segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Os mitos históricos seduzem mais do que os fatos: é a narrativa que importa!



Vana, ou Dilma, não queria saber de democracia nos anos 1960. Esses são os 

FATOS.
O Prêmio Nobel Hayek dizia que os mitos históricos tinham mais importância, muitas vezes, do que os fatos históricos. As crenças acerca do passado, formadas com base em superstições, tinham profundo impacto no presente. O capitalismo era visto como uma exploração dos pobres trabalhadores, por exemplo, e não importava o fato de que foi ele que retirou milhões da miséria: a imagem de exploração perdurava pela ignorância, e com isso o anticapitalismo crescia.

Denis Rosenfield, em sua coluna de hoje no Estadão, fala a mesma coisa: a narrativa que conquista a opinião pública acaba prevalecendo e, muitas vezes, distorcendo a realidade, para alterá-la no presente. O professor cita os casos dos “heróis” que hastearam uma segunda bandeira quando o combate já havia terminado, mas que foi capturada por foto que circulou o mundo, e os vietnamitas que, mesmo sem vitórias expressivas nas batalhas, saíram como os vitoriosos perante a opinião pública.

A narrativa que conquista corações tem mais relevância do que a verdade em si, para efeitos concretos no mundo em que vivemos. É por isso que os inimigos de Israel exploram tanto a propaganda enganosa, pintando a única democracia desenvolvida da região como o verdadeiro demônio, invertendo totalmente os fatos. É por isso também que os regimes comunistas sempre deram tanta importância à máquina de propaganda, para disseminar narrativas favoráveis, ignorando os fatos.

O foco do texto de Rosenfield é a “Comissão da Verdade”, que tem lutado para criar uma narrativa maniqueísta e falsa dos anos 1960, como se aqueles comunistas fossem democratas em busca da liberdade, e não jovens perigosos encantados com a ditadura cubana. Diz o autor:


Os “combatentes” que tinham o objetivo de instalar no Brasil uma “ditadura do proletariado”, nome da época da ditadura comunista, se tornam os lutadores da liberdade, da democracia, apesar de não terem compromisso algum com esses princípios e valores. O comunismo era a sua meta. Marighella, um stalinista de estrita observância, torna-se um “democrata”. Não há narrativa verídica que resista, é como se os brasileiros fossem idiotas!

Fiel a essa narrativa de cunho ideológico, a Comissão da (in)Verdade editou a Resolução n.º 2, restringindo o escopo de sua investigação aos atos cometidos pelos agentes de Estado, principalmente os militares. É como se os “guerrilheiros”, que assim se chamavam à época, fossem inocentes, meras vítimas que não teriam cometido nenhum crime. Note-se que a lei que criou a Comissão da Verdade estava voltada, muito justamente, para uma investigação isenta de todos os envolvidos em crimes durante o regime militar. No momento em que há essa restrição e unilateralidade, é a verdade mesma que é deixada de lado. Que credibilidade pode, então, ter uma comissão que prima pela parcialidade e emprega a verdade somente enquanto termo que pode ser manipulado ideologicamente?


Recentemente, a jornalista Miriam Leitão relatou que foi torturada pelos militares, o que gerou muita comoção. Escrevi um texto que depois decidi retirar, sob argumentos convincentes do editor, pois havia gerado equívocos de interpretação. Alguns poderiam pensar que eu estava igualando o fato de uma jovem de 19 anos militar pelo PCdoB e militares no poder a torturarem. Não! O foco era outro: a jornalista tem total direito a um pedido de desculpas pelo horror que sofreu, mas só não pode ser vista como uma heroína que lutava, naquela época, por algo bom e desejável.

Meu objetivo era o mesmo de Rosenfield com esse artigo: deixar claro que aqueles comunistas queriam algo terrível para o Brasil, não eram democratas, não tinham apreço algum por um regime de liberdades civis e individuais. Eram autoritários, totalitários, e estavam dispostos a praticar muitos crimes em nome de sua causa “nobre”. Caso tivessem logrado sucesso, o Brasil teria visto um verdadeiro regime de torturas sistemáticas e fuzilamentos sumários, como ocorreu em toda experiência comunista.

Por que os crimes praticados pela esquerda na época não são investigados? Como questiona Rosenfield, será que as pessoas vitimadas e assassinadas pela esquerda armada não eram “humanas”? Quais “direitos humanos” se deseja realmente defender aqui? Há aqueles que buscam de forma imparcial a verdade, e há aqueles que só querem saber das narrativas, dos mitos históricos. Infelizmente, o segundo grupo parece existir em maior quantidade no mundo…


Rodrigo Constantino


Muito cuidado com as propostas de “reforma política” do PT



Rui Falcão falando em nome do povo…

“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa.” (Schopenhauer)

Existem inúmeros argumentos sólidos contra a ideia de (mais) financiamento público de campanha, ou de uma nova Constituinte. Mas todos eles são praticamente desnecessários diante de uma constatação: o PT deseja ardentemente seguir por tal caminho, e seu presidente, Rui Falcão, é uma das vozes mais estridentes a favor dessas propostas. É líquido e certo: se Falcão defende algo, basta tomar o lado oposto que estará do lado certo.

Já comentei aqui a crescente estatização dos partidos, citando o caso específico de Zé Maria, do PSTU, que somos obrigados a financiar. O financiamento público foi também o tema de debate do editorial do GLOBO de hoje, tendo como convidado a fornecer o contraponto justamente Rui Falcão. O presidente do PT diz, entre outras coisas:


Com o financiamento público será possível equilibrar o processo eleitoral e criar um ambiente mais justo e democrático durante as eleições. Com ele, os candidatos terão que abandonar as estratégias baseadas no poder de compra pelo poder de convencimento dos eleitores. O PT e os movimentos sociais estão em plena mobilização por um plebiscito popular para aprovar uma Constituinte do sistema político e viabilizar a reforma política. Sindicatos, comunidades e partidos estão promovendo manifestações nas ruas e na internet para realizar o plebiscito na Semana da Pátria, em setembro. Várias urnas serão espalhadas por todo o Brasil para a manifestação da sociedade.

A realização de um plebiscito para a reforma política também é prevista no programa de governo para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A nossa proposta é melhorar a representatividade política, aprimorar o sistema eleitoral e tornar a política mais transparente, mudanças exigidas pela sociedade brasileira.

PT e “movimentos sociais” mobilizados por algo é sinônimo de uma só coisa: golpe à democracia e avanço aos nossos bolsos. É tudo o que sabem fazer, desde sempre. Ironicamente, o PT é o partido que mais recebe financiamento privado, inclusive de empreiteiras. É muita cara de pau mesmo. O que querem é estatizar ainda mais a política, e expandir o caixa dois.

Plebiscito, então, é tentativa de golpe! O PT tirou da gaveta tal proposta quando as pessoas tomaram as ruas em junho de 2013, mas já era um velho sonho do partido.



O editorial do GLOBO critica as bandeiras levantadas pelo PT também, ainda que de forma mais sutil:

O veredicto conta com apoio aberto do PT e outras legendas, porque se trata de passo largo em direção à proposta defendida por elas do financiamento público integral de campanha. (Integral, porque parte já é bancada por dinheiro público, destinado do fundo partidário ou pelo abatimento fiscal realizado pelas emissoras do custo do programa eleitoral “gratuito”.)

O resultado é que o contribuinte pagará duas vezes com seus impostos: pelo fundo partidário e, se aprovado o financiamento público integral, ainda algo mais. E não deverá ser pouco. Na outra ponta, a dos políticos, continuará aberta a possibilidade do tráfego de “recursos não contabilizados”.

Não há, portanto, qualquer caráter moralizador na medida que veta o financiamento legal de empresas, muito menos na estatização completa das finanças da política. Ao contrário.
[...]
O PT há tempos se bate por uma “Constituinte Exclusiva” para executar a reforma política. Mais um equívoco, porque, como já alertaram juristas e mesmo políticos, Constituinte só é convocada em rupturas institucionais — e estamos longe de qualquer uma.

A nova panaceia vendida pelo PT é a tal “reforma política”, com financiamento público de campanha e uma nova Constituinte que “amplie” a participação popular – leia-se dos militantes financiados pelo estado a soldo do próprio PT. É golpe sim. É um engodo, um embuste. Todo cuidado é pouco, pois os lobos sempre aparecem em pele de cordeiro falando em nome do povo, apenas para devorá-lo em seguida.


Rodrigo Constantino

Os jovens comunistas na década de 1960 não eram heróis; na melhor das hipóteses, eram idiotas úteis!



Jovens comunistas de hoje: idiotas úteis também, sem o benefício da ignorância dos anteriores

Comentei aqui a ótima coluna de Denis Rosenfield hoje, sobre os mitos históricos e a importância da narrativa sobre a verdade dos fatos. Soube que neste sábado mesmo a propaganda eleitoral do PT disse que Dilma trocou sua juventude pela luta para restabelecer a democracia em nosso país. Tal narrativa é insustentável e inadmissível, e pretendo elaborar melhor a questão.

Eram outros tempoJs, sem dúvida, e muito do horror comunista ainda era desconhecido. Havia um encanto de muitos jovens da classe média e de “intelectuais” com a ilusão comunista. O contexto era o da Guerra Fria, e muitos tomaram o partido soviético por ignorância ou romantismo. Pode-se perdoá-los por sua visão míope, por seu idealismo juvenil, mas não é razoável pintá-los como democratas. Especialmente os militantes engajados!


Alain Besançon, em A Infelicidade do Século, em que compara o nazismo ao comunismo e traça inúmeras semelhanças, conclui: “O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência”.

Há controvérsias. Muitos acham que o comunismo é apenas a idealização da inveja, e conquista corações por motivos menos nobres e mais prosaicos – talvez o ressentimento diante de alguém mais bem-sucedido em uma economia livre de mercado. 


Mas é inegável que há uma parcela atraída por uma sensibilidade mal-calibrada diante das injustiças do mundo. Ignorando o que produz de fato a riqueza para tirar essa gente da miséria, o estado natural da humanidade, essas pessoas se encantam com as receitas utópicas dos igualitários: basta tirar de João e dar para Pedro.
Heróis da liberdade?
Heróis da liberdade?

Comparando os “gêmeos” nazismo e comunismo, que disputavam o mesmo tipo de alma, Besançon afirma que “eles pretendem ser filantrópicos, pois querem, um deles, o bem de toda a humanidade, o outro, o do povo alemão, e esse ideal suscitou adesões entusiásticas e atos heróicos”. Mas o que os aproxima mais é que “ambos se dão o direito – e mesmo o dever – de matar, e o fazem com métodos que se assemelham, numa escala desconhecida na história”.

Para seu fim ulterior, quaisquer meios são aceitáveis ou mesmo desejáveis. Cada um se vê como a encarnação do Bem, e os empecilhos precisam ser eliminados para o alcance de um fim tão “nobre”. Os governos nazista e comunista fecham suas fronteiras, controlam a informação, substituem a realidade por uma pseudo-realidade e eliminam os opositores. Acabam gerando uma completa destruição da moral, difundindo o sentimento de repugnância de si mesmo nas pessoas. Alain Besançon conclui: “Não vale mais a pena praticar o duplo pensamento, procura-se na verdade não pensar em nada”. Ambos desembocam no niilismo.

Alimentamos uma visão de que os adeptos do nazismo eram bárbaros, enquanto os comunistas eram seres bondosos. Mas Michael Polanyi é certeiro quando diz: “É um erro encarar o nazista como um selvagem não-instruído; sua bestialidade foi adornada cuidadosamente com especulações que refletiam de forma muito estreita a influência marxista”. Muitos da classe média alemã, assim como “intelectuais”, flertaram com o nazismo.

Se alguém declarar ter sido simpático ao nazismo em sua juventude, isso vai gerar uma grande revolta, e essa pessoa será alvo de críticas, de forma merecida. Curiosamente, se a pessoa declarar sua adesão ao comunismo em sua juventude, isso será visto como sinal de sua bondade, de seu romantismo, de seu desejo de mudar o mundo para melhor. Não faz muito sentido.

Ainda que o comunismo tenha embalado melhor seu ódio, o fato é que ambos, nazismo e comunismo, cativaram pessoas ressentidas, hipócritas ou alienadas. Hoje, vemos que o mesmo tipo de gente se encanta com “soluções” violentas e revolucionárias, aplaudem os black blocs, os “movimentos sociais” que invadem propriedades e desrespeitam as leis, flertam com tiranos que pretendem mudar “tudo isso que está aí” na base do porrete autoritário. 

Hugo Chávez não enfeitiçou apenas as massas ignaras, assim como Fidel Castro desperta suspiros até hoje em muita gente da elite por aí.


O apoio dos “intelectuais”


Os comunistas praticavam “justiciamentos” entre eles mesmos, e qualquer desvio da cartilha fanática era visto como traição. Qualquer um com olhos para enxergar saberia que aquilo jamais levaria a um modelo democrático de liberdade. Aqueles jovens faziam vista grossa a todas essas barbaridades, como artistas e “intelectuais” fazem hoje ao elogiar vândalos e agitadores.


Podemos, como já disse, dar um desconto por sua imaturidade. Mas jamais podemos tratá-los como heróis, como pessoas que lutavam pela democracia. Nada mais falso. Vários reconheceram isso, inclusive, fizeram uma dolorosa mea culpa, assumiram que sonharam o sonho errado, que se tivessem tido sucesso seria o pesadelo da nação. Fernando Gabeira, Ferreira Gullar, Arnaldo Jabor foram alguns que admitiram o enorme equívoco de suas lutas na juventude.

Alguns jovens comunistas podem ter sido vítimas do estado, de torturas indefensáveis, e isso merece nosso repúdio. Mas não podemos encará-los como totalmente inocentes, pois lutavam por uma ideologia nefasta que, se posta em prática por aqui, levaria ao caos, à miséria e à escravidão, como foi em todo canto do mundo. Heróis? Nem pensar! Na melhor das hipóteses, idiotas úteis transformados em massa de manobra pelos canalhas oportunistas e os fanáticos niilistas.


Rodrigo Constantino

Grupo ocupa faixa na Av. das Nações contra desativação de posto da PM




Moradores da Vila Telebrasília usaram faixas para sensibilizar motoristas.
PM disse que não houve confusão; congestionamento se estendeu à EPGU.

Do G1 DF
À esquerda, moradores da Vila Telebrasília aguardam semáforo ficar vermelho para ocupar faixa em protesto contra suposta desativação de posto da PM (Foto: TV Globo/Reprodução)Moradores da Vila Telebrasília aguardam semáforo ficar vermelho para ocupar faixa em protesto contra suposta
desativação de posto da PM (Foto: TV Globo/Reprodução)
 
Moradores da Vila Telebrasília decidiram ocupar uma faixa de pedestre da Avenida das Nações na manhã desta segunda-feira (25) para protestar contra a desativação de um posto policial. Eles usavam cartazes e faixas para chamar a atenção dos motoristas todas as vezes em que o semáforo ficava vermelho. De acordo com a Polícia Militar, não havia registro de confusão.

Presidente da associação de moradores, Wadson de Souza Rodrigues, 37 anos, disse que o ato foi combinado depois que um jornal divulgou a possibilidade de fechamento do posto – o mesmo veículo, horas depois, informou que o governador negou que isso fosse ocorrer.

“O comandante do batalhão veio aqui e disse que não vai fechar. Nós queremos o posto porque ele traz uma sensação de segurança para a comunidade”, afirmou Rodrigues. "Caso haja fechamento, a gente vai parar a via na semana que vem."


A manifestação aconteceu perto do campo sintético. Apesar do protesto, não houve maiores prejuízos ao trânsito. O congestionamento, que se estendia até a EPGU, é comum para o horário, de acordo com os órgãos de trânsito.

Dilma corre risco de derrota, Marina precisa provar consistência e Aécio tem de ser mais ofensivo





Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A campanha presidencial entra em sua fase decisiva para a corrida de 5 de outubro. Sondagens telefônicas já indicam que Marina Silva, viúva política de Eduardo Santos, já estaria à frente de Dilma Rousseff. A grande dúvida é se Marina tem consistência para se manter. Petistas e aliados focam em manter Dilma Rousseff no segundo turno. Quem corre atrás do prejuízo é Aécio Neves que precisa se credenciar, definitivamente, como o candidato de oposição real ao governo. Se não partir para a ofensiva, corre o risco de assistir à disputa entre Dilma e Marina.

A situação de Dilma é paradoxal. Ela conta com a força da máquina aparelhada. No entanto, sua altíssima e crescente rejeição, em torno de 34%, tende a lhe ser fatal em um confronto direto. O desgaste de imagem pode até tirá-la da provável disputa final em 26 de outubro. Dilma hoje depende de uma queda de Marina e de um fracasso retumbante de Aécio para se manter no páreo. Aécio precisa polarizar com Marina, se quiser chegar ao segundo turno.

Nem vale a desculpa esfarrapada de pegar leve com Marina agora, pensando em futura aliança contra Dilma. É mais fácil Marina voltar a fazer parte da base aliada petista que se juntar a Aécio Neves contra o esquema PT-PMDB. Aécio ainda tem chances se as traições peemedebistas contra os petistas produzirem resultados consistentes a seu favor. Para isso, ele precisa ser mais ofensivo. Sua propaganda ainda está muito água com açúcar. O mercado financeiro aposta contra Dilma, engole Marina a seco e prefere Aécio.

O cenário é incerto e escabroso. A eleição está mais aberta que nunca. Com o agravante do risco de fraude eleitoral. Acreditar no dogma de um resultado inteiramente limpo no sistema de urnas eletrônicas e de processamento informatizado de votação é o mesmo que apostar na chance de conquistar uma fortuna nos cassinos de videopôquer. O estranho é que os tucanos se omitem. Nunca fazem uma crítica consistente ao inseguro esquema de votação, transmissão e processamento do voto.     




Tende a pesar no humor eleitoral a crise econômica que se torna cada vez mais concreta. Um eleitorado com 57 milhões de endividados não pode estar satisfeito. Além disso, temos os quatro “Cs” que prejudicam o dia-a-dia do cidadão: carestia, cartórios, cartéis e corrupção. Tudo isto pesa muito no chamado “Custo Brasil” – cada vez mais impagável pela nossa sociedade violentada por uma altíssima e injusta carga tributária.
Para o bem do Brasil, no curtíssimo prazo, a prioridade é tirar o PT e seus comparsas do poder. A Perda Total nos custa cara demais. No entanto, não se pode ter ilusões. Dilma, Marina e Aécio não acenam com chances de mudar o modelo capimunista brasileiro. Sociais democratas e socialistas querem apenas reformá-lo. Os petistas-sindicalistas, junto com os radicais nazicomunopetralhas, gostariam de revolucioná-lo, em moldes bolivarianos mais light que o prescrito pela turma do Foro de São Paulo.
No final das contas, todos fazem o que a Oligarquia Financeira Transnacional deseja para o Brasil.
Propaganda subliminar

Fuga do Tarzan

Releia o artigo de domingo: A Hora dos Petralhas Mortos-Vivos


© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 25 de Agosto de 2014.



Explosão em subsolo do Conjunto Nacional deixa dois feridos

25/08/2014 11h06 - Atualizado em 25/08/2014 11h22


Acidente foi em subestação da CEB que funciona no prédio, diz bombeiro.
Vítimas tiveram queimaduras no corpo; lojas do shopping foram fechadas.

Do G1 DF
Pessoas observam trabalho dos bombeiros após explosão no subsolo do Conjunto Nacional, em Brasília, nesta segunda (25) (Foto: Isabella Formiga/G1)Pessoas observam trabalho dos bombeiros após explosão no subsolo do Conjunto Nacional, em Brasília, nesta segunda (25)
 
Uma explosão em uma subestação da CEB no subsolo do Shopping Conjunto Nacional, em Brasília, deixou dois funcionários da empresa feridos na manhã desta segunda-feira (25). Testemunhas disseram que viram as vítimas sendo socorridas com várias queimaduras pelo corpo.

Os feridos foram levados ao Hospital Regional da Asa Norte. Até as 11h, não havia informações sobre o estado de saúde das duas vítimas.

O acidente, que ocorreu por volta das 9h45, deixou o centro comercial sem energia e causou o fechamento de lojas. O Corpo de Bombeiros interditou o acesso ao subsolo do edifício.
“O barulho deu pra escutar lá de cima", disse Rodrigo Edney, que trabalha no primeiro andar do prédio. "A luz normal veio muito forte e depois apagou tudinho", disse Fernando Brito, que trabalha numa loja de calçados no primeiro andar.

Às 11h15, a saída de carros do estacionamento pago do shopping estava fechada e ninguém podia sair. Segundo o vigilante que trabalha no local, a saída de veículos só seria liberada com autorização da CEB. No estacionamento descoberto, era possível sentir o cheiro de queimado que vinha do subsolo do prédio.


A cliente Milena Aparecida diz que chegou ao shopping no momento da explosão. Senti o chão tremer. Falei: ‘Nossa o que é isso?’ O guarda disse que era normal por causa do metrô [a Estação Central fica a cerca de 300 metros do local da explosão]", disse. "A luz apagava e voltava no shopping."

Funcionária de uma loja do térreo, Elisangela Macedo disse que os problemas de falta de energia no prédio são comuns. "O equipamento da CEB aqui é muito antigo. As lojas ficavam sem luz com frequência e fecharam num domingo para consertarem o problema no gerador. Esse problema com essa energia não é de hoje."


"Já perdemos o dia várias vezes sem trabalhar por causa da energia", disse. "Prejudica nossa produção, a gente trabalha por comissão", afirmou.
 

Que cidade é essa?


Guará e Águas Claras Orlando BritoPor Chico Sant’Anna

Olhe a foto acima, de Orlando Brito, e responda rápido: que cidade é essa?
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte?


Quem se deixou influenciar-se com os arranha-céus, pensando que a foto é de alguma metrópole tradicional do Brasil, errou.

A foto é da cidade projetada por Lúcio Costa, considerada revolução nos padrões do urbanismo e da arquitetura mundial, patrimônio da humanidade, mas que vem sendo vilipendiada todos os dias pela cobiça da especulação imobiliária.

Especulação Imobiliária Águas Claras
Projetada inicialmente para ter prédios de no máximo oito andares – um terço a mais do que no Plano Piloto -, Águas Claras abriga espigões com até trinta andares. Foto de Chico Sant’Anna


A imagem é de duas cidades do Distrito Federal: Guará, em primeiro plano, e Águas Claras,em segundo. A primeira foi concebida para ter edifícios de, no máximo, seis andares e, a segunda, oito andares. Hoje, no Guará, há prédios de dez andares e de até de 30 andares, em Águas Claras.


Mesmo fenômeno de hiper-verticalização estão vivenciando cidades-satélites como o Gama, Samambaia, Ceilândia e Sobradinho. Espigões cortam os céus, sem que haja uma preocupação como que está na terra: redes de águas pluviais, abastecimento de água potável, captação de esgoto, coleta seletiva de lixo, estacionamentos, dimensões de ruas e avenidas, falta de transporte coletivo, escolas, centros de saúde, delegacias.
Estreitas ruas que atendiam a meia dúzia de casas, são agora obrigadas a receber o trânsito pesado de centenas, quem sabe milhares de carros. As cidades vão se imobilizando. Nem a pé se consegue andar, pois em muitas delas não sobrou espaço para o pedestre. Os muros dos condomínios vão até à linha limítrofe do meio-fio. Faltam calçadas, dispositivos de acessibilidade.


Leia também:


A substituição de casas por prédios de apartamentos é recomendada por muitos especialistas como uma forma de potencializar o uso da infra-estrutura já instalada e evitar que seja necessário transformar áreas verdes rurais em novas áreas urbanas, como é o caso da área de pesquisa da Embrapa Cerrados -no caminho de Planaltina – onde o GDF quer fazer um bairro residencial. Hoje, o Distrito Federal já ocupa, praticamente, a metade de seu território como área urbana.



Como se fossem tropas medievais, os espigões de Águas Claras parecem marchar sobre Brasília. Foto de Felipe Bastos. Como se fossem tropas medievais, os espigões de Águas Claras parecem marchar sobre Brasília. Aos poucos o verde vai dando lugar ao cinza do concreto. Foto de Felipe Bastos.
Como se fossem tropas medievais, os espigões de Águas Claras parecem marchar sobre Brasília. Aos poucos o verde vai dando lugar ao cinza do concreto. Foto de Felipe Bastos.


Mas é excessiva a verticalização que está se fazendo. O volume de novas moradias e estabelecimentos comerciais irá extrapolar a capacidade física da infra-estrutura instalada, demandando mais investimento público. 


Olhando para o horizonte, percebemos uma massa de espigões que, como se fossem tropas medievais, parecem marchar sobre Brasília. Aos poucos o verde vai dando lugar ao cinza do concreto.



Cidade Satélite FotoAérea
Áreas urbanas concebidas para receber apenas casas,estão sendo ocupadas por grandes prédios afetando toda a infra-estrutura e sistema viário existentes. Foto de Chico Sant’Anna



Aos poucos, o Plano Piloto vai ficando entrincheirado. Não bastasse a hiper-verticalização que se verifica nas cidades já existentes, a garra da especulação imobiliária, aliada à falta de ação – ou, quem sabe, conivência – do poder público, se lança sobre enormes áreas rurais. 


É o caso da chamada Oklândia, projeto do ex-senador cassado e preso Luiz Estevão que recebeu sinal verde do GDF de Agnelo Queiroz e que prevê o surgimento de uma cidade para quase um milhão de habitantes na faixa de terras rurais que vão de São Sebastião a Santa Maria. 


Local hoje destinado essencialmente à produção de hortigranjeiros que abastecem o Distrito Federal e nascentes d’água, tais como o Tororó e a cachoeira da Saia Velha.



O projeto inicial prevê edifícios de 15 andares, mas se Águas Claras começou com oito e chegou a 30 pavimentos, qual será o limite da Oklândia de Luiz Estevão?


Outras regiões, como o Taquari, na saída Norte de Brasília, e o Núcleo Rural Vargem da Benção – também rico em nascente que abastecem o Lago Paranoá -, próximo ao Recanto das Emas, estão na mira da mesma sanha avassaladora.


Na Vargem da Benção há produtores rurais assentados ainda por Juscelino Kubitschek e que estão ameaçados a dar lugar a um setor habitacional para 50 mil moradores num local que é classificado como Área de Proteção Ambiental – APA.


Veja aqui como é a Vargem da Benção
Arniqueiras – localizada entre o Park Way e Águas Claras-, que nem teve sua situação fundiária resolvida ainda, também está na mira das empreiteiras para receber prédios semelhantes aos de Águas Claras.
Chico Sant'Anna em Arniqueiras
Espigões de Águas Claras cobiçam as terras de Arniqueiras, até outro dia, um setor de chácaras para a produção de hortigranjeiros. Foto de Cláudia Andrade.


Quem poderá dar um basta a tudo isso e fazer com que o crescimento de Brasília seja ordenado e planejado segundo os interesses de sua população? Ela mesma. São os moradores do Distrito Federal, pelo menos os que são maiores de 16 anos, que poderão, no próximo 5 de outubro dizer que Brasília desejam: se uma pauliceia poluída, engarrafada e sem qualidade de vida, ou a Brasília, cidade parque, idealizada por Lúcio Costa.


Tanto na eleição ao GDF, quanto à Câmara Distrital existem candidatos que defendem claramente esses dois pontos de vista. Existe a bancada da especulação imobiliária e a bancada do crescimento sustentável.



A escolha é sua, senhor e senhora eleitores.

Os cenários da eleição 2014: uma análise de opções

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Como muitos já perceberam, a análise das eleições deste blog é feita com um foco em uma estratégia para a direita, que, a meu ver, deve ser baseada em ganhar tempo a fim de criar uma consciência de direita a partir das redes sociais, participação na mídia e coisas do tipo. Por isso, eu optei pelo voto em Aécio Neves, e, no segundo turno, em Marina Silva. Já são cinco posts sobre isso:
  1. Por que votar em Marina contra Dilma não é trocar seis por meia dúzia (21/8)
  2. A questão da preferência por Marina ao invés de Dilma e um dos posts menos lidos da história deste blog (21/8)
  3. A maior das ironias da batalha política de 2014: a mídia, vejam só, decidiu atirar no Godzilla para salvar os MUTO’s (23/08)
  4. Sobre a decisão de Minerva entre Marina ou Dilma e por que discordo de Lobão neste caso (23/08)
  5. Campanha de Marina discute ampliação do controle social da atividade política. Isto derrubaria minha tese? Veremos… (24/08)
Nesse momento temos três hipóteses para o segundo turno, o qual com certeza vai ocorrer. São elas:
  1. Dilma X Marina
  2. Dilma X Aécio
  3. Marina X Aécio
O primeiro cenário é o mais provável, de acordo com que as pesquisas tem mostrado. Os trackings do PSDB tem trazido o seguinte resultado: Dilma Rousseff com 36%, Marina com 24% e Aécio consolidado em 20%. Veremos as próximas pesquisas e o Ibope vai divulgar mais uma na próxima terça-feira, 26/8.

O segundo cenário não está tão distante, nessa altura do campeonato, mas depende de que Aécio Neves parta para a guerra política, o que ainda não aconteceu. Como este blog defende, é preciso que nós pressionemos Aécio e sua equipe para agir assim. Este blog publica uma série chamada Guerra Política 2014, que já conta com cinco textos com exemplos do que pode ser aplicado na guerra política já em curso nas eleições atuais.

Para facilitar, vou colar os textos aqui:
A falta de “poder de jogo” de Aécio Neves é tão grande (embora ele tenha muito potencial) que até os blogueiros da BLOSTA estão se divertindo às pampas. Veja um pouco da análise de Jean Menezes de Aguiar para o Brasil247:
Se o bom-moço Aécio Neves continuar com esse ar de Maricotinha-que-reclama perderá feio para Marina Silva. Mesmo tendo melhor preparo pessoal e partido mais estruturado.

A falta de condições pessoais de ‘bater’, de ser ‘pedra’ de Aécio, até pode ser interessante para um educado cargo de gestão. Mas jamais atrai o eleitor numa disputa visceral, uma eleição-Bbb como se apresenta.

Quem dá o tom visceral da disputa é o PT com sua militância-ostentação. A partir daí não há mais espaço para bonzinhos. E a veia autoritária de Marina faz com que ela assuma a polarização com Dilma. Fica claro que Marina desbanca Aécio pelo menos em enfrentamento e palanque com a recandidata.

Não adiantará Aécio engomar um discurso-raivinha de última hora. Ele precisa se imbuir, acreditar, viver o que diz. Ou melhor, seu partido precisaria querer parar de ser ‘chique’. Mas esta antropologia-Daslu parece ser viciosa ao Psdb. Aécio deveria aceitar que algumas antipatias e preços a pagar são naturais, disparando petardos e movendo uma metralhadora giratória que não se sabe se tem.
O que ele está nos dizendo é que o PT sabe jogar o jogo político (o que é óbvio), enquanto Marina parece ter culhões para entrar nessa, mas duvida que Aécio o faça. Essa é a forma como ele é percebido inclusive pelos opositores que entendem um tanto de guerra política. (Verdade seja dita: na BLOSTA há pessoas que entendem bastante de guerra política. Na direita e no centro esse tipo de conhecimento rareia. Eu ajudo a preencher esta lacuna.)

Parece então que o cenário três é praticamente impossível, e também, ironia das ironias, um dos mais indesejáveis.

Hora de falar  das opções.

Imagine uma disputa entre Marina e Aécio em um segundo turno, facilitando a aproximação do PT e dos partidos de extrema-esquerda com Marina Silva? Essa hipótese é no mínimo aterradora. Melhor torcer para que não ocorra. Felizmente, é pouco provável, como já disse antes.

Então falemos do cenário 2, onde Aécio iria para um segundo turno com Dilma. Isso só é interessante se Aécio construir uma aliança prévia com o PSB, garantindo uma propaganda nestes moldes abaixo com Aécio e Marina no segundo turno. Aí sim a coisa funcionaria. Veja:


É um fato que Marina é uma puxadora de votos, e, se perder no primeiro turno para Aécio, deveria estar ao lado dele no segundo.

Alguns diriam: “Não se iluda, isso não vai acontecer”. Esta análise não é focada em ilusões, mas em hipóteses: se a “cabeça dura’ de Marina for convencida a uma parceria com o PSDB, a hipótese de Aécio com Dilma no segundo turno se torna excelente. Até por que não se cria uma polarização entre social-democracia e socialismo (algo como PSDB versus a turma do PT e seus amigos) em tão pouco tempo.


Como estamos na guerra política, onde coalizões são feitas, devem ser lançadas pressões mútuas sobre PSB e PSDB para que exista uma aliança entre ambos os partidos no formato de “parceria”. Só que não pode ser uma parceria Caracu, onde um entra com a cara e o outro com… bom, deixa pra lá. 

É preciso de uma parceria boa para ambos os lados. Este é o template: quem for para o segundo turno, teria garantida a presença do outro no palanque.

A negociação deve ser feita neste nível, estimulada pelo PSDB:
Sabemos que vocês do PSB tem mais chances de chegar no segundo turno que nós. Mesmo assim, o acordo é este: garantimos apoio pleno a vocês no segundo turno, enquanto queremos as mesmas garantias por vocês caso cheguemos lá. Neste momento, o acordo é melhor para vocês do que para nós. Neste acordo devemos ter um limite de críticas entre nós, para priorização do tempo de ataque ao PT e seus aliados. Nossas comparações entre propostas nossas, por exemplo, não devemos incluir termos como “cínico” ou “mentiroso” entre nós. Ao mesmo tempo, podemos lançar estes epítetos facilmente na direção dos petistas, que mentem sem parar em seu programa eleitoral.
É preciso convencer Marina de que este acordo é melhor para ela, dando-lhe inclusive o favoritismo de vitória no segundo turno, enquanto Aécio ainda precisa caprichar muito mais.

Existindo uma parceria deste tipo, o cenário 1, com Marina e Dilma no segundo turno, não é uma opção tão ruim para nós. Desde que, é claro, exista uma polarização com o PT, e, pelo que se nota, isso já tem acontecido.

Ao contrário do que alguns pensam, este blog não assumiu uma “campanha pró-Marina”. É bem diferente disso: eu defendo o apoio à Aécio, mas devemos torcer principalmente para que os petistas não transformem tanto Aécio quanto Marina em seus serviçais.

Enfim, é vital destruir o PT, mas acordos precisam ser fechados de forma antecipada para beneficiar tanto Marina quanto Aécio com mais segurança para um eventual segundo turno.

Guerra Política 2014 – E a tal “superação da política”?

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Hoje vou comentar os programas de TV de Aécio e Marina em 23/08.  Para começar, vejamos o programa de Aécio:


Hm, é duro falar, pois vou votar neste moço no primeiro turno. Mas o programa foi bem fraco. Não há contundência, não há polarização, falta conflito, etc.


Por exemplo, quando ele falou com aquela senhora sobre o Bolsa Família, falou em continuidade do programa. Show de horror, pois ele ficou se defendendo da acusação de que “encerraria o Bolsa Família”. Na verdade, deveria mostrar que a origem do Bolsa Família estava no PSDB e que o tal Lula deu uma declaração criticando este tipo de programa. Quando percebeu o sucesso do que fez FHC, deu sequência no programa, mas sempre usando como ferramenta de terrorismo eleitoral. Ele deveria dizer que “o Bolsa Família é tão bom que Lula continuou o que FHC começou”.

Ele deveria também atacar o PT por usurpar os méritos dos outros. Muito melhor do que ficar na defensiva. Ora, se ele apenas “vai continuar o que o PT já fez”, qual o motivo para votar nele? Os marqueteiros do PSDB merecem um puxão de orelha por essa.

Outra dica: jamais cruze os braços enquanto estiver se comunicando com o povo. Veja só entre os 0:42 e 0:51. Por favor, não faça isso!

Aos 4:00 surge algo interessante, que deve ser explorado mais nestas eleições: buscar um governo com as melhores pessoas, sem distinção de partido. Esse é um frame bom, relacionado à “superação de política”, que funciona bem em uma época onde o PT banalizou a política ao fazer alianças com gente como Paulo Maluf e Fernando Collor. No momento em que um partido ficou rotulado (com facilidade, diga-se) por distribuir cargos em troca de poder, vender-se como alguém a superar este estilo de política é um ponto positivo.

No geral, um programa fraco, com alguns poucos bons instantes como esse onde ele falou de governar para todos, menos para o partido. Lembrando: o frame é bom neste momento pela forma suja que o PT tem encarado a política.





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Agora veja o programa de Marina:
Quase todo o programa é feito na ideia de “superação de política”. Observe o que ela diz:
Nós podemos reunir as melhores pessoas, com capacidade para executar esse plano. Porque nós não temos que dar Ministério em troca de tempo de televisão. Não vamos nos submeter à chantagem política de ninguém. Os grupos que estão há 20 anos no poder não conseguem mais dialogar. Eles estão dividindo os brasileiros numa guerra. Eles não se escutam e não conseguem mais escutar as pessoas. É preciso superar essa velha política que está atrasando o Brasil, prejudicando nosso desenvolvimento e colocando em risco as conquistas econômicas e sociais que devem ser mantidas e aperfeiçoadas. Nós vamos promover o diálogo. Tem gente boa em todos os partidos. E também nas empresas, nas universidades. Em toda parte tem gente honesta e competente que pode colaborar.
O que está sendo sub-comunicado aqui? Simplesmente que é preciso superar o “jeitão tradicional” de se fazer política em prol de troca de cargos e manutenção do partido no poder. Evidentemente foi um ataque à todo mundo, mas que respinga especialmente no PT, conhecido por negociar com o demônio.

Na avaliação geral do programa, Marina parece muito mais contundente na hora de polarizar as discussões e se mostrar como “o novo”. Lembra até a campanha do Obama. Já passou da hora dos marqueteiros de Aécio saírem da zona de conforto!
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Algumas pessoas criticam Marina por ela declarar “superar a política”, mas na verdade esse é apenas um frame poderoso para a guerra política. Quando alguém convence as pessoas de que “superou a política”, sub-comunica estar acima dos interesses mesquinhos em vigência.
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Um exemplo é claro para explicar. Imagine que um gerente esteja defendendo sua área corporativa, em embate argumentativo com outro defendendo a área dele. Daí chega um terceiro gerente dizendo: “Ei gente, temos que pensar na empresa!”. Quem consegue emplacar o frame mais positivo? 

Obviamente que é o terceiro gerente, por vender uma imagem de superação dos conflitos em prol de um bem comum. Quando alguém diz “superar a política’, faz a mesma coisa.


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A melhor coisa do frame de superação de política é que ele pode ser usado tanto por Aécio como por Marina, mas não pelo PT, até por estar no poder há 12 anos, tendo cravado a imagem de pessoas fazendo tudo em nome do partido, mesmo que precisem fazer as alianças mais espúrias.
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Já estou até imaginando o protesto: “Luciano, você entra em contradição, pois disse que ‘superação de política’ é picaretagem”. Sim, eu já escrevi isso, mas eu focava na discussão entre intelectuais orgânicos, onde todos conhecem os termos sob discussão. Em minha perspectiva de política, é impossível superá-la. Porém, os candidatos podem usar o frame “superação de política” no sentido de superar a política tradicional ou a política que considerem mais mesquinha. Havendo esta contextualização, o frame “superação de política” é um elemento recomendadíssimo.

Lançamento na sexta-feira Programa da candidata Marina Silva defende democracia direta