terça-feira, 22 de julho de 2014

Tudo é falso na “democracia” à brasileira- BLOG VESPEIRO



21 de julho de 2014 
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Deus está nos detalhes”.
A frase é do arquiteto Ludwig Mies van der Rohe (1896-1969). Mas a nenhuma outra ciência ela se aplica melhor que à da construção de instituições, mesmo porque fora deles, nesse campo, está o diabo em pessoa.


Nada é melhor exemplo dessa verdade que o Brasil, este país em que o maior obstáculo para a implantação de uma democracia é o fato de que a esmagadora maioria do seu povo pensa que já vive numa quando, na verdade, o que existe por aqui, nesse departamento, não é mais que vagos ecos de um vocabulário.
Veja-se este exemplo.


Continua, pela imprensa afora, o chororô pelo último “drible” aplicado na Lei da Ficha Limpa, desta vez pelo arquiflagrado empalmador de pacotes de dinheiro vivo, José Roberto Arruda que, um dia depois de ser condenado pela segunda vez num caso de corrupção anunciou, sem ser barrado pela polícia, que manterá sua candidatura ao governo do Distrito Federal do qual já foi apeado uma vez por corrupção.


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As leis de iniciativa popular, de que seria exemplo a que instituiu a obrigação de “ficha limpa” para candidatos a cargos majoritários, são parte do arsenal de armamentos de segunda geração adotados pelas democracias sem aspas para fechar as brechas deixadas pelo equipamento de primeira geração que quase puseram a perder a terceira tentativa da democracia de caminhar pela Terra, iniciada em 1776, depois dos malôgros das experiências grega, iniciada ha 2600 anos, e romana, encerrada quase mil anos depois.

Esse arsenal inclui as leis de iniciativa popular, os referendos e as ações de “recall”, todas elas armas para dar consequência concreta e inescapável ao preceito central das democracias segundo o qual o consentimento do povo é a única fonte de legitimação de toda lei, instituição ou ação política.

A ordem institucional brasileira onde tudo, quando muito, “parece”, mas nunca de fato “é”, e onde nem o equipamento básico de primeira geração como os preceitos da “igualdade perante a lei” e de “um voto por eleitor” jamais chegaram a ser implantados, adota parte desse vocabulário de segunda geração mas rigorosamente nada do que lhe dá sentido e consequência prática.

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A lei de iniciativa popular nasce, como o nome diz, fora das casas legislativas e, nas democracias sem aspas, uma vez apresentada ao público, o que pode ser feito por todo e qualquer eleitor, e colhido o numero de assinaturas estipulado para essa etapa do processo, vai a debate público em campanha (contra e a favor) financiada pelo Estado.


Feito isto, vai a votação em um adendo à cédula da eleição majoritária mais próxima pedindo um “sim” ou um “não” de cada eleitor para, se aprovada, ser imposta ao Poder Legislativo que não terá a prerrogativa de alterá-la se o Poder Judiciário chancelar a sua constitucionalidade. 

Uma regra elementar já que sendo o representado a fonte primária e exclusiva da legitimidade da lei, o representante não tem poder para se sobrepor à sua vontade expressa.

No Brasil dá-se o contrário. A lei chama-se “de iniciativa popular” mas a coleta do numero requerido de assinaturas fará, apenas, com que o Legislativo fique obrigado a apreciar uma lei semelhante (mas não necessariamente idêntica em seus propósitos e intenções originais) e levá-la a votação de seus deputados que poderão aprovar ou rejeitar essa “sugestão” de seus representados e, em caso de aprovação, regulamentá-la a seu bel prazer, inclusive até torcê-la para produzir o efeito contrário ao originalmente desejado pelo seu propositor.


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Em caso de excessivo incômodo para assumir tanta violência, poderão os legisladores cercar a “lei de iniciativa popular” de outras que tornem impossível aplicá-la, como é o caso desta da Ficha Limpa.

No caso de Arruda a lei não pôde ser aplicada simplesmente porque seus advogados jogaram com os prazos que o Judiciário gostosamente concede para que tudo possa virar nada, ao gosto do juiz, daquilo que entra no seu rito de processamento. 


Como a condenação de Arruda à inelegibilidade prescrita pela Lei da Ficha Limpa só foi “pronunciada” depois do registro de sua candidatura, embora tivesse começado a ser processada muito antes, ele está livre de incidir nela porque outra lei paralela assim determina que seja. Somada à elasticidade dos prazos, uma coisa elimina a outra, enquanto nossos códigos legislativos se vão tornando mais e mais obesos de leis e anti-leis.

Para que todo esse intrincado caminho de rato para manter tudo como sempre foi? Para dificultar a discussão e ajudar a confundir as coisas num país cheio de analfabetos funcionais que ainda vive sob censura da imprensa nos períodos pre-eleitorais, que é quando esses temas tendem a vir à baila.
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A figura do referendo, que não existe no Brasil, abre a outra via dessa mesma estrada nas democracias civilizadas dando aos eleitores a prerrogativa de, colhidas as devidas assinaturas, convocar um “sim” ou “não” para qualquer lei passada por seus representantes nos legislativos de que eles houverem por bem se livrar.


Ja o plebiscito, que também tem versão brasileira e tende a ser confundido com o referendo, tem em vista facilitar reformas mais amplas, para o bem ou para o mal, que obrigarão uma ou mais leis existentes a serem revogadas ou reformadas para se adequar a um novo preceito geral aprovado em plebiscito pelos eleitores. 


Dona Dilma e o PT vivem à procura de um momento qualquer de comoção nacional para tentar rifar de vez o sistema republicano que têm jurado de morte por esse meio, a exemplo do que aconteceu na Venezuela.


Mas mesmo antes deles o uso desse instrumento tem sido desvirtuado entre nós. O caso mais recente e emblemático foi o do Estatuto do Desarmamento. Proposto por uma coalisão de ONGs e legisladores, foi liminar e esmagadoramente recusado pelos eleitores. 

Mesmo assim, a posterior “regulamentação” das leis existentes e confirmadas nas urnas sobre o direito de posse e uso de armamentos por cidadãos legalmente qualificados para tanto foi tão radicalmente desvirtuada pelos perdedores do plebiscito que tornou impossível o exercício desse direito.

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O impedimento ou “recall” de mandatos concedidos, igualmente, são, no Brasil, iniciativas exclusivas dos poderes Legislativo e Judiciário. Nas democracias avançadas são a mais fulminante arma da cidadania. 

Nelas divide-se o eleitorado em distritos justamente para facilitar o processamento do “recall”, permitindo a cassação do representante de cada grupo de eleitores que não honrar o seu mandato a qualquer momento sem impor grandes mobilizações que atarpalhem o funcionamento do país e nem, muito menos, perguntar o que quer que seja aos poderes Legislativo e Judiciário. 

Os representados podem cassar a qualquer momento os mandatos condicionalmente dados aos representantes apenas por não estarem satisfeitos com o seu desempenho, definição que fica a seu critério e não precisa ser explicada a ninguém.

A democracia, enfim é o regime que estabelece uma clara relação de hierarquia e subordinação do governante ao governado, e arma a mão deste para dar consequência a mais fulminante possível a esse preceito.

O Brasil adota parte do vocabulário das democracias mas nenhum dos seus instrumentos práticos, excluídas as eleições para cargos executivos onde cada eleitor ainda vale um voto. Do Legislativo em diante tudo, inclusive a regra de maioria, é falsificado.
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Com o advento da Era PT, vamos indo daí para o sexo explícito sem maiores subterfúgios e em velocidade vertiginosa como mostra a sequência do Decreto 8.243 das vésperas da abertura da “Copa das Copas” que, a seguir vigendo como vai, acaba com a democracia representativa no Brasil e institui em seu lugar o Sistema Nacional de Participação Popular só dos escolhidos do partido, para o decreto que complementa o primeiro anunciado logo após o encerramento dela mediante o qual o governo, antes mesmo de fazê-lo aprovar no Congresso Nacional, cria o Fundo Financeiro de Participação Social com o qual quer nos obrigar a financiar a nossa própria exclusão do processo decisório nacional…


A nota positiva que se pode lembrar dentro desse quadro de desolação é que nos Estados Unidos, que começaram a instituir mecanismos de democracia direta com a participação de todos os eleitores (ao contrário dos do PT dos quais só participam quem ele escolhe) a partir do final do século 19 e início do século 20, a sequência foi, primeiro, ganhar a ferramenta das leis de iniciativa popular e, pelo uso dela, limpar a definição sobre quem manda em quem – representantes e representados – e redobrar a força e o alcance desse instrumento. 

Foi usando as leis de inciativa popular que se conquistou o direito ao referendo das leis de inciativa parlamentar e ao “recall” a qualquer momento dos representantes indignos do seu mandato.

Essa, aliás, é a única maneira pacífica conhecida de se fazer tais reformas já que nem nos Estados Unidos nem em lugar nenhum elas foram feitas por iniciativa espontânea dos que se beneficiavam da situação anterior.

Nós ainda dispomos, portanto, da ferramenta necessária para começar a abrir a picada que pode nos tirar desta selva em que andamos perdidos.
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LEIA MAIS SOBRE RECALL E DEMOCRACIA DIRETA NESTE LI

O Brasil em excelente companhia


22 de julho de 2014 
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Os 298 homens, mulheres e crianças mortos por um míssil russo disparado contra o Boeing 777-200 de passageiros da Malaysian Airlines na Ucrânia estavam arrumando as malas para embarcar no fatídico vôo MH17 quando a presidente Dilma Rousseff assinou, ao lado de Vladimir Putin, a declaração conjunta da 16a Reunião de Cupula dos BRICS, em Brasilia, afirmando que Somos reconhecidos por nossa atuação autônoma no plano internacional em favor de um mundo mais justo, mais próspero e pacífico”.


Menos de quatro meses antes desta honesta declaração Vladimir Putin, sem mais aquela, tinha mandado os seus “black blocs” – tropas do exército nacional russo devidamente mascaradas e sem identificação mas conduzindo tanques e portando armamento pesado – invadir e tomar a Criméia, parte do território da Ucrânia, outro dos ex-anexados à “Cortina de Ferro” soviética que, para prevenir recidivas do vizinho “entrão“, preparava-se para aderir à União Européia.


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Desde então, nas palavras do secretário de Estado norte-americano John Kerry, ele “vem apoiando, abastecendo, encorajando, armando e treinando” os supostos “guerrilheiros separatistas” ucranianos que querem tomar mais um pedaço daquele país para anexá-lo à Russia que, 24 horas após a saída de Putin de Brasilia, derrubaram o avião malaio e seus 298 passageiros com um ou mais disparos de mísseis Buk fornecidos por Moscou.


Enquanto os corpos despedaçados das vítimas dos aliados de Putin despencavam dos céus da Ucrânia, dona Dilma recebia, como hóspede especial da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República, ninguém menos que Raul Castro, da dinastia dos proprietários daquela ilha cheia dos “prisioneiros comuns” a quem Lula nega uma palavra de apoio humanitário que seja mesmo quando, minados pela tuberculose, estão morrendo em greves de fome.


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Castro chegou um dia depois da partida de Putin para participar da Reunião de Cupula Brasil-China e Líderes Latino-americanos e do Caribe do Itamaraty que pretende articular as relações econômicas dos próceres do “excesso de democracia” bolivarianos do continente com outro campeão mundial dos direitos humanos, o chinês Xi Jimping, que pretende “ampliar a presença comercial e política da China nas Américas Central e do Sul e no Caribe” que, no jargão desse pessoal, resume-se a Cuba.

Não cobro de Dilma que anteponha ideologia a interesses comerciais nem que confunda governantes com os povos que eles supostamente representam. Como representante de um país ela tem de se relacionar com todos, ou ao menos com todos os que estiverem dentro dos limites da decência humanitária.
Mas é precisamente isso que ela não faz.


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Não é por acaso que estiveram representados em Brasilia e privando da intimidade e das homenagens especiais da presidente do Brasil apenas e tão somente representantes das diversas etapas de desenvolvimento da “hiperdemocracia” que o PT declara todos os dias que pretende impor ao país.

O ex-chefe da polícia política soviética que, desde 1999 quando se tornou primeio-ministro pela primeira vez, vem governando a Russia diretamente ou por interpostos “postes” escalados para substituí-lo entre mandatos com métodos semelhantes aos da máfia, como de resto eram os adotados pela KGB, ostenta em seu currículo, multiplicado por milhões, todos os feitos de um delegado Fleury, o antigo chefe do Doi-Codi onde Dilma passou dias memoráveis.

Devidamente repaginado para os tempos do capitalismo de Estado selvagem e sem fronteiras, ele já se tem servido de diversos dos ingredientes que o PT inclui em seu programa oficial.
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Na sua Russia não existe imprensa nem muito menos televisão sem “controle”;

blogueiros são obrigados a se registrar no Ministério das Comunicações com quer o tio Franklin; 

sites são fechados por publicar comentários como este que você está lendo; pessoas são presas por protestar contra o regime; 

as antigas ONGs estão restritas aos atuais “Gongos”, da sigla em inglês para “Government Organized Non Governmental Organization”, exatamente equivalentes aos “movimentos sociais” com os quais o PT quer dividir, com exclusividade, o governo do Brasil segundo reza o Decreto 8.243, ainda vigente; 

os “campeões nacionais” dos setores básicos e/ou estratégicos da economia são criados pelo governo e dependem dele para sobreviver, monopólios estes de cuja boa vontade, por sua vez, dependem todos os outros empreendedores e trabalhadores do país, seja para vender-lhes sua produção, seja para comprar-lhes os insumos, seja para dar-lhes o emprego sem os quais todos eles podem acabar condenados à morte econômica.


China's President Xi Jinping and Brazil's President Dilma Rousseff attend the official photo session for the meeting of China and CELAC at Itamaraty Palace in Brasilia
Quanto aos genocidas e psicopatas do mundo sentados em tronos, fardados ou não, de Bashar Al Assad, o envenenador, aos mais pitorescos trogloditas da África e da Ásia, ele, com as prerrogativas de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, dá o mesmo tratamento que o PT reserva a essa mesma grei: tapinhas nas costas e posição fechada contra qualquer boicote, represália ou ação militar que lhes tolha a sede de sangue de modo a que matem até o último dos seus “oposicionistas” ou anexem o último dos seus cobiçados “satélites”, tudo sempre em nome da democracia e da paz.

Para os demais reservam as leis que não acatam…

O Brasil poderá alegar tudo menos que não sabia com quem estava lidando, portanto, se voltar a eleger o PT em outubro, fato que certamente resultaria em que ninguém mais pudesse ser eleito por muitos e muitos anos nestas terras, exatamente como acontece nas de todos os convidados preferenciais da Granja do Torto e cercanias nessas ultimas trágicas semanas.
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Campanha começa com mentiras, diz Aécio




O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de promover um ataque à honra dos adversários, em razão da notícia de suposta irregularidade na construção de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG) em terras desapropriadas de seu tio-avô. "A campanha começa como nossos adversários gostam, com mentiras, e ataques à honra dos adversários, essa é uma praxe do PT."

 Aécio disse que a informação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo de que houve construção por parte do governo de Minas Gerais numa área privada de seu parente é "mentirosa". Segundo ele, a desapropriação foi feita por R$ 1 milhão e seu tio-avô apresentou uma proposta de R$ 9 milhões.


"Se houve alguém favorecido foi o Estado (de MG) e não meu parente." Aécio informou que buscou o parecer de dois ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Brito e Carlos Veloso para atestar a legalidade do ato promovido pelo governo de Minas Gerais. Segundo ele, os dois ex-presidentes "atestaram a legalidade da operação".

Aécio disse também que o Ministério Público de Minas Gerais investigou essa mesma obra em abril deste ano e arquivou o processo porque não encontrou nenhuma irregularidade. "A obra foi feita dentro da lei." O presidenciável, que participou na tarde de hoje de um encontro promovido pela deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), com pessoas com necessidades especiais, lamentou ainda que a campanha presidencial esteja começando "com essa deturpação da verdade".



Fonte: Estadão Conteúdo  Jornal de Brasília


'Mal-estar' no País dá novas chances à oposição, diz FHC



O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta segunda-feira, 21, em entrevista ao jornal chileno La Tercera, que a atual situação econômica do Brasil "dá novas e melhores oportunidades para a oposição", referindo-se às eleições de outubro. 


Ele mencionou como "oportunidades" o aumento da inflação, a piora das contas externas e das contas públicas e perda de confiança dos agentes econômicos no governo. "O povo sente um mal-estar palpável em sua vida cotidiana."


De acordo com FHC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) beneficiou-se das linhas macroeconômicas criadas na gestão tucana e do alto preço das commodities, alavancadas pela demanda chinesa. Depois da crise de 2008, prosseguiu ele, a economia já não podia mais crescer de forma sustentável puxada pelo consumo. 


"Dilma tentou estimular a inversão afrouxando a política fiscal, forçando a queda da taxa de juros e concedendo incentivos seletivos a alguns setores", mas a "colheita" dessa nova política ‘foi paupérrima".

FHC disse ainda ao jornal chileno que há um "mal-estar difuso" na sociedade brasileira e que é um erro crer que isso se deva apenas aos meios de comunicação ou à "elite branca".

Ele vê uma "insatisfação ampla e crescente" devido à inflação, ao baixo crescimento e à baixa qualidade de educação e saúde. Nos grandes centros urbanos, prosseguiu, "as taxas de criminalidade são elevadas e o transporte público é caro". 

Assim, ele acredita que, na campanha eleitoral, o candidato tucano Aécio Neves terá tempo suficiente para ser competitivo e levar as eleições ao segundo turno. 


Fonte: Estadão Conteúdo Jornal de Brasília


Comentários 
 
 
Esse cara, é sociólogo e ocupa nada menos que a cadeira 36 da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Ao contrario dos ratos de porão que assombram e corroem atualmente o País.

 
 
Evaldo Pereira de Rezende

Esse cidadão é mais um que está torcendo para o quanto pior, melhor (para eles, claro). Deixou claro na entrevista. Para os brasileiros, é frustração, desalento. Para FHC, "oportunidade" de levar seu partido de volta ao poder, algo que veio a calhar. Lamentável, é o mínimo que posso dizer.



O PT nunca esteve preparado para governar-BLOG Brasil do PT

Guilherme Fiuza: Lula reencontra o caixa dois


Lula aconselhou o Brasil a desconfiar das denúncias “muito estranhas” envolvendo a Petrobras. “Tenho a impressão de que tem gente querendo fazer caixa dois”, disse. É um alerta importante.

Lula entende do assunto. Foi o primeiro presidente brasileiro a declarar que caixa dois todo mundo faz, na época do mensalão. Mas uma coisa é fazer caixa dois sendo o “filho do Brasil”, porque aí tudo que é do seu pai é seu. Outra coisa, bem diferente, é fazer caixa dois sendo filho de qualquer um, sem ter nem um Delúbio para guardar esse dinheiro, que será usado sabe-se lá como – talvez comprando os deputados errados. O PT ensinou aos brasileiros, sem perder a ternura, o conceito de dinheiro não contabilizado. É um absurdo que a oposição queira sair fazendo caixa dois de qualquer maneira, sem conceito nenhum.

É para isso que serve um verdadeiro líder nacional, um grande estadista: para apontar as coisas que ninguém poderia imaginar. Quando todos achavam que a Petrobras era depenada pelo governo popular e seus clientes, vem Lula esclarecer que não é nada disso. Fazer sumir centenas de milhões de dólares com aquisições suspeitas, travestir o preço do petróleo e torrar fortunas com propaganda política do pré-sal são coisas da vida. Os esquemas bilionários do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, que, por coincidência, floresceram na estatal com a chegada do PT ao poder, também não têm importância. Caixa dois todo mundo faz, e parasitar empresa pública também. Assim como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa são presos políticos. Chamem a OEA.

O verdadeiro problema com a Petrobras – que os neoliberais tentam encobrir, mas Lula revelou – é essa gente querendo usar as denúncias para fazer caixa dois. Como funcionaria isso? Ele não explicou, mas tudo bem. Quem tem intimidade com determinado assunto não tem paciência mesmo para ser didático. Possivelmente, Lula quis dizer que seus adversários pretendem usar a CPI da Petrobras para extorquir suspeitos – arrecadando “taxas de inocência” para não convocá-los a depor. Essa acusação já havia sido feita por correligionários de Lula. É uma estratégia que o PT conhece profundamente, como demonstrou na famosa CPI do Banestado.

Isso foi em 2004 – mesma época que, sabe-se agora, o esquema de Paulo Roberto Costa começou a funcionar na Petrobras. A CPI do Banestado tinha, como relator, o deputado José Mentor e, como mentor, o ministro José Dirceu. Foi desmoralizada porque a tropa de choque (cheque) do governo popular fabricava convocações e fazia chantagem aos quatro ventos. Como todo mundo sabe, chantagem de esquerda é progressista e não chateia ninguém. O estranho, bizarro mesmo, é imaginar os adversários do PT usando esse expediente. Lula sonhou com isso e foi logo contando ao Brasil, visionário que é. Tudo em defesa da Petrobras.

Assim começa a campanha eleitoral, em que Lula, Dilma e companhia poderão denunciar todos os caixas dois que sonharem. Se forem contestados no Tribunal Superior Eleitoral, estará tudo em casa. Adivinhem quem acaba de tomar posse na presidência do TSE, para ser o juiz supremo da corrida presidencial? Ele mesmo, o menino prodígio da dupla Batman e Robin do PT no STF, o ex-advogado de Lula que suou a camisa pelos mensaleiros – Dias Toffoli. Está garantida a isenção no pleito.

Como já se viu no Primeiro de Maio, a presidente da República transformou a cadeia obrigatória de rádio e TV em comício eleitoral inflamado. O TSE provavelmente a punirá com rigor e a obrigará impiedosamente a rezar 13 Ave-Marias e 13 Pais-Nossos (para combinar com o número na cédula).


Surge agora a informação de que o PT usou dinheiro público do fundo partidário para pagar a defesa de mensaleiros e até da inesquecível Rosemary Noronha – assessora especial da Presidência para negócios privados à sombra. Ninguém precisa ter dúvidas: o xerife de estrelinha vermelha do TSE acabará com essa bagunça. Determinará até que Rose e os mensaleiros devolvam todo o dinheiro aos cofres públicos. E a seleção de Camarões conquistará a Copa do Mundo.
 
 

José Maria E Silva: Dinheiro não compra educação de qualidade



Caso a educação pudesse ser feita apenas com dinheiro, sem dúvida, o Brasil teria um ensino de Primeiro Mundo. Com a promulgação pela presidente Dilma Rousseff do Plano Nacional de Educação (Lei Federal 13.005), em 25 de junho último, o Brasil terá de aplicar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, o que significa uma soma anual de R$ 484 bilhões, considerando o PIB de 2013, segundo o IBGE. Hoje, o País investe 5,8% do PIB em educação e, a partir do quinto ano de vigência do plano, isto é, em 2019, esse investimento terá de ser de 7%, alcançando os 10% no final da vigência do plano, em 2024.

Com os 5,8% que já investe na educação, o Brasil desponta como um dos países que mais investem no setor. Segundo reportagem da “Folha de S. Paulo”, publicada em 5 de junho, “entre os países com maior peso na renda mundial, reunidos no G-20, os desembolsos com a educação variam de 2,8%, na Indonésia, a 6,3% do PIB no Reino Unido, de acordo com a ONU”. Ou seja, o Brasil já está próximo do topo do investimento e, com os 10% do PIB para a educação, tende a se isolar na liderança entre as grandes economias, ficando atrás apenas de nações diminutas, como Lesoto, que lidera investindo 13% do PIB, ou de Cuba, cujas estatísticas sociais – jamais fiscalizadas a sério pela ONU – são tão confiáveis quanto uma nota de 3 reais.

O comprometimento desse porcentual do PIB no ensino foi a grande bandeira da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, liderada pelo ex-líder estudantil Daniel Cara, com uma vasta rede de apoiadores nacionais e internacionais, que vão desde a ONG ActionAid, presente em mais de 40 países, até a Unesco e o Unicef, organismos da ONU para a educação, a cultura e a criança, passando pela Open Society do megainvestidor Georges Soros. Essa medida irá salvar a educação brasileira? A resposta é não. Nas condições em que se encontra o ensino no País, investir 10% do PIB em educação é quase jogar sal em carne podre. E uma das razões para se considerar esse gasto um desperdício e não um investimento é, sem dúvida, o viés ideológico da educação brasileira.

O próprio Plano Nacional de Educação é um sintoma da doutrinação que impera nas escolas do País, tanto públicas quanto privadas. A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que sustentou a luta pela aprovação do plano e dos 10% do PIB, é muito mais do que a face de Daniel Cara, fartamente entrevistado pela imprensa como líder do movimento. Seu comitê diretivo conta com 11 entidades, entre elas o Centro de Cultura Luiz Freire, um grupo de esquerda radical de Pernambuco, sediado em Olinda, que defende o controle social dos meios de comunicação, e até o indefectível MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), com 2 mil es­colas em seus assentamentos e a­campamentos, nas quais oferece uma educação à moda cubana, tendo Che Guevara como modelo.

Hoje, muitos movimentos sociais não surgem espontaneamente – são fomentados ou até criados pelas universidades, que se tornaram verdadeiras incubadoras de minorias. Na maior parte dos casos, de forma culposa, em decorrência de uma pregação ideológica geral, mas, em alguns casos, de modo doloso, por meio da organização institucional desses movimentos, que contam até com financiamento público, geralmente com verbas destinadas à pesquisa e à extensão universitária.

É o caso, por exemplo, do Centro de Difusão do Comunismo da Universidade Federal de Ouro Preto (MG), um programa de extensão vinculado ao Curso de Serviço Social da universidade, que oferecia bolsas de pesquisas para os alunos participantes de suas atividades de militância política contra o capitalismo.

Apesar de declarar que “não é um programa acadêmico com objetivos político-partidários”, o Centro de Difusão do Comunismo afirma que seu objetivo é “desenvolver o trabalho de ensino, pesquisa e extensão a partir da perspectiva da classe trabalhadora – do ser social que trabalha e é explorado – e lutar por uma sociedade para além do capital!”. O próprio nome não poderia ser mais expressivo: em vez de um “grupo de estudos” do marxismo, como muitos que pululam dentro das universidades pelo País afora, trata-se de um “centro de difusão” do comunismo, o que revela o seu papel de militância política e não de estudo apenas teórico.

Diante desse aparelhamento político da universidade, um advogado de São Luís do Maranhão, Pedro Leonel Pinto, entrou com uma ação popular contra o centro comunista e conseguiu que a Justiça Federal suspendesse o custeio de suas atividades por parte da Universidade Federal de Ouro Preto, que ficou impedida de fornecer professores e disponibilizar suas dependências para as atividades do centro. Todavia, a única medida que deve ter surtido efeito prático foi a suspensão do pagamento das bolsas de extensão para os ativistas do centro, pois a pregação comunista continuou dentro da própria universidade, a despeito da decisão da Justiça.

De 24 de abril a 10 de julho último, por exemplo, o Núcleo de Estudos Marxistas da Federal de Ouro Preto, vinculado ao CNPq, promoveu um encontro sobre a obra do marxista húngaro István Mészáros, realizado nas dependências do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da universidade. Nos cartazes de divulgação das palestras aparece a frase: “Em apoio ao Centro de Difusão do Comunismo”. No mês de maio, também nas dependências do instituto, foi realizado um “Encontro com os Trabalhadores”, envolvendo quatro sindicatos, promovido pelo Curso de Serviço Social em apoio ao Centro de Difusão do Comunismo. No cartaz de divulgação do evento, uma frase desafiadora: “Ação judicial nenhuma vai impedir nossa luta ao lado dos trabalhadores”.

Não se trata de um caso isolado, mas de uma tendência. Pelo Brasil afora, núcleos de estudantes de pós-graduação ou graduandos com bolsa de iniciação científica engrossam as fileiras de movimentos como a Marcha das Vadias, a Marcha da Maconha, o Movimento Passe Livre e os black blocs, geralmente associando a militância política com as atividades discentes. O movimento gay, o movimento negro e o movimento feminista são os que mais se beneficiam da doutrinação ideológica que impera nos meios acadêmicos. Hoje, na área de humanidades, não faltam linhas de pesquisa destinadas aos estudos de raça e de gênero, que se tornaram até mais atraentes do que os estudos de classe das velhas gerações do marxismo ortodoxo, calcado no materialismo histórico-dialético.

O próprio movimento negro, que tem raízes numa luta justa contra o racismo, especialmente nos Estados Unidos, adquiriu contornos claramente artificiais, chegando a ser ele próprio segregacionista ao tratar o branco como inimigo e o mulato como um ser desprezível, que só é digno de respeito caso se assuma como negro. No excelente livro “Uma Gota de Sangue”, o geógrafo e sociólogo Demétrio Magnoli disseca a criação artificial de minorias pelo mundo afora, num levantamento à altura dos estudos do economista norte-americano Thomas Sowell, que, analisando as ações afirmativas de países como Estados Unidos, Índia, Ni­gé­ria, Sri Lanka e Malásia, de­monstra a ineficácia das políticas pú­blicas que visam a emancipar as mi­norias e, no mais das vezes, acabam produzindo injustiças e conflitos.

E o que é mais grave: muitas dessas minorias só tomam consciência de si, criando uma história que nunca tiveram, por meio do discurso ideológico produzido nas universidades e fomentado com recursos de poderosas fundações privadas, como a Fundação Ford. De­métrio Magnoli descreve esse fenômeno: “Diferentemente das nações, que emanam de um processo complexo de fabricação de uma história, uma literatura e uma geografia, as ‘minorias’ da globalização emergem apenas de uma postulação étnica superficial. Nações podem até ser interpretadas como imposturas, mas são imposturas nas quais o povo acredita. As ‘minorias’, em contraste, são imposturas nas quais nem mesmo os impostores acreditam”.

Para Demétrio Magnoli, as elites multiculturalistas que formam essas minorias artificiais “não precisam de apoio popular, pois a sua legitimidade se conquista nos salões suntuosos das instituições internacionais”. O autor mostra que só a Fundação Ford destinou 280 milhões de dólares, em 2001, para criar programas de pós-graduação voltados para a formação de “lideranças emergentes de comunidades marginalizadas fora dos EUA”. Segundo outras fontes, de 1962 a 2001, a Fundação Ford investiu só no Brasil 347 milhões de dólares, em valores corrigidos pela inflação. Magnoli afirma que “as subvenções da Fundação replicaram nas universidades brasileiras os modelos de estudos étnicos e de ‘relações raciais’ aplicados nos EUA e consolidaram uma rede de organizações racialistas que começaram a produzir os discursos e demandas dos similares norte-americanos”.

Ora, se até o histórico movimento negro já está perdendo suas raízes legítimas e se tornando um engenho ideológico da academia, o que dizer de movimentos sem qualquer lastro histórico, como a Marcha das Vadias? Tanto no Canadá, onde teve origem, quanto no Brasil, que imita tudo, essa marcha é pura consequência dos estudos de gênero que se disseminaram pelas universidades de todo o mundo. Vá lá que, em metrópoles como São Paulo ou Nova York, onde existem tribos para todos os gostos, esse tipo de marcha pudesse surgir espontaneamente (e nem isso ocorre). Mas o que dizer da modesta cidade de Jataí, no interior de Goiás, com seus 93.759 habitantes? Lá, a “Marcha das Vadias” só existe porque conta com o apoio do Campus UFG, por meio de um grupo de extensão sobre gênero, direitos e violência.

O extremismo ideológico que grassa nas universidades pode chegar ao ponto de destruir a própria dignidade humana, equiparando-se aos experimentos de Joseph Men­gele no ápice do terror nazista. Em 29 de maio último, os alunos do curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense, como parte da disciplina chamada “Corpo e Resistência”, promoveram no Campus de Rio das Ostras o evento “Xereca Satânica”, em que, a pretexto de denunciar o alto índice de estupro, uma mulher teve a vagina costurada no meio da festa. Depois que o evento foi denunciado na grande imprensa, a Polícia Federal chegou a abrir inquérito para apurar responsabilidades, mas provavelmente a investigação não dará em nada, esbarrando na apregoada liberdade estética de seus promotores.

Mais espantoso do que o próprio evento foi a defesa que se tentou fazer dele. O coordenador do curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense, Daniel Caetano, graduado em Cinema e doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade, explicou que a mulher que teve a vagina costurada integra um coletivo de Minas Gerais que foi ao Rio especialmente para participar do evento. E acrescentou: “É um coletivo que está habituado a fazer performances como a que aconteceu, feitas para chocar a sensibilidade das pessoas e fazê-las pensar sobre seus próprios limites”. Ora, se é para testar limites, que se acabe com a tal Comissão da Verdade e se contratem torturadores da ditadura para fazer performances nas universidades.

Daniel Caetano foi ainda mais longe, afirmando taxativamente: “Embora não tenham sido feitos ‘rituais satânicos’ e o título do evento fosse essencialmente provocativo (ao contrário do que o jornalismo marrom afirmou), precisamos dizer que não haverá de nossa parte qualquer censura a atos do gênero”. E desafiou: “Qualquer pessoa em cargo público que porventura se posicionar contra a performance será por nós inquirida acerca de suas atitudes prévias contra os estupros em Rio das Ostras”. Engraçado é que essa gente, quando se trata de combater criminosos armados, sempre fica contra a polícia, alegando que violência não se combate com violência. Mas na universidade ensina a combater o estupro estuprando – o corpo, a inteligência e a dignidade humana.

Mas engana-se quem pensa que essa ideologia destrutiva fica restrita às universidades e afeta apenas a qualidade do ensino superior. Ela tem graves consequências na sociedade, especialmente em áreas como saúde e educação. Esse tipo de ativista, até por integrar coletivos ideológicos, participando de amplas redes de relacionamento acadêmico, acaba fazendo especialização, mestrado, doutorado e se tornando autoridade pedagógica, indo pontificar na educação básica sobre gênero, minorias, exclusão. Em que outro lugar um especialista em costurar vagina e teorizar sobre isso arranjaria trabalho? Só mesmo nas Secretarias de Educação, onde poderá pontificar sobre teoria de gênero e “heteronormatividade burguesa”, coordenando a distribuição de camisinhas e kit gay.
 
 
Agora pensem quantas camisinhas não dá para distribuir nas escolas com 10% do PIB para gastar? É por isso que, antes de se investir essa fabulosa soma de recursos na educação, seria preciso combater a doutrinação nas escolas. É evidente que o conhecimento não é absolutamente neutro e o professor ou o autor de um livro, na relação com seus alunos e leitores, fatalmente há de misturar alguma crença pessoal em meio aos fatos que leciona. Mas justamente por reconhecer essas limitações humanas, é que a ciência sempre se esforçou para criar métodos que afastassem ao máximo a inevitável subjetividade do indivíduo – e a educação, que serve à ciência e dela se serve, tam­bém esposou esse mesmo prin­cípio, inculcando no mestre a necessidade de cultivar a imparcialidade.

Mas, hoje, ocorre o contrário: ancorando-se em pensadores como o pedagogo Paulo Freire e o filósofo Michel Foucault, o ensino se tornou um instrumento das mais diversas lutas políticas, transformando as escolas num feirão de experimentos de gueto, em que cada minoria julga-se no direito de ter o seu português, a sua matemática, a sua história, a sua geografia, a sua literatura, dilapidando o patrimônio comum que tornou possível o surgimento das grandes civilizações ao longo da história.

Felizmente, já surgem reações a essa destrutiva politização do ensino. Exemplo disso é a ONG Escola Sem Partido, fundada e coordenada pelo jurista Miguel Nagib, à frente de um grupo de pais e alunos que lutam contra a doutrinação nas escolas. Além do blog que leva seu nome e acumula dezenas de estudos de caso de doutrinação, a ONG realizará na próxima quinta-feira, 24, em Brasília, o I Congresso Nacional so­bre Doutrinação Política e Ideológica nas Escolas, em parceria com a Federação Nacional das Escolas Particulares. O evento será sediado no Colégio Ciman, em Brasília, e terá transmissão ao vivo pela internet, no site da Fenep. O filósofo Olavo de Car­valho será um dos palestrantes, por videoconferência, diretamente dos Estados Unidos, onde reside.
Um fato que chama a atenção no seminário é a presença de professores universitários com doutorado, numa prova de que a fortaleza ideológica da esquerda no ensino superior não é inexpugnável. Luís Lopes Diniz Filho é doutor em Geografia pela USP, professor do Depar­tamento de Geografia da UFPR e autor dos livros “Funda­mentos Epistemoló­gicos da Geografia” (2009) e “Por uma Crítica da Geografia Crítica” (2013). Bráulio Porto de Matos é professor da Faculdade de Edu­cação de Brasília, mestre e doutor em sociologia pela UnB e pós-doutor pela University of Sussex, além de autor de “Pedagogic Authority and Girard’s Analysis of Human Violence” e co-autor de “A Pós-Graduação no Brasil – Formação e Trabalho de Mestres e Doutores no País”.

O medievalista Ricardo da Costa é professor do Departamento de Teoria da Arte e Música da Uni­ver­sidade Federal do Es­pí­rito e doutor pelo Institut Superior d’Investigació Cooperativa Ivitra. Trajano Sousa de Melo é promotor de Justiça do Minis­tério Público do Distrito Federal e Territórios. Ana Caroline Campagnolo é mestranda em História na Universidade do Estado de Santa Catarina e foi professora de História na rede de ensino pública e privada de seu Estado. Miguel Nagib é advogado e o idealizador de tudo isso. Este que vos escreve completa o quadro de palestrantes. E levo comigo Durkheim, que profeticamente alertava: “De que serviria uma educação que levasse à morte a sociedade que a praticasse?”.
 
 

Dilma nega estatização do futebol. Que tal aplicarmos nela uma goleada argumentativa de 7×0?

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Prestem bem atenção no título desta matéria do UOL: “Dilma nega estatização do futebol, mas defende mudanças na gestão”. Em termos de guerra política, este tipo de discurso é ótimo para nós, pois ela está na defensiva. E, como já nos diz Horowitz, o ataque é a melhor defesa na seara política.
Dilma se enfureceu por que Aécio criticou as propostas socialistas do PT para o futebol:
O futebol brasileiro precisa, é claro, de uma profunda reformulação. Mas não é hora de oportunismo. Principalmente daqueles que estão no governo há 12 anos e nada fizeram para melhorá-lo. E nada pode ser pior do que a intervenção estatal. O País não precisa da criação de uma ‘Futebrás’.
Os frames foram perfeitos, pois ele também propõe reformulação, mas jamais a partir de um governo como o do PT, além de associar a proposta petista à Petrobrás, que enfrenta escândalos de corrupção.

Como resultado, ela teve que se defender. Disse ela:
Os que queriam transformar a Petrobras em Petrobrax, desvirtuam, agora, nossa posição de apoiar a renovação do nosso futebol. O Brasil não quer criar a Futebrás. Quer, sim, acabar com a Futebrax e deixar de ser um mero exportador de talentos.
Isso mostra o nível da “competência” do PT para “gerir futebol”. Ela está tratando de um problema (a eliminação do Brasil da Copa) atacando o fato do Brasil ser “exportador de talentos”. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, pois a seleção pode contar com todos os jogadores exportados. Qualquer criança já sabe disso.

Ela acabou de nos provar que não sabe absolutamente nada do que está falando, e que a tal “renovação” proposta por ela não faz o menor sentido.
O governo não quer comandar o futebol, pois ele não pode, nem deve ser estatal. Queremos ajudar a modernizá-lo. Contem conosco para isso. O futebol, que é atividade privada, precisa ter as melhores práticas da gestão privada, nas áreas comercial, financeira e futebolística.
Ué, se o futebol deve buscar as melhores práticas da gestão privada, como elas podem surgir de “intervenção estatal”? Lembrando que o governo só consegue ser competitivo nas áreas em que tem monopólio, exatamente ao contrário das empresas privadas, que estão acostumadas à competição.

Dilma apela à estimulação contraditória, pois até sua proposta entra em contradição com intervenção estatal.

Na verdade, intervenção estatal significa criação de ministérios, cargos e mais aparelhamento estatal, sem qualquer necessidade de entregar algo que preste. É o oposto do que precisamos para o futebol.

Continuemos com o besteirol:
Somos uma das maiores economias do mundo e podemos ser uma das maiores bilheterias do futebol. Devemos ampliar oportunidades para nossos craques jogarem no Brasil, dando a eles as mesmas condições do mercado internacional [...] As oportunidades devem ir das divisões de base ao nível profissional. Só assim garantiremos que jogadores de excelência fiquem no Brasil. Temos um imenso talento e amor pelo futebol. Temos agora os melhores estádios. Com renovação, teremos sempre o melhor futebol do mundo.
É por isso que o socialismo nunca fez qualquer nação evoluir. As propostas dessa gente nunca são pensadas para resolver o problema tratado, mas para ampliá-lo, pois o fim dessas implementação é um só: ganhar poder no estado.

Já é possível notar os erros lógicos, contradições e lorotas nas propostas destas figuras deprimente logo de cara. Vamos lembrar só alguns pontos, goleando-os em termos argumentativos:
  1. O Seleção Brasileira conta com todos os jogadores do exterior, portanto a proposta falando em “retenção de jogadores no Brasil” não tem absolutamente nada a ver com evitar fracassos como o Mineiraço.
  2. A retenção forçada de jogadores no Brasil só pode ocorrer a partir da limitação da oportunidades no exterior. Mas isso desestimularia a geração de novos craques (que obtem oportunidades a partir das vagas “liberadas” pelos jogadores que foram jogar no exterior). Quer dizer: retenção forçada de jogadores (a partir de intervenção estatal) é oposta à geração de oportunidades para os novos craques.
  3. O fornecimento de “mesmas condições do mercado internacional aqui no Brasil” só poderia ocorrer a partir do enriquecimento do Brasil (lê-se por aumento do PIB), e não tem nada a ver com intervenção no futebol. Na verdade é um efeito causado no futebol a partir do desenvolvimento do livre mercado, o único capaz de enriquecer um país. E para ser mais inimigo do livre mercado que o PT, só o PCdoB e o PSOL.
  4. O PT é um partido atuante na criminalização do trabalho adolescente, o que, se levado à cabo com sucesso, reduzirá inevitavelmente o potencial de geração de craques nas divisões de base.
  5. Os petistas (assim como demais socialistas) jamais gostaram de futebol, pois sempre o chamaram de “ópio do povo”. Mas mesmo que aprendessem a gostar, isso não muda o fato de que não entendem absolutamente nada do riscado. Tanto que os cronistas do PT (basta pesquisar o que eles diziam pela BLOSTA antes do Mineiraço) dã um verdadeiro show de vergonha alheia quando tratam do assunto.
  6. Alias, se eles sequer prestassem atenção ao que é futebol, saberiam que o Brasil é o atual campeão da Copa das Confederações, cuja última edição ocorreu há meros dois anos. Alias somos um país penta-campeão do mundo, sendo que dois destes títulos ocorreram nos últimos vinte anos (nenhum deles na gestão do PT, diga-se, de passagem). Esses dados não nos levam à conclusão de que há problemas na “renovação de craques”, mas nas escolhas erradas de um técnico.
  7. E para completar a goleada, basta lembrarmos que eles poderiam demonstrar conhecer um pouco de futebol, identificando o problema “Felipão” logo à partida. Não fizeram. Demonstraram que a única ação útil e cabível  (protestar contra Felipão e Parreira) eles não foram capazes de fazer. Sinal de que quanto mais longe o estado petista (assim como qualquer um deles) estiver do futebol, melhor.
E olhe que, assim como no caso dos jogadores alemães, pode-se dizer que eu poderia ampliar o placar, mas, por questões de tempo, vamos ficar só em 7, por enquanto.
A proposta de intervenção do estado no futebol é não só imoral como descabida. 

Quem quer que defenda esses tipo de ideia e não estiver de má fé (como, por exemplo, querer mamar nas tetas do estado) com certeza deve ser questionado se está em seu juízo perfeito.

Para piorar, tudo é de um oportunismo rasteiro, em uma tentativa canhestra de manipular a opinião pública. Mas com a pressa por resultados, além de atordoados, os petistas começaram a colar expressões como “renovação de craques” e “intervenção estatal” como solução para evitar que o Brasil seja eliminado de copas do mundo.

Só que o discurso que usaram é tão cretino que, se ficarmos no ataque, os faremos novamente ficar na defensiva, pois, em termos lógicos, o que eles propõem é completamente insano e descabido, além de oportunista e baixo. É hora de aproveitarmos o show de delírios petista e partirmos para o ataque.

Correa dá a “solução” da extrema-esquerda para conter o avanço da direita

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Observe este bloquinho de texto do Brasil247. Falo do texto “Correa alerta para avanço da direita no continente”:
O presidente do Equador, Rafael Correa, fez um alerta aos chefes de estado dos países vizinhos da América Latina para uma “restauração conservadora” que ela pode “pôr fim a esse ciclo de governos progressistas” no continente caso eles não estejam “atentos”.

“As direitas nacional e internacional já superaram o aturdimento. Estão claramente articuladas”, diz ele em entrevista a colunista Mônica Bergamo.
Segundo ele, países latinos são vítimas de próprios êxitos.
 
“Olhe os espetaculares avanços no Brasil, sociais, de redução da pobreza. E veja os protestos que ocorreram contra Dilma e contra o Partido dos Trabalhadores. Há uma nova classe média que nos exige cada vez mais. Os meios de comunicação, que são instrumentos da direita, se aproveitam para dizer que nada vale, que o passado era melhor”, afirma.

Ele defende a lei do Equador que regula os meios de comunicação e afirma que pode voltar a se candidatar à reeleição em 2017. Está no poder desde 2007.
O que vemos aqui senão uma mistura de descaramento e ato falho? O resultado é uma confissão quase “sem querer”, onde vemos mais uma vez que a extrema-esquerda visualiza um único caminho para conter o avanço natural da direita na América Latina: censurar a mídia.


O padrão é o mesmo de sempre: culpar a mídia quando o socialismo começar a dar resultados (isto é, o país ir para a bancarrota, enquanto seus líderes vivem como nababos), dizendo que os meios de comunicação são controlados pela “elite” contra o socialismo. A partir daí, basta pedir a censura dos meios de comunicação através da censura sutil, chamando-a de “democratização de mídia”.

É fato: essa escória precisa amordaçar a mídia para abocanhar o resto dos recursos que sobram no país.

Monitores internacionais dizem que cabine do MH17 foi serrada ao meio



Divulgação/Instagram/esquire.com



Do UOL, em São Paulo


Os monitores internacionais que tiveram acesso ao local da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, nesta terça-feira (22), notaram adulterações em algumas das peças vitais do avião abatido. 


A cabine da aeronave, segundo os monitores, teria sido serrada ao meio enquanto estava sob o controle de separatistas pró-Rússia. Essa parte do avião foi encontrada no mesmo local de onde os primeiros corpos foram removidos.


"A parte traseira da aeronave, uma das maiores peças intactas, foi definitivamente adulterada", disse Michael Bociurkiw, porta-voz do grupo de monitores internacionais da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).
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Avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo cai na Ucrânia



22.jul.2014 - Técnicos malaios inspecionam destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines que caiu no leste da Ucrânia. As 298 pessoas a bordo morreram. Os EUA afirmam que a aeronave foi abatida por um míssil lançado por rebeldes pró-Rússia Robert Ghement/EFE
Os separatistas, de acordo com Bociurkiw, estão removendo evidências do local do acidente. "Isso levanta a questão: o que eles estão tentando esconder?", questionou o porta-voz.

O presidente americano, Barack Obama, pediu à Rússia nesta segunda-feira (21) para que os separatistas não impedissem a investigação e permitissem que especialistas internacionais tivessem livre acesso ao local do acidente.

O voo MH17, que levava 283 passageiros e 15 tripulantes, a maioria holandeses, caiu na última quinta-feira (17), no leste da Ucrânia. Autoridades norte-americanas afirmam que a aeronave teria sido atingida por um míssil lançado em uma área controlada por separatistas.

A Rússia e os separatistas negam que derrubaram o avião, que voava de Amsterdã (Holanda) a Kuala Lumpur (Malásia). (Com AP e USA Today)
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Homenagens às vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines

22.jul.2014 - Comissárias de bordo colocam flores no aeroporto de Schiphol, em Amsterdã, em homenagem às vítimas do acidente com o voo MH17 da Malaysia Airlines Mike Corder/AP

Restos mortais das vítimas 

Acompanhado por 16 representantes de Holanda, Malásia e da OSCE, um trem levando os restos mortais das vítimas chegou à cidade de Kharkiv, na Ucrânia, nesta terça-feira (22). O governo holandês informou, no entanto, que havia menos corpos do que o previsto, já que rebeldes separatistas haviam dito que o trem levava 282 corpos, mas apenas 200 teriam chegado ao destino.

O chefe da equipe de peritos da Holanda, Jain Tuinder, afirmou que os investigadores terão de retornar ao local do acidente para realizar mais buscas. "Não iremos embora até que cada resto mortal tenha deixado esse país, então teremos de ir lá e barganhar novamente com as pessoas [separatistas]", afirmou. 

Os separatistas também entregaram aos peritos malaios as duas caixas-pretas do avião, na cidade de Donetsk, cerca de 300 quilômetros a sudeste de Kharkiv.

Arte/UOL
Voo ia de Amsterdã (Holanda) para Kuala Lumpur (Malásia)