segunda-feira, 24 de março de 2014

Oposição conta com dissidentes do governo para criar CPI da Petrobras

Agencia Senado
Os partidos de oposição no Congresso se articulam para conseguir a adesão dos dissidentes da base do governo para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. 

O negócio pode ter causado um prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão à empresa.

Para criar uma CPI mista são necessárias as assinaturas de pelo menos 171 deputados e 27 senadores. O tucano Alvaro Dias (PR) disse que a oposição, embora "numericamente insignificante", vem sendo cobrada por uma atuação mais veemente.

- Se nós não tivermos dissidentes do governo, não instalaremos a CPI, mas é o nosso dever tentar - disse o senador.

Líderes da oposição no Senado e na Câmara reúnem-se nesta terça-feira (25), às 15h, no gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Além do requerimento para a CPI mista, há uma iniciativa para a criação de uma CPI só no Senado.

- Uma CPI tem o poder de quebrar sigilos fiscais, telefônicos e bancários, ouvir depoimentos, produzir notícias e constatações rápidas - lembrou o líder do DEM, senador José Agripino (RN), para quem uma CPI nesse momento responderia à indignação da sociedade.


Denúncias


A compra da refinaria Pasadena, no estado do Texas, Estados Unidos, custou à estatal US$ 1,18 bilhão, quase 30 vezes o valor pago pela empresa belga Astra Oil para adquirir a mesma refinaria, um ano antes. 

Além do prejuízo bilionário com o negócio, a oposição também quer investigar denúncias envolvendo a Petrobras desde 2005. 

É o caso do calote da Venezuela, que deixou de pagar a sua parte, 40% dos recursos, no acordo com o Brasil para investimento de US$ 20 bilhões na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco.

Na lista a ser investigada também aparecem denúncias de superfaturamento de usinas brasileiras e de construção de navios. 

As recentes revelações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desvendou um grande esquema de lavagem de dinheiro e resultou na prisão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras também são alvo da oposição.

Governo

Na semana passada, Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, afirmou que o Planalto apoia a apuração das falhas com absoluta transparência. Ele mencionou a aprovação de requerimentos apresentados por Alvaro Dias e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para que o TCU e a Controladoria-Geral da União (CGU) prestem informações sobre os atos praticados pela Petrobras.

No entanto, a maior parte dos governistas no Congresso aponta interesse eleitoreiro e oportunismo na criação da CPI. Para a senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), trata-se de uma investigação política e não técnica.

- Estamos num ano eleitoral e a oposição está se utilizando desse assunto para tentar fazer uma discussão de ordem política - disse a parlamentar, que também vê na CPI uma possível estratégia do mercado para a privatização da empresa.

O senador Jorge Viana (PT-AC) também atribuiu as denúncias ao crescimento da empresa e acusou a oposição de fazer uma campanha contra a Petrobras:

- Será que é porque agora nós temos o pré-sal? Será que é porque agora vai multiplicar por três a produção de barris?.

Jorge Viana disse que os parlamentares do PSDB poderiam propor uma CPI para apurar "as propinas comprovadas" no governo de São Paulo.

- Podiam propor também outra, pela irresponsabilidade de ficarem 20 anos governando um estado que hoje não tem água para o povo beber por falta de investimento - disse.

Em audiência interativa, Luciano Coutinho fala nesta terça sobre financiamentos do BNDES no exterior



Da Redação

Agencia Senado

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, comparece nesta terça-feira (25) ao Senado para falar sobre os financiamentos do órgão em projetos de infraestrutura no exterior, nos setores rodoviário, aeroportuário, hidroviário e de logística.

Com início às 11h, a audiência pública interativa será realizada em conjunto pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). O debate foi requerido pelo senador José Pimentel (PT-CE) e pela senadora Ana Amélia (PP-RS).

As críticas aos investimentos no exterior cresceram com a ida da presidente Dilma Rousseff a Cuba, no fim de janeiro, para a inauguração do Porto de Mariel, que teria recebido cerca de US$ 800 milhões do BNDES.

Para o senador José Agripino (DEM-RN), o BNDES tem muitas explicações a dar, visto que os recursos recebidos do Tesouro são emprestados pelo banco a juros baixos. Além disso, observa, os investimentos nem sempre exitosos e não são "modelos acabados de correção".

Ex-ministra da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) prefere destacar a interação entre o BNDES e o Congresso. Ela ressalta que o banco, além de financiar projetos de infraestrutura, é um importante instrumento de desenvolvimento nacional.

Atuação

Desde 2003, o BNDES apoia o investimento direto de empresas brasileiras no exterior, tanto por meio de financiamento quanto de participação acionária.

Em agosto de 2009, o banco implantou representação no Mercosul, com a abertura de um escritório em Montevidéu, ao qual cabe identificar, estruturar e facilitar negócios de interesse do Brasil no continente, em especial nos países do bloco comercial. 

Em novembro daquele ano, foi inaugurada uma subsidiaria do banco em Londres, com o objetivo de aumentar a visibilidade do banco junto à comunidade financeira internacional.

Em dezembro de 2013, o BNDES abriu representação em Joanesburgo, na África do Sul. O escritório permitirá ao banco concentrar esforços para a efetivação de parcerias e investimentos em todo o continente africano.

China pede à Malásia "provas" de queda de avião

A bordo do Boeing 777-200 viajavam 239 pessoas, incluindo 153 cidadãos chineses

O governo chinês pediu hoje (24) à Malásia que entregue “toda a informação e provas” que levaram a concluir que o avião da Malaysia Airlines, desaparecido desde 8 de março, caiu no Oceano Índico.

A posição de Pequim foi comunicada pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, em uma breve nota divulgada depois de o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, ter informado, em conferência de imprensa, que novos dados de satélites tinham confirmado que a última posição do avião desaparecido tinha sido no sul do Oceano Índico, a sudoeste de Perth (Austrália).

“É com profunda tristeza e pesar que devo informar que, segundo novos dados, o voo MH370 terminou no sul do Oceano Índico”, disse o chefe do governo malaio, citando novas informações provenientes do Departamento de Acidentes Aéreos do Reino Unido (AAIB, sigla em inglês) e fornecidas pela Inmarsat, empresa britânica especializada em satélites e comunicações.

Antes do anúncio de Najib Razak, a companhia Malaysia Airlines enviou aos parentes dos passageiros do voo MH370 uma mensagem, na qual informava sobre os últimos dados e lamentava que “ninguém tinha sobrevivido”.

"A Malaysia Airlines lamenta profundamente ter que concluir para além de qualquer dúvida razoável que o [voo] MH370 se perdeu e que nenhuma das pessoas a bordo sobreviveu", diz a mensagem da companhia aérea.

Em um hotel em Pequim, os parentes dos passageiros chineses, que aguardavam notícias há mais de duas semanas, manifestaram sua dor e indignação em reação ao anúncio das autoridades da Malásia.

Algumas pessoas desmaiaram e várias ambulâncias foram chamadas ao local. Alguns parentes pediram mais provas às autoridades e apelaram para a continuidade das operações de busca.

As autoridades malaias não forneceram qualquer informação sobre o que ocorreu com o avião, que fazia a rota entre Kuala Lumpur e Pequim e que desapareceu dos radares civis da Malásia cerca de 40 minutos depois da decolagem.


Fonte: Agência Brasil

'Não vou me opor', diz Serra sobre criação de CPI

A mudança de opinião de Serra segue o movimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
 
O ex-governador José Serra reavaliou nesta segunda-feira sua posição contrária à criação de uma CPI para investigar a compra da usina de Pasadena. 

"Se o partido e as lideranças do PSDB no Congresso acharem necessário, não vou me opor", afirmou Serra durante evento no Palácio dos Bandeirantes que reuniu cerca de 500 prefeitos do interior do Estado para assinatura de convênios.

Questionado sobre a declaração que deu na última sexta-feira, em evento em Campos do Jordão, Serra afirmou: "Apenas dei a minha opinião, inclusive sem saber a dos outros." 

Na ocasião, o ex-governador tucano disse que uma "boa investigação do Ministério Público" já seria "satisfatório". 

"Vamos ver como é que o Ministério Público toca isso e, se essa investigação não andar direito, aí cabe uma CPI", afirmou na semana passada.

A mudança de opinião de Serra segue o movimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). 

Depois de afirmar, na semana passada, que a proximidade das eleições poderia tornar a CPI "partidarizada", FHC soltou uma nota no domingo defendendo a instalação da comissão. 

"Os acontecimentos revelados pela imprensa sobre malfeitos na Petrobras são de tal gravidade que a própria titular da Presidência, arriscando-se a ser tomada como má gestora, preferiu abrir o jogo e reconhecer que foi dado um mau passo no caso da refinaria de Pasadena", escreveu o ex-presidente.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não se manifestou sobre o assunto nesta segunda-feira, mas em evento em Campos do Jordão na semana passada afirmou que não havia necessidade de criar uma CPI para apurar o caso. 

Na terça-feira, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, pretende apresentar o pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a compra da refinaria de Pasadena, um negócio que custou R$ 1,2 bilhão à Petrobras.

Futuro

Durante o evento desta segunda-feira, Serra desconversou sobre a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara nas eleições de outubro, mas deu pistas de que este deve ser seu caminho. "O que eu sinto é um clima político muito favorável para mim, inclusive prefeitos de outros partidos me apoiam", afirmou.

Nas últimas semanas, Serra tem intensificado sua agenda política com visitas a cidades do interior do Estado e conversas com dirigentes do partido. 

Na última sexta-feira, ele esteve em Campos de Jordão participando do Congresso da Associação Paulista dos Municípios, que contou com a presença de prefeitos e vereadores do Estado. 

A cúpula do PSDB paulista espera que o governador entre na disputa como candidato a deputado federal para ajudar a legenda a ampliar sua bancada na Câmara.

Fonte: Agencia Estado           Jornal de Brasilia

Líderes do G-7 efetivamente removem a Rússia do G-8


Os líderes das maiores economias do mundo efetivamente removeram a Rússia do G-8 em resposta à intervenção militar do país na Ucrânia. 
 
Em um comunicado, os líderes do G-7 disseram que suspenderam reuniões de cúpula com a Rússia sob a configuração do G-8 enquanto o país continuar ocupando o território da Crimeia.
 "Em última instância, a Rússia foi suspensa do G-8 em razão de suas atuais atividades na Ucrânia", comentou uma autoridade do governo dos EUA.

A reunião dos líderes do G-7 realizada hoje em Haia, convocada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, não resultou em apoio para sanções econômicas imediatas à Rússia. 

Alemanha, França, Reino Unido e Itália disseram que essas medidas só serão tomadas se a tensão na Crimeia aumentar. 

No entanto, o G-7 tornou as ameaças contra a Rússia mais explícitas, alertando para novas sanções que podem prejudicar a economia exportadora de energia. Fonte: Dow Jones Newswires.



Fonte: Agencia Estado         Jornal de Brasilia



 
 

Quebrado sistema de segurança das redes Wi-Fi


Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/03/2014
Quebrado protocolo de segurança WPA2 das redes wi-fi
 
 
A maior fraqueza do WPA2 foi encontrada na etapa de autenticação, que representa um ponto de entrada muito mais acessível para um invasor.
 
Um trio de cientistas da Grécia e do Reino Unido acaba de criar mais uma dor de cabeça para os milhões de usuários das redes sem fio, ou Wi-Fi.

Eles mostraram que existem várias falhas que podem ser exploradas por invasores no sistema de segurança usado nos roteadores wireless.

Existem várias maneiras de proteger uma rede sem fios. Algumas geralmente são consideradas mais seguras do que as outras - embora não por muito tempo.

O protocolo WEP (Wired Equivalent Privacy), por exemplo, foi quebrado há vários anos, e hoje não é mais recomendado como uma maneira de manter os intrusos longe das redes privadas.

Agora foi a vez do protocolo WPA2 (Wi-Fi protected access 2), considerado um dos sistemas de segurança sem fio mais fortes disponíveis atualmente.

Achilleas Tsitroulis e seus colegas afirmam que este sistema de segurança das redes sem fio pode ser violado com relativa facilidade por um ataque malicioso.

Eles sugerem que os especialistas em segurança e os programadores encarem o problema como uma questão de urgência, a fim de eliminar as vulnerabilidades do WPA2.

Contudo, se o protocolo não puder ser salvo, outros terão que ser desenvolvidos.

Falhas na segurança das redes Wi-Fi

Os pesquisadores mostraram que é possível ter êxito em um ataque de força bruta na senha do WPA2, embora o tempo necessário para quebrar um sistema aumente conforme as senhas ficam mais longas - a criptografia de 256 bits disponível no WPA2 permite criar senhas com uma sequência alfanumérica e com caracteres especiais de até 63 caracteres.

Mas a maior fraqueza do WPA2 foi encontrada na etapa de autenticação, que representa um ponto de entrada muito mais acessível para um invasor.

Como parte das medidas de segurança do WPA2, os roteadores devem reconectar e reautenticar os aparelhos periodicamente, compartilhando uma nova chave a cada reautenticação.
Esse processo deixa uma porta aberta, ainda que temporariamente - um "temporariamente" que é tempo suficiente para um scanner sem fio rápido e um intruso insistente.

Medidas de proteção

E o que os usuários devem fazer para proteger suas redes sem fios?

Os pesquisadores sugerem que os usuários usem o protocolo de criptografia mais forte disponível em seu equipamento, escolham a senha mais complexa e longa possível, e limitem o acesso a aparelhos conhecidos através do endereço MAC (endereço de controle de acesso de mídia).

Vale a pena também aprender como atualizar o software do seu roteador - uma visita ao site do fabricante pode ajudar - e ficar atento às atualizações de segurança.

E depois talvez seja melhor cruzar os dedos - pelo menos até que um novo sistema de segurança seja criado e se torne disponível.

Por que não existem pingüins no hemisfério norte?


Fernando Fernandez - 29/04/08

O que os olhos não lêem, o coração não sente.
Provérbio popular (versão)


Você já pensou por que não existem pingüins no hemisfério norte?

Todos nós aprendemos que pingüins são encontrados apenas no hemisfério sul, na Antártida e adjacências. Implicitamente, isso nos é passado como sendo um fato da natureza - como se sempre tivesse sido assim. Mas não é o caso. A resposta para a nossa questão é muito mais interessante que isso, e ao mesmo tempo desconcertante e perturbadora.

Não existem pingüins no hemisfério norte porque o homem os extinguiu em 1844.

A ave que foi originalmente chamada de pingüim é hoje conhecida – menos do que deveria ser - pelo nome de grande alca (“great auk”). Seu nome científico – Pinguinus impennis - foi baseado em seu primeiro nome vulgar. Os pingüins do hemisfério sul, aves pertencentes a outra família e descobertos depois, receberam o seu nome exatamente por que se assemelhavam às grandes alcas.


As alcas eram aves de grande porte, que viviam no Atlântico norte, em volta do círculo polar ártico, e que eram caçadas em imensa quantidade entre os séculos XVI e XIX – enchiam os porões dos navios para servir de alimento, e também eram usadas como isca para a pesca de bacalhau e lagostas. Sob essa imensa pressão, as alcas declinaram inexoravelmente até uma situação desesperadora.

Então, no dia 3 de junho de 1844, um grupo de marinheiros avistou o último casal de grandes alcas, denunciados por sua grande estatura em meio às aves marinhas menores, na pequena ilha de Eldey, ao largo da Islândia.

Os marinheiros correram para as grandes alcas com porretes. As alcas tentaram desesperadamente alcançar a segurança da água, mas uma foi encurralada contra as rochas, e outra alcançada já à beira d’água. Ambas foram mortas a porretadas. Em seu ninho havia um ovo, que se acredita ter sido esmagado sob a bota de um marinheiro.

É por isso que não existem (mais) pingüins no hemisfério norte. Não, não é um fato da natureza, infelizmente. Nós fizemos isso ser assim.

As grandes alcas não estão sozinhas, longe disso. Há uma imensa coleção de espécies de animais que nós extinguimos nos últimos séculos. Na maior parte dos casos são extinções muito bem documentadas e conhecidas pela ciência, de espécies que todos nós deixamos de conhecer por muito pouco. Muitas delas eram animais maravilhosos, espetaculares, que fariam o mundo vivo parecer muito mais rico e maravilhoso do que já é.

Eu estou exagerando? Bom, que tal um peixe-boi de oito metros?

Havia, sim, um peixe-boi de oito metros. Um animal dócil, inteligente, com uma elaborada vida social. Nós acabamos com ele em 1768. A vaca marinha de Steller, Hydromadalis gigas, que podia alcançar umas dez toneladas, era o maior mamífero vivente nesse planeta em tempos históricos, fora as grandes baleias.

A vaca marinha de Steller habitava as águas costeiras das desabitadas ilhas Commander, no extremo leste da Sibéria, onde foi descoberta pelo naturalista russo Georg Steller em 1741. Eram pacíficas comedoras de algas marinhas que raspavam das rochas. Steller escreveu que havia fortes laços sociais entre elas, incluindo uma espantosa solidariedade.

Quando uma era arpoada, as outras tentavam impedir que ela fosse arrastada para a margem, fazendo um círculo à volta dela; várias colocavam a si mesmas nas cordas ou tentavam tirar o arpão do corpo daquela que havia sido ferida. Steller também observou que um macho voltou dois dias seguidos para junto de sua fêmea morta na costa.

Nada disso impressionou muito os pescadores russos, que após a descoberta da vaca marinha fizeram uma verdadeira corrida para caçar aquele animal tão rico em carne e óleo, e com uma pele valiosa. Em 1768 – apenas vinte e sete anos depois de ter sido descoberta! – a vaca marinha de Steller já estava extinta.

E que tal a ave mais abundante do Mundo? No século XIX, o naturalista John Audubon, um dos fundadores da ornitologia, ficou chocado com a abundância da pomba migratória, Ectopistes migratorius, na América do Norte.

Os bandos eram tão numerosos que há relatos confiáveis de que obscureciam a luz do sol ao passar; dizia-se que passavam por vários dias seguidos. Colônias de nidificação chegavam a 160 Km de comprimento. Audubon estimou que devia haver entre cinco e dez bilhões de pombas migratórias na América do Norte – o que as fazia, de longe, as aves mais abundantes do planeta.

Mas aquele século, o da desenfreada expansão americana rumo ao oeste, foi também o do colossal massacre da pomba migratória. Elas foram caçadas aos milhões, para comida e por simples esporte. Caçar pombas migratórias e coletar seus ovos era um esporte de fim de semana para a família inteira, muito popular entre os americanos do século XIX. Havia matanças mais sérias: em uma competição de caça da época, o troféu seria do virtuoso caçador que primeiro matasse trinta mil pombas migratórias.

Você leu certo, trinta mil, só pelo vencedor. Com esse tipo de pressão, as populações da pomba migratória começaram a diminuir, e houve quem dissesse que era preciso limitar a caça, ou a espécie acabaria desaparecendo. Foram chamados de alarmistas, riu-se deles. Houve também quem dissesse da pomba migratória que era óbvio que havia tanto que nunca iria acabar – mais ou menos como alguns hoje dizem da Amazônia.

Mas as populações continuaram diminuindo, e o inacreditável aconteceu. Em 1900, a pomba migratória se extinguiu na natureza. No dia 1º de setembro de 1914, Martha, a última pomba migratória, morreu no Zoológico de Cincinnati. Estava extinta a espécie de ave mais abundante do planeta no século XIX.

E por que não um lobo marsupial? Quando falamos em marsupiais, a maioria das pessoas imediatamente pensa em cangurus, ou quem sabe nos gambás tão comuns em nosso país. Mas até há poucas décadas havia um lobo marsupial, ou tilacino, um dos mais espantosos seres que já se viu.

Poucos reparam no significado de um nome científico, mas raramente um nome científico é tão revelador quanto Thylacinus cynocephalus. “Thyla” quer dizer bolsa, “cinus” ou cynos” quer dizer cachorro, e “cephalus” quer dizer cabeça. Thylacinus cynocephalus, portanto, quer dizer “cachorro com bolsa com cabeça de cachorro”.

Perdoe o pleonasmo do cientista que batizou o bicho, meu caro leitor. Experimente procurar por “thylacine” no Google Images.

O tilacino é tão parecido com um cachorro que qualquer leigo poderia facilmente confundi-los. A semelhança da cabeça é de fato tão extraordinária que apenas os dentes, uns dentes triangulares característicos de marsupiais, denunciam que se trata de um parente dos cangurus. Os quartos traseiros caídos e a cauda afinando gradualmente, como a de um canguru, também traem sua ancestralidade marsupial.

Mas não se trata simplesmente de um canguru com crise de identidade, que acha que é cachorro. Isso é o mais interessante de tudo: o tilacino é um espetacular exemplo do fenômeno que os biólogos chamam de convergência evolutiva, ou seja, animais de linhagens muito diferentes – no caso, os mamíferos placentários (como nós) e os marsupiais – evoluindo formas similares em lugares diferentes, como adaptação a papéis ecológicos similares. O tilacino, comum na Austrália inteira até uns poucos milhares de anos atrás, sobreviveu na grande ilha da Tasmânia, ao sul do continente australiano, até bem dentro do século XX. Porém, foi impiedosamente perseguido pelos colonizadores australianos, em represália à predação sobre suas ovelhas.

A extinção do tilacino na natureza não teve nada de acidental, ao contrário, foi meticulosamente planejada, e levada a cabo como política oficial do governo da Tasmânia. Com o fim de erradicar a “praga”, recompensas foram pagas para cada pele de tilacino entregue.

À medida que os animais começavam a escassear, o valor da recompensa foi aumentado cada vez mais. Em 1936, o governo da Tasmânia enfim mudou de política e decretou uma lei protegendo a espécie. Tarde demais. Naquele mesmo ano, o último tilacino conhecido, uma fêmea, morreu no zoológico de Hobart, capital da Tasmânia.

Por negligência de seus tratadores, o animal foi deixado na parte exposta de sua gaiola, sem acesso a seu ninho protegido, e morreu de hipotermia numa noite fria de setembro. Há alguns registros não confirmados de tilacinos vistos na natureza nos anos seguintes; um dos mais confiáveis é o de uma fêmea que teria sido morta por um fazendeiro com seus cachorros por volta de 1940. Dentro da bolsa da fêmea havia três filhotes. Não houve mais registros depois disso.

Deixei para o fim o meu favorito, se é que pode haver um favorito numa lista dessas: o menor, o mais sutil, mas nem por isso o menos espetacular. Um animal tão fantástico que parece ter saído da mais imaginativa ficção, e que você e eu fomos privados de conhecer por poucas décadas. Morcegos voam, todos eles, certo? Claro.

Sempre foi assim? Não. Em algumas ilhas do Pacífico, onde eram ausentes tanto grandes predadores como também roedores nativos, evoluíram várias espécies de morcegos terrestres. Eram animais bizarros, que eram capazes de voar só uns poucos metros, mas que se moviam agilmente pelo chão da floresta nas patas de trás e nos cotocos das asas, exercendo o papel ecológico dos roedores.

Eram tão bem adaptados à vida terrestre que alguns tinham bolsas ao lado do corpo onde recolhiam as asas. À medida que a colonização das ilhas do Pacífico avançava, animais introduzidos pelo homem, como ratos e gatos, foram extinguindo os morcegos terrestres em ilha após ilha. As ilhas Salomão e Big South Cape, que permaneceram livres de ratos domésticos até muito recentemente, foram seu último refúgio.

Mas mesmo ali, os ratos chegaram em 1962 ou 1963, e em 1965 Mystacina robusta, a última espécie de morcegos terrestres, deixou de existir. É possível que ainda houvesse Mystacina quando você nasceu, ou pelo menos quando seus pais nasceram. Mas seus filhos não poderão mais vê-lo.

Hora de desfazer uma ilusão bastante arraigada. Fala-se muito em espécies em extinção, mas muita gente acha que o homem extinguiu até agora relativamente poucas espécies, e que portanto nossa capacidade de extinguir espécies possa estar superestimada.

Não é o caso. Apenas de 1600 para cá, foram comprovadamente extintas pelo homem pelo menos umas 120 espécies de aves, umas 60 de mamíferos e pelo menos 25 de répteis, entre muitas outras. Muitos desses casos, inclusive os acima, são descritos em um livro maravilhoso, “A Gap in Nature”, de Tim Flannery e Peter Schouten, publicado em 2001.

Além disso, já extinguimos mais de 600 espécies de plantas, e provavelmente vários milhares de invertebrados, que são mais mal conhecidos. A lista continua crescendo: há apenas um ano foi a vez do baiji, o golfinho do Yang Tse. Isso tudo não inclui centenas de outras extinções de animais de grande porte causadas pelo homem muito antes da Idade Moderna - mas isso já é outra história.

Por que essas coisas ainda são tão pouco divulgadas e discutidas? Eram animais espetaculares, fascinantes, são histórias que mexem com nossos sentimentos, mas nossa cultura não parece ter olhos para elas. Houve uma expressiva melhora nos últimos anos, mas ainda é raro encontrar sobre as extinções históricas em programas de televisão, livros e revistas, e portanto elas não atingem nossos corações e mentes.

Acho que a melhor explicação para isso é mesmo a imensa capacidade que a nossa cultura tem de não olhar para aquilo que não lhe interessa – o que é ótimo para quem quiser manter o status quo, mas péssimo para quem queira virar o jogo.

Quando eu era criança, História me parecia fascinante, mas ao mesmo tempo o menos aplicado ou menos útil de todos os assuntos. Minhas professoras sempre tinham o mesmo argumento sobre a importância do estudo da História: é preciso estudar História para aprender com os erros do passado. Só agora sou capaz de perceber o quanto elas estavam certas.

Autódromo Nelson Piquet: um novo Mané Garrincha?


Com estimativas de orçamentos que variam de R$ 150 a R$ 370 milhões, reforma do Nelson Piquet preocupa contribuinte brasileinse. Foto de Alex Farias.


Por Chico Sant’Anna


A notícia saiu nas editorias de esportes. Brasília vai receber em 2015 uma etapa da Fórmula Indy. Para tanto, vai ter que investir uma quantia – que ainda não está definida, que pode variar de R$ 180 e R$ 400 milhões, incluindo ai as despesas necessárias à reforma do autódromo e as taxas a serem pagas aos detentores dos direitos do campeonato.

No Brasil o produto é do grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão, que detêm os direitos de organização e transmissão em TV aberta e fechada no Brasil. A Capital federal vai receber esta prova internacional porque a prefeitura da cidade de São Paulo não concordou em pagar aos organizadores o cachê de R$ 30 milhões.


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Além de São Paulo, que realizou corridas entre 2010 e 2013, a fórmula Indy já foi realizada no autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, entre 1996 e 2000. Entretanto, o local não está disponível, pois receberá estruturas para abrigar provas dos jogos Olímpicos de 2016. 

A prova em Brasília foi marcada para  o dia 8 de março de 2015 e pelo contrato, a Capital Federal será anfitriã da Indy até 2019. Segundo o portal R7, sem prova em solo brasileiro, a direção internacional da Indy ameaçava acionar o grupo Bandeirantes na Justiça. “Agora o imbróglio judicial deve ser extinto” – diz o portal.




Croqui do projeto proposto pelo GDF à Federação Internacional de Motociclismo

Obras e projetos


O Autódromo Internacional Nelson Piquet,inaugurado em 1975 com uma corrida de Fórmula 1, está em péssimas condições de manutenção.
Já foi usado como Sambódromo, o que lhe custou a perda das passarelas que atravessavam pelo alto a pista.

Durante muitos anos, ele esteve arrendado ao piloto tri-campeão Nelson Piquet. Diziam os defensores da privatização que na mão de quem entende o espaço iria prosperar. Terminado o contrato de arrendamento, o autódromo foi devolvido em piores condições do que foi cedido.




O Portal da Rede Bandeirantes apresenta um projeto diferente,peloqual a capacidade de espectadores seria de apenas 15 mil pessoas.

Em julho de 2013, a Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) após a morte da pilota Vanessa Daya, interditou o autódromo alegando falta de segurança das instalações para a realização de corridas de moto. 

Vanessa, de 31 anos, disputava prova válida pela terceira etapa do Campeonato Brasiliense de Motovelocidade, quando sofreu uma forte queda, na volta sete. 

Ela teria perdido o controle da moto ao passar por um trecho com terra depois de tentar uma ultrapassagem. na chamada Curva da Piscina. Ela caiu em uma espécie de valão no Autódromo Internacional de Brasília.

Para receber a Indy, além do cachê de R$ 30 milhões, o GDF terá que reformar o autódromo Nilson Nelson, para adequá-lo às exigências da modalidade. Os principais pontos da reforma são a modificação do traçado da pista, a troca da pavimentação e reforma dos boxes.

À imprensa, o governador Agnelo Queiroz disse que serão investidos R$ 150 milhões e que as obras no autódromo devem começar no segundo semestre, logo após a Copa.



Versão do projeto de reforma do autódromo apresentado para Moto GP, segundo o portal Clube de Esporte – DF

Esses valores são estimados, já que o projeto ainda está em fase de detalhamento e, segundo Maruska Lima, diretora de obras da Novacap, o autódromo deverá ganhar dois circuitos diferenciados.

Outra versão diz que o autódromo terá três circuitos. Esta alternativa foi apresentada em setembro de 2013, em Silverstone, por Agnelo que se deslocou até lá, acompanhado de comitiva, para apresentar o projeto ao presidente da Federação Internacional de Motovelocidade (FIM), Vito Ippolito, e a Carmelo Ezpeleta, presidente da Dorna Sport, detentora dos direitos comerciais do Mundial de Motovelocidade.



A versão de projetos para dois circuitos, prevê um circuitomaior,num formato que lembra uma apulheta deitada e outrona forma de um anzol.

Da comitiva participaram, dentre outras pessoas, o secretário de Esporte, Júlio Ribeiro, o secretário de Assuntos Internacionais, Odilon Frazão, o então secretário de Comunicação, Ugo Braga, o presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo, Firmo Henrique Alves; e o presidente da Federação de Motociclismo do DF, Carlos Augusto Senise.

Nesta versão, segundo informou um comunicado da Agência Brasília, órgão de comunicação oficial do governo do Distrito Federal, “o projeto de reforma foi elaborado pela Federação Internacional de Motociclismo.”


Segundo informação do Jornal de Brasília, o Cine Drive-in, que existe no interior do autódromo não irá ser removido. Mas o miolodoatualcircuito, “considerado um dos melhores do país” tende a ser modificado e até ser suprimido. Ilustração do JBr

Pelo projeto levado a Silverstone, na Inglaterra, segundo o Portal Clube do Esporte DF, o autódromo teria três e não dois circuitos e dois conjuntos de boxes. Um deles ficando na Reta do Militar e o outro na Curva do Sol, podendo ser utilizados simultaneamente. 

Os antigos boxes seriam demolidos, dando lugar à reta das novas arquibancadas, com o objetivo de dotar de maior visibilidade nos circuitos que serão no sentido anti-horário.

Além das obras de adequação à Fórmula Indy, o autódromo terá que ser adaptado às exigências do Gran Prix de MotoGP – prova internacional de motociclismo.

Em janeiro deste ano, baseado em estimativas na Novacap e da Terracap , o Jornal de Brasília informou que o orçamento previsto variava entre R$ 250 e R$ 370 milhões. Nesses montantes não estavam incluídos os valores do cachê a ser pago aos detentores dos direitos das provas a serem ali realizadas.

Não está claro que parcela das especificações técnicas exigidas pelo motociclismo coincide com as da Fórmula Indy. Porém, pelas ilustrações disponíveis o circuito deve ser diferente. Para a Indy comentam a necessidade de se alongar a chamada reta dos Box e, no passado, falaram em construir um circuito oval.

Na proposta divulgada pelo JBr, no novo projeto, o anel externo deixa de existir e um desenho parecido com o atual toma conta do espaço. Com a possibilidade de estabelecer dois circuitos independentes – Norte e Sul -, os boxes (40 no total) e a largada principal seriam transferidos para a pista lateral próxima ao kartódromo.

O autódromo, com seus 26 mil metros quadrados, passaria a contar com estruturas capazes de comportar entre 40 e 100 mil expectadores. A expectativa do GDF é reunir um público entre 70 mil e 100 mil expectadores.


Brasília se comprometeu com a Federação Internacional de Motociclismo em realizar o Moto GP de 2014, mas teve que desisitir. Na Espanha, imprensa afirma que desistência demonstrou incapacidade de tocar multiplas obras.

O prazo estimado das obras é de oito meses após a assinatura dos contratos. Mas para receber tanto a Fórmula Indy, quanto o GP terá que ser homologado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIM), que examinará as áreas de boxes, paddocks, sinalização, além do espaço para imprensa e alimentação. Desde o GP do Rio, em 2004, o Brasil não recebe uma corrida de MotoGP.

Atraso

No segundo semestre de 2013, o GDF se comprometeu com a Federação Internacional de Motociclismo em realizar a prova de motociclismo em realizar este ano, a única prova em solo brasileiro. Há cerca de dois meses teve que abrir mão do compromisso por não ter sido ágil o suficiente para realizar as obras necessárias.


Governo de Goiás investe R$ 30milhões na reforma do autódromo de Goiânia e ambiciona sediar o MotoGP, pretendido por Brasília.

A desistência brasiliense do MotoGP não pegou bem no cenário internacional. Fazendo referência a tantas obras necessárias a Copa do Mundo, na Espanha, o jornal 20 Minutos, muito popular, disse que para os brasileiros “não é fácil cumprir com os prazos, e mostra que gerir tantas obras não é nada fácil e passa pela renúncia a alguns projetos. “No peligran los Juegos o el fútbol, pero en 2014 no habrá motos en Brasil” – disse.

O atraso do GDF, e quem sabe a queda de credibilidade internacional, motivou a cidade de Goiânia a investir R$ 30 milhões na revitalização do circuito da capital goiana. As obras estão com conclusão prevista para 27 de abril, com a terceira etapa da temporada 2014 da Stock Car. 

Em entrevista ao portal Grande Prêmio, Jayme Rincón, presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), afirmou que a reforma do Autódromo Internacional Ayrton Senna, tem como meta transformar o espaço em uma referência e que uma das metas é atrair o MotoGP.

Um novo Mané Garrincha?

Dotar Brasília de equipamentos que atraiam um maior volume de turistas, inclusive internacionais, não é uma estratégia equivocada. Esta é uma opção de desenvolvimento econômico para a Capital, que vem patinando com um PIB que é a metade do nacional, o qual já não é muito grande.

A dúvida que deixar o contribuinte brasiliense com a pulga atrás da orelha é se os valores, ao final de tudo, serão estes mesmos. Será que o Nelson Piquet não vai se transformar em um novo bilionário Mané Garrincha?

Quando se candidatou a ser sede da Copa do Mundo, Brasília estimou em R$ 400 milhões a construção do novo Mané Garrincha. Quando a obra começou, já tinha pulado para R$ 700 milhões. Agora, com as obras de revitalização do entorno da arena, poderá chegar a 2,4 bilhões, seis vezes mais do que no início.

É discutível, também, se esta é a principal prioridade da cidade, neste momento que faltam professores na rede pública, que a Saúde ainda é um pesadelo para os brasilienses que passaram a conviver com níveis alarmantes de inseguraçã pública.

Isso, sem falar com a questão de mobilidade urbana, que apesar de todos os recursos liberados pelo governo federal não consegue tirar do papel as obras de expansão do metrô e implantação do VLT.

Outras dúvidas: obra tãodispendiosa estava prevista no orçamento do Distrito Federal para 2014? De onde vem os recursos: doorçamento do DF, da venda de lotes da Terracap, de empréstimo e financiamentos?

Especialistas em orçamento alertam que dependendo da fonte de financiamento, tais obras poderão deixar Brasília em um nível de endividamento perigoso, caso o GDF opte em pedir empréstimos para reformar o autódromo. 

Por outro lado, se for se valer de recursos obtidos na venda de terrenos e lotes da Terracap, esta perderásua capacidade em investir nas orbras de urbanização e conservação do Distrito Federal.

A reforma do autódromo começa com informações confusas e poucos transparentes. Projetos contraditórios, orçamentos diferentes, muito pouca informação para um empreendimento de tal envergadura e que só terá retorno em médio e longo prazo. Um projeto que ultrapassa o mandato da atual gestão do governo Agnelo/Filippelli.

No dia 12 de fevereiro, enviei os seguintes questionamentos ao GDF:

1) Quanto custariam as reformas necessárias ao GP de Motociclismo que seria realizado em Brasília?

2) Quanto o GDF pretende investir para a reforma do autódromo
3) Antes de pleitear Brasília como sede ao GP, o GDF chegou a fazer algum estudo de viabilidade técnica?

4) Que obras seriam necessárias, qual seria a fonte dos recursos, quem pagaria a conta e o evento estaria a cargo de qual órgão do GDF?

5) Na viagem a Londres, em que o GDF foi pleitear a realização do GP em Brasília, quem estava na comitiva oficial? Quanto foi gasto em diárias e passagens? Quem as pagou?

6) O GDF chegou a licitar os serviços, ou os estudos técnicos antes de decidir pelo cancelamento?

7) Qual é a expectativa de atrair turistas nacionais e estrangeiros?

8) O GDF, via Secom, informa que o pleito para 2015 continua de pé. O GDF acredita que o cancelamento da prova em Brasília em 2014 pode ter prejudicado as chances de trazer o evento em 2015?

9) A imagem de Brasília terá ficado machucada pela decisão de cancelamento? Que reação teve a Federação Mundial de Automobilismo?

Passado mais de um mês, não obtive nenhuma resposta pontual a nenhum dos nove questionamentos, apenas uma resposta genérica, que transcrevo abaixo.

O Governo do Distrito Federal (GDF) e a empresa promotora do Campeonato Mundial de Motovelocidade firmaram acordo para a realização de etapa do Mundial de MotoGP no ano 2015. 

A realização da etapa em setembro de 2014 seria uma previsão, caso Brasília já contasse com as condições necessárias para receber o evento.
 
A confirmação da etapa dependia da homologação do Autódromo Internacional de Brasília Nelson Piquet, que só será feita após uma reforma para adequá-lo aos padrões internacionais.

Os estudos técnicos do projeto já passaram por audiência pública e revelaram que não haveria tempo hábil para a antecipação da corrida em 2014. O GDF segue com o projeto para 2015, para ter o autódromo inteiramente adequado ao perfil do megaevento. 

A reforma também credenciará o espaço a receber outras grandes competições internacionais, o que reforça o compromisso do GDF em colocar Brasília na rota dos grandes eventos esportivos.

Por isso, o autódromo possui projeto complexo, que altera o traçado do circuito de forma significativa, além de modificar áreas de boxes, paddocks, sinalização, espaço para imprensa e alimentação, entre outras adequações.

Para 2014, a prioridade do governo é a realização da Copa do Mundo, em que Brasília receberá sete jogos, o número máximo permitido pela FIFA para uma cidade-sede da competição.

Em relação à pergunta sobre a viagem da comitiva, sugerimos procurar a Secretaria de Comunicação do GDF
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Marina perde seu eleitorado.


O beijo da morte.

Marina Silva perdeu mais do que ganhou quando resolveu se unir a Eduardo Campos para se vingar de Dilma. Seu capital político-eleitoral, de origem evangélica e ambientalista, está em queda permanente desde a absorção da Rede Sustentabilidade pelo PSB. 
 
Se a dupla fonte de eleitores da ex-presidenciável já era difícil de reconciliar, a junção abrupta aos campistas diluiu o que já era pouco consistente. Não deu liga.

Nos cenários do Ibope em outubro, novembro e março, a intenção de voto em Marina caiu de 21%, para 16%, para 12%. Seria esperado, se houvesse uma transferência de eleitores para o novo parceiro. Mas isso não ocorreu. No mesmo período, as taxas de Eduardo Campos foram de 10%, 7% e 7%. Marina se enfraqueceu sem reforçar o novo aliado.

O cenário pode complicar ainda mais. Pré-candidato a presidente pelo PSC, o pastor Everaldo já tem 8% de intenções de voto entre evangélicos - com chance de crescer. 
 
E o Partido Verde lançou a pré-candidatura de Eduardo Jorge, que pode cooptar eleitores ambientalistas que eram de Marina. Bom para Aécio Neves. (Da Coluna de José Roberto de Toledo, no Estadão)
 
 

FHC: "as pessoas precisam saber o que foi feito com o dinheiro do contribuinte".


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira (24) que a imagem de gestora da presidente Dilma Rousseff já estava arranhada antes da revelação de que ela deu aval à compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras. "Eu acho que não precisa de mais isso para arranhar a imagem dela como gestora. O PAC basta", ironizou, após dar palestra para alunos da PUC-Rio.

FHC disse que o surgimento de novas suspeitas envolvendo a estatal o levou a mudar de ideia no fim de semana e passar a defender a criação de uma CPI da Petrobras. "Eu pensei que fosse uma coisa mais simples, e não é. É mais complicado. Acho que tem que ser apurado. E a própria presidente deu o pontapé inicial, ela não defendeu o que foi feito", disse o tucano. "As pessoas precisam saber o que foi feito com o dinheiro do contribuinte. Eu não posso dizer até que ponto isso terá influência [na eleição]. Não sei qual será o resultado, quem são os responsáveis", acrescentou.

RACIONAMENTO

O ex-presidente defendeu que as autoridades façam um apelo para que a população poupe água e energia. Ele relembrou o apagão de 2001, no fim de seu governo, e disse que o racionamento pode ser necessário de novo. "Eu levei muito pau por causa do apagão de 2001. Quando teve o racionamento, levei um susto, porque a primeira proposta era cortar a energia. Eu falei: 'Não. Vamos apelar para o povo'", disse. "Acho que isso deve ser feito já. Tanto com a água quanto com a eletricidade. Seguro morreu de velho. O que custa pedir que todo mundo economize 10% de energia?", questionou.

Segundo FHC, a situação atual "não é tão dramática" quanto a de seu governo, mas já está na hora de pedir que a população faça um esforço de economia. Ele sugeriu a concessão de estímulos para quem reduzir o consumo de água e energia.

FHC não quis opinar sobre o conflito entre Rio de Janeiro e São Paulo pelas águas do rio Paraíba do Sul. "Tem que ser uma decisão racional. Como resolver uma questão que atenda aos dois lados? Eu não sei. A Agência Nacional de águas tem que dizer", afirmou.
 
 

Dilma bota Brasil no paredão. Dívida do país é rebaixada para "BBB-".

segunda-feira, 24 de março de 2014


 
 
A agência de avaliação de risco Standard & Poor's cortou a nota da dívida brasileira de "BBB" para "BBB-". 
 
A agência tinha informado, em janeiro, que poderia rebaixar a nota da dívida pública do Brasil ainda neste ano, mesmo antes das eleições de outubro. 
 
Quando um governo é mal-avaliado, considera-se que há risco de dar um calote, não pagar seus investidores. 
 
Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Se ele for instável ou estiver gastando muito, fica sob suspeita. (UOL Notícias)