domingo, 6 de julho de 2014

Polícia investiga tentativa de explosão de coluna do monotrilho em SP


06/07/2014 13h21 - Atualizado em 06/07/2014 13h21


Dinamites foram colocadas em obra da Linha 15-Prata na Av. Sapopemba.
Ação ocorreu em 29 de junho e teve participação de quatro pessoas.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo
Dinamites presas com fitas à coluna de sustentação da Linha 15, no dia 29 de junho. (Foto: Reprodução)Dinamites presas com fitas à coluna de sustentação da Linha 15, no dia 29 de junho.

Quatro pessoas não identificadas tentaram explodir uma das colunas da obra do monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô, na Zona Leste de São Paulo, na madrugada de 29 de junho, segundo investigação da Polícia Civil. Previsto para ser inaugurado em setembro, o primeiro trecho do monotrilho vai ligar as estações Vila Prudente e Oratório. O incidente ocorreu em um trecho mais adiante, na Avenida Sapopemba, altura do nº 10.200.

Duas bananas de dinamite e 2 m de pavio de pólvora foram afixados com fita adesiva a um dos pilares na Av. Sapopemba. O G1 teve acesso a imagem que mostra o material fixado no concreto com fitas adesivas (veja acima).

O delegado Marco Antonio Desgualdo, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), informou que a Delegacia do Metropolitano (Delpom) suspeita de "grupos desordeiros". Os criminosos que colocaram os artefatos fugiram após ver um vigilante da obra. Os explosivos foram apreendidos pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar.

Olha, eu acho que isso aí não foi nada de atentado. É um explosivo, mas muito antigo. (...) Me pareceu aí pelo que o pessoal disse que seria meio inócuo. Está cheirando mais molecagem"
 
Marco Antonio Desgualdo,diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade)
 
Com medo, o vigia da obra que acompanhou a chegada do grupo disse que optou por pedir demissão. “Por causa disso eu até saí fora já, nem estou mais”, disse ao G1, pedindo anonimato.

Atentado descartado
O diretor do Decade explicou que os cartuchos estavam sem detonador e, mesmo que fossem acionados, não teriam potencial para derrubar ou abalar a estrutura da coluna.

Para Desgualdo, o mais provável é que um "grupo de desordeiros" colocou a bomba para chamar a atenção.

O delegado lembrou que o país vive uma onda de protestos em meio a cenários de disputas políticas e críticas aos gastos públicos com a Copa do Mundo - as dinamites foram afixadas a pilastra 10 horas depois de o Brasil ter vencido o Chile pelo mundial de futebol.

“Olha, eu acho que isso aí não foi nada de atentado. É um explosivo, mas muito antigo", disse o delegado. "Me pareceu aí pelo que o pessoal disse que seria meio inócuo. Está cheirando mais a molecagem”.

O diretor afirmou que nenhuma hipótese de autoria está descartada. "O leque [da investigação] está aberto, mas não tem nada assim de grande potencial. Você tem que apurar circunstâncias, motivos e autoria”, disse o delegado.

Até a publicação desta reportagem, os suspeitos do crime não foram identificados ou presos e o motivo da ação também não foi esclarecido. "Local ermo, não tem imagem nenhuma. Mas nós estamos correndo”, disse Desgualdo.


Uma das colunas de sustentação da obra do monotrilho prata, na Avenida Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, foi alvo de pessoas que queriam explodi-lo horas depois de o Brasil vencer o Chile pela Copa do Mundo. (Foto: Kleber Tomaz / G1)Obra do monotrilho prata, na Avenida Sapopemba. (Foto: Kleber Tomaz / G1)
 
Sem detonador
Policiais ouvidos pelo G1 disseram que, no material apreendido, não havia um detonador. O caso foi registrado como tentativa de explosão no 69º Distrito Policial (DP), Teotônio Vilela. Depois, seguiu para investigação do 70º DP, Vila Ema,  e agora está sob responsabilidade da Delegacia do Metropolitano.

Além de policiais, vigilantes da obra e testemunhas disseram à equipe de reportagem que suspeitam que a tentativa de explosão da coluna do monotrilho não foi realizada por criminosos profissionais. Para eles, quem afixou os cartuchos explosivos não tinha conhecimento do seu poder de detonação.



Sapateiro Joseílton de Moura trabalha em frente à obra do monotrilho; ele aponta para coluna onde desconhecidos colocaram duas bananas de dinamite e fio para acionar pólvora (Foto: Kleber Tomaz / G1)Sapateiro Joseílton de Moura trabalha em frente à obra do monotrilho; ele aponta para coluna onde desconhecidos colocaram duas bananas de dinamite e fio para acionar pólvora.


Em busca de câmeras e teorias
O sapateiro Joseilton de Moura, de 44 anos, é vizinho do canteiro de obras. Ele disse que funcionários buscam teorias para a motivação do crime.


"Outros operários me contaram que esse grupo queria explodir a coluna do monotrilho para causar e chamar a atenção para essa gastança do dinheiro público (por causa da Copa)”, disse Moura.

De acordo com Moura, que há mais de um ano tem uma sapataria voltada para a Avenida Sapopemba, um delegado do 70º DP o visitou e perguntou se ele tinha câmera de segurança voltada para a rua. “Isso aconteceu no dia 30, um depois da ameaça de tentativa de explodir a bomba na coluna da obra”, afirmou. "Mas não tenho câmera aqui", relatou.


Ainda segundo o sapateiro, o delegado havia lhe informado que criminosos planejavam roubar e por isso estavam com explosivos. "Ele só não me disse roubar o quê. Para mim foi estranho porque o burburinho que ficou aqui é de que queriam explodir a pilastra. Afinal de contas: o que tinha para se roubar num canteiro de obras?”, afirmou.

O G1 apurou que os explosivos apreendidos no monotrilho são os mesmos usados por criminosos para destruir caixas eletrônicos. De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados pelo Centro de Operações da PM (Copom) por volta das 3h do dia 29 de junho “para atender ocorrência de ameaça de bomba”.

Chegando ao local, “constataram a existência de duas bananas de dinamite (cartucho) e dois metros de pavio de pólvora”.Em seguida, a equipe do esquadrão de bombas da PM foi até a obra do monotrilho, onde apreendeu os artefatos.

“No local, em entrevista com o vigilante responsável pela obra ali realizada (Monotrilho Prata), soube-se que quatro indivíduos desconhecidos ali se encontravam em atos preparatórios para realizar a detonação das dinamites, não concretizando a ação tendo em vista a chegada do vigilante, evadindo-se todos a pé para rumo ignorado, e que devido ao horário, não fora possível efetuar a descrição dos mesmos”, informa o registro policial feito no 69º DP.


Desde o início da Copa, quarenta pontos da cidade de São Paulo estão sendo vigiados 24 horas por dia por um efetivo composto por 4.265 policiais militares. São hotéis, centros de treinamento, áreas de festa e vias considerados potenciais alvos de ameaças durante a Copa do Mundo. Entre os pontos estratégicos estão estações e linhas do Metrô.

Monotrilho previsto para setembro
De acordo com a Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, o monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô, na Zona Leste de São Paulo, deverá funcionar a partir de setembro deste ano. Provavelmente, a partir do próximo dia 26 deste mês, o novo modal será aberto ao público, mas para visitas monitoradas e nos finais de semana.

A previsão é que a Linha 15 tenha 26,6 quilômetros operacionais e 18 estações, ligando Vila Prudente à Cidade Tiradentes. Ela custará R$ 6, 4 bilhões.

Em junho, um acidente em outra obra do monotrilho deixou um morto. O acidente ocorreu na Avenida Washington Luís, na Zona Sul de São Paulo, em estrutura da futura Linha 17-Ouro do Metrô.
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Metrô realizou testes nesta sexta no trecho localizado na Avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Melo (Foto: Cristiano Novais/CPN/Estadão Conteúdo)Teste de circulação do monotrilho.

Merval Pereira Gastança eleitoral








A divulgação do montante que os candidatos à presidência da República e aos governos estaduais estimam gastar traz de volta a discussão do financiamento das campanhas eleitorais que começou oficialmente. Aumentando a sensação desagradável, os gastos somam-se à verdadeira balburdia das siglas partidárias, a revelar que já não existem mais partidos nem programas a serem seguidos, mas apenas interesses de grupos ou individuais que transformaram as eleições em disputas mais econômicas que programáticas.

São gastos estratosféricos, que na corrida presidencial tiveram um aumento de nada menos que 50% em relação à campanha anterior, quatro anos atrás. Os 11 candidatos estimam gastos com a campanha eleitoral de cerca de R$ 1 bilhão.



 

Só no Rio de Janeiro, a previsão de gastos com a campanha para governador é o triplo de 2010, podendo consumir R$ 180 milhões, e os mesmo deve acontecer nos demais Estados da Federação.

Esta deve ser a última campanha eleitoral nos termos previstos na legislação atual para o financiamento eleitoral, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria para aprovar a proibição de financiamento por empresas privadas, o que deve levar o próximo Congresso a aprovar uma nova lei.


O Supremo tende a proibir qualquer decisão que importe em quebra da isonomia entre os concorrentes, e também em relação aos direitos dos cidadãos. O ministro Luiz Fux, relator da ação de inconstitucionalidade que está em julgamento, também declarou inconstitucionais os trechos da lei que limitam as doações a 10% do rendimento bruto de pessoas físicas e que permitem que os candidatos usem recursos próprios.


A ênfase no financiamento por meio de pessoas físicas, se prevalecer na legislação que o próximo Congresso aprovará, terá de ser acompanhada da permissão de contribuições pela internet para as campanhas eleitorais, coisa que ainda não existe, por incrível que pareça. E de um barateamento da campanha, com limitações ou a adoção do sistema distrital.


Já é histórico o exemplo dos eleitores americanos. Milhões de pessoas físicas fizeram doações pela internet para a campanha do candidato democrata Barack Obama em 2008; desses, cerca de 30% contribuíram com pequenas quantias de até US$20.
O financiamento público de campanha, que é o objetivo do PT, mas tem a objeção da maioria dos partidos por só se adequar ao sistema de lista fechada, já existe no Brasil, embora pouca gente se aperceba disso. Alguns números sobre o financiamento público que já existe: em 2012, os gastos eleitorais apurados pelo TSE ultrapassaram R$ 3,5 bilhões.


Somente o horário eleitoral gratuito custou R$ 606 milhões ao contribuinte brasileiro. Segundo o site Contas Abertas, já citado aqui na coluna anteriormente, nos últimos dez anos o Estado brasileiro desembolsou mais de R$ 4 bilhões em compensações pelo uso do horário eleitoral.


Já o Fundo Partidário distribuiu aos partidos com representação no Congresso cerca de R$ 286 milhões. Estudos indicam que os gastos das campanhas eleitorais saíram de cerca de R$ 800 milhões em 2002 para quase R$ 5 bilhões em 2012, e pelo visto caminham para bater recorde este ano.


O problema é que os setores que concentram as doações são exatamente aqueles que precisam manter estreitas relações com o poder público, como as empreiteiras. Pesquisa realizada pelo Kellogg Institute for International Studies demonstra que as empresas doadoras em campanhas eleitorais recebem, nos 33 primeiros meses após a eleição, o equivalente a 850% do valor doado em contratos com o poder público.


Especialistas também compararam as doações a um sistema de crédito para as empresas, que vão buscar a compensação mais tarde nos cofres públicos. Lucieni Pereira, Auditora do TCU e Presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil (ANTC) chamou a atenção para o que ocorre com a concessão de benefícios fiscais para atração de empresas, que seriam ao mesmo tempo, segundo especialistas denunciaram na audiência pública sobre o assunto do STF, mecanismo para atrair doações de campanha para os candidatos a governos estaduais.


O financiamento das campanhas eleitorais, como se vê, é um ponto fundamental de uma necessária reforma político-eleitoral que será um dos temas principais do Congresso a ser eleito este ano, pelas regras atuais.

Baixa política Merval Pereira 3.7.2014 9h45m


 A reviravolta da reviravolta da bancada do PTB, que se rebelou contra a decisão da Executiva Nacional de apoiar a candidatura do senador Aécio Neves à presidência da República e declarou voto em Dilma Rousseff, é mais uma faceta dessa farsa em que se transformou o jogo partidário brasileiro.


 

Ferido com o mesmo ferro com que feriu a presidente, o candidato do PSDB, assim como a incumbente em vários casos, vai somar o tempo de propaganda eleitoral do PTB, mas não terá a máquina do partido a trabalhar por ele nos estados.
 


Deve estar arrependido da frase que disparou no auge das traições partidárias, quando estimulou membros da base aliada a “sugarem” o mais que possam o governo federal para depois se juntar à oposição.
 


Estimular esse tipo de atitude não corresponde à proposta que o tucano promete apresentar ao eleitorado, de mudança de nossos hábitos e costumes políticos. Se for para deixar tudo como está, para que mudanças?

 

Ao apresentar o seu programa de governo, Aécio Neves terá oportunidade e espaço para desfazer-se desse equívoco, comprometendo-se com uma reforma política que dê ao país alguma estabilidade e previsibilidade na organização partidária. 


 

O caso do PR é exemplar do que não se deveria fazer em uma política séria, e do que se deve fazer em uma política rasteira que vigora em Brasília.
 


A humilhação a que foi submetida a presidente Dilma, tendo que engolir goela abaixo a recondução do grupo do PR que havia sido varrido do Ministério dos Transportes por suspeita de corrupção, e ainda ter que ceder com relação à direção do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão que estava no centro das denúncias de corrupção na gestão anterior, foi um requinte de maldade extra na vingança do PR, que assim vendeu caro seu apoio à reeleição.
 


O general de Exército Jorge Ernesto Pinto Fraxe, que pediu afastamento “por razões pessoais”, assumira o cargo de diretor-geral do Dnit em setembro de 2011 em substituição a Luiz Antônio Pagot, que deixou o órgão em meio a denúncias de corrupção que atingiram toda a diretoria do departamento e levaram à saída do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

 

Sobre o general contam as más línguas em Brasília uma piada que se transformou em exemplo de como a gestão no governo Dilma (não) funciona. Para parar a roubalheira no Dnit, a presidente deu carta branca ao General Fraxe, que realmente estancou os problemas de superfaturamento nas obras públicas com uma decisão draconiana: não aprovava nenhum projeto, por menor que fosse. As obras não andavam, mas também não havia corrupção.

 

O próprio ex-governador de Pernambuco, atual candidato à presidência da República pelo PSB, reclamava muito da administração do General Fraxe, denunciando que as obras no Nordeste estavam todas paradas.

 

A retomada do Dnit pelo mesmo grupo do PR que havia sido enxotado de lá pela “faxineira ética”, personagem que por alguns meses a presidente Dilma representou, é um retrocesso institucional dos grandes, que ao mesmo tempo reduz os partidos políticos a meros instrumentos de vantagens pessoais de grupos, e faz com que obras viárias necessárias ao país se transformem em dutos de trocas de interesses públicos em privados.

A Copa e a política

O sucesso da Copa do Mundo anda subindo à cabeça de quem não deveria. O presidente da FIFA, Joseph Blatter, resolveu gozar a cara dos opositores perguntando “onde está a ira social” prometida. O ex-presidente Lula, no mais hilário pronunciamento de todos, disse que a Inglaterra foi desclassificada por que não estava acostumada a jogar em gramados tão bons quanto os do Brasil, logo os gramados, um dos pontos negativos dos novos estádios de futebol.



 

E todo o governo e seu aparato midiático não esconde a euforia com o desenrolar do campeonato, claramente esperando dividendos eleitorais pela derrota dos pessimistas, como alardeia dia sim, dia não a presidente Dilma.

 

A pesquisa do Datafolha que sai hoje de manhã pode dar um alento aos governistas, diante do ambiente desanuviado que o país vive no momento. Mas se não houver mudanças na popularidade da presidente, aí a coisa estará pior do que imaginam.

Momento bom Merval Pereira 4.7.2014 10h14m


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O momento captado pela pesquisa Datafolha divulgada ontem é bom para a presidente Dilma, que subiu quatro pontos percentuais e manteve a liderança na corrida presidencial, mas a situação prospectiva é ruim: há um mês, Dilma tinha 34% contra 32% de todos os seus rivais somados. Agora, há um empate: Dilma 38% a 38%.
 


Se o primeiro resultado já previa a realização de um segundo turno, este mais recente confirma a tendência, com a anulação da diferença a favor de Dilma. A pesquisa, além disso, mostra que a longo prazo essa diferença vai se reduzindo também num cada vez mais provável segundo turno contra o candidato do PSDB Aécio Neves: ela que já foi de 19 pontos percentuais, hoje é de apenas sete pontos, o que na realidade quer dizer 3,5 pontos para haver um empate, já que o segundo turno se trata de um autêntico mata-mata, um candidato contra o outro.

Também a diferença num segundo turno para o candidato do PSB Eduardo Campos caiu de 15 pontos percentuais para 13. Os tucanos puseram uma lente nos resultados de São Paulo, que consideram decisivos, e tiraram boas notícias para seu candidato. Nada menos que 39% dos eleitores paulistas consideram que o governo atual é ruim ou péssimo, enquanto o índice nacional é bem mais baixo, de 26%.
 

No segundo turno, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, já derrota a presidente Dilma no maior colégio eleitoral do país por 46% a 34%, embora no momento apareçam empatados no primeiro turno. Não é à toa, portanto, que o governismo e seus agentes na mídia, especialmente nos blogs chapa-branca, não fizeram tanto estardalhaço com a pesquisa do Datafolha, que colocou a presidente Dilma onde ela já estava há quinze dias de acordo com uma pesquisa do Ibope.
 


Há analistas que dizem mesmo que a pesquisa de um mês atrás do Datafolha, que derrubou os índices de Dilma e também de Eduardo Campos, teria sido um ponto fora da curva, em momento de maior tensão social, corrigida agora devido ao ambiente tranqüilo, mesmo festivo, no país devido ao sucesso da Copa do Mundo de futebol.
Mas a realidade é que o alívio provocado pela festa do futebol não impediu, por exemplo, que Dilma continue sendo a mais rejeitada pelos eleitores, com 32%. Da mesma maneira, o índice de bom e ótimo de seu governo continua “no limbo” de acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Análise do cientista político Alberto Carlos de Almeida.
 

Transpondo o resultado de uma pesquisa histórica com governadores em busca da reeleição, ele chegou à conclusão de que os candidatos com índice igual ou menor que 34% dificilmente se reelegem. Não há esse histórico para presidentes, mas na correlação dos resultados a presidente Dilma, com um índice de 35% de ótimo e bom está no limite entre o céu e o inferno, podendo se reeleger ou não de acordo com o que aconteça na campanha.

 
A situação de estabilidade, é verdade, favorece quem está na frente da corrida, e um sinal de que os eleitores ainda não acharam o que procuram é que os demais candidatos cresceram 3 pontos neste último mês, reduzindo assim o nível dos indecisos. Desses, o pastor Everaldo do PSC continua com 4% das intenções de voto.
A presidente Dilma lidera em todas as regiões do país, mas o Nordeste continua sendo seu grande reduto eleitoral, dando a ela 55% dos votos. Lá e no norte do país, onde a presidente tem no momento 44% dos votos, Dilma obteve na eleição de 2010 uma diferença de 12 milhões de votos sobre José Serra.
 

No resto do país, a então candidata do PT venceu por apenas 0,5% dos votos, o que não terá desta vez com a situação favorável ao PSDB no chamado “triângulo das Bermudas”, os três maiores colégios eleitorais do país, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro.
 

Não é por acaso, portanto, a campanha do PSDB vai dedicar atenção especial ao norte e nordeste do país, para tentar reduzir a margem de vitória da candidata petista. As situações políticas em estados como Maranhão, Bahia, Ceará, Pernambuco ( pela presença de Eduardo Campos) hoje são mais favoráveis às oposições do que em 2010.

Trégua da Copa Merval Pereira



Mesmo sendo “o país do futebol”, os resultados das Copas do Mundo nunca influenciaram as eleições para presidente da República, que de quatro em quatro anos coincidem com os campeonatos desde 1994. Sendo este ano realizado no Brasil, sabia-se que desta vez seria um pouco diferente, pelo impacto do resultado dos jogos no ânimo dos brasileiros, e também pela organização do campeonato em si.
 


A presidente Dilma lançou equivocadamente um slogan “a Copa das Copas”, como se o governo tivesse o condão de transformar pela propaganda a competição em mais uma realização petista. Mesmo sendo evidente que, se dentro do campo os muitos gols e partidas emocionantes podem transformá-la numa das melhores Copas já disputadas, fora dos estádios o que justificaria o epíteto nada tem a ver com o governo: a simpatia do povo brasileiro, a alegria dos estrangeiros pelas praias ensolaradas, a comemoração pelas ruas do país numa confraternização que é característica do brasileiro.
 


Não será a Copa das Copas pela organização, nem pelos estádios, embora tudo tenha funcionado a contento dentro de um esforço extraordinário de segurança que transformou os arredores dos estádios e as principais vias das sedes em verdadeiras praças de guerra.

Melhor assim do que o contrário, mas o funcionamento do que era falho só foi razoável por que saímos da normalidade, e isso muito se deve às críticas quanto aos atrasos e ao desleixo com que a organização da Copa foi tratada pelos governantes.
Depois da democratização, não houve governo que quisesse se aproveitar das campanhas da seleção para ganhar popularidade. 


 Durante a ditadura militar, sim, governos tentaram interferir até mesmo na escalação da seleção. A vontade do então presidente Médici de escalar Dario na seleção de Saldanha é uma das versões que persistem sobre a Copa de 1970, que teve no México uma atuação perfeita para trazer o tri sob o comando de Zagalo.

Desgastes diversos, com autoridades e jornalistas, e sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro levaram Saldanha a ter que deixar o comando da seleção. Também é conhecida a tentativa, no Governo Geisel, de convencer Pelé a voltar à seleção em 1974, o que ele rejeitou sabiamente.


Os governos do PT montaram a Copa do Mundo no Brasil com um olho na popularidade e outro na eleição deste ano. O que deveria ser a apoteose de um projeto iniciado há sete anos, quando a Fifa escolheu o país do futebol para sediar a Copa do Mundo, transformou-se em um pesadelo para o governo e para a Fifa enquanto a bola não rolava, e mostrou que o povo brasileiro não é exatamente o que pensavam que era: acrítico diante da possibilidade de ver os principais craques do mundo da bola ao vivo em suntuosos estádios. 


O povo brasileiro vai dando um exemplo de como é possível separar as coisas sem perder a naturalidade. Adora futebol, está apoiando a seleção brasileira, mas não nada indica que tenha ânimo de esquecer seus problemas apenas por causa do futebol.
Por isso, o governo volta a cometer um erro primário se interpretar a pausa que a Copa está dando aos brasileiros, que resultou no desanuviamento do ambiente político, como sinal de que os problemas da vida real estão superados. Tudo indica que, passada a trégua proporcionada pela festa do futebol, qualquer tentativa de usar o patriotismo inerente ao povo brasileiro em galardão político pode ser rechaçado pela população.


A pesquisa Datafolha que recolocou a presidente Dilma no patamar que todas as demais pesquisas lhe dão, entre 38% e 40%, demonstra a resiliência de sua candidatura, sinal de que, especialmente no nordeste, a máquina partidária e de propaganda do governo tem condições de mantê-la como favorita mesmo em situações adversas como a que vivemos na economia nos últimos quatro anos.


A partir de agora, a propaganda oficial está proibida e o noticiário político terá que tratar igualmente os candidatos, o que dará mais espaço aos de oposição e reduzirá a exposição da presidente que busca a reeleição. A gordura que ela conservou durante os primeiros meses de campanha ainda é suficiente para colocá-la em posição de liderança na corrida sucessória, mas depois da efêmera pacificação que a Copa do Mundo está dando ao ambiente político, a realidade do dia a dia voltará a ser encarada pelo eleitorado.

Folha calcula “dilmômetro” na Bovespa: US$ 4.8 bi

247 – Em 2002, foi a vez do banco norte-americano Goldman Sachs. Naquele ano, a instituição criou o “lulômetro” e passou a prever o colapso no mercado acionário brasileiro, a cada ponto de alta de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas. O especulador George Soros foi além e cravou a máxima “Serra ou caos”. O resto da história é conhecido. Lula foi eleito presidente e, nos anos seguintes, o mercado acionário brasileiro viveu o melhor período de sua história.


Agora, no entanto, é a Folha de S. Paulo, jornal da família Frias, quem cria o “dilmômetro”. A Folha convidou um grupo de especialistas para medir a correlação entre o desempenho da presidente Dilma e as ações na BM&VBovespa, sobretudo das empresas estatais. Na reportagem de David Friedlander e Mariana Carneiro (leia aqui), a conclusão é que a queda de Dilma em algumas pesquisas gerou ganho de US$ 4,8 bilhões aos investidores. Segundo essa teoria, cada ponto a menos de popularidade da presidente vale cerca de US$ 801 milhões a mais para os investidores.


Essa conta foi feita pelos economistas do Insper Sérgio Lazzarini, Bruna Bettinelli Alves e João Manoel Pinho de Mello, também analista da gestora Pacífico. A tese do “efeito Dilma” decorre de um suposto intervencionismo da presidente Dilma na economia, que estaria, segundo os economistas, segurando preços artificialmente para estimular o consumo.


"Na eleição do Lula, a dúvida era se o sistema econômico seria alterado. Já o governo Dilma foi marcado pelas intervenções pesadas nas empresas estatais. Com a reeleição, o mercado acredita que isso vai continuar", diz o economista Lazzarini, do Insper.
No entanto, o “dilmômetro” também desperta desconfiança entre outros investidores profissionais. "É especulação pura e da pior qualidade. 


Ao fazer essa aposta, o investidor busca um ganho de curtíssimo prazo e subestima a capacidade do atual governo de fazer as pazes com o mercado num segundo mandato", afirma Ricardo Lacerda, do banco de investimentos BR Partners.

Campanha eleitoral começa com críticas ao governo


: No primeiro dia oficial de campanha, candidatos do PSDB e do PSB marcam presença em eventos; presidente Dilma Rousseff não teve compromissos públicos, mas lançou site em que defendeu disputa de "alto nível" e definiu essa como uma das campanhas mais "politizadas" da história; no 17º Festival do Japão, em São Paulo, Aécio Neves denunciou o que considera uso político da Copa; eleitor sabe que "são coisas absolutamente diferentes", disse; Eduardo Campos foi com Marina Silva à favela Sol Nascente, no DF, onde afirmou que o governo do PT "não deveria nem disputar a eleição, deveria ter a humildade de dizer que fracassou"

6 de Julho de 2014 às 15:29

Esperança: Neymar recorre a médicos para ir à final


Vai-se a Copa da Fifa e ficam as urnas para o eleitor-torcedor


Publicado em por Redação - NOTIBRAS
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Os 141 milhões e 824 mil eleitores brasileiros terão as seguintes opções de candidatos presidenciais para votarem em 5 de outubro: Dilma Rousseff- Michel Temer (PT, PMDB, PP, PSD, PDT, PROS, PCdoB, PR e PRB); Aécio Neves- Aloysio Nunes Ferreira (PSDB, DEM, PTB, PIN, PTN, PMN, PTC e Solidariedade); Eduardo Campos- Marina Silva (PSB, PPS, PPL, PSL, PRP e PHS); Pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV), Zé Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB), Levy Fidelix (PRTB), José Maria Eymael (PTS)  Rui Costa Pimenta (PCO), e Luciana Genro (PSOL). São, portanto, onze candidatos ao Palácio do Planalto.


Vários partidos que nacionalmente declararam apoio à Dilma Rousseff sofrerão dissidência em vários estados. 


No PMDB, o maior partido do Brasil, por exemplo, os Diretórios Regionais da Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará e Piauí colocarão seus palanques à disposição do tucano Aécio Neves, escanteando, assim, a candidata oficial do seu partido Dilma. 


Já os peemedebistas de Pernambuco e Rio Grande do Sul estarão ao lado de Eduardo Campos. E essas divergências ocorrem pelo fato de nesses estados o PMDB e PT terem candidatos próprios aos governos estaduais. E essas disputas acontecem num clima de guerra total.


O prazo para o registro dos candidatos junto à Justiça Eleitoral termina neste sábado, 5 de julho. A partir de amanhã estarão liberados para saírem às ruas em busca de votos. A propaganda eleitoral na televisão e no rádio começará somente em 19 de agosto.

Se necessário, as eleições do segundo turno para presidente da Republica e governador de Estados foram marcadas para dia 26 de outubro, último domingo desse mês.

Pelas regras eleitorais em vigor, a decisão a nível nacional de um partido de apoio a determinado candidato à Presidente dará a ele o tempo de propaganda eleitoral disponibilizado à essa legenda. Nas eleições para os governos estaduais, os dissidentes destinarão o seu tempo de propaganda aos candidatos que vierem apoiar.


A propaganda na tevê e no rádio é dividida em dois blocos diários de 25 minutos- um começa as 12 horas e o outro as 20 horas. 



Três vezes por semana serão destinados aos candidatos presidenciais e os outros dias serão usados pelos candidatos aos governos estaduais, ao Senado, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas.


Um terço do tempo  total disponibilizado para a campanha gratuita será partilhado igualmente entre todos os partidos participantes das eleições. Portanto, são 8 minutos e 20 segundos de cada bloco de 25 minutos. 


O restante é dividido de acordo com a representatividade na Câmara dos Deputados. A presidente Dilma, com nove partidos coligados, terá 9 minutos e 40 segundos na propaganda eleitoral. O tucano Aécio Neves (PSDB e mais sete legendas) terá 3 minutos e 10 segundos; Eduardo Campos terá ao seu dispor 1 minuto e 46 segundos. 


Os candidatos de partidos nanicos foram assim contemplados: Pastor Everaldo (PC), 1 minuto e 10 segundos, Luciana Genro (PSOL), 51 segundos, Eduardo Jorge (PV), um minuto e vinte segundos e os outros candidatos nanicos somam 2 minutos e 52 segundos.


Segundo as pesquisas eleitorais, 95% dos votos validos, descontados os votos nulos e brancos, serão distribuídos entre os três principais candidatos- Dilma, Aécio e Campos, ficando os 5% restantes para os candidatos considerados  nanicos.


A presidente Dilma conseguiu mais de um terço do tempo da campanha eleitoral graças a uma grande pressão que exerceu junto aos partidos da base aliada, com troca de ministros, nomeações para cargos públicos e liberação de mordomias para parlamentares governistas. O que se viu foi uma corrida frenética e ensandecida por celebração de alianças políticas com vista o espaço nas TV e rádio.


A propaganda eleitoral na televisão e no rádio só será gratuita para os candidatos e os partidos. Ela será paga indiretamente pelos contribuintes, já que as emissoras descontarão o valor dessa propaganda nas suas declarações do Imposto de Renda, reduzindo, assim, os recursos para aplicação na saúde, educação, segurança publica, etc…


Cláudio Coletti

Wasny vê regularização de terras com os produtores do Gama


Publicado em por Redação - NOTIBRAS
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Cerca de vinte produtores rurais do Gama estiveram na Câmara Legislativa nesta quarta-feira 2, para discutir a possibilidade de regularização de lotes rurais dentro do Parque Ecológico do Gama. 


Os produtores se reuniram com o presidente da Casa, deputado Wasny de Roure (PT), e representantes da Secretaria de Agricultura, Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e Terracap.

Para o presidente da Associação de Criadores e Produtores Rurais do Gama, Adelino Barbosa, falta consideração com as 139 famílias que produzem na região.
“Muitos estão, como eu, há mais de 30 anos no local e agora o governo quer que todos saiam com uma mão na frente e outra atrás. Passamos todo esse tempo cuidando da terra e agora vamos sair sem indenização, compensação, nada? Por que eu vejo tantos condomínios invadindo, construindo e depois sendo legalizados? Nós também não temos esse direito?”, questionou.
O deputado Wasny de Roure observou que “a questão da terra não é assunto fácil” e conclamou os presentes a continuarem organizados e em negociação com o governo. “Fundamental é que os produtores rurais acompanhem de perto todo esse processo por meio de seus representantes. É possível trabalharmos para modificar a lei que criou o parque para reduzir seus limites e viabilizar a regularização dos produtores, que, aliás, já estavam lá antes da criação do parque”, ressaltou.

Novos encontros entre os produtores e o governo, mediados pela Câmara Legislativa, deverão ocorrer para dar continuidade ao processo.
Éder Wen

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As cores do meu país num patriotismo pré-datado


Publicado em por Redação -NOTIBRAS
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Nosso arraigado patriotismo é tão profundo que dura menos que um mês. É pré-datado. 


A culpa é da cor de nossa bandeira, verde e amarela, tão condizente com nossa história. 

Tudo nela nos foi dado pela natureza, não construído por nossas honras e glórias.


O amarelo traduz mais a vergonha histórica de todos os ‘grandes homens’ da Inconfidência terem abandonado à própria sorte o ‘soldado raso’ Tiradentes, que o ouro que representaria nossa memória em momento síntese da nação.


Representa mais a vergonha de ter feito Teófilo Otoni, o aclamado Ministro do Povo, um dos maiores mineiros em todos os tempos, depois de rendido e vencido pelo Exército Nacional, ser levado, prisioneiro, a pé, puxado por cavalo, da revoltosa Santa Luzia a Ouro Preto, capital da Província.
Nosso amarelo não é pelo ouro garimpado e agente construtor de uma nova nação. Mas sim o ouro saqueado com a aquiescência e subserviência dos mineiros e de Portugal. Mais ou menos o que acontece nos dias de hoje com a floresta amazônica e com o mineiro de ferro de Minas e do Pará, tudo doado, trezentos anos depois, sem nenhuma inconfidência.
Essa é a nossa orgulhosa Estrada Real, que para nós era o caminho do saque, a estrada pavimentada pela exploração e pelo servilismo.


Sem revoluções e sem heróis, o majestoso Hino Nacional evoca e traduz a verdade que não vivemos, o Brasil que dividimos, todos nós, todos os dias, deitados eternamente em berço esplêndido. Por isso o entoamos tão alto, com a confortável justificativa de não repeti-lo mais durante todo o ano.


Quando andamos pelas ruas de nosso imenso país, vemos nossa verdade estampada em tapumes, nossa vergonha exposta e emoldurada. De norte a sul é assim: é preciso nos protegermos de nós mesmos. Temos mais a esconder que mostrar.


Por isso maquiamos tão bem os caminhos tortos por onde irão passar as seleções e os turistas, deixando-os bem policiado, limpos e sinalizados, bem diferentes de nossa pobre vida diária.


Em campo, os heróis nacionais, tão distantes da realidade de seu país que foram cooptados a viver bem longe dele. Fazem sua história fora, assim como todas as nossas riquezas, desde sempre. Talvez por isso nos identificamos tão pouco com nossa Seleção.


Servilmente, clamando por um naco da atenção do mundo, vamos construindo estádios no lugar de construirmos uma nação, vamos construindo aeroportos, no lugar de construirmos um povo, vamos fazendo a batucada da festa enquanto os estrangeiros e o povo que vive de circo e de muito pouco pão, dançam, alegremente. A ignorância é sempre protetora.


É tão fácil aquinhoarmos gente e produzirmos uma festa… Impossível é reunirmos pessoas e erguemos uma nação.


Daqui a algumas horas, enrolaremos nossas bandeiras, esqueceremos nossa fé, guardaremos a nossa esperança. Peço, apenas, como bem sintetizou o poeta, que “se temos a febre da festa, tenhamos também a lucidez da ressaca”.

Petrônio Souza Gonçalves

Distritais do PT reagem, mas são obrigados a engolir aliança com PP



Publicado em por Redação - NOTIBRAS
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A bancada do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal não está nada satisfeita com o comando do partido, que impôs uma coligação com o PP ara cargos proporcionais.

O argumento é o de que não há ideologia entre as duas legendas, além do fato de o presidente regional do partido, Benedito Domingos, correr o risco de perder o mandato sob suspeita de corrupção.
Dois dos deputados petistas se manifestaram sobre a aliança. Chico Leite garante que não foi ouvido. No caso de ter sido consultado, garante, votaria contra.
- Acho um incomum do ponto de vista ideológico uma aliança com o PP. E acho um absurdo que não se tenha ouvido toda a bancada, revelou um indignado Chico Leite.
Já Wasny de Roure, presidente da Câmara Legislativa, admite que está difícil digerir essa aliança. A coligação surge como uma ameaça à sua reeleição. Porém, diz, a preocupação não é ficar sem mandato, mas com a falta de identidade dos projetos do PT e do PP.
Mas essa aliança, que segue uma coligação nacional de apoio do PP a Dilma Rousseff, “desafia a própria população e precisamos ter essa percepção. Entretanto, por mais que tenhamos problemas, temos que trabalhar por um ideal e dar sustentação a esse projeto”, acentua Wasny.



1 comentário



Marcelo Soares Alvim
Essa coligação mostra de forma muita clara a degeneração do PT. Mercenário do poder o partido coliga-se com qualquer coisa. Aceita por exemplo cologar-se com Benedito Domingos, condenado em segunda instância em processo criminal. Esse é o PT! Esse é o Bené!

Inaugurado com pompas, Expresso DF vira pesadelo noturno


Publicado em por Redação -Notibrás
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Se o Metrô do DF só vive parando, pifando, irritando os passageiros, o VLP (ou como chamam também por aí, BRT Sul) também não fica atrás.


É alvo de críticas, especialmente quando o governo do DF eliminou várias linhas dos ônibus comuns, forçando o passageiro a pegar até três ônibus, e isso para tentar justificar o VLP que, diga-se, não deveria ser VLP, mas uma linha de metrô, conforme estava projetado.


Seriam duas linhas de metrô, uma para servir ao Gama e outra à Santa Maria.
O que era para ser ‘apenas 40 minutos’ para chegar do Gama à rodoviária do Plano Piloto usando o sistema VLP, se transformou em bem mais tempo.


Mas por falar em VLP, que tal algumas autoridades, ou suas mulheres, serem obrigadas a usar esse sistema obsoleto?

 Que, só por alguns dias, pegue o articulado com 130 lugares (inicialmente a propaganda falava em quase 300 passageiros) no Plano Piloto de Brasília e se dirijam ao Gama.
Mas isso tem que ser depois de cair a noite, melhor seria depois das 22 horas. Já pensou a mulher de um bam-bam-bam do GDF ter que saltar numa estação do VLP nas condições mostradas na foto acima?


Nessas estações, a exceção das existentes no Mercado das Flores (Núcleo Bandeirante) e na entrada do Gama, a escuridão domina, o perigo espreita, o medo reina.


Há uma estação do Balão do Periquito que é iluminada apenas pelas luzes dos postes da via, e pelas luzes vindo de um supermercado que há em frente.
Gama Livre



Eu, José Roberto Arruda, sofri um golpe. Em fevereiro de 2010, fui tirado do cargo de governador do Distrito Federal por força de uma mentira.

Eu, José Roberto Arruda, sofri um golpe. Em fevereiro de 2010, fui tirado do cargo de governador do Distrito Federal por força de uma mentira. 

Esta mentira foi inventada por um corrupto confesso que teve seus crimes perdoados graças a ela. E prosperou graças a uma associação do PT com figuras desonestas do Ministério Público. 

Aqui neste blog, vou contar a história inteira. Mas não só isso. Vou apresentar os documentos que revelam e comprovam a farsa. Farsa que entregou a gestão pública do DF nas mãos de gente incompetente e despreparada. Farsa que criou o governo mais repudiado pela população em toda a história de Brasília. Farsa que interrompeu o governo de maior aprovação da história de Brasília.

Vou começar a contar esta história pelo dia 14 de agosto de 2009. 


Eu era governador e havia recebido um pedido de audiência do então chefe da gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Encontramo-nos na residência oficial de Águas Claras, para um almoço. Ele chegou acompanhado de seu assessor especial, Swenenberger Barbosa, hoje secretário da Casa Civil do GDF. Já à mesa, trocamos algumas amenidades ligeiras antes de ele chegar ao ponto:
— Arruda, você tem que vir para o nosso lado. Venha para o PMDB. Sua vida vai ser bem melhor, você tem muito mais futuro com a gente.
À época, eu era o governador mais bem avaliado do Brasil. Minha gestão executava mais de duas mil obras públicas. Havia soluções para a maioria dos problemas de mobilidade urbana. O Estado respondia com presteza e qualidade às demandas da sociedade. Por isso, meu nome era dado como certo na vaga de candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra, do PSDB — eu gostava da idéia, mas planejava mesmo era me candidatar à reeleição. 


 
— Não, Gilberto, muito obrigado, mas não posso. Não posso de jeito nenhum.
Apertamos as mãos, trocamos sorrisos e nos despedimos de forma cortês. 

Não era a primeira vez que me faziam aquele convite. Já o tinha ouvido numa das várias audiências que tive naquele ano com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Lembro que numa delas, Dilma se fazia acompanhar de sua secretária-executiva, Erenice Guerra. 

 Tratamos de assuntos que ligavam o GDF e o governo federal. Dilma não é uma boa política, daí provavelmente sua falta de jeito em me sugerir —Por que você não vem para o PMDB? Sorri e agradeci, mas respondi que não poderia fazer parte do governo por que eu sou liberal, não tenho afinidade ideológica com a esquerda. Rimos e ela se foi.

Três meses e quinze dias depois do convite de Gilberto, precisamente em 27 de novembro de 2009, a Polícia Federal realiza uma imensa operação chamada Caixa de Pandora. Agentes cumprem mandados de busca em vários locais de Brasília. 

Desta operação, vaza um vídeo, publicado em primeira mão pelo portal iG, em que eu apareço sentado num sofá na sala do então presidente da Codeplan, Durval Barbosa, que me entrega um maço de dinheiro. 

Em seguida, vazam vários outros vídeos em que aparecem deputados distritais recebendo dinheiro do mesmo personagem. Há até o vídeo em que dois deputados fazem uma oração abraçados a este personagem. 

Os meios de comunicação disseminam a notícia de que eu, governador do DF, era chefe de uma máfia que roubava dinheiro dos cofres públicos superfaturando contratos com empresas de informática. 

E que este dinheiro pago a mais era devolvido na forma de propina, entregue a mim e aos deputados para me apoiarem. Batizam o escândalo de Mensalão do DEM. 

O Mensalão do PT acontecera bem antes, em 2005. Mas, graças ao Mensalão do DEM, o PT não recebeu nenhum ataque sobre o seu próprio mensalão na eleição presidencial de 2010. 

O Mensalão do DEM é uma mentira, nunca existiu. Foi criado para sabotar a oposição na eleição de 2010. E passo a provar isso. 

Em primeiro lugar, o vídeo em que eu apareço não é da época do meu governo.
É de 2005, mais de um ano antes de eu assumir. 


Aquela doação que me é entregue no vídeo eram fundos para a campanha de final de ano que eu fazia como deputado federal: arrecadava junto a empresas e empresários da cidade, comprava cestas de natal e distribuía aos pobres e a instituições de caridade. Durval Barbosa me disse que seria uma contribuição de uma papelaria chamada Dot Paper, que na época pertencia à esposa dele. 


Por fazer estas campanhas, eu fui investigado pela Justiça Eleitoral, que procurou saber se aquilo não seria compra de votos. No processo, de 2009, eu declaro o nome de todos os doadores desde 2004 e identifico as instituições beneficiadas. Detalhe: o Tribunal Regional Eleitoral não considerou a campanha ilegal e arquivou o processo.

 
Os vídeos dos deputados que aparecem recebendo dinheiro de Durval são todos de antes do meu governo, são de 2005 e 2006. Muitos destes vídeos foram editados, manipulados. E a acusação agora é de que eu era o chefe de um esquema de corrupção ocorrido, filmado e documentado durante o governo que não era o meu!


Ao contrário do que se diz, eu acabei com a farra nos contratos de informática. Nos dois anos anteriores ao meu mandato, o GDF gastou R$ 1 bilhão com informática, R$ 500 milhões em 2005 e 502 milhões em 2006. 

Em 2007, quando assumi, cortei todos os contratos e mantive somente aqueles que eram necessários para fazer o governo andar, como os aluguéis dos programas de computador que controlavam as matrículas escolares e a folha de pagamentos dos funcionários públicos. De R$ 500 milhões, a conta caiu para R$ 39 milhões. Nos três anos do meu governo, os gastos com informática somam R$ 252 milhões, metade do que se gastava num ano da gestão anterior, na gestão de Durval.



Como uma das primeiras medidas de governo, também extingui o Instituto Candango de Solidariedade (ICS), ONG que era usada por Durval como mecanismo financeiro para desviar recursos. 


Em resumo: o desvio de dinheiro público nos contratos de informática e pagamentos a políticos, crime ricamente documentado, existiu. Mas não no meu governo! Durval Barbosa tem contra si 40 ações judiciais por crimes de corrupção. Nenhuma delas por um ato cometido a partir de 2007. Todas elas entre 1999 e 2006.

No auge do escândalo, chegaram a dizer que eu comprei um haras no Entorno, onde criaria cavalos de raça. Fui investigado pela Polícia Federal, com apoio da Receita Federal e do Comitê de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Depois da investigação, essas instituições todas declaram que meu patrimônio é compatível com meus rendimentos. Ah, antes que esqueça: era mentira, eu nunca fui dono de um haras de cavalos de raça.


Bom, se dentro do processo está tão fartamente documentado que não houve Mensalão do DEM, como a mentira prosperou? Por que o governador foi preso?
Vou responder admitindo o meu maior erro: quando fui eleito, elegeu-se junto comigo uma bancada de 8 deputados distritais da minha coligação. 

A Câmara Legislativa tem 24 vagas. Logo, para governar, precisava compor com algumas das forças derrotadas na eleição. Compus licitamente com as bancadas do PSDB e do PMDB, o que garantia uma bancada majoritária de 18 deputados. O acordo, legal e legítimo, era o deputado indicar o administrador regional na região em que tinha sido bem votado.

Na bancada do PSDB, havia um deputado chamado Milton Barbosa, que dizia querer abrir mão da administração regional. Gostaria mesmo de manter seu irmão, Durval Barbosa, à frente da Codeplan. E dizia falar em nome de outros deputados de seu grupo. Eu repeli este acordo. Ele, então, pediu que ao menos se desse algum outro cargo de nível mais alto. Nomeei Durval Barbosa como assessor especial. Foi aí que trouxe a cobra para dentro de casa. Durval não ordenaria despesas nem geriria recursos públicos no meu governo, nunca geriu.


Durante meu mandato, recebi pressões sobretudo da Câmara Legislativa para reconduzir Durval à Codeplan. Não o fiz. Até que em julho de 2009, depois de repetidos pedidos de audiência, recebo em Águas Claras a promotora de Justiça Débora Guerner. Ela não mediu palavras: — Eu tenho um vídeo em que você recebe dinheiro do Durval. Quero R$ 2 milhões para não divulgar este vídeo. E quero proteção a Durval, que você pare de persegui-lo. 

Eu a expulsei imediatamente da residência oficial. Na mesma hora, telefonei para o procurador-geral de Justiça, Leonardo Bandarra, o chefe do Ministério Público do DF. Contei o que tinha acabado de acontecer. Ele falou com segurança: — Não se preocupe. Esta Débora é louca e nós já estamos cuidando do Durval. Não faça nada, fique quieto, para não atrapalhar nossas ações.

A nomeação de Durval, mesmo que num cargo de assessoria e sem acesso a recursos públicos, foi um erro político do qual me arrependo profundamente. Mas seguir a orientação de Bandarra e ficar calado e inerte diante da chantagem… Isso me é imperdoável até hoje. 

É mais ou menos desta época o encontro de Durval com o hoje governador Agnelo Queiroz. Eles fizeram, então, uma aliança. Durval me derrubaria se o petista levasse a história à Polícia Federal. Assim, abriria caminho para a eleição dele em 2010. Mas Durval fez mais: despachou uma assessora para fazer as articulações devidas no Palácio do Planalto. O contato dela: Gilberto Carvalho. 

O fato é que quatro meses depois estourou a operação Caixa de Pandora. Nela, Durval assina um acordo de delação premiada com o Ministério Público do DF e todo o enredo da história passa a ser escrito pela palavra dele. É Durval quem diz que eu era o chefe do esquema ocorrido na gestão anterior. 

Tempos depois, em 2010, eu já fora do governo, um procurador da República lotado no Espírito Santo chamado Ronaldo Albo abre uma investigação sobre o caso. Descobre que Débora Guerner era sócia de Durval. E que Leonardo Bandarra era sócio dos dois! Segundo o Ministério Público Federal, o trio se uniu para chantagear o governador do Distrito Federal! Eu fui interrogado pelo procurador Albo como testemunha do MP e vítima de extorsão. Há contra eles a ação penal nº 71906-36.2010.4.01.000/DF em curso na Justiça Federal.

A ação do procurador da República sugere que o esquema da informática estava muito mais intrincado na máquina pública do DF do que eu jamais poderia supor. 

Havia algo estranho naquela Caixa de Pandora e a população parecia saber disto. O escândalo estourou em novembro de 2009 e causou profundo constrangimento político. Porém, o apoio ao meu governo ainda era alto. As imagens eram repetidas à exaustão na TV, nos jornais, as rádios não falavam em outra coisa.

Veio, então, o golpe.
Durval Barbosa tratou de lançar articulações com o PT para me derrubar. 


Em 4 fevereiro de 2010, três meses depois da Caixa de Pandora, a Polícia Federal realiza um flagrante na Torteria de Lorenzo do Sudoeste e prende Antônio Bento da Silva: ele entrega uma sacola com R$ 200 mil a um cidadão chamado Edmilson Edson dos Santos, que é conhecido na cidade pelo vulgo de Sombra. 

Este Sombra diz-se jornalista, embora não o seja, mantém um blog sobre a política do DF e é amigo de Durval. Havia armado o flagrante com a PF, dizendo que Antônio Bento era um emissário meu e que eu estava tentando suborná-lo. Ele deveria depor admitindo ter editado os vídeos. Como “prova” do suborno, apresenta um bilhete manuscrito por mim. 

O Ministério Público me acusa de tentativa de coação de testemunha. E com base nesta acusação, o Superior Tribunal de Justiça determina a prisão do governador, que é feita dia 11 de fevereiro, uma quinta-feira antes do carnaval. Saí de Águas Claras para a sede da Polícia Federal e jamais voltei ao poder.

Estava consumado o golpe.
No bilhete apresentado por Sombra, não há nada que fale em suborno ou depoimento ou edição de vídeo. O bilhete foi retirado pelo deputado Geraldo Naves de uma reunião comigo em que se falou de vários assuntos. Os tópicos se referem a assuntos diversos tratados na conversa e, de fato, não faz sentido algum (a própria imprensa o noticiou como linguagem cifrada). 


O flagrante foi forjado. Sombra era da turma do Durval. E foi ele quem armou tudo. Antônio Bento era empregado de Sombra num jornal chamado O Distrital. À época, a imprensa identificava Bento como conselheiro do Metrô, pois isto o colocava como membro do governo. 

Mas conselheiros de empresas públicas participam de uma reunião por mês, não fazem parte da gestão. A ocupação principal de Bento era como empregado de Sombra. Os dois trabalhavam juntos dentro de uma sala. Mas o pagamento de propina mandada pelo governador foi entregue num local público?


Tempos depois, Antônio Bento teve sérios problemas de saúde. Pensou que ia morrer. Do hospital, escreveu uma carta para mim contando como foi armado o flagrante e pedindo desculpas.


O STJ determinou a prisão do governador na quinta-feira, 11 de fevereiro — o carnaval começaria no sábado e Brasília já estava vazia. A prisão foi decretada sem autorização da Câmara Legislativa — o que é um absurdo jurídico que, em tese, abre a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal decretar a prisão do presidente da República sem autorização do Congresso Nacional. Feito numa véspera de feriado, o julgamento ocorreu de forma célere. Ministros já estavam em seus estados. Foram buscados em jatinhos da FAB de volta a Brasília. 


Por conta de um flagrante armado, julgado às pressas e numa aberração institucional, eu, governador de Estado eleito pelo povo, fiquei preso por 62 dias. 

Na cadeia, recebi a visita do então diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. Ele era muito claro: —Arruda, entregue os nomes e você vai solto amanhã. Ele queria que eu dissesse que figurões da oposição a Lula haviam participado do tal “esquema" inventado por Durval. Eram nomes como Arthur Virgílio, Marconi Perillo, José Agripino Maia… 

Queria também que eu renunciasse ao mandato. Não renunciei. Não disse nada contra os figurões da oposição. E me mantiveram preso até não haver mais como me segurar na cadeia.


Comigo preso, o DEM, ao qual estava filiado, me expulsou do partido. E o Tribunal Regional Eleitoral cassou meu mandato por infidelidade partidária. 

O DF estava jogado na mais grave crise institucional de sua história. E o caminho estava aberto para a tomada do poder pelo PT de Agnelo Queiroz.



VALE A PENA EXPLICAR


1) A oração da propina

O vídeo da oração da propina, que mostra Durval Barbosa e os deputados distritais Leonardo Prudente e Júnior Brunelli orando ao Senhor — ou seja, levando o nome de Deus em vão — é de 2007, já durante meu governo, portanto. Diz respeito à insatisfação dos três contra alguém que os prejudicava.

As palavras proferidas por Brunelli, que é pastor evangélico, agradecem a Deus pela existência de Durval e rogam para que o Senhor "tire esses homens do nosso caminho", que mostre o poder como mostrou ao rei Nabucodonosor, a quem, diz o deputado, Deus fez comer capim pela pouca fé. Ao fim do filme, Prudente fala a Durval: — Que paulada, hein?! E sorriem juntos. 

Este a quem os três rogam os castigos sou eu! A oração da propina é contra mim, é uma prece ao Senhor para que me tire do caminho deles. Isso se provou depois, pela ação penal contra Durval, Bandarra e Débora Guerner, proposta pelo procurador Ronaldo Albo.



2) O caso de 21 de outubro de 2009

Já tendo assinado o termo de delação premiada com Durval, o Ministério Público sabia que todos os vídeos que ele tinha eram de 2005 e 2006. Logo, era impossível comprovar a história que ele contava: que eu era o chefe de um esquema na área de informática da Codeplan durante a gestão anterior. Além disso, todos os vídeos haviam sido editados e filmados sem autorização judicial. Ou seja, eles precisavam de uma prova válida.

Por isso, o Ministério Público pediu, o Superior Tribunal de Justiça autorizou e a Polícia Federal planejou a operação do dia 21 de outubro de 2009: Durval vai a uma reunião na residência oficial de Águas Claras com uma câmera de vídeo da PF escondida no corpo. 

Acontece aí uma coisa estranhíssima. Durval filma os agentes da PF instalando a câmera, filma o percurso do carro dele da PF até Águas Claras, filma a entrada dele na residência e filma até uma conversa dele com o então chefe da Casa Civil, a quem encontra na entrada (aliás, nessa conversa fica claro que Durval há tempos não via ninguém da cúpula do governo). Só que, misteriosamente, a câmera da PF pifa, dá prego, para de filmar. E Durval passa a, em vez de filmar com o equipamento da PF, usar um gravador de áudio dele mesmo, que, veja só que coincidência, havia levado junto. 

É deste gravador clandestino que é reproduzida a conversa dele comigo e com outros integrantes do governo. Falávamos sobre cargos ocupados por pessoas indicadas pelos deputados e sobre o planejamento da campanha eleitoral do ano seguinte. Eu digo com todas as letras que a única decisão que tinha tomado era a de contratar Duda Mendonça como marqueteiro. E falamos também sobre valores das campanhas de deputados que participariam das coligações na chapa. 

Os diálogos são todos manipulados, com palavras e expressões cortadas e tiradas de contexto, afinal, Durval sabia que estava gravando e precisava conduzir a conversa para algo parecido com as mentiras que tinha contado ao Ministério Público. 

Mais grave que isso, 20 minutos de conversas foram recortados do áudio captado pelo gravador clandestino. Eu já pedi para o material ser periciado, mas até agora nem mesmo o tal gravador apareceu…


Naquele dia, eu seguia a orientação do Leonardo Bandarra de ficar quieto, de não soar o alarme de que sabia do vídeo e da extorsão que já estava em curso. Infelizmente, eu ainda não sabia que Bandarra era parceiro de Durval, como está dito pelo Ministério Público Federal.

3) O vídeo de Jaqueline Roriz

O caso do vídeo em que a hoje deputada federal Jaqueline Roriz aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa surgiu em março de 2011, muito depois de estourado o escândalo e da própria operação Caixa de Pandora.

O delator disse que o achou em casa, que estava perdido. E o entrega ao Ministério Público. Embora o vídeo entregue à posteriori tenha intenção clara de prejudicar a deputada, a acusação precisava guardar coerência com o resto da história. 


O que se formaliza em depoimento por Durval e que recebe o aval do Ministério Público é o seguinte: em 2006, data do vídeo, a meu comando, Durval entrega dinheiro a Jaqueline Roriz para que ela traia o próprio pai, o então governador licenciado e candidato ao Senado, Joaquim Roriz, e sua candidata ao governo, a então governadora Maria de Lourdes Abadia, para me apoiar na eleição daquele ano. 


A acusação por si só já carece de lógica. Mas Jaqueline não me apoiou. Apoiou Abadia, assim como seu pai, o que desfaz a materialidade do crime imputado a mim por Durval, numa das mentiras mais absurdas desta história toda. 


Se você chegou até aqui, se leu todo este texto, eu só tenho a agradecer. Sei que é longo, mas tudo que foi dito aqui precisava ser dito. Levei os últimos anos coletando cuidadosamente todas essas provas que apresento aqui, provas capazes de revelar a verdade por trás dos acontecimentos, de comprovar o GOLPE de que fui vítima e mostrar quem foram os beneficiários. 

Antes de tê-las reunido não tinha como falar com vocês por mais que tenha desejado fazê-lo a cada segundo desses últimos anos. Por fim queria dizer que a intenção deste blog não é conquistar seu voto, é resgatar minha dignidade, minha imagem. É fazer com que eu possa caminhar de cabeça erguida pelo DF pelo qual sempre trabalhei. Obrigado.


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