terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ALIANÇA COM A REPRESSÃO

Noite de sábado (15). Quarto dia em que estudantes ocupam as ruas de mais de uma centena de cidades. O presidente da Venezuela justifica em discurso a suspensão dos serviços de transportes coletivos em Caracas e a censura: “Foi uma decisão de Estado.” Na cena, ao fundo, a bandeira brasileira se destaca em par com a venezuelana.


Pela segunda vez no dia, Nicolás Maduro diz que não vai renunciar. Enfático, diante de uma plateia de representantes do Mercosul, acrescenta: “O meu governo vai mais além da legitimidade política, eleitoral e constitucional. Tem uma legitimidade abarcante, de várias dimensões.”

O domingo (16) termina com a confirmação de três mortes a bala — dois estudantes e um chefe de milícia chavista, aparentemente confundido pela polícia. Organizações de defesa dos direitos humanos relatam dezenas de feridos e divulgam casos de tortura de presos.

Nessas 48 horas, o governo Dilma Rousseff subscreveu duas notas diplomáticas, divulgadas com alegria pelo governo Maduro. 
 
Na primeira, com o selo da Unasul, atribui-se aos manifestantes “a intenção de desestabilizar a ordem democrática”. Na segunda, com o carimbo do Mercosul, qualificam-se os protestos como “ações criminosas” destinadas a “disseminar a intolerância e o ódio como instrumento de luta política”.

Uma das novidades das manifestações na Venezuela é a inexistência de líderes visíveis. Pela primeira vez, caciques do chavismo e opositores foram atropelados. Só não vê quem não quer.

Ao subscrever a criminalização dos protestos dos estudantes venezuelanos, Dilma esqueceu seu mea culpa sobre as manifestações no Brasil, em setembro: “Devemos ter humildade e autocrítica para admitir que existe um país com problemas urgentes a vencer, e a população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças.”

A Venezuela enfrenta aguda escassez de alimentos, remédios e produtos básicos como papel higiênico. Maduro há muito perdeu a bússola na economia, na política e nos movimentos sociais, inclusive nas facções chavistas, cada dia mais fragmentadas. 
 
Até agora só apresentou uma resposta à sociedade: 
radicalização na repressão, cujo arsenal em parte provém do Brasil.

É pouco provável que a Embaixada do Brasil em Caracas não possua as mesmas informações que levaram a ONU, a OEA e a União Europeia a reagir com apelos à “justiça para os mortos” e ao “respeito pelo direito de protesto e liberdade de expressão”.

A única saída possível na crise venezuelana é a política, porque, como diz Hans Dieterich, ex-conselheiro de Hugo Chávez, o país realmente está à beira “de uma guerra civil”.

Em situações assim, vizinhos ajudam no papel de mediadores. Dilma descredenciou o Brasil, ao preferir a aliança com um governo que persiste no sequestro da liberdade.

Há momentos que são decisivos na biografia de líderes políticos, ensina Óscar Arias, ex-presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz (1987). Domingo, ele escreveu:

Não vou me calar quando se vulneram os direitos humanos. Não vou me calar quando só a existência de um governo como o da Venezuela é uma afronta à democracia. Não vou me calar quando se põe em xeque a vida de seres humanos, por defender seus direitos de cidadania. Já vivi o suficiente para saber que não há nada pior do que ter medo de dizer a verdade.”

18 de fevereiro de 2014
José Casado, O Globo

ATENTADO à República e à democracia

18/02/2014
às 15:00 \ Política & Cia

 

MENSALÃO: o chamado “mensalão mineiro” encerra, sim, acusação de crimes, que devem ser punidos — mas o do PT é muito mais grave: foi um ATENTADO à República e à democracia

 


Ministros do STF julgando o mensalão: "Atentado contra a democracia" (Foto: Nelson Jr. / STF).

Ministros do STF julgando o mensalão: “o chamado mensalão mineiro abrange denúncia de crime, mas o mensalão propriamente dito, além de crime, foi um atentado contra a democracia, de gravidade só comparável à de um golpe de Estado” (Foto: Nelson Jr. / STF)
 

Publicado originalmente a 13 de setembro de 2012, às 18h30. Republicado agora por ser oportuníssimo



O texto que se segue é do leitor e amigo do blog Ruy Jorge, respeitado advogado na capital do país, de quem tenho a honra de ser amigo desde quando, jovens, frequentamos o Curso de Direito da Universidade de Brasília — em cujo vestibular, diga-se de passagem, ele passou em primeiro lugar. 


Eu próprio poderia ter escrito este texto, porque CONCORDO INTEIRAMENTE COM ELE.
Post do Leitor
 

Também sou daqueles que defendem a plena punição de todos aqueles que cometeram crimes, independentemente de pertencerem a qualquer grupamento político. Acho, entretanto, que é necessário separar coisas distintas.

O apodo “mensalão mineiro” ou “mensalão tucano” não passa de uma criação petista visando a equiparar situações distintas, embora – repito – ambas passíveis de sanção penal.

Embora as acusações abranjam, em ambos os casos, desvio de dinheiro público, são elas diferentes. No mal apelidado mensalão mineiro trata-se, verdadeiramente, de crime eleitoral – nem por eleitoral menos crime.

Já o mensalão de verdade – o que está sendo julgado no STF – foi algo muito mais grave, pois, além do desvio de dinheiro público – comum a ambos – o que houve foi um grave atentado à democracia, com a compra apoio político de parlamentares e de partidos inteiros, numa tentativa de perpetuação do PT no poder.

No caso do deputado Eduardo Azeredo [na ocasião dos fatos, 1998, candidato à reeleição como governador de Minas], não houve nenhuma referência a qualquer tentativa de compra de apoio político ao governo, em nenhuma casa parlamentar.



Apontados como mentores do esquema de arrecadação de fundos:  Eduardo Azeredo e Walfrido Mares Guia (Fotos: Agência Brasil :: Rafael Neddermeyer & Sergio Lima / Folha Imagem)

O ex-governador e hoje deputado tucano Eduardo Azeredo é o principal réu do chamado “mensalão mineiro”, no qual também figura o ex- ministro do Turismo de Lula Walfrido Mares Guia (Fotos: Agência Brasil :: Rafael Neddermeyer & Sergio Lima / Folha Imagem)


E a compra de apoio parlamentar é o que qualifica e torna incomparavelmente mais grave o crime do lulalato.


O apodo “mensalão mineiro” ou “mensalão tucano” não passa de uma manobra dos petistas – que construíram a tese do caixa dois e do crime eleitoral – para equiparar crimes totalmente diferentes. Uma tentativa de incutir na mente do povo a ideia de que ambos não passaram da mesma coisa, e que, assim, o mensalão foi “apenas” um crimezinho eleitoral, tal como o outro.

E a mídia – grande parte dela sem se dar conta das intenções ocultas – aderiu, gostosamente, à manobra e acabou por dar a ambos os crimes – crimes, note bem – a mesma conotação.

Volto a repetir: qualquer crime deve ser punido – acho, até que os de natureza eleitoral deveriam ser tratados pela lei com rigor maior do que previsto na atual legislação, pois distorcem o resultado das eleições.

Mas o caso do mensalão traduz atentado à democracia e à República de gravidade só comparável à de um verdadeiro golpe de Estado.

Equiparar ambos, ainda de apenas dando o mesmo “apelido”, acaba por fazer o jogo dos inimigos da democracia e dos candidatos a tiranete…

Nunca me conformei em ver setores da mídia abraçar, de forma tão cândida – alguns, outros não – uma meia-verdade, maliciosamente plantada, a qual vem acabando por ganhar a conotação de uma mentira inteira.

(ATUALIZAÇÃO: LEIAM AQUI NOTÍCIA SOBRE A PRIMEIRA CONDENAÇÃO NO CASO MINEIRO)

É O BRASIL PETRALHA. O BRASIL LULODILMISTA.



Desvalorização do real, queda da Bolsa, alta dos juros, é o Brasil da Dilma prestes a ser rebaixado pelas agências de risco.

A ameaça de rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco já afetou o preço de ações, a cotação do dólar e os juros cobrados pela dívida brasileira. Isso indica que uma notícia positiva sobre o endividamento público --como uma contenção mais forte das despesas do governo-- teria potencial de valorizar esses ativos do país no curto prazo.

O governo deve anunciar, nesta semana, o valor que vai congelar do Orçamento de 2014. Uma economia acima de R$ 40 bilhões, segundo analistas, sinalizaria que o governo deseja evitar que a dívida pública suba e quer mantê-la estável (ao redor de 35% do PIB). O esforço poderia evitar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelas agências de classificação de risco.

Em junho do ano passado, a maior delas, a Standard & Poor's, informou que poderia rever (para baixo) a nota do país em razão do aumento das despesas em um momento de baixo crescimento econômico (que deprime a arrecadação e eleva o endividamento do governo). Antes de qualquer decisão, porém, os preços dos ativos brasileiros já perderam valor ao ponto de espelhar uma probabilidade de 96% de rebaixamento do Brasil, calculou o economista-chefe da consultoria LCA, Bráulio Borges.

Em sua estimativa, somente esse fator desvalorizou o real ante o dólar entre 5% e 10%, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) caiu entre 10% e 15% e as taxas de juros dos títulos de longo prazo do Brasil subiram 1,5 ponto percentual --estão em 7% ao ano. O cálculo é feito a partir da comparação do risco do país em relação aos seus pares, com a mesma nota de crédito, calculado por meio do CDS, uma espécie de seguro contra inadimplência.

A Colômbia, por exemplo, tem a mesma nota que o Brasil (BBB). Como o país, está sujeita à saída de capitais para os EUA. Mas o CDS do país vizinho está em 120 pontos, enquanto o brasileiro chegou a 186 --50% a mais. O patamar do Brasil está perto do uruguaio (185 pontos), que tem um grau a menos que o país na avaliação das agências de risco (BBB-).


Borges afirma que notícias positivas nesta semana no campo fiscal teriam potencial de corrigir os preços para cima. "A Bolsa poderia subir um pouco, o câmbio se apreciar e o juro longo cair", diz. O quanto, diz ele, depende do convencimento do governo. "Não adianta anunciar só o número [do corte de despesas do governo], é preciso dizer como será feito", disse.

A economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, concorda que os investidores anteciparam-se aos fatos e já desvalorizaram os ativos brasileiros. Uma correção dos preços para cima, porém, é mais difícil na sua opinião. "Pode haver um alíviozinho' no curto prazo, mas o mercado não dará carta branca ao governo", disse. "A tendência é que os preços se ajustem à medida que o governo vá anunciando o cumprimento das metas."

"Avaliamos que, mais que o anúncio do corte de despesas, será crucial que o contingenciamento seja crível'. Em caso contrário, teríamos um movimento de reversão [ou seja, de alta] dos juros futuros", afirmou Eduardo Velho, da corretora INVX. 

Folha de São Paulo
18 de fevereiro de 2014
coroneLeaks

Dilma: MUITO MAIS DO QUE UMA GAFE



Ontem, no Palácio Jaburu, Dilma Rousseff foi tentar apaziguar os ânimos do PMDB. 

O partido quer mais um ministério importante, com muito dinheiro em caixa, para pagar as campanhas dos seus deputados, senadores e governadores. 

Dilma resiste, pois quer dar este ministério para o PROS, dos Gomes do Ceará, pagarem as campanhas dos seus deputados, senadores e governadores. O ministério é o da Integração Nacional, responsável, por exemplo, pelo superfaturamento da inconclusa Transposição do Rio São Francisco, que vai matar mais algumas centenas de nordestinos de sede e fome, neste terceiro ano seguido de seca.

Em determinado momento, segundo o Estadão, a petista cometeu uma gafe ao trocar o nome do presidente estadual do PMDB de São Paulo. 

"Queria também saudar a cada um dos prefeitos e prefeitas aqui presente cumprimentando o presidente do PMDB, o Edinho [Araújo]. Ah, é o Baleia [Rossi], não é o Edinho? Olha só, Baleia, eu te demiti. (risos)".

O fato dá bem o contexto da reunião. O filho de um ministro demitido por corrupção recebe sorrisinhos e piadinhas da presidente da República. E de toda uma plateia ali interessada apenas e tão somente em levar vantagem e avançar sobre os cofres públicos.

A vida do pai de Baleia Rossi, Wagner Rossi, é um poço de irregularidades. Quando presidiu a Conab, desviou 100 toneladas de feijão destinado aos pobres para um prefeito amigo. Mesmo assim, chegou ao Ministério da Agricultura, indicado por Dilma. 


Um lobista amigo de Rossi tinha sala dentro do órgão e comandava licitações de R$ 1,5 bilhão. Finalmente, foi demitido pela Imprensa, que descobriu que ele havia pego carona no jatinho do dono de uma empresa que vendia milhões em vacinas contra a febre aftosa para o ministério e que tinha um dos sócios como assessor do ministro.

Ontem, ao fazer piadinha com o filho de um ministro demitido por corrupção, Dilma mostrou o quão podre é este governo petista. Não é para rir. É para chorar.

18 de fevereiro de 2014 Lorotas políticas e verdades efêmeras

Petição online tenta vetar Bolsonaro na Comissão de Direitos Humanos


Bruna Borges
Do UOL, em Brasília

Uma petição online pede que os deputados escolham para Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara um presidente com histórico de luta no tema e protesta contra a intenção do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de assumir o cargo. 

Os representantes dos partidos devem escolher os presidentes da comissões temáticas da Casa em reunião de líderes marcada para a tarde desta terça-feira (18).
  • Jovens promovem 'beijaço' contra indicação de Bolsonaro à comissão
  • Única coisa boa do Maranhão é o presídio de Pedrinhas, diz Bolsonaro
O abaixo-assinado já tem mais de 100 mil assinaturas. Nele, os internautas pedem às lideranças partidárias da Câmara que garantam que a comissão "não seja destruída".

"No ano passado, vimos o esvaziamento da comissão após o deputado Marco Feliciano assumir a presidência, o que colocou em risco direitos fundamentais dos brasileiros. Agora [há] o fantasma do deputado Bolsonaro", defende a petição.

O texto diz ainda que Bolsonaro é "claramente racista, homofóbico e anti-indígena, e que cujas declarações públicas não condizem com a conduta adequada de um representante [da Câmara]".

Para os autores da petição, garantir um membro com histórico de luta pelos direitos humanos é "defender a Constituição e a igualdade entre todos os brasileiros".

Apesar do deputado Bolsonaro afirmar que tem intenção de se candidatar à presidência da comissão, a liderança do PP não confirma que irá indicá-lo para a vaga.

A petição  será entregue às lideranças dos partidos na Câmara.

Dilma Rousseff começou a pagar a conta da política externa da canalhice

UMA FOTO PARA A BOSTARIDADE




O adiamento da reunião do Mercosul na Venezuela avisa que Dilma Rousseff começou a pagar a conta da política externa da canalhice

 


Reduzido a braço internacional da seita lulopetista, o Itamaraty deixou de orientar-se por valores morais e princípios éticos. E não perdeu nenhuma chance de escolher o lado errado


O engajamento na aliança golpista que tentou manter na presidência do Paraguai o reprodutor de batina Fernando Lugo, o apoio militante ao governo em decomposição de Nicolás Maduro, os donativos bilionários (e secretos) do BNDES à ditadura cubana, a importação de escravos de jaleco que rende à ilha-presídio mais de 23 milhões de dólares por mês e tantas outras iniquidades enterraram a esperança de que Dilma Rousseff ao menos retocasse a política externa da canalhice inaugurada em janeiro de 2003. 
 
O repulsivo comportamento do Planalto no caso do senador boliviano Roger Molina informa que a afilhada fez mais que preservar a herança maldita. Conseguiu torná-la mais repulsiva, provou a descoberta do plano forjado para entregar ao algoz Evo Morales o homem enclausurado na embaixada brasileira em La Paz.
 

Até dezembro de 2002, o Brasil liderou a América do Sul sem bravatas nem bazófias. Hugo Chávez, por exemplo, tratou de comportar-se desde o dia da posse em 1998: não provocou nenhum país nem embarcou em delírios beligerantes. 

Ao fim de complicadas negociações conduzidas pessoalmente por Fernando Henrique Cardoso, o acordo entre o Equador e o Peru encerrou um dos mais antigos conflitos de fronteira do subcontinente.

 O Paraguai abrandou a choradeira pela revisão do Tratado de Itaipu. A Bolívia entendeu que o preço do gás vendido ao vizinho tinha de levar em conta que o comprador havia bancado sozinho a construção do gasoduto bilionário. Até a Argentina pareceu criar juízo, e o Brasil não foi desafiado por ninguém.


As coisas começaram a mudar em janeiro de 2003, com o parto da política externa da canalhice. Fruto do cruzamento de stalinistas farofeiros que controlam o PT com terceiromundistas de galinheiro que infestam o Itamaraty, nasceu com 200 anos de idade.

O aleijão teria morrido de velhice na primeira semana se não fossem os cuidados que lhe dispensaram o padrinho que imagina que o Oriente Próximo tem esse nome por ficar logo ali e a dupla de babás formada por Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. 

Não teria chegado aos aos 213 anos sem a permanência de Garcia, sempre disfarçado de Assessor Especial para Assuntos Internacionais, no cargo de chanceler.
 
Nos oito anos de Lula, o Brasil fez concessões vergonhosas ao Paraguai e ao Equador, suportou com passividade bovina as bofetadas desferidas pela Argentina e pela Bolívia, hostilizou a Colômbia democrática enquanto afagava os narcoterroristas das FARC, curvou-se à vontade e aos caprichos da Venezuela chavista, deixou de ser sinuelo para virar mais um no rebanho. 

Simultaneamente, fantasiou-se de “potência emergente” para intrometer-se nos assuntos internos de outras nações. 

Reduzido a braço internacional da seita lulopetista, o Itamaraty deixou de orientar-se por valores morais e princípios éticos. E não perdeu nenhuma chance de escolher o lado errado.

Entre os Estados Unidos e qualquer obscenidade que se opusesse ao imperialismo ianque, preferiu invariavelmente a segunda opção. Subordinado a decisões dos napoleões de hospício que proliferam nos grotões sul-americanos, Lula transformou a embaixada em Honduras na pensão do golpista Manuel Zelaya.

Para prestar vassalagem a Fidel Castro, comparou os dissidentes políticos da ilha-presídio aos bandidos encarcerados em São Paulo e aprovou a deportação dos pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux. 

Entre a civilização e a barbárie, afrontou o país que presta ao bajular, com efusões de galã mexicano, o faraó de opereta Hosni Mubarak, o psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir ou o iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad. Coerentemente, o último ato do presidente foi promover a asilado político o assassino italiano Cesare Battisti.

As punições aplicadas à médica cubana Ramona Rodriguez e a demora na concessão do status de refugiado a Roger Molina atestam que, com o mandato de Dilma perto do fim, continua em vigor a política externa da canalhice. 

Pior para a presidente: a conta acumulada nos últimos 11 anos começou a chegar. Como a decisão sobre o caso do senador boliviano, também a reunião do Mercosul acaba de ser adiada pela terceira vez em dois meses.

Motivo: o encontro tem de ocorrer na Venezuela, e a ideia de pousar na terra conflagrada nada tem de animadora para os parceiros que premiaram Hugo Chávez com a carteirinha de sócio do clube. 

Todos preferem esperar que Caracas pareça mais acolhedora.

Convém esperar sentados.


18 de fevereiro de 2014
Augusto Nunes, Veja
 

PMDB e Solidariedade propõem CPMI para investigar aliciamento de manifestantes

  • 18/02/2014 18h16
  • Brasília
Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil Edição: Nádia Franco
 
O PMDB e o Solidariedade pretendem criar uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar a atuação dos chamados black blocs

A proposta de CPMI foi apresentada hoje (18) pelo líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados, Fernando Francischini (PR). De acordo com Francischini, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), encampou a iniciativa. 

Se for instalada, a comissão parlamentar investigará se pessoas estão sendo aliciadas para promover quebra-quebra durante manifestações nas ruas. 

Os partidos que propõem a CPMI querem saber se existe aliciamento, quem alicia, quem financia os jovens, quem fornece a eles marretas, máscaras e capuz ir às manifestações "e destruir tudo o que estiver pela frente", conforme explicou Francischini. Para ele, há manifestantes pagos infiltradas nos protestos.

Francischini disse que a proposta já obteve apoio de dez partidos na Câmara. Com isso, o Solidariedade espera concluir rapidamente na Câmara a coleta das 171 assinaturas necessárias para a instalação da CPMI. 

Segundo o deputado, além do PMDB e do Solidariedade, endossaram o pedido de investigação os líderes do PR, PP, PSDB, DEM, PPS, PSD, PDT, PSC e PTB e da Minoria. 

No Senado, é preciso colher 27 assinaturas para que a comissão parlamentar seja instalada.

Adolescente faz transplante de células tronco na Paraíba e volta a enxergar


Acidente com soda cáustica teria causado cegueira em um dos olhos do menino que passou por três intervenções cirúrgicas em quatro meses de tratamento; na última delas foi feito transplante de células tronco e ele está voltando a enxergar

Saúde | Em 18/02/14 às 15h59
Divulgação/ Assessoria FCM
Adolescente está voltando a enxergar
Um adolescente de 14 anos voltou a enxergar após fazer um transplante de células tronco em uma clínica escola da Paraíba. O paciente é morador do distrito de Galante, na Zona Rural de Campina Grande, no Agreste do Estado, a 180 quilômetros de João Pessoa.

O tratamento do adolescente foi feito em três cirurgias, sendo que na última das intervenções foi feito um transplante de células-tronco da córnea do olho saudável.

O médico que realizou o tratamento, Diego Gadelha, informou que o último procedimento trouxe excelentes resultados e a recuperação física e, consequentemente emocional do paciente.

A visão do jovem está retornando aos poucos e ele diz que antes sentia muita dor e via tudo branco com o olho acidentado. Hoje, ele diz que consegue identificar as pessoas e vem sentindo que está melhor a cada dia.

A mãe do adolescente, a agricultora Elizângela Félix, contou que o filho ajudava o tio no carregamento de soda cáustica quando um dos baldes bateu em um ferro e a substância derramou caindo sobre o olho dele.

A agricultora contou, ainda, que levou o adolescente ao Hospital de Trauma da Campina Grande e que teria recebido a informação de que o filho tinha perdido o olho.

Ela disse que foi encaminhada pelo Hospital de Trauma de Campina Grande para a Clíníca Escola da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba que em parceria com o Hospital da Visão realizou o tratamento do rapaz.

Tratamento existe há dois anos na PB

O médico Diogo Gadelha informou que o tratamento desenvolvido através de parceria entre a FCM e Hospital da Visão existe há dois anos. Este é do segundo paciente que passou pelo transplante de células tronco com resultados positivos. 

No primeiro caso, um jovem perdeu a visão de um dos olhos após um acidente com cal e voltou a enxergar após utilizada a técnica. 

Ele disse que não tem conhecimento sobre o uso desse tipo de transplante na Paraíba. "É uma técnica inovadora em que são retiradas do limbo da córnea algumas células tronco que têm a capacidade de se renovar.

Elas são retiradas do olho saudável e implantadas no olho doente. Isso faz com que ocorra uma recuperação da transparência da córnea e o paciente volta a enxergar", explicou.

O especialista disse que essa técnica é aplicada especificamente para quem perdeu a visão por causa de problemas na córnea causados por queimadura química. Quando o acidente acomete só um dos olhos, o transplante é feito das células tronco do olho saudável.

No caso da queimadura química atingir os dois olhos, Diogo Gadelha explicou que o transplante pode ser feito de um doador que seja pai ou mãe do paciente ou ainda um parente em primeiro grau.

O tratamento é aberto a todos os pacientes que necessitem

Ele informou que as pessoas podem procurar a clínica escola da FCM, em Campina Grande, para casos de encaminhamentos através do SUS ou o Hospital da Visão, quando tratar-se de encaminhamento particular ou através de convênios com planos de saúde.
 


Governo Dilma tem aprovação de (apenas) 36,% da população


Resultado da pesquisa CNT/MDA mostra oscilação da avaliação da presidenta para baixo. Nas simulações para as eleições de outubro, petista supera todos os adversários no primeiro turno

 
Roberto Stuckert Filho/PR
Avaliação negativa do governo oscilou para cima, de 22% para 24,8% dos entrevistados

O governo da presidenta Dilma Rousseff recebeu aprovação de 36,4% dos entrevistados na pesquisa divulgada hoje (18) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O índice é menor que o registrado na pesquisa anterior, de novembro de 2013, quando o governo teve avaliação positiva de 39% da população. O governo Dilma foi avaliado como negativo por 24,8% dos entrevistados. Na edição anterior, esse percentual chegou a 22,7%.

O desempenho pessoal da presidenta é aprovado por 55% dos entrevistados. O índice de desaprovação chega a 41%.

A pesquisa da CNT, encomendada ao instituto MDA, mostra que, no caso de candidatura nas eleições presidenciais de outubro, Dilma Rousseff tem 21,3% da intenção espontânea de voto. Em seguida, aparecem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (5,6%), o senador Aécio Neves (5,6%), Marina Silva (3,5%) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (1,6%). Na pesquisa espontânea, não são apresentados nomes de possíveis candidatos.

Na intenção de voto estimulada, quando são apresentadas opções de candidatos, Dilma Rousseff tem 43,7% da intenção de voto, Aécio Neves tem 17% e Eduardo Campos, 9,9%. Em um segundo cenário, no qual Marina Silva é candidata no lugar de Eduardo Campos, Dilma Rousseff tem 40,7% das intenções de voto, Marina Silva, 20,6% e Aécio Neves, 15,1%.

Nesta edição, foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 24 unidades da federação, entre os dias 9 a 14 de fevereiro. A margem de erro da pesquisa é 2,2 pontos percentuais.

Fundo do Meio Ambiente poderá custear recuperação de terra degradada


18/02/2014 - 11h10 Comissões - Meio Ambiente -

Iara Guimarães Altafin


Desmatamento às margens da Transamazônica

Os agricultores poderão contar com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para recuperar terras degradadas e assim ampliar as áreas agricultáveis em suas propriedades. Essa possibilidade consta de projeto aprovado nesta terça-feira (18) pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), em decisão terminativa.

O autor da matéria (PLS 606/2007), o ex- senador Valter Pereira, argumenta que existem nas propriedades rurais parcelas antes exploradas que hoje estão abandonadas por estarem degradadas.  

Com o projeto, ele quer possibilitar que essas terras voltem a ser produtivas, reduzindo assim a pressão sobre áreas florestadas.

A recuperação de áreas degradadas, observou o autor, também contribui para reduzir o assoreamento dos rios, por aumentar a capacidade de absorção de água da chuva pelo solo. Favorável ao projeto, o relator na CMA, senador Jorge Viana (PT-AC), concorda com a adoção de medidas que permitam o aumento da produção agrícola sem a necessidade de novos desmatamentos.

O projeto modifica a Lei 7.797/1989 para incluir a recuperação de áreas degradadas entre as prioridades do FNMA, que já incluem unidades de conservação; extensão florestal; pesquisa e desenvolvimento tecnológico; educação ambiental; e aproveitamento econômico sustentável da flora e fauna nativas.

Jorge Viana apresentou substitutivo para corrigir falhas de técnica legislativa. Ele também acatou emenda de redação aprovada quando da tramitação da matéria nas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

Briga leva PM a estourar depósito de drogas


Rafael Ribeiro

 Policiais militares de Santo André flagraram, na tarde de ontem, um depósito de drogas que funcionava dentro de uma casa no Jardim Santo André. A suspeita é que o morador trabalhava para o tráfico do bairro.

Os integrantes da corporação foram até o local para averiguar uma denúncia de briga de casal em andamento, que havia sido comunicada pelo telefone 190.

A ex-mulher acusou Alan Santos Amorim, 20 anos, de tomar o filho do casal sem sua permissão e indicou seu endereço aos policiais.

Quando chegaram ao local os policiais estranharam o forte cheiro de produtos químicos que vinha de dentro da residência e suspeitaram de que houvesse consumo de drogas. Amorim permitiu a entrada dos soldados, que encontraram grande carregamento de entorpecentes.

A polícia localizou 660 pinos plásticos contendo cocaína e 606 com crack, além de um tijolo com 479 gramas da mesma droga e um tablete com aproximadamente um quilo de maconha.

Inicialmente, o suspeito negou que fosse traficante e justificou que os entorpecentes seriam utilizados apenas para consumo próprio.

A desculpa não convenceu os policiais, que levaram Amorim ao 6º DP (Jardim do Estádio) da cidade, onde foi autuado por tráfico de drogas. 

PSB articula para ter Barbosa candidato ao Senado


Publicado em terça-feira, 18 de fevereiro de 2014 às 08:41     Jornal do Grande ABC

Divulgação


O PSB do governador Eduardo Campos planeja uma nova ação política de impacto, semelhante à da entrada no partido da ex-ministra Marina Silva e sua Rede Sustentabilidade: a filiação do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. 

Relator do processo do mensalão e responsável por levar à prisão parte da antiga cúpula do PT, Barbosa será convidado a disputar, pelo partido, a vaga de senador pelo Rio de Janeiro. Pela legislação eleitoral, ele pode se filiar ao partido até 5 de abril, seis meses antes da eleição.

De acordo com integrantes do PSB, Eduardo Campos "tem loucura" para saber quais os planos políticos do ministro Barbosa. Sem contato com o presidente do STF, e tomando todos os cuidados para não fazer uma sondagem que pareça assédio político, Campos escalou a ex-corregedora da Justiça Eliana Calmon, também ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para fazer a aproximação.

No STF e no STJ é dada como certa a saída do presidente do STF. Mas ele quer, primeiro, concluir o processo do mensalão, pois ainda há recursos a serem julgados. O próprio Barbosa tem confidenciado que acha improvável que a ação termine até o prazo para a desincompatibilização.

O ministro, no entanto, tem dado esperanças ao PSB. Convidado a entrar no partido no dia 19 de novembro pelo presidente da legenda no Rio, deputado Romário Farias, ele não descartou a oferta. 

No último sábado, por intermédio da assessoria do STF, divulgou nota segundo a qual não será candidato a presidente da República.

Mas não rejeitou outros cargos. Ele afirmou ainda que dificilmente ficará no Supremo até seus 70 anos, idade da aposentadoria compulsória. Ele tem 59 anos. Sabe-se que seus planos de sair têm relação com a posse do novo presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, que tomará posse em novembro. 

A relação entre os dois são ruins.Diante desse quadro, Eduardo Campos vem insistindo para que Eliana Calmon converse com Barbosa. Ela será candidata do PSB ao Senado pela Bahia.

Player

Eliana Calmon confirmou que foi escalada por Campos para sondar Barbosa, mas ainda não conseguiu conversar com o presidente do Supremo. 

Na primeira investida, um assessor próximo do ministro descartou a possibilidade de ele sair candidato, mas a ex-corregedora deve procurar Barbosa para um contato direto após o carnaval.
A amigos, o ministro teria dito que, depois do julgamento do mensalão, considera-se um "player" no processo eleitoral deste ano.

Em dezembro do ano passado o Estado ouviu os dirigentes dos 32 partidos filiados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de oferecerem legenda para Joaquim Barbosa. A metade lhe negou espaço, com as justificativas mais diversas possíveis.

O tucano Aécio Neves, que é candidato à Presidência da República, disse que Barbosa cumpre um importante papel no STF. "O ministro cumpre um papel como presidente do STF que honra os brasileiros. 

Nosso respeito pelo ministro é tão grande que nem sequer aventamos essa hipótese", afirmou na época o senador e presidente do PSDB.

Outros partidos, como o PPS, que faz parte da aliança de Eduardo Campos, disseram que não dariam a legenda a Barbosa. Da mesma forma agiram o PP, o PMDB e o PTB e PCO. O PEN admitiu ceder legenda ao ministro. (Colaborou Valmar Hupsel Filho). 

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bola com propaganda do PT causa constrangimento em evento da Fifa

Maquiavel


Bolas de futebol com a imagem do governador Agnelo Queiroz ao lado de Lula e da presidente Dilma vistas na sala de imprensa do Estádio Nacional de Brasília, durante visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke

Bola de futebol com a imagem do governador Agnelo Queiroz, da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula (Evaristo Sá/AFP)
 
O PT deu outra demonstração nesta terça-feira do seu descaso com a campanha eleitoral fora de hora: uma bola de futebol com o rosto do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, além do número do partido, apareceu em plena visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ao estádio Mané Garrincha, que abrigará jogos da Copa do Mundo. 

A bola foi levada até a sala de imprensa para ser fotografada mas, diante do constrangimento causado à comitiva da Fifa, foi retirada do local. 

 Temendo sanções por campanha eleitoral antecipada, Agnelo divulgou nota na qual afirma que o artefato foi levado espontaneamente(!!!) por um participante do programa Fábrica Social, que emprega pessoas de baixa renda no DF para produzir bolas. 

Em tempo: o petista tentará a reeleição em outubro – e a imagem estampada, coincidentemente, tem o slogan de sua campanha a governador.

JUSTIÇA VAI TORNAR ARRUDA INELEGÍVEL

RENATO RIELLA

A Justiça é lenta porque é sábia. E é sábia porque é lenta. Mas não tarda.


Assim, o ex-governador José Roberto Arruda está complicado em mais um processo. 

Já expliquei aqui que ele vai responder a mais de 20 processos. Pode ser condenado a mais de 100 anos de prisão. E poderá ser obrigado a devolver cerca de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões ao Estado.

Mesmo assim, o ex-governador Joaquim Roriz acredita nesse cara complicado e deixa viva a versão de que apoia nas eleições a chapa Arruda (governador) e Liliane Roriz (vice), sem levar em conta que o famigerado ex-governador, que já foi inclusive preso, quase certamente estará inelegível.

Transcrevo abaixo a notícia do Tribunal de Justiça do DF sobre a mais recente condenação do Arruda.

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O juiz da 1ª Vara de Fazenda Pública do DF sentenciou, na sexta-feira, 14/2, o ex-governador José Roberto Arruda e o ex- Secretário de Esportes e Lazer Agnaldo Silva de Oliveira a multa civil, a suspensão dos direitos políticos, proibição de contratarem com o Poder Público e a perda de eventual função pública quando do trânsito em julgado da condenação. Cabe recurso.

A decisão foi proferida em Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa proposta pelo MPDFT aduzindo que a contratação na partida amistosa de futebol entre as seleções do Brasil e de Portugal, em 19 de novembro de 2008, não obedeceu aos ditames legais.

De acordo com a sentença, Arruda deve ter seus direitos políticos suspensos por quatro anos e Oliveira, por três anos, a contar do trânsito em julgado. 

Ambos devem pagar multa civil “em quantia equivalente a 50 vezes o valor da remuneração mensal que auferiam à época do fato, em favor do erário distrital, montante que deve ser acrescido de correção monetária pelo IPCA-E a contar de hoje e juros de mora de 1% ao mês a contar da citação”. 

Eles ficam proibidos também de “contratarem com o Poder Público ou dele receberem quaisquer benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual sejam sócios, pelo prazo de três anos”.

Explica o julgador que “não se tratou de um mero ato administrativo praticado ao arrepio da Lei. O que ocorreu foi uma inexigibilidade de licitação, sem que os dois primeiros Réus (Arruda e Oliveira) tivessem qualquer preocupação em atender as exigências legais. 

Ademais, não se pode promover uma contratação direta de um evento dessa magnitude, com uma rapidez administrativa impressionante, gastando-se nove milhões de reais, sem nenhuma preocupação em atender as orientações jurídicas”.

A empresa Ailanto Marketing Ltda chegou a figurar como ré no processo, mas foi absolvida. 

Esclarece a decisão: “É que a dita empresa era a única detentora dos direitos sobre o jogo e cobrou o preço que entendia cabível ao evento. Não detinha, pois, nenhuma ingerência sobre o mau procedimento da Administração Pública.”

Quarenta mil cones sinalizam situação suspeita em brasília

RENATO RIELLA

Em 11 de outubro do ano passado, afirmei aqui no BLOG que “nenhum país do mundo, nem mesmo os Estados Unidos (nem mesmo a China), tem uma população de cones maior do que Brasília”. 


Agora, reportagem da Veja Brasília denuncia possível irregularidade na compra de cones pelo Governo do DF. E dá um número monstruoso: a população desses seres baixinhos, avermelhados, chegou a 40.000 unidades, mais do que todas as pessoas contratadas pela Polícia Militar, Polícia Civil, Detran, DER, bombeiros, etc. Mais cones do que gente! 

E os cones não fazem operação-tartaruga!

A matéria da Vejinha denuncia que a compra de cones pelo GDF foi feita à base de R$ 150 reais a unidade. A reportagem da revista chegou a encontrar no mercado cones até a R$ 27,00. Do mesmo tipo, na mesma empresa fornecedora, localizou preço bem menor: R$ 125,00.

São questões que o Tribunal de Contas do DF terá de apurar, envolvendo os diversos órgãos de policiamento do DF. Vai dar zebra!

Prefiro me ater à questão estética. Na verdade, quem me chamou a atenção para o escândalo dos cones foi um italiano chamado Roberto. No ano passado, aproveitou para conhecer o Brasil – e adorou. Veio fazer estudos na Universidade de Brasília e assistir jogos da Copa das Confederações em diversas cidades.

Quando ele estava indo embora, o meu filho Gil, que é professor da UnB, perguntou a Roberto o que mais havia impressionado o italiano na passagem por Brasília. Pensou que fosse a Catedral, as superquadras arborizadas, o Parque da Cidade, as incríveis obras de arte do Athos Bulcão, as pessoas civilizadas e amáveis, o Estádio Mané Garrincha (onde ele esteve), ou até o por do sol – fantástico!
Roberto, o italiano, amou o Brasil e vai voltar na Copa do Mundo. 

 Mas, sobre Brasília, ele deu uma risadinha e definiu: “É a cidade dos cones”. Coitados do Lúcio Costa e do Oscar Niemeyer, nivelados ao nível mais baixo da cota urbana.

O turista europeu explicou que fotografou milhares de cones encobrindo a maravilhosa paisagem, em todos os cantos de Brasília, como não se vê em nenhum lugar do mundo. 

Só quem não percebe isso é o Iphan, mas os quarenta mil cones são a forma mais daninha de poluir visualmente uma cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade.

Para completar, segundo denuncia a Vejinha, podem até ser fruto do superfaturamento.

E, para completar ainda mais, imaginem quantas pessoas são envolvidas na operação de instalação do cone. Os caras devem estar com dor de coluna de tanto botar e tirar cones. 

Assim, mantenho a campanha que lancei no ano passado: leve o seu cone para casa. Ninguém vai notar a falta desse ser baixinho e vermelhinho. São tantos, que se tornaram incontáveis.

Bezerrão pode complicar mais o famigerado Arruda, até com prisão

RENATO RIELLA

O ex-governador do DF, o famigerado José Roberto Arruda, poderá ter outra condenação gravíssima relacionada com o jogo das Seleções do Brasil e de Portugal, que ocorreu no Estádio Bezerrão, do Gama.

Há um processo criminal na 4ª Vara Criminal do DF, em que Arruda corre o risco de pegar pena de 10 anos de prisão. 

O que se apura é a lavagem de dinheiro, algo em torno de R$ 9 milhões, dinheiro gasto pelo GDF sem licitação para fazer a reinauguração do Bezerrão em 2008.

Vale lembrar que, graças a esse escândalo, escancarou-se a suspeita generalizada contra o então presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira. Ele estava no cargo há 23 anos e caiu por ter feito a besteira de se meter com Arruda e alguns amigos desse ex-governador que até hoje influem no futebol brasileiro.

Quem está metido nessa confusão também é o ex-presidente do Barcelona, o espanhol Sandro Rosell, que acaba de renunciar a este importante cargo por ter feito uma negociação muito suspeita na contratação do craque Neymar.

Pelo visto, é rolo em cima de rolo.

No caso do Bezerrão, o então secretário de Esportes e Lazer, pastor e ex-deputado Agnaldo de Jesus, foi vítima do Arruda. Ele levou o processo sobre a inauguração do estádio ao então governador e disse que não poderia assiná-lo, por haver nítidas irregularidades.

Sabem qual a reação do Arruda? “Você é um frouxo, Agnaldo!”

Resultado: o então governador autorizou o negócio hoje condenado pela Justiça. O secretário, para não parecer frouxo, foi atrás, complicando-se.

Parece mentira, mas esta é a versão que correu quando Arruda ainda era governador. Todo mundo nos bastidores do esporte sabia que iria dar confusão – como deu.

Tanto que, na Vara da Fazenda Pública, o juiz reconheceu que a contratação foi feita “sem nenhuma preocupação em atender às orientações jurídicas”.

E assim, quase todos os personagens se ferraram.

E vão se ferrar mais ainda, pois a condenação na Vara de Fazenda, ocorrida na última sexta-feira, repercutirá na Vara Criminal, onde pode ocorrer decisão sobre a prisão de Arruda e Agnaldo. 


Quanto à multa de quase R$ 1 milhão, que Arruda já recebeu por ter feito essa operação imprudente, corre a piada de que o ex-governador Roriz vai fazer uma vaquinha para pagá-la.

Faz sentido, pois consta que Roriz resolveu apoiar o nome de Arruda como candidato a governador. Pirou! 


Violências

Política

Cariocas


Cadê aquela Lagoa Rodrigo de Freitas em que o garoto Jobim tomava banho e pescava paratis?
por Carlos Leonam — publicado 16/02/2014 09:06
Ipanema
O lendário píer de Ipanema visto do Arpoador (anos 70): todos se conheciam

Não se trata de uma hora da saudade. É que o cronista Joaquim Ferreira dos Santos, garimpeiro das coisas cariocas, escreveu esta semana sobre um Rio que, ano após ano, tem deixado de ser tão maravilhoso assim. 

Apesar de cantado em prosa e verso por escribas de todas as origens, desde que Estácio de Sá fundou o que dom Pedro II, bem mais tarde, chamaria a mui Leal e Heroica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Rubem Braga já havia previsto que Copacabana haveria de um dia não ser mais o bairro sonho de consumo dos outros brasileiros, com a especulação imobiliária o descaracterizando, como aconteceria, anos depois, com Ipanema, hoje uma nova Copacabana.

Foi-se o tempo em que Ipanema era um bairro residencial em que praticamente todos se conheciam, em que a Banda de Ipanema era uma brincadeira familiar, o Arpoador uma praia apenas dos primeiros surfistas e onde as garotas ousavam usar os primeiros biquínis, para faniquito de suas mamães.

Dou a palavra a Joaquim: “Alguém que chegue à Praça General Osório, berço da Banda de Ipanema, e, olhando ao redor, pergunte ‘isso aqui ainda é Copacabana?’, não passará por maluco. (...) O metrô, por sua vez, vai chegar ao Leblon (...). Este vai ficar igual a Ipanema. Que hoje está igual a Copacabana”.


O Rio, tomando-se como referência Copacabana, Ipanema e Leblon, realmente foi mudando muito, desde as últimas décadas do século XX. 

Não há moças janeleiras, não se ouve mais o som das aulas de piano nas ruas, antes calmas, e não violentadas por restaurantes, churrascarias e butiques de grifes multinacionais. 

Nem as praias da Lagoa Rodrigo de Freitas, em que o garoto Tom Jobim tomava banho de mar e pescava paratis.

Um assaltante pode estar de tocaia em cada esquina ou nas calçadas da Avenida Atlântica ou da Vieira Souto ou da Delfim Moreira. 

O trânsito vem piorando, dia após dia, e as calçadas passaram a ser usadas por ciclistas, que se acham em missão ecológica, os pedestres que se danem.

As praias – antes tão curtíveis – perderam aquela quase privacidade, eram um lugar onde quase todos se conheciam. 

Aquele ponto de encontro. Viraram o paraíso dos arrastões de assaltantes, dos ambulantes vendendo um inacreditável cardápio – tem até comida japonesa.

Tudo, claro, a preços surreais, escorchantes, que vêm transformando os moradores locais em farofeiros, digamos, chiques, que levam em isopores e caixas térmicas a sua matula, para fugir do achaque do comércio na areia.
Mas não devemos perder a esperança. Como dizia o poeta Vinicius, “ninguém é carioca em vão”. Stefan Zweig escreveu que, no Rio, a vida pode ser boa para todos, “pois é mais fácil ser pobre aqui do que em outra cidade”.


Outro dia, o arquiteto Paulo Casé, carioca da gema, me dizia e o cito de cabeça, pois não sabia que estaria escrevendo sobre o assunto: “Viver no Rio representa tal distinção que me aflige imaginar não ter nascido aqui. Apesar de reclamar muito, me considero um homem de sorte”.

Eu também.