sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Com superávit da balança comercial em julho, contas externas melhoram

22/08/2014 11h16 - Atualizado em 22/08/2014 11h52


No mês passado, déficit em conta corrente somou US$ 6 bilhões.
Em julho de 2013, resultado negativo somou US$ 8,96 bilhões, diz BC.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
O superávit da balança comercial (exportações menos importações) de US$ 1,57 bilhão em julhodeste ano contribuiu para melhorar o resultado das contas externas brasileiras no mês passado, segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (22).
Em julho deste ano, o déficit em transações correntes – que engloba a balança comercial, os serviços e as rendas – somou US$ 6 bilhões, em comparação com um resultado negativo de US$ 8,96 bilhões em julho de 2013 (quando a balança comercial teve um déficit, com importações maiores do que vendas externas, de US$ 1,9 bilhão).
Acumulado do ano e previsão do BC
Com o resultado de julho, o déficit em conta corrente (um dos principais indicadores das contas externas) somou US$ 49,33 bilhões nos sete primeiros meses deste ano. Com isso, registrou queda de 5,4% frente ao mesmo período do ano passado (52,15 bilhões). Até junho, ou seja, no primeiro semestre deste ano, as contas externas registraram o maior déficit para o período da história.
As transações correntes fazem parte de uma conta maior, o chamado balanço de pagamentos (a "poupança do país"), e são formadas pela balança comercial, que registra as importações e exportações, pelos serviços e também pelas rendas, como as remessas de dinheiro ao exterior.
Para todo este ano, a expectativa do Banco Central é de um resultado negativo de US$ 80 bilhões para a conta de transações correntes – o equivalente a 3,47% do Produto Interno Bruto (PIB), ou a soma de tudo produzido no país. Se confirmado este resultado, haverá uma pequena melhora em relação ao déficit de US$ 81,07 bilhões registrado em todo ano passado – até então o maior da série histórica da instituição para um ano fechado.
Para 2014, a expectativa do Banco Central é de resultado negativo de US$ 80 bilhões para a conta de transações correntes
Componentes das contas externas
No acumulado de janeiro a julho deste ano, as rendas, que incluem as remessas ao exterior, registraram um déficit de US$ 22,15 bilhões, contra um valor negativo de US$ 23,07 bilhões no mesmo período de 2013.
As remessas de lucros e dividendos (parcelas de lucros), por sua vez, somaram US$ 14,07 bilhões na parcial de 2014, contra US$ 15,31 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo este ano, a estimativa do BC para a conta de "rendas" é de um déficit de US$ 39,9 bilhões.
Nos sete primeiros meses de 2014, ainda segundo informações do Banco Central, a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 918 milhões, contra um resultado negativo de US$ 4,97 bilhões em igual período do ano passado. Para este ano, a previsão do BC é de um superávit (exportações menos importações) de US$ 5 bilhões para 2014.
A conta de serviços, por sua vez, que engloba os gastos de brasileiros no exterior, registrou um déficit de US$ 27,13 bilhões nos sete primeiros meses de 2014, contra um resultado negativo também de US$ 25,92 bilhões no mesmo período do ano passado. Para todo este ano, o BC prevê um resultado negativo de US$ 47,6 bilhões para a conta de serviços.
Investimentos estrangeiros
O BC informou que os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 35,16 bilhões de janeiro a julho deste ano, contra US$ 35,2 bilhões nos sete primeiros meses de 2013. A previsão da instituição, para todo este ano, é de uma entrada de US$ 63 bilhões em investimentos estrangeiros no país em 2014.
Com isso, o resultado negativo da conta corrente, nos sete primeiros meses deste ano, não foi, novamente, "financiado" em sua totalidade pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira – algo que já aconteceu em 2013 e que, antes disso, não ocorria desde 2001.
Financiamento do déficit externo
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Economistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB e menor disponibilidade de recursos nos mercados (com a sinalização do fim das medidas de estímulo nos Estados Unidos), a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas.
O governo tem lembrado, entretanto, que as reservas internacionais brasilerias, acima de US$ 380 bilhões, conferem tranquilidade na administração das contas externas brasileira

Gasto de estrangeiros no Brasil sobe 60% na Copa e bate recorde

22/08/2014 10h58 - Atualizado em 22/08/2014 11h39


Nos meses de junho e julho deste ano, despesas somaram US$ 1,58 bilhão.
Nos 3 anos anteriores, média de gastos foi de US$ 982 mi nestes meses.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Torcedores na arena Fifa Fan Fest (Foto: Divulgação/Alexandre Macieira/Riotur)Torcedores na Fifa Fan Fest do Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Alexandre Macieira/Riotur)
Nos meses de junho e julho deste ano, quando foi realizada a Copa do Mundo no Brasil, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil somaram US$ 1,58 bilhão, informou o Banco Central nesta sexta-feira (22). Trata-se de um novo recorde para este período.
Em junho de 2014, as despesas somaram US$ 797 milhões, o maior valor mensal de todos os meses. No mês passado, por sua vez, os gastos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 789 milhões, um recorde para meses de julho. Com isso, avançaram pouco mais de 60% frente à média dos três últimos anos que, nos meses de junho e julho, somou US$ 982 milhões.
Mesmo com valores recordes, os dados do BC revelam que as despesas de turistas no Brasil, mesmo com a Copa do Mundo, ficaram longe de compensar os gastos de brasileiros no exterior. No mês de junho, as despesas lá fora somaram US$ 2 bilhões – recorde para este mês – e, em julho, toralizaram US$ 2,41 bilhões, o maior valor mensal de todos os meses desde o início da série histórica do BC, em 1947.
Em junho e julho deste ano, portanto, os brasileiros deixaram US$ 4,41 bilhões no exterior, ao mesmo tempo em que os estrangeiros gastaram US$ 1,58 bilhão no Brasil – uma diferença de US$ 2,83 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, ainda há a expectativa de um impacto de mais US$ 100 milhões em gastos de turistas estrangeiros no Brasil em agosto deste ano. Além disso, acrescentou ele, as despesas em passagens aéreas, que são computadas em outra conta (transportes) devem somar US$ 150 milhões por conta da Copa do Mundo.
Mais de um milhão de estrangeiros
Segundo o balanço divulgado recentemente pelo governo federal, vieram para a Copa mais de um milhão de turistas estrangeiros, sendo que 61% deles visitaram o país pela primeira vez. A permanência média de cada um foi de 13 dias.
De acordo com o levantamento, os quesitos mais bem avaliados pelos estrangeiros foram a hospitalidade, a gastronomia e a segurança pública.
Nos aeroportos, o movimento foi de quase 17 milhões de passageiros e o índice de atraso dos voos foi considerado baixo: 7%. O público total em todos os estádios da Copa foi de 3 milhões de torcedores.

Arrecadação federal cai 1,6% e tem pior julho em quatro anos, diz Receita

22/08/2014 14h05 - Atualizado em 22/08/2014 14h40

No mês passado, arrecadação somou R$ 98,81 bilhões, diz Fisco.
No acumulado do ano, totalizou R$ 677 bilhões e registrou estabilidade.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Com o fraco nível de atividade registrado na economia brasileira e com as desonerações de tributos feitas pelo governo federal, a arrecadação de impostos e contribuições federais, e das demais receitas, somou R$ 98,81 bilhões em julho deste ano.


Com isso, recuou 1,6% frente ao mesmo mês do ano passado. Este também foi o menor resultado para meses de julho desde 2010, quando a arrecadação somou R$ 88,58 bilhões. Os valores foram corrigidos pela inflação.
Acumulado de janeiro a julho
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, ainda de acordo com dados oficiais, a arrecadação federal totalizou R$ 677,41 bilhões. Deste modo, registrou estabilidade frente ao mesmo período do ano passado, uma vez que a alta real registrada nos valores arrecadados foi muito pequena (de somente 0,01%).
O aumento de apenas 0,01% no acumulado até julho é o menor deste ano. Na parcial do primeiro bimestre, por exemplo, a alta real (acima da inflação) era de 1,91%. Nos três primeiros meses de 2014, o crescimento foi de 2,08%, passando para um aumento real de 1,78% até abril. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a alta foi de 0,31% e, no primeiro semestre, o crescimento foi de 0,28%.
Desonerações e atividade econômica fraca
De acordo com o Fisco, o fraco desempenho da arrecadação federal em julho, e no acumulado deste ano, neste ano está relacionado com o baixo nível de atividade, que influencia o pagamento de tributos e, também, com as desonerações (descontos ou isenções de impostos) realizadas nos últimos anos.
Segundo o governo, as reduções de tributos realizadas nos últimos anos tiveram impacto de R$ 58,81 bilhões na arrecadação dos sete primeiros meses de 2014.  Para estimular as vendas, governo reduziu, por exemplo, a alíquota do Imposto para Produtos Industrializados (IPI) de carros novos, móveis e eletrodomésticos da linha branca (como geladeiras e fogões).
Além disso, segundo o Fisco, também houve redução da arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) nos dois primeiros meses deste ano. Outro fator que influenciou a arrecadação foram receitas extraordinárias registradas no ano passado, no valor de R$ 4 bilhões em depósitos judiciais e venda de participação societária.
De acordo com o governo federal, também houve aumento das compensações tributárias no acumulado deste ano por parte das empresas – o que contribuiu para impedir uma alta maior da arrecadação. Também houve a retirada do ICMS [imposto sobre mercadorias e serviços de transporte e comunicação] da base de cálculo do PIS e da Cofins [contribuições de seguridade social], acrescentou a Receita Federal.

PSB escolhe Luiza Erundina para coordenar campanha de Marina Silva

21/08/2014 23h01 - Atualizado em 21/08/2014 23h11


Ex-prefeita de São Paulo foi 'designada' para o cargo, diz nota do partido.
Carlos Siqueira, coordenador de Campos, deixou o posto nesta quinta.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília
A deputada Luiza Erundina, presidente da Comissão Parlamentar da Verdade (Foto: Alexandra Martins/Ag. Câmara)A deputada Luiza Erundina, na Câmara
(Foto: Alexandra Martins/Ag. Câmara)
O PSB informou na noite desta quinta-feira (21) que a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina será a coordenadora-geral da campanha deMarina Silva à Presidência da República. Erundina assume a vaga  no lugar de Carlos Siqueira, então coordenador da campanha de Eduardo Campos, que deixou o cargo após divergências com a nova candidata do partido à Presidência.
Conforme explicou a assessoria do PSB, Erundina atuará em conjunto com o deputado licenciado Walter Feldman (SP), homem de confiança de Marina e que articulou a criação da Rede Sustentabilidade e será o coordenador-geral adjunto da campanha.
Entre as trocas na coordenação da campanha de Marina à Presidência, Bazileu Margarido, então coordenador-geral adjunto, passou a assumir o comitê financeiro. Segundo assessores da ex-senadora, Marina Silva optou por colocar no cargo alguém que fosse de sua confiança.
Nesta quinta, um dia após o PSB oficializar a candidatura de Marina, Carlos Siqueira anunciou seu desligamento do posto alegando divergências com a ex-senadora. Ao sair de reunião do PSB, Siqueira – secretário-geral do partido –, mandou um recado para Marina:
"Ela que vá mandar na Rede dela", disse o dirigente, referindo-se ao grupo político da presidenciável, a  Rede Sustentabilidade. Tentando evitar polêmicas com a cúpula do PSB, Marina disse que a divergência era motivada por um "mal entendido".
Quadro histórico do PSB, Siqueira confirmou sua saída da coordenação da campanha na manhã desta quinta, pouco antes de os dirigentes socialistas se reunirem, em Brasília, com os demais partidos da coligação. Indagado por repórteres se estava magoado com a candidata ao Planalto, o secretário-geral criticou o fato de Marina ter feito indicações para cargos-chave da campanha sem consultar o PSB.
"Magoado, eu não estou, não. Não tenho mágoa nenhuma dela. Apenas acho que quando se está numa instituição como hospedeira, como ela [Marina] é, tem que se respeitar a instituição, não se pode querer mandar na instituição. Ela que vá mandar na Rede dela porque no PSB mandamos nós", disse Siqueira.

Após a saída de Siqueira, o PSB chegou a sondar Milton Coelho, também homem de confiança de Campos, para tocar a campanha, mas ele recusou. Em Porto Alegre, o próprio candidato a vice, Beto Albuquerque, se prontificou para a assumir interinamente a coordenação.
Leia abaixo íntegra da nota do PSB:
Comunicado Oficial

O Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, designou a deputada Luiza Erundina (SP) para coordenar a campanha da Coligação "Unidos Pelo Brasil".


 Luiza Erundina substitui Carlos Siqueira na coordenação geral da campanha.