quinta-feira, 3 de abril de 2014

O que fizeram com a democracia?

  Mídia  Sem Mascara

Uma análise do discurso político atual, comparando-o com o de 50 anos atrás, traz-nos surpresas interessantes. Dentre elas chama atenção a valorização da palavra “democracia” no discurso atual. 

50 anos atrás, a democracia como a entendemos era atacada pela esquerda como “democracia burguesa”, contraposta a uma “democracia proletária”, ironicamente presente no nome de muitos países comunistas. 

A República Democrática Alemã era a Alemanha comunista, enquanto a capitalista era República Federal da Alemanha, por exemplo. 

O Estado de direito não era valorizado no discurso público; o próprio Jango dizia, sem pejo, que as reformas socializantes que propunha seriam feitas “na lei ou na marra”.


Ao longo dos governos militares – que se percebiam, aliás, como democráticos, por contarem com parlamento (enquanto não estava fechado) e Judiciário independentes –, contudo, a oposição consentida fez seu o termo “democracia”, em contraposição a “ditadura”.


Hoje, a julgar pelo discurso e só pelo discurso, a democracia seria considerada um dos valores básicos do país. Mas o que é realmente democracia? 

Examinando-se a prática, não apenas o discurso, de nossos governantes atuais (os mesmos que desprezavam a “democracia burguesa” 50 anos atrás), vemos que, se o sentido do termo não é mais exatamente o que se lhe era dado pelas “democracias proletárias” genocidas do século passado, tampouco corresponde ele a uma busca prática de respeitar a vontade popular.


Ao contrário: é considerado “democrático” que o Estado possa ter acesso a dados pessoais dos cidadãos (como os dados de navegação de internet, segundo o Marco Civil), sem necessidade de autorização judicial. É considerado “democrático” tentar calar a oposição, a ponto de ameaçar cortar verbas de uma rede de tevê para que demita ou afaste comentaristas de oposição. 

É considerado “democrático” distribuir cargos e verbas como se não houvesse amanhã para comprar os votos de partidos inteiros. É ainda igualmente “democrático” aprovar leis abertamente contrárias à vontade popular, à moral e aos bons costumes, seja como ativismo de um Judiciário aparelhado, seja como “normas técnicas” e outros eufemismos.


E, finalmente, é “democrático” aparelhar completamente, até a medula, o Estado, de forma tal que, ainda que surja um candidato de oposição e arranque a Presidência da República das garras do PT, a máquina do Estado continuará por muito tempo trabalhando em prol deste partido.

“Democracia” tornou-se uma palavra mágica, sem sentido próprio. Será que isso é “democrático”?


Publicado no jornal Gazeta do Povo.

Carlos Ramalhete é professor.


Ideologia e anticristianismo nas escolas: pais católicos reagem


Blog Mídia Sem Mascara


Doutrinação ideológica escolar, anti-catolicismo ou anti-cristianismo, educação sexual, pluralismo religioso, vacinação HPV e em breve, ideologia de gênero, são temas que estão se tornando comuns nas escolas brasileiras, entre as quais as próprias escolas católicas. 

Percebendo tais inovações metodológicas e curriculares, vários pais em Belém estão se unindo com a finalidade de resgatar a fé cristã católica nas escolas católicas: São os "Pais Católicos."

Em uma de suas deliberações, estes pais decidiram denunciar ao Arcebispo de Belém todas as deturpações e relativismos com que têm visto seus filhos serem atacados, e redigiram um documento que transcrevo abaixo, para que todos os pais cristãos e católicos do Brasil façam o mesmo.

Por favor, quem criar este grupo em sua cidade, entre em contato comigo ( klauber.pires@gmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ), para que possamos trocar experiências e suporte.

*****

À V. Rev.mª Dom Alberto Taveira Corrêa,
Arcebispo de Belém,


CARTA DOS PAIS CATÓLICOS

Somos um grupo de pais católicos devotados à educação integral de nossos filhos e das crianças e jovens em geral à luz da doutrina e dos ensinamentos da Igreja.

Nos últimos anos, temos nos deparado com algumas inovações metodológicas e curriculares que têm sido apresentadas e ensinadas nas escolas católicas em que nossos filhos estudam e que têm nos preocupado severamente.

Entre tais mudanças, temos percebido um progressivo relativismo da fé católica, em várias disciplinas como ciências, história, geografia e filosofia, que têm se pautado por intensa doutrinação ideológica de corte marxista, com a finalidade muito evidente de influenciar os jovens para que se transformem em futuros militantes. 

Nos cursos de história, os santos padres que se empenharam na missão de levar a Palavra de Deus aos mais inóspitos rincões, muitas vezes com sério risco de morte, são retratados sob a ótica da teoria marxista da “estrutura e superestrutura” e da luta de classes, no afã de prepararem os índios para a invasão pelo homem branco e para serem tornados escravos.  

Nas aulas de ciências Galileu Galilei é representado como um herói da ciência contra as trevas da Igreja Católica. Quanto a este fato em particular, fortemente impregnado no imaginário escolar, recomendamos a lição brilhante do Professor da Thomas Woods Jr, que em seu livro intitulado “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental”, revela que a teoria de Galileu Galilei era derivada da teoria de Copérnico, tendo sido na época acolhida como uma teoria, por faltas de provas mais convincentes.

Na disciplina intitulada “Ensino religioso”, que mais propriamente se encaixa como uma “sociologia das religiões”, o Cristianismo, quando não é substituído totalmente por aulas sobre islamismo, hinduísmo, budismo, umbanda, candomblé e ainda outras, é retratado como uma variante cultural humana, isto é, por uma opção a mais entre todas as outras, que passam a equivaler-se entre si. Sob tal abordagem, Jesus Cristo deixa de ser o Deus encarnado para ser apresentado como um mero “líder religioso”, e os milagres são desacreditados com supostas explicações alegadamente científicas ou antropológicas.   

As aulas de educação sexual têm sido ministradas sob forte incentivo do atual governo em promover a sexualidade precoce, o sexismo divorciado de amor e compromisso, o homossexualismo e a promiscuidade. Uma mãe nos relatou que meninos e meninas de apenas dez anos assistiram recentemente a um vídeo apresentando nada menos que um parto natural!  Crianças em tenra idade, as mais das vezes com menos de treze anos, são ensinadas em aulas práticas a vestirem bananas com preservativos. 

Tal atividade de classe vai em rumo de colisão contra nossas convicções morais e religiosas de valorização da abstinência sexual até o casamento, da fidelidade conjugal e contra o uso de preservativos, que oportunamente, salientamos ser sabido hoje que possui um índice de falibilidade altíssimo, de cerca de 30%, seja porque não protege contra as partes não cobertas ou porque os vírus – entre os quais o HPV – possuem um tamanho aproximadamente 10.000 vezes menor que os  microporos do látex. 

Com o relaxamento da fé católica, as escolas católicas têm sido se tornado docilmente receptivas à campanha da vacinação contra o vírus HPV, uma Doença Sexualmente Transmissível - DST. Em recente palestra promovida pela Sesma – Secretaria Municipal de Saúde no Colégio Nazaré, um dos slides referia-se a meninas de 9 e 10 a 12 anos como “adolescentes”, um termo que observamos ter sido usado deliberadamente com a finalidade de desarmar as prevenções dos pais.

Ainda com relação à campanha contra o vírus HPV, temos evidências bastante contundentes de que o contágio não se produz com os carinhos típicos dos jovens em idade de paqueras, isto é por beijos e abraços, sendo desconhecidos os casos de transmissão por este meio, assim como temos descoberto testemunhos de médicos que afirmam ser esta vacina de eficácia duvidosa e potencialmente arriscada, com relatos de  até paralisia e morte! 

Com relação a este fato, a empresa Glaxo-Smith-Klyne foi multada em 3 bilhões de dólares nos EUA, por produzir informações sobre suas vacinas e remédios com o objetivo de conseguir contratos bilionários de vacinações e vendas de remédios para diferentes governos. 

Todavia, o que nos salta aos olhos foi descobrir que há relatos de vacinações em massa praticadas por outros países nas quais foram encontrados agentes abortivos e esterilizantes, estando uma organização internacional voltada para a prática de abortos e esterilizações por meio de vacinas – a PlannedParenthood – envolvida, e que o Laboratório Merck doou recentemente dinheiro para esta instituição. 

Ora, não é no mínimo muito suspeito que um fabricante de remédios e vacinas faça doações vultosas para uma entidade aborteira e que adota como estratégia de esterilização as vacinações em massa?

Querido Dom Alberto Taveira, as ameaças contra a família católica não acabam por aí! Nesta próxima quarta-feira, será votado o Plano Nacional de Educação, que incluirá a “ideologia de Gênero”, pela qual os professores das redes públicas e privadas passarão a promover o combate às diferenciações naturais entre meninos e meninas, acusando-as como fruto de preconceitos machistas. Segundo o Professor Hermes Rodrigues Nery:

A revolução em curso, de premissas anarcofeministas, posta em movimento pelas mulheres empoderadas por Dilma Rousseff em seu governo, principalmente na Secretaria de Políticas para as Mulheres, sabe que precisa instrumentalizar toda a rede de ensino para seus fins de perversão, fazendo dos professores escravos de uma ideologia, obrigados a ensinar e doutrinar as crianças, desde a mais tenra idade, de que a identidade sexual não pode estar condicionada a um determinismo biológico, pois que seria uma construção sócio-cultural, e não pode haver diferenças também nesta dimensão relacional, pois – para elas – as diferenças acentuam lógicas de dominação e poder.

Os professores serão obrigados a concordar com uma ideologia eivada de equívocos, e de efeitos sociais danosos, mas terão de repetir a cartilha igualitária do MEC se quiserem sobreviver. E as escolas particulares que questionarem o conteúdo ideológico imposto, sofrerão sanções. A forma de fechar o cerco e acuar todos na redoma será criar e consolidar o Sistema Único de Educação, para garantir a uniformização do pensamento na rede de ensino. Não se admitirá quem destoe do discurso oficial. E o governo do PT continuará dizendo que tudo isso é democracia.

Do exposto, viemos nos apresentar para a defesa da Tradição Católica, mormente nas escolas católicas, conforme o magistério da Igreja, evidenciando nossa intenção de responder concretamente a tais posicionamentos anticatólicos, buscando apoio e orientações da Igreja, que é Mãe e Mestra;

Para tal mister, faz-se necessário conhecer qual a influência que a Igreja Local teria sobre a autonomia das escolas católicas particulares, bem como há alguma movimentação da Arquidiocese neste sentido, como por exemplo, se há algum padre designado para tratar o assunto, senão o que oferecemos tal medida como sugestão. Também gostaríamos de sugerir semanas e jornadas católicas e em defesa da família, nas igrejas e escolas católicas.

Querido Arcebispo! Devido ao que tão resumidamente expusemos aqui, alguns pais do nosso grupo vêm solicitando a dispensa de seus filhos das aulas de ensino religioso, e isto nos causa uma tristeza tão pungente que um dos pais relembrou que em sua época de estudante, eram os judeus e protestantes a sair da sala de aula de ensino religioso, em respeito às suas respectivas convicções religiosas por parte das instituições de ensino católicas, enquanto que agora são seus filhos - católicos (!) – que saem das aulas de religião em um colégio – católico(!)

Em anexo, encaminhamos os seguintes documentos

1 – Requerimento de dispensa das aulas de ensino religioso;
2 – Carta à diretora do Colégio Nazaré;
3 – Artigo: O que você precisa saber sobre a vacina contra o vírus HPV e o governo omite
4- Artigo: Votação do PNE será em 2 de abril (de 2014), quarta-feira.
5- Livro: Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental, acompanhado de DVD com os respectivos capítulos gravados.

Respeitosamente, pedimos vossa bênção e rogamos avaliar as nossas preocupações.

Belém, 31 de março de 2014.

(Assinam os pais)

Se os comunistas tivessem vencido em 64...


Se os comunistas tivessem vencido em 64, Marighella e Lamarca seriam considerados heróis nacionais. Escolas, ruas e viadutos estariam recebendo seus nomes. Os livros de história e os cursos universitários apresentariam Che, Fidel e Mao como grandes defensores da liberdade.

Invasões e desapropriações de fazendas produtivas aconteceriam com frequência. O BNDES e a Caixa financiariam manifestações do MST. Quase 50 milhões de pessoas dependeriam de mesada estatal para sobreviver.
Antigos companheiros de viagem da esquerda seriam hoje considerados inimigos do povo. Os oligarcas tornar-se-iam amigos do governo desde criancinhas.

Se os comunistas tivessem vencido em 64, correríamos o risco de ser governados por ex-informantes da ditadura ou ex-terroristas. A história do País seria reescrita apenas por um lado. Todos os crimes desse lado seriam esquecidos e apagados para sempre. Seria criada uma Comissão da Verdade para humilhar e punir os reacionários.

Era até capaz de o governo fazer um mensalão! Talvez o Judiciário viesse a sofrer ataques maciços quando alguma de suas decisões desagradasse o partido dominante. Grande parte da imprensa estaria mergulhada na autocensura. Vozes críticas seriam atacadas por militantes raivosos.

A gente nunca sabe do que os comunistas seriam capazes se tivessem vencido em 64. A maior parte dos governos da América Latina, a esta altura, poderia estar sob o controle de uma instituição chamada Foro de São Paulo.

Os crucifixos seriam banidos das repartições públicas. Grupos de pressão fariam esforços descomunais para a liberação do aborto e da maconha, mesmo contra a vontade da maioria da população. A Petrobras perderia 30% do seu valor de mercado e despencaria da 12ª para a 120ª posição entre as maiores empresas do mundo. 

A atividade empresarial seria criminalizada através de um mar de impostos e burocracia. E Paulo Freire seria considerado o Patrono da Educação Brasileira.
Nossa! Ainda bem que os comunistas não venceram em 64, né?

Paulo Briguet, jornalista, edita o blog Com o Perdão da Palavra.

Quem vai disputar eleição tem de sair do governo


RENATO RIELLA

Autoridade federal ou local que pretende disputar eleição em 5 de outubro precisa deixar o cargo até o próximo dia 5, seis meses antes da votação. Isso se chama de desincompatibilização. 

É o que prevê a Lei de Inelegibilidades. Mas a exigência não vale para deputados e senadores, que permanecem nos cargos para os quais foram eleitos, mantendo seus gabinetes em funcionamento como se fossem comitês eleitorais.

E, pior ainda, a lei não vale para presidente da República e para governadores, que podem disputar esses mesmos cargos mantendo-se no poder e usando de forma dissimulada todos os meios disponíveis.

Se um presidente ou um governador quiser disputar outro cargo (de senador, por exemplo), nesse caso terá de se desincompatibilizar, afastando-se da função que ocupa.

No Governo do DF, mais de dez autoridades, entre secretários e dirigentes de órgãos, vão abrir vagas para outros políticos ou técnicos que não pretendem ser candidatos em outubro.

Na prática, só teremos certeza sobre quem vai sair do governo na próxima semana. É comum um nome ser muito falado durante meses e, na hora exata, esta autoridade desistir, permanecendo no governo.

A partir de 5 de abril o quadro eleitoral começa a ser melhor observado. Saberemos quem vai se arriscar nas urnas, mas ainda sem certeza de qual cargo será disputado.

No plano federal, a grande dúvida era se o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, que deixaria o cargo visando alguma candidatura. Nas últimas semanas, ele declarou que não entra na política agora.

Assim, embora demonstre revolta com mudanças de rumo em julgamentos do STF, a tendência é que Joaquim Barbosa fique na presidente do Judiciário até novembro. 

CONHEÇA OUTRAS REGRAS EM VIGOR


Outras regras eleitorais para a administração pública já estão valendo. O governo está proibido de distribuir bens, valores e benefícios, exceto em casos de calamidade pública e de programas sociais previstos em lei. 


A partir de amanhã (4), é proibido aumentar salários de servidores públicos, bem como repor perdas causadas pela inflação.

Em maio, começam a valer os prazos para os eleitores: 7 de maio é o último dia para pedir transferência do título de eleitor para outra cidade, para alterar o endereço no cadastro eleitoral e para pessoas com deficiência pedirem acesso a seções especiais de votação.

As convenções partidárias para escolha dos candidatos e definição das coligações estarão autorizadas de 10 a 30 de junho. Os partidos terão de definir seus representantes para concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, senador e respectivos suplentes e deputados federal, estadual e distrital.

A propaganda eleitoral, nas ruas e na internet, será liberada no dia 6 de julho e a campanha, no rádio e na televisão, começará no dia 19 de agosto.

Copa em São Paulo? Vai ter. Água, ninguém sabe

RENATO RIELLA

Em pleno ano eleitoral, o Brasil viverá situação dramática, com a perspectiva de racionamento de água em grandes cidades. Imaginem isso num país que sempre se destacou entre todas as nações por ter água em abundândia.

O problema afetará mais quem mora em São Paulo, cidade que já está enfrentando um problema grave com o abastecimento de água. 

E certamente vai abalar o governador Geraldo Alckmin, do PSDB candidato favorito à releição. 

Estão sendo atingidas 8,1 milhões de pessoas que vivem na zona Norte, no Centro e em alguns bairros das zonas Leste e Oeste de São Paulo. Imaginem uma crise desse porte na principal cidade da América Latina!.

O problema atinge também as cidades próximas, como Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, além de regiões de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André.

Todos esses centros dependem diretamente dos rios e das represas do sistema Cantareira para beber água, tomar banho e lavar louça, além do uso industrial e comercial, etc.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sabendo que vai faltar mesmo água no sistema Cantareira, tenta solução alternativa, para buscar o líquido na Bacia do Rio Paraíba do Sul, que atende ao Estado do Rio de Janeiro.

É um problema tão grave, que já preocupa muito a presidente Dilma Rousseff. Uma crise desse porte em São Paulo também gera responsabilidade para seu governo.

Relatório finalizado em março pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra que a Bacia do Rio Paraíba do Sul também atravessa uma crise de estiagem que pode deixá-la com apenas 1,8% da capacidade já em novembro. 

O nível seria o mais baixo da história dos reservatórios que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do Estado do Rio.

SISTEMA CANTAREIRA ESTÁ SECANDO

Leandro Beguoci, do site Gizmodo, divulgou ampla reportagem no UOL, mostrando que o sistema Cantareira está mesmo secando. “A questão não é mais se vai faltar água. A questão é quando vamos entrar em racionamento”, afirma ele. 

No final de março, o Cantareira estava com apenas 13.4% da sua capacidade – o menor nível já registrado na história. Dia após dia, bate recordes negativos de armazenamento. 

“Fotos dos reservatórios secos são de cortar o coração. O chão todo quebrado, árvores retorcidas e mato, muito mato, tomaram o lugar dos enormes depósitos de água que compunham a paisagem das represas. 

Mas, afinal, como chegamos a esse ponto? A gente foi pesquisar e acabou-se descobrindo que algumas respostas já estavam diante dos nossos olhos há algum tempo”, explica Leandro.

As rápidas mudanças pelas quais os municípios do sistema Cantareira passaram, entre 1991 e 2013, ajudam a explicar a crise do abastecimento de água na maior cidade do Brasil. E a Sabesp, a empresa controlada pelo governo do Estado de São Paulo, responsável por saneamento e abastecimento de água, já sabia disso.

No 7º Simpósio de Qualidade Ambiental, feito em 2010, o químico Adilson Nunes Fernandes, da Sabesp, já havia exposto o problema de forma cristalina. Na sua apresentação, Fernandes disse que um dos maiores riscos ao abastecimento de água em São Paulo foi o avanço urbano sobre as áreas de mananciais. 

Entre 1991 e 2013, a população somada dos oito municípios que cercam São Paulo e que dependem de Cantareira, saltou de 320 mil para 550 mil pessoas. É um impressionante crescimento de 71,68%. Para se ter uma ideia do tamanho disso, a população do Estado de São Paulo cresceu 38,22% no mesmo período.

E o que atraiu tanta gente? Segundo Leandro Beguoci, as pessoas foram atraídas por duas coisas. Uma delas foi o preço baixo da terra e dos imóveis. O segundo ponto é a economia, pois as cidades se desenvolveram muito nos últimos anos.

Leandro explica mais a situação: “Não foi um crescimento provocado só pelas pessoas mais pobres. No entorno da represa de Mairiporã, por exemplo, foram construídos clubes e casas nas quais só se chega de balsa ou de barco. 

O mesmo fenômeno aconteceu em Piracaia e nas outras cidades que têm grandes reservatórios no sistema Cantareira. Várias casas de veraneio, enormes, luxuosas, foram erguidas ao lado ou coladas às represas. 

Em Caieiras, condomínios de alto padrão foram construídos no trecho da serra da Cantareira que passa pela cidade, onde estão várias nascentes”.

SITUAÇÃO PODE PIORAR MAIS AINDA

A situação dos mananciais da região metropolitana de São Paulo apresenta-se complexa e com tendências a deterioração, se os esgotos não forem tratados e a ocupação do solo nas bacias hidrográficas continuar de forma a degradar a cobertura vegetal.

Esse crescimento todo, portanto, veio sem planejamento e com muitas consequências. Rios foram assoreados. Córregos foram canalizados. Os pequenos trechos que compõem o sistema Cantareira vêm sendo destruídos. 

 (Exatamente o que a SEDHAB do Magela está fazendo no DF)
 
Porém, o impacto não foi só nas menores pontas do sistema. Os grandes trechos também estão em risco. Apenas três cidades do sistema Cantareira têm tratamento de esgoto.

O resto cai nos rios e córregos fedorentos que cortam alguns dos bairros populosos dessas cidades e acabam, no final das contas, caindo nas represas, sujando as águas e depositando dejetos e detritos nos canos e tubos do Cantareira. 

A falta de planejamento e de cumprimento da lei é tão marcante que, aos poucos, as cidades que compõem o maior sistema de abastecimento de água do Estado de São Paulo começam a passar por um problema bizarro: falta de água para elas mesmas. 


O QUE FAZER NESSA EMERGÊNCIA


Leandro Beguoci mostra coisas práticas que precisam ser feitas desde já na Região Metropolitana de São Paulo:

• Façam campanhas de racionamento de água.

• Não acreditem nos céticos do aquecimento global e se previnam, por favor.


• Tirem logo essas obras do papel.


• Cuidem dos mananciais como se eles fossem o jardim das vossas casas.

Nos EUA, casal é preso por manter criança desnutrida trancada dentro de armário


 

 

Do UOL, em São Paulo
 
 


Médicos do Hospital Infantil do Texas examinam criança desnutrida encontrada por policiais trancada dentro de um armário em uma casa no Texas (EUA)


Médicos do Hospital Infantil do Texas examinam criança desnutrida encontrada por policiais trancada dentro de um armário em uma casa no Texas (EUA)


Um casal que mantinha o próprio filho, uma criança de cinco anos, trancado dentro de um pequeno armário embaixo de uma escada em uma casa no Texas foi preso pela polícia americana. O caso aconteceu na última sexta-feira (28), mas a história só foi contada nesta quinta-feira (3) pelo jornal britânico "The Independent".

A criança foi encontrada presa dentro do cômodo, vestindo apenas uma fralda, desnutrida, com ossos aparentes e feridas pelo corpo, após denúncia de vizinhos de que haveria uma briga no local.


Quando os policiais entraram na casa, o meio-irmão acusava o padrasto do garoto, Bradley Bleimeyer, 24, e mãe, Tammi Bleimeyer , 33, --que não estava na residência--, de maus-tratos contra a criança. O garoto foi levado para o Hospital Infantil do Texas e permanece internado. Ele ficará sob custódia do Estado.

"Ele está severamente desnutrido: ossos salientes, inchaços, hematomas; a pele das costas está saindo. É uma situação horrível, horrível", disse um oficial em entrevista à rede de TV "Khou-TV".


A mãe da criança pagou fiança de US$ 2 mil e foi solta. O padrasto já tinha acusação por roubo e continua detido.
 


Bacia do Rio Paraíba pode secar em 8 meses





Em São Paulo


Cavalo descansa em local que costuma ser banhado pelo rio Paraíba do Sul, que enfrenta seca no Rio de Janeiro

Cavalo descansa em local que costuma ser banhado pelo rio Paraíba do Sul, que enfrenta seca no Rio de Janeiro


Relatório finalizado em março pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra que a Bacia do Rio Paraíba do Sul, de onde o governo de São Paulo pretende transpor água para o Sistema Cantareira, também atravessa uma crise de estiagem que pode deixá-la com apenas 1,8% da capacidade já em novembro. O nível seria o mais baixo da história dos reservatórios que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do Estado do Rio.


O cenário é resultado de uma simulação feita pelo ONS com base na pior seca já registrada na região, em 1955, e na vazão de 190 mil litros por segundo que podem ser bombeados hoje na usina elevatória de Santa Cecília, em Barra do Piraí, para a geração de energia pela Light e para o abastecimento do Rio. Desta forma, a bacia entraria em colapso em oito meses, segundo o relatório de condições hidrológicas e de armazenamento ao qual o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso.

"Por sua posição estratégica para a segurança do abastecimento da Região Metropolitana do Rio, a Bacia do Rio Paraíba do Sul merece uma especial atenção no que tange à gestão de recursos hídricos", aponta o ONS, órgão responsável pelo controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica do País. Mesmo com a redução das vazões, que poderia afetar o abastecimento no Rio, as simulações mostram cenários alarmantes, com o volume dos reservatórios entre 6,6% e 13,7% em novembro.

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Falta de chuvas afeta abastecimento de água em São Paulo

 

 

O nível da água é muito baixo na represa de Joanópolis (SP), nesta segunda- feira (10). Após apresentar uma pequena recuperação durante o final de semana, o volume de água dos reservatórios do Sistema Cantareira voltou a registrar queda Leia mais Luis Moura/Estadão Conteúdo
Segundo o documento, as quatro represas que formam a Bacia do Paraíba do Sul estavam com 40,7% da capacidade no fim de março, um dos mais baixos dos últimos anos. O recorde negativo foi registrado em novembro de 2003, quando os reservatórios tinham apenas 14,2% da capacidade. 


Um dos reservatórios da bacia é o Jaguari, em Igaratá, no Vale do Paraíba. É dele que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer transpor água para o Cantareira.


Nesta quarta-feira (2), o nível do principal manancial paulista, que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas, caiu novamente, atingindo 13,3% da capacidade, o mais baixo já registrado. 


Segundo estimativa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), revelada pelo Estado, o volume útil do Cantareira pode se esgotar já no dia 21 de junho. A partir daí, a empresa terá de captar água do chamado "volume morto", reserva que fica abaixo do nível das comportas, para evitar o racionamento de água generalizado.






São Paulo vive maior crise hídrica dos últimos tempos

 

 

Entre 2009 e 2013, São Paulo viveu a situação contrária, com chuvas até 30% acima da média. Atualmente, o nível do Sistema Cantareira chegou a 14,6%


Leia mais Reuters

A FIFA já se prepara para pagar o que falta em Itaquera. Blatter culpa 'inatividade dos brasileiros' pelos atrasos da Copa




Juca Kfouri


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Nos bastidores da Fifa já se articula o pagamento dos 50 a 60 milhões de reais necessários para as obras temporárias no estádio que abrirá a Copa do Mundo, o do Corinthians, em Itaquera.


Convencida de que o clube não terá como arcar mesmo diante da palavra de Andrés Sanches, ouvida como apenas para se livrar de Jêróme Valcke, a Fifa, certa de que está diante de um ponto de não retorno, sabe que o evento é seu e que terá de se movimentar.

A caça às bruxas é dramática.

Debilitado fisicamente e obeso, fruto de intenso stress, o chefe do COL, Ricardo Trade, agora acusa o super consultor da Fifa, o americano Jim Brown, contratado a peso de ouro ainda por Ricardo Teixeira, de ser o responsável pelo descalabro, rompendo uma relação que era de parceria.

A Fifa já nem mais faz questão de esconder que está sendo vítima da facada final, ou seja, ou abre os bolsos ou se expõe a um retumbante fracasso em seu maior evento.

Como lidará com isso depois, aí incluídos os compromissos não cumpridos nas áreas de energia e telecomunicações, serão outros 500, provavelmente nos tribunais.

O mínimo que se pode dizer é que não foi por falta de avisos.


Blatter culpa 'inatividade dos brasileiros' pelos atrasos da Copa


SAN JOSE, 03 Abr 2014 (AFP) - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez novamente duras críticas aos atrasos nas obras dos estádios que receberão partidas da próxima Copa do Mundo, afirmando que os problemas foram causados pela "inatividade dos brasileiros".

"No que diz respeito ao Brasil, temos atrasos neste momento, mas esses atrasos são causados pela inatividade dos brasileiros durante anos, a partir do momento em que receberam a organização deste Mundial, temos de ressaltar isso", declarou o dirigente, em entrevista coletiva realizada na Costa Rica, onde está acompanhando o Mundial Sub-17.

Mesmo adotando esse tom crítico, Blatter se mostrou confiante em que "o Brasil terá uma Copa extraordinária, porque é o país onde se jogou e onde se joga ainda hoje o melhor futebol do mundo".

"Agora estamos no caminho certo para concluir todos os estádios, não é a primeira vez que teremos que fazer algo em um estádio nos últimos dias antes da competição", lembrou o suíço, citando o exemplo do estádio Olímpico de Roma, que teve seus acabamentos finalizados na véspera do Mundial de 1990, na Itália.

Cabral renuncia, e Pezão é convocado para assumir cargo de governador do RJ



Da Agência Brasil, no Rio

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Paulo Melo (PMDB),  recebeu nesta quinta-feira (3) a carta-renúncia  do governador Sérgio Cabral Filho e a levou ao conhecimento dos deputados durante sessão plenária esta tarde.


Na carta, em poucas palavras,  Cabral declarou sua renúncia ao cargo para o qual foi reeleito  e tomou posse no dia 1º de janeiro de 2011.


Ele fundamentou a decisão no Inciso 6 do Artigo 99 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro e no disposto no Parágrafo 6 do Artigo 14 da Constituição Federal.


Em seguida, Melo declarou vago o cargo de governador fluminense, convocando o vice-governador, Luiz Fernando de Souza Pezão, para prestar juramento e  tomar posse em substituição a Cabral.

A solenidade extraordinária de posse ocorrerá na sexta-feira (4), às 9 h, na Alerj.  Pezão exercerá o cargo de governador até o dia 31 de dezembro deste ano.


Será??Após 27 anos, Japão abandona caça da baleia na Antártida



De Tóquio

A Agência de Pesca japonesa anunciou nesta quinta-feira (2) que não realizará sua próxima campanha de caça da baleia na Antártida, algo inédito em 27 anos, atendendo a determinação da CIJ (Corte Internacional de Justiça).

"Decidimos cancelar nossa campanha de pesquisa sobre as baleias na Antártida no ano fiscal que se inicia em abril diante da recente decisão da Justiça", mas a caça de baleias prosseguirá em outras partes, em particular no norte do Pacífico, explicou à AFP um responsável da agência.

Na segunda-feira (31), a CIJ, com sede em Haia, determinou que o programa científico japonês na Antártica esconde uma atividade comercial.

"A concepção do programa tem relação com considerações financeiras, mais do que critérios puramente científicos", declarou o juiz Peter Tomka durante uma audiência no Palácio da Paz de Haia.

"O Japão deve revogar todas as permissões, autorizações e licenças concedidas dentro do Jarpa II e abster-se de conceder qualquer nova permissão dentro deste programa", ordenou o juiz.

O governo australiano recorreu à CIJ em 2010, alegando que o Japão praticava a caça da baleia com objetivos comerciais, sob o pretexto de um programa de pesquisa científica.

De acordo com o governo australiano, o Japão capturou mais de 10 mil exemplares entre 1987 e 2009.


Fotógrafo lança livro com imagens de baleias ao longo de 30 anos

Em 2001, Flip Nicklin tornou-se um dos fundadores do Whale Trust, fundo que financia pesquisas e programas de educação sobre os cetáceos. Metade do valor do livro "Among Giants", que custa US$ 42 (R$ 68), é destinada à organização 
Charles "Flip" Nicklin/BBC Brasil

Bairro ilhado no Acre teme virar parte da Bolívia





  • Erosão pode fazer com que parte de Brasileia perca a ligação terrestre com o resto do município Erosão pode fazer com que parte de Brasileia perca a ligação terrestre com o resto do município
Com suas fronteiras definidas há mais de um século, o Brasil pode em breve perder parte de suas terras para a Bolívia - ou, pelo menos, é o que temem os moradores de uma cidade brasileira na fronteira com o país vizinho. A acelerada erosão nas margens do rio Acre, na divisa entre as duas nações, está perto de fazer com que parte da cidade de Brasileia, no Acre, perca a ligação terrestre com o resto do município, tornando-se uma ilha cercada pela Bolívia.

O país jamais manifestou interesse pelos bairros de Brasileia que podem ficar ilhados, mas isso parece não tranquilizar alguns moradores inquietos. "Vamos ter que virar tudo boliviano", diz à BBC Brasil o comerciante e líder comunitário João Oliveira Magalhães, um dos 2 mil moradores da área, que abrange os bairros de Samaúna e Leonardo Barbosa.

Magalhães, 61, mora com a esposa e um de seus 11 filhos no trecho mais vulnerável à erosão, a cada vez mais estreita faixa de terra que liga os dois bairros às demais partes de Brasileia. "O rio está comendo muita terra, o barranco está no toco".
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Rios transbordam na região Norte

 

 
 
1º.abr.2014 - Caminhões realizam travessia terrestre para Rio Branco, no Acre. Em duas semanas de trabalho foi construído um novo trecho alternativo para o trânsito de caminhões no último ponto de alagamento da BR-364. A travessia entre as regiões de Mutum e Abunã é feita com o apoio de duas pás carregadeiras cedidas pelo Estado Sérgio Vale/Secom
Os bairros - habitados por cerca de 500 famílias pobres - foram erguidos num meandro, um trecho sinuoso do rio. Meandros são bastante sujeitos a mudanças de curso por causa de chuvas ou de ações humanas.

Magalhães afirma que, se os bairros perderem a ligação com o resto da cidade, a Bolívia reclamará a área, já que ela se tornaria quase um enclave brasileiro na cidade boliviana de Cobija. "Na minha experiência, não vão dois anos para apartar o lado que vai ficar para a Bolívia. O Brasil vai perder muita terra".

Segundo um estudo do engenheiro Oscar Martins, da Universidade de Santa Maria (RS), o trecho que liga os bairros ao resto do município perdeu 15 metros de largura entre 1997 e 2008. Desde então, segundo a prefeitura, ele continua encolhendo. Em 2013, a faixa media 20 metros de largura e, na semana passada, após uma forte chuva, reduziu-se para 18 metros. O último deslizamento, diz Magalhães, deixou dependurado o bar que ele mantém no fundo de sua casa, à beira do rio.

O temor de que a Bolívia reivindique a área ecoa rivalidades históricas. O território que hoje é o Acre pertenceu ao país vizinho até 1899, quando seringalistas brasileiros que o habitavam iniciaram uma revolta contra autoridades bolivianas. Vitoriosos, eles chegaram a declarar uma república independente, até que, em 1903, o Barão do Rio Branco assinou com a Bolívia o Tratado de Petrópolis, que garantiu o domínio brasileiro sobre a área.

Apesar dos temores, porém, a Bolívia jamais manifestou interesse pelos bairros de Brasiléia que podem ficar ilhados. E segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, a fronteira entre os dois países não está sujeita a variações do curso do rio Acre. Em nota à BBC Brasil, o órgão diz que recentemente Brasil e Bolívia definiram novos marcos fronteiriços na área do meandro. O Itamaraty afirmou ainda que o Exército, a Agência Nacional de Águas e a Defesa Civil estão se coordenando "para adotar as providências necessárias à contenção do processo erosivo" no local.

No entanto, segundo o prefeito de Brasileia, Everaldo Gomes (PMDB), "no momento não existe uma solução para o problema". Ele diz que a obra de contenção está na fase de estudos e que viajará em breve a Brasília para tentar acelerar o processo. "A liberação de recursos é difícil. Nosso medo é que na próxima enchente o bairro fique isolado." Nesse caso, afirma o prefeito, a saída será construir uma ponte. Gomes diz que, sem o dinheiro federal, a prefeitura de Brasileia não tem o que fazer, por já estar sobrecarregada.

Imigrantes

Há alguns anos, a cidade, de 22 mil habitantes, passou a abrigar milhares de imigrantes - em sua maioria haitianos - que têm entrado no Brasil pela Amazônia, após longas viagens por terra desde o Equador. Segundo o governo do Acre, há hoje na cidade 2.500 imigrantes, ou 11% da população local.

A Copa da ilusão

Congresso em Foco

Nunca a situação colonial do Brasil esteve tão evidente quanto neste Mundial, diz procurador da República. “Aldo tem razão. Ame a Copa. Alegre-se com a festa. Esqueça os protestos, a saúde, a educação, a refinaria de Pasadena, o apagão e os tarifaços que virão”


Duciran Van Marsen Farena *

Esta não será somente a Copa da corrupção, da exclusão, do apagão, da inflação, dos elefantes brancos… será principalmente a Copa da ilusão. O megaevento se inscreve em um processo histórico em que os nossos  governantes, mascarando a realidade da imutabilidade estrutural mediante falsas “rupturas”, sempre venderam, com bastante êxito, um país ilusório: a ilusão de uma monarquia europeia com escravos, a ilusão de uma república sem povo, a ilusão de uma ditadura com Congresso, a ilusão de um BRIC com crescimento econômico pífio…


O Brasil não é só coisa ruim, como adverte Aldo Rebelo, devidamente reconciliado com Jerôme Valcke, o homem dos pontapés. Mas esta Copa resume tudo o que existe de pior na nacionalidade brasileira: a ilusão da projeção geopolítica que o Brasil sempre esteve longe de ter, o fascínio com estrangeiros, o desperdício de dinheiro público, o descaso para com as verdadeiras prioridades, a megalomania que acaba se diluindo na velha e conhecida corrupção. 



A Copa nada mais é do que a continuação do “Brasil Grande”: 
soberania desportiva (Copa de 70), soberania territorial (Transamazônica), soberania tecnológica (bomba atômica), etc. Ilusões herdadas pelos antigos adversários do regime militar, que agora parecem  reconhecer que havia ali algo de positivo, como em toda a nacionalidade…



A Copa do Mundo no Brasil é o ponto culminante da Copa de 70. Os militares já não mais indicam quem deve ser convocado para a seleção, mas uma entidade internacional, notoriamente envolvida com a corrupção, passa a ditar as leis e reescrever a Constituição (afinal de contas, foi o Brasil que “se ofereceu”). E como “se ofereceu”, seu contribuinte deve suportar tudo, inclusive o pagamento das estruturas das festinhas privadas da Fifa, as fan fests, com ingressos vendidos a peso de ouro, e nenhuma vaga para o Bolsa Família. 


Nunca a situação colonial desta nação esteve tão evidente quanto durante esta Copa, por mais que queiram vender isso como “independência”.


A grandiosidade tinha que se espalhar pelo território nacional, a pretexto do desenvolvimento regional; na prática, desencadeando uma “guerra fiscal” na disputa entre estados pelas sedes, apenas para que a Fifa arrancasse concessões jamais vistas que farão desta Copa a Copa das Copas, em termos de lucros para a entidade.


A Copa de 2014 emula e corteja o regime militar de 1964. O discurso de Aldo, quanto à afirmação da “nacionalidade” deste grandioso torneio e a crítica aos “derrotistas” que buscam “ganhos políticos” torcendo pelo pior, ressuscita o slogan do “ame-o ou deixe-o” e poderia ser transplantado tranquilamente para o regime que os hierarcas de hoje gabam-se de ter combatido no passado.


Aldo Rebelo diz que as grandes “rupturas” do Brasil, como a Independência, a Abolição e a República, nunca foram perdoadas. À parte a discussão se tais fatos tiveram o significado de ruptura que o ministro lhes atribui, seria o caso de perguntar se os brasileiros deveriam também perdoar o Golpe de 1964, ruptura que ele omite em sua lista? Não seria o caso de Aldo buscar o que deu certo durante o regime militar, ao invés de insistir na “fracassomania” e no “complexo de vira lata” nacionais?


Nem precisaria Aldo ir muito longe em seu esforço de Pollyanna. João Havelange propôs a Figueiredo fazer a Copa de 1986 no Brasil. Figueiredo recusou, perguntando: “Você já esteve nas favelas do Rio de Janeiro? Já viu a seca do Nordeste?”


Sem nada o que dizer quanto à economicidade deste torneio, Aldo apela para a “transparência dos gastos públicos”, por meio da qual sabemos que a reforma de um estádio aqui custou mais do que um estádio inteiro construído do zero na África do Sul. 


Menciona ainda o “sucesso retumbante” da Copa das Confederações. Não seria mais interessante apontar com dados onde houve o prometido aumento de gastos de turistas estrangeiros no Brasil, e a consequente redução do enorme déficit na conta turismo, o crescimento do PIB, o avanço das obras de infraestrutura, enfim, o novo prestígio internacional conquistado pelo Brasil, já que tudo que vimos até agora foi a “firme” posição adotada pelo governo brasileiro nas crises da Ucrânia e da Venezuela?


Aldo acredita que, com a aproximação da festa desportiva, os índices de aprovação da Copa, abalados pela “onda revisora das manifestações de junho”, retornem aos 80%.  Quem sabe não retornam também os índices de aprovação do governo que ele integra?


Pelo sim, pelo não, há que se garantir que esta “onda revisora” (não teria sido também uma ruptura?) não venha atrapalhar a festa patriótica. E toda festa patriótica, de 1964 a 2014, exige a aplicação de porrete nos contrários. Mais uma vez a Copa comemora a ditadura. Povo nas ruas, só nos alegres comícios cívico-eleitorais do nosso funcional sistema político, organizados com financiamentos muito parecidos aos das estruturas da Copa.


Povo cantando com amor febril, só o hino nacional nos estádios padrão Fifa.  


Povo indisciplinado nas ruas, pedindo saúde e educação padrão Fifa, leva pau.  

E já temos nossa “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”: um rojão foi disparado, matando um cinegrafista, o que exige providências urgentes contra a subversão.  

Quando integrantes de uma torcida organizada mataram da mesma forma um menino na Bolívia não se tratou de subversão externa– muito pelo contrário, a honra nacional exigiu a libertação de nossos heróis, o que foi providenciado pelo Itamaraty.  Está no forno uma nova Lei de Segurança Nacional “contra o terrorismo”, para permitir a criminalização de qualquer manifestação popular, de rolezinhos a faixas de protesto nos estádios.

Seu único propósito é sufocar as manifestações de rua que tanto preocupam o governo, e a ditadura temporária que se instalou, com ato institucional e tudo, no país. O emprego das Forças Armadas na segurança dos eventos já está autorizado. O espaço aéreo será fechado horas antes e depois dos jogos – e quem tinha voo marcado? Aguardará horas em nossos patrióticos puxadinhos aeroportuários.

Aldo tem razão. Ame a Copa. Alegre-se com a festa. Recupere os índices de aprovação do governo. Esqueça os protestos. Esqueça a saúde, a educação, a refinaria de Pasadena, o apagão, os tarifaços que virão… Do jeito que as coisas vão, após o jogo final, só nos restará, se ainda for permitido, cantar: “a Copa da ilusão é nossa, com o “Brasil Grande”, não há quem possa”.

* Doutor em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo (USP), é procurador da República na Paraíba, professor de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e autor do livro recém-lançado A Copa da Corrupção.

Base governista anuncia CPI mista com foco ampliado

Congresso em Foco

219 deputados e 32 senadores assinaram requerimento formulado por base aliada, segundo líder do governo no Congresso; ontem, Renan Calheiros transferiu para a CCJ decisão sobre um pedido do PT para que a CPI proposta pela oposição não seja instalada




Ag. Senado
Líder do governo no Congresso anunciou pedido para criação de CPI mista para investigar Petrobras e outras suspeitas


O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), anunciou nesta quinta-feira (3) que os partidos da base governista conseguiram as assinaturas de 219 deputados e 32 senadores para a criação de uma CPI mista para investigar, ao mesmo tempo, denúncias envolvendo a Petrobras, contratos dos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal, a construção do porto de Suape para viabilizar a refinaria Abreu e Lima e contratos na área de tecnologia digital.

 

O requerimento, que deve ser protocolado ainda hoje, deve ser lido na sessão do Congresso, marcada para o dia 15 de abril.


Ontem, o Senado adiou para a semana que vem a definição sobre a criação de uma CPI para investigar a Petrobras. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-RN), transferiu para comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a decisão sobre um pedido do PT para que a CPI proposta pela oposição não seja instalada.


O partido da presidenta Dilma Rousseff atua desde a semana passada para inviabilizar a criação da comissão ou para adicionar em seu escopo temas que poderiam atingir seus possíveis adversários, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), nas eleições deste ano.


Além do pedido do PT, a CCJ vai ter de decidir sobre outro questionamento da oposição pedindo que a CPI investigue apenas os temas relacionados à Petrobras. O pedido, feito pelo PSDB, também foi negado por Renan.


A CPI proposta pela oposição no Senado teria como objetos de investigação a compra da refinaria de Pasadena (EUA) pela Petrobras, supostas irregularidades em plataformas, suspeita de superfaturamento na compra de refinarias e a denúncia de pagamento de propina a funcionários da estatal pela companhia holandesa SBM. (Com Agência Senado)