a convocação de uma Constituinte exclusiva para modificar os artigos constitucionais que regem o sistema político brasileiro. Hoje, a única maneira de se fazer isso é através de uma emenda constitucional, que por sua vez requer maioria absoluta nas votações das duas casas do Legislativo. Numa Constituinte, só é preciso conseguir maioria simples. 


Esse fato, mais o clima de pressão popular que tal Constituinte geraria no país, permitiria que o grupo capitaneado pelo PT aprovasse medidas como o financiamento público de campanha e o voto em lista fechada, além de possíveis aberrações como o fim da limitação de dois mandatos consecutivos, a inclusão na Constituição de mecanismos de participação popular, nos moldes do Decreto 8.243, e outras monstruosidades antidemocráticas.


A experiência nos diz que é sempre prudente desconfiar de quem quer mudar as regras do jogo. Depois de 12 anos, pela primeira vez a chance de o candidato petista perder é maior que a de ganhar. A população está deixando claro, diariamente, nas ruas, nas redes sociais, nas pesquisas, que não quer mais esse partido tomando conta do país. E é justamente diante dessa revolta, dessa insatisfação, que está sendo proposta uma solução de ruptura, algo projetado e planejado para ser a tábua de salvação de um grupo político que está afundando. Esse plebiscito tem cheiro de golpe. E de golpe estamos cheios.

 Flavio Quintela, escritor e tradutor de obras sobre política e filosofia, é autor de Mentiram (e muito) para mim.

Fifa: Cartola que fiscaliza contas é preso por corrupção

BLOG do SOMBRA


Canover Watson é do Comitê de Auditoria e Fiscalização de Normas e terá que se explicar à entidade, apesar de ter negado acusações.
 
A Fifa vive mais uma crise. Neste fim de semana, o cartola responsável por controlar e chancelar as contas da entidade foi preso. O motivo: suspeita de corrupção. Canover Watson integra o Comitê de Auditoria e Fiscalização de Normas da Fifa. Sua escolha para participar do grupo parece não ser por acaso. O cartola é das Ilhas Cayman, um dos principais paraísos fiscais do mundo e com uma tradição nula no futebol...
 
Watson, que negou as acusações e pagou uma fiança para responder em liberdade, agora terá de dar explicações à Fifa. A entidade, ontem, se recusou a afastá-lo. "Nego as acusações. No devido tempo, na hora certa e no fórum apropriado, eu anseio por expor minha posição em maior detalhe", disse Watson.
 
Tentando demonstrar estar preocupada com a situação, a Fifa emitiu um comunicado indicando que cobrou um posicionamento de seu cartola.
 
O governo das Ilhas Cayman, apontou em nota que Watson é suspeito de uma "quebra de confiança contrária à seção 13 da Lei Anticorrupção das Ilhas Cayman, bem como de abuso de cargo público e conflito de interesses".
 
Além de corrupção, ele foi preso por lavagem de dinheiro em um caso envolvendo a introdução de um sistema de cartões magnéticos no sistema de saúde da ilha. Watson foi o diretor da Autoridade de Serviço de Saúde de Cayman.
 
CASOS
 
Permeada por casos de corrupção, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, colocou a ética como sua principal bandeira para as eleições de 2015. Em setembro ainda ele patrocina em Zurique um seminário mundial sobre o assunto. Ele ainda promete decisões sobre a escolha do Catar para sediar a Copa de 2022. No entanto, o cartola se recusa a publicar sua renda, explicar os salários de dirigentes da Fifa e de investigar o passado da organização. 

Fonte: Por JAMIL CHADE, O Estado de S. Paulo - 08/09/2014 - - 12:38:59

Eduardo Campos: De herói a pilantra em poucas semanas?

BLOG do SOMBRA


Entre amigos: diga-me com quem andas…

O homem-bomba falou. Paulo Roberto Costa, o importante ex-diretor da Petrobras, aceitou a delação premiada e começou a colocar a boca no trombone, citando vários nomes de envolvidos no enorme esquema de corrupção montado por uma organização criminosa dentro da maior empresa do país, transformando a “nossa” estatal em propriedade particular da máfia. Entre os nomes citados, Eduardo Campos.
 
Após a comoção com sua trágica morte em acidente de avião, será que Campos passará de herói a pilantra em poucas semanas? Claro, o delator terá de apresentar provas ou evidências, e tudo isso é apenas o começo de uma onda de novas investigações. Mas convenhamos: não há motivo para crer que o nome de Campos seria jogado na lista por pura “malícia”, como alegam seus companheiros. Os outros nomes são bastante suspeitos, envolvendo peixes graúdos do PMDB e do PT, por exemplo...
 
O caso serve para nossa reflexão acerca do impacto que a morte tem na criação de mitos nacionais, especialmente de políticos de esquerda. No Brasil, bastou morrer para ser alçado ao panteão dos santos. Todos os pecados são apagados, a trajetória é revista, os acertos e qualidades são destacados de forma um tanto exagerada, tudo para pintar um novo herói nacional, em um país bastante carente deles.
 
Para quem tivesse olhos para enxergar, Eduardo Campos não tinha exatamente o perfil de santo. A começar, claro, por sua inclinação à esquerda radical, sendo ele neto do comunista Miguel Arraes, tendo ajudado a fundar um partido socialista que ingressou no Foro de São Paulo ao lado de ditadores e do próprio PT. Desconheço heróis socialistas na história.
 
Havia, ainda, suspeitas sobre sua participação em outros escândalos mais antigos. Foi secretário da Fazenda de Pernambuco e acusado de forjar documentos para a emissão de títulos durante a gestão de seu avô, Miguel Arraes, no governo. Foi inocentado, é verdade, mas até Collor foi inocentado de várias acusações.
 
A absolvição pela Justiça livrou Eduardo Campos do problema penal. Mas ele não conseguiu a mesma certidão de “nada consta” em outro julgamento, de natureza administrativa. A revista ÉPOCA teve acesso a documentos inéditos que revelaram que, cinco anos depois da decisão do STF, Eduardo Campos e dois ex-diretores do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe), o antigo banco público de Pernambuco, voltaram a ser julgados pelo Escândalo dos Precatórios. E, desta vez, condenados.
 
A turma do PT, que foi aliada de Campos por bastante tempo, tinha algum motivo para desconfiar de sua honestidade. Afinal, quatro agentes da Abin foram presos em Pernambuco quando espionavam o ex-governador. Eles atuavam disfarçados no Porto de Suape para tentar levantar seus podres. Ou seja, certamente esperavam encontrar algo, o que demonstra o abuso autoritário que o PT faz da máquina estatal, mas também a desconfiança que o partido tinha do ex-aliado.
 
Enfim, sem provas, devemos sempre manter a máxima in dubio pro reo. Todos são inocentes até que provem o contrário. Marina Silva está certa ao pedir mais investigações, cautela, e lembrar que o acusado não está aqui para se defender. Mas nada disso tira a nuvem de dúvida que paira no ar. O ex-diretor da Petrobras está dando nomes, e todos têm em comum uma coisa: negam.
 
Quando olhamos a lista dos políticos delatados, temos boas razões para crer que o ex-diretor está dizendo a verdade. Alguém acha que Renan Calheiros, Edison Lobão, João Vaccari Neto, Henrique Eduardo Alves, Romero Jucá, Cândido Vaccarezza, Sergio Cabral e Roseana Sarney são exemplos de reputação ilibada e acima de qualquer suspeita?
 
Logo, a presença de Eduardo Campos no grupo serve para jogar uma ducha de água fria naqueles que embarcaram na ilusão que, após sua trágica morte, construiu um mito. Como diz o ditado: se non è vero, è ben trovato. Não vejo motivos para duvidar da delação premiada do réu que, ninguém pode negar, conhecia a fundo a podridão instalada no coração da Petrobras. O Brasil terá de procurar um herói nacional em outro lugar…
 
Rodrigo Constantino
Fonte: Coluna do RODRIGO CONSTANTINO - 08/09/2014 - - 17:26:41

Caixa de Pandora: Um duplo round na Justiça

BLOG DO SOMBRA


 
Para seguir na campanha, José Roberto Arruda procura saída em duas frentes: no STJ, os advogados querem anular condenação por improbidade administrativa. Já no TSE, a briga é para derrubar a resultado negativo imposto pelo órgão no mês passado.
 
 
 
Arruda questiona suspeição de juiz que atuou na primeira instância.
 
 

A corrida eleitoral do Distrito Federal terá hoje um dia decisivo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar, à tarde, o recurso do ex-governador José Roberto Arruda (PR) que pode levar à suspensão da condenação por improbidade administrativa. Se vencer na Corte, o candidato do PR deve ficar liberado para continuar na disputa. À noite, o Tribunal Superior Eleitoral vai analisar os embargos apresentados pela defesa. Os advogados do ex-governador tentam reverter a decisão do TSE que impugnou a candidatura do ex-governador. José Roberto Arruda é líder da corrida eleitoral, de acordo com as pesquisas de opinião e o posicionamento dos ministros dos STJ e do TSE pode afetar todo o cenário da disputa pelo Palácio do Buriti.
Plenário do TSE rejeitou, por 6 x 1, a candidatura do ex-governador. ...
 
Para tentar continuar na corrida eleitoral, o ex-governador atua em duas frentes jurídicas. A maior expectativa é quanto ao resultado do julgamento na 1ª Turma do STJ, marcado para a tarde de hoje. Com o recurso especial n° 1462669, a defesa de Arruda tenta anular uma condenação por improbidade administrativa com o argumento de que o juiz responsável pelo processo na primeira instância, Álvaro Ciarlini, seria suspeito para julgar ações relativas à Caixa de Pandora. Os advogados do ex-governador acreditam que, se derrubarem essa ação, poderão reverter a cassação do registro da candidatura do representante do PR.
 
Na última quinta-feira, o STJ derrubou um agravo regimental apresentado pelo Ministério Público que questionava a distribuição de um processo de Arruda para relatoria do ministro Napoleão Nunes Maia Filho. O magistrado relatou um processo de outro réu em uma ação de improbidade por envolvimento na Pandora. Nesse caso caso, o acusado pediu a suspeição de Ciarlini e obteve êxito, já que a 1ª Turma acatou os argumentos da defesa — com voto favorável do ministro Napoleão. O STJ manteve o ministro na relatoria do recurso de Arruda. 
 
Suspeição
Em dezembro do ano passado, Arruda e a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN) foram condenados em primeira instância por improbidade administrativa, com decisão de Álvaro Ciarlini. O Ministério Público alegou que a parlamentar teria recebido dinheiro de Durval Barbosa a mando de José Roberto Arruda. Seis meses depois, em junho deste ano, o TJ marcou o julgamento em segunda instância na 2ª Turma Cível. Os advogados recorreram ao STJ e conseguiram suspender a apreciação do caso até que houvesse uma decisão definitiva sobre a alegada suspeição do juiz Álvaro Ciarlini. O caso foi para o STF e o então presidente da Corte, Joaquim Barbosa, derrubou a liminar e determinou a realização do julgamento. Em 9 de julho, a 2ª Turma Cível manteve a condenação do candidato do PR. A esperança agora é derrubar essa decisão.
 
A outra frente de atuação da defesa de José Roberto Arruda é na Justiça Eleitoral. No mês passado, por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral manteve a impugnação da candidatura do ex-governador — decidida anteriormente pelo Tribunal Regional Eleitoral. Os advogados entraram com embargos contra o posicionamento da Corte, e o recurso está na pauta da sessão de hoje à noite.
 
O advogado da coligação de Arruda, José Eduardo Alckmin, diz que acredita na reversão da decisão do TSE. “Nós pedimos efeitos modificativos por entendermos que a decisão do TSE alterou a jurisprudência. E invocamos uma decisão do STF, com repercussão geral e efeitos vinculantes, que estabeleceu que não pode haver mudança de jurisprudência durante o curso de um processo eleitoral, como foi o caso”, explica Alckmin. “Se o TSE entender que não houve omissão nessa decisão, iremos ao Supremo”, acrescenta o advogado.
 
Colegiado
Cinco ministros participam do colegiado no Superior Tribunal de Justiça: Ari Pargendler, Napoleão Nunes Maia Filho — relator do processo —, Benedito Gonçalves, Sérgio Kukina e Regina Helena Costa. Única mulher da turma, a ministra Regina passou a integrar o colegiado há menos de duas semanas.

Fonte: Por HELENA Mader, Correio Braziliense - 09/09/2014 - - 08:07:22

Querem 'puxar todos para a lama', diz Marina sobre suspeitas contra Campos




Do UOL, em São Paulo


Sem citar nomes, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (8), em entrevista ao "Jornal da Record", que "há pessoas que gostariam de puxar o nome de todos para a lama", em referência ao depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que incluiu Eduardo Campos na lista dos que teriam recebido propina da empreiteiras com contratos com a estatal.

"Existem pessoas que gostam mesmo do 'quanto pior, melhor' e que gostariam de puxar o nome de todas as pessoas para a lama", disse Marina. "Independente de quem esteja nessa lista, seja quem for, doa a quem doer, nós queremos a verdade."

A inclusão de Campos na lista dos que teriam recebido propina foi recebida com alívio pela campanha de Dilma Rousseff. Isso porque a maioria dos citados pelo ex-diretor da Petrobras, que inclui governadores e dezenas de parlamentares (senadores e deputados). pertence a partidos da base aliada do governo federal.

Em tese, a menção ao ex-governador reduz a possibilidade de Marina usar o escândalo contra a campanha de Dilma.

Reportagem publicada na edição deste sábado da revista "Veja" afirma que Costa listou, como recebedores de propina, além de Campos, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB).

No Senado, foram citados o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), além de mais de dez senadores.

Na Câmara, o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e mais de 40 deputados. A maioria dos parlamentares pertence ao PMDB e ao PP. Pelo PT, Costa citou o deputado federal Cândido Vaccarezza (SP) e o tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto.


Parte dos desvios investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal teria ocorrido na refinaria de Abreu e Lima, que está sendo construída em Pernambuco, Estado governado por Campos entre 2007 e 2014. Morto em 13 de agosto, o ex-governador era o candidato do PSB à Presidência. 

Vice na chapa, Marina acabou o substituindo.

Marina afirmou que a menção a Campos é apenas "uma citação" e nas matérias sobre o depoimento de Costa "não tem nenhum fato determinado" contra o ex-governador de Pernambuco. "O processo está em investigação."

Na entrevista ao Jornal da Record, Marina foi questionada pelos apresentadores se usa de "dois pesos e duas medidas"por afirmar publicamente que há um esquema de desvios na Petrobras e, com relação a Campos, dizer que os supostos delitos estão sendo investigados.

"Você sabe que houve um esquema comprovado na compra [da refinaria de] Pasadena. Na Petrobras, esse não é o único, há vários outros escândalos", afirmou, acrescentando que nos últimos meses foram publicadas várias reportagens pela imprensa.


Recuos no programa de governo

 

Marina também foi questionada sobre as alterações feitas em seu plano de governo logo após a divulgação, no último dia 29. As mudanças de maior repercussão foram os recuos em pautas defendidas pela população LGBT, como a criminalização da homofobia e o casamento igualitário. "As correções são naturais, o pior é não assumir quando se comete o erro."

Confrontada sobre se a homofobia deve se tornar crime, Marina foi evasiva. "Não devemos aceitar qualquer forma de violência. Se for praticado como discriminação a uma pessoa com orientação homossexual, não deve ser aceitado (sic) pela Justiça."


A candidata disse ser contra a redução da maioridade penal e afirmou que a descriminalização do aborto é um "tema complexo". "Pessoalmente, sou contra [o aborto]", afirmou. "A sociedade brasileira sabe que é um tema complexo, que envolve questões morais, filosóficas, ligadas à espiritualidade. Agora, o debate pode acontecer."

Prefeitura de SP diz não ter plano de moradia em nova invasão a terreno



A gestão Fernando Haddad (PT) disse que não há planos para construir moradias destinadas à população de baixa renda no terreno invadido por sem-teto na Vila Sônia (zona oeste de São Paulo), na última sexta-feira (5).


A área, que fica entre o cemitério Ghethsêmani e um condomínio de alto padrão, é pública, segundo a Secretaria Municipal de Habitação.


Um trecho do lote, que não foi invadido, é particular. Pertence à construtora Rossi, que levantou ali o empreendimento Paulistano Morumbi –parte dele já com moradores, e outra a ser entregue.
O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) diz que não desocupará a área sem que a prefeitura se comprometa a construir habitações. A área pública é uma Zeis (zona especial de interesse social)

No início do ano, o MTST iniciou uma onda de invasões para pressionar a gestão Haddad a ampliar as áreas destinadas à habitação popular.


Após a pressão, o prefeito autorizou o aumento no novo Plano Diretor contemplando locais invadidos.

O MTST tomou a área de 30 mil m² na Vila Sônia com o argumento de que se trata-de Zeis desde agosto, quando o Plano Diretor foi sancionado.

Segundo o movimento, cerca de 500 pessoas estão no local. A ocupação foi batizada de Chico Mendes.

A área privada, de cerca de 155 mil m², não é uma Zeis, segundo a prefeitura. Os projetos previstos para o local foram protocolados quatro anos antes da lei de zoneamento, de 2004. Até então, a área era considerada uma zona mista (residencial e comercial).

Em nota, a secretaria disse que as invasões prejudicam os planos para a construção de 55 mil moradias até 2016, fim do mandato de Haddad.

Segundo a pasta, invasores não terão prioridade na política habitacional. Questionada se pedirá reintegração de posse da área, a prefeitura afirma que tentará uma "desocupação amigável".

O líder do movimento, Guilherme Boulos, diz que pressionará a prefeitura para que seja feito um projeto de moradias populares ali e que novas invasões estão previstas.

Grupo de sem-teto diz ter sido recebido a tiros durante invasão em SP



O grupo de sem-teto que invadiu durante a noite de sexta-feira (5) e madrugada de sábado (6) um terreno de 30 mil m², próximo ao cemitério Gethsemani, na região da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo, diz ter sido recebido com tiros para o alto de homens armados que tentaram impedir a ocupação. Os invasores não têm certeza se os responsáveis pelos disparos foram vigias ou moradores dos prédios de luxo que ficam no entorno da área invadida.


"A gente achou que eram fogos [de artifício] na rua, mas quando a gente viu, os homens estavam atirando." Nas imagens feitas pela Folha é possível ouvir o barulho do que seriam os disparos. Segundo o coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Guilherme Boulos, será registrado um boletim de ocorrência.


Os sem-teto também afirmaram que moradores vizinhos ao terreno jogaram lixo pelas varandas e acionaram a Polícia Militar. A ação foi coordenada pelo MTST, em conjunto com moradores de comunidades locais que alegam não ter dinheiro para pagar aluguel.


A área, segundo a Secretaria Municipal de Habitação, pertence à prefeitura, mas há também uma parte do terreno que seria particular. A prefeitura não soube especificar quem é a dona do terreno e afirmou que terá esses detalhes apenas na segunda-feira (8).


De acordo com o movimento, cerca de 500 pessoas estão no local. A GCM (Guarda Civil Metropolitana), que acompanhou o início da ocupação, diz que são 300 pessoas.


Segundo Boulos, que é colunista da Folha, trata-se de uma área de ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) prevista pelo Plano Diretor, na qual não há projeto de construção de moradia popular até o momento.


Boulos afirma que a área será destinada à habitação popular e acredita que parte do terreno foi apropriado indevidamente por empreendimento privado na construção de condomínio de alto padrão, não permitido pelo zoneamento. "Além de reivindicar essa área para moradia popular, a ocupação é uma forma de denunciar a apropriação indevida de parte do terreno."


O MTST espera reunir mais pessoas e, de acordo com Josué Rocha, coordenador estadual do movimento, cerca de 2.000 pessoas são esperadas até domingo (7).


A secretaria disse que GCMs estão no local e impedem que novos sem-teto entrem no terreno. Quem saí, segundo a prefeitura, é impedido de voltar. A secretaria afirmou ainda que os moradores que invadirem a área não serão privilegiados na fila por habitação popular e que pretende entrar com uma ação para pedir a reintegração de posse da área.


COMUNIDADES LOCAIS
A maioria das famílias, segundo os sem-teto, é de comunidades próximas ao terreno, como Paraisópolis e Jardim Colombo, e veio para a ocupação alegando altos preços dos aluguéis.
De acordo com Rocha, "não foi uma iniciativa do movimento, mas uma demanda da própria comunidade", que pediu ajuda ao movimento para coordenar a ocupação.


É o caso de Ednan Carlos, 40, que trabalha em um sacolão próximo à região e tem três filhos. Ele diz não ganhar o suficiente para pagar o aluguel de R$ 500 e sustentar a família. "Vou sair do aluguel. É um dinheiro a mais que entra para a alimentação da casa".


Vagner de Sousa, 38, ajudante de pedreiro, sempre morou no Jardim Colombo e paga R$ 700 de aluguel por mês. Pai de três filhos, ele quer trazer toda a família. "Uma casinha 5x10 m já é melhor que onde eu moro.


Amanhã vem todo mundo para cá."


Há também famílias que vieram da ocupação Portal do Povo (também na região do Morumbi), reintegrada há pouco mais de um mês.


Uma delas é a cozinheira e camareira Maria Lima, 56, que voltou a morar com o filho após ser despejada. Desempregada há cinco meses, ela procurava um espaço para morar. Ela estava ao lado de Daiane Alves, 27, que trabalha entregando folhetos aos finais de semana e também foi despejada. "Eu ficava na casa de um, na casa de outro, na associação. Mas agora espero que dê certo. Esse final de semana vou ficar aqui para ajudar a carpir e montar meu barraco direitinho para trazer o meu colchão."

Comentario

 

tu4321 (429)

Vou te contar, esta gente não tem mesmo jeito. Na próxima vez em que forem invadir uma propriedade dos outros peçam uma banda para recebe-los. Doces e pinga também serão convenientes. E os cabras ainda atiram para o alto. Parabéns a eles por serem tão centrados. Pois é cambada , não foi desta vez, mas continuem tentando. Afinal, tempo, disposição e financiamento é o que falta a vocês. E eu aqui economizando a anos pra comprar uma terrinha...




Educação: Brasil gasta um terço do valor por aluno dos países desenvolvidos



Do UOL, em São Paulo


O gasto em educação pública no Brasil foi um terço do valor da mesma despesa em países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os países desenvolvidos, integrantes da OCDE, desembolsaram US$ 8.952 por estudante durante o ano de 2011, o Brasil investiu US$ 2.985 no mesmo período.


Esse valor é o segundo mais baixo entre todos os países da OCDE e os parceiros no estudo anual da entidade sobre educação, o Education at a Glance (Olhar sobre a Educação, em tradução livre).


O relatório, contudo, elogia o esforço brasileiro no incremento dos investimentos quando medidos em percentual do PIB (Produto Interno Bruto). O governo gastou 6,1% do PIB em 2011 e ficou bem acima da média dos países da OCDE, que é de 5,6%. Também é superior à média dos vizinhos latino-americanos como Chile (4.5%), México (5.2%), e Colômbia (4.5%).

O Brasil ocupa o 55º lugar no ranking das médias de leitura entre os participantes da última edição do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que testa alunos de 15 anos de idade. Em matemática, o país está em 58ª posição e, em ciências, ocupa o 59º posto. Na semana passada, o governo federal divulgou o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em que os resultados do ensino fundamental foram modestos e as notas do ensino médio caíram em 14 Estados.

 

Desproporção

 

O relatório chama a atenção para a diferença de investimentos entre os níveis de ensino. As instituições públicas de ensino superior desembolsam quatro vezes mais por aluno ao ano que as escolas de ensino fundamental. Segundo o relatório da OCDE, essa é a maior diferença entre níveis na lista dos países que integram o estudo. Por ano, um aluno do ensino superior custa 93% da renda anual de um brasileiro.

São US$ 10.902 anuais gastos por universitário contra US$ 2.673 por ano por alunos dos anos iniciais ensino fundamental (1º ao 5º anos) e US$ 2.662 por ano por estudantes dos anos finais do fundamental (6º ao 9º anos) e alunos do ensino médio (antigo colegial). As médias de investimento da OCDE são de US$ 13.958 (universitários), US$ 8.296 (anos iniciais) e US$ 9.280 (anos finais e médio).

Na educação infantil, etapa em que há mais professores por aluno e as crianças precisam de instalações com mais recursos, o gasto público brasileiro é o mais baixo no país: US$ 2.349 enquanto a média dos países desenvolvidos é de US$ 7.428 anuais.

 

OCDE

 

A OCDE é uma organização internacional para cooperação e desenvolvimento dos países membros. Fazem parte da OCDE: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Coréia, Luxemburgo, México, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.

O relatório "Education at a Glance 2014" ("Olhar sobre a Educação") analisa os sistemas de ensino dos 34 países membros da OCDE, bem como os da Argentina, Brasil, China, Colômbia Índia, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e África do Sul.

A OCDE também é responsável pela aplicação e divulgação dos resultados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
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Saiba quais são as metas do PNE para a educação  

 

Meta 20 - Financiamento: Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no 5º ano de vigência do plano e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio Leia mais Antonio Cruz/ABr