segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Mensalão tucano: deputados do Minas Sem Censura denunciam corrupção.


Veja a matéria publicada pelo site Viomundo:

Deputados mineiros pedem à Procuradoria que inclua Cemig e Lista de Furnas na apuração do mensalão tucano

Os deputados petistas Adelmo Leão, Padre João, Rogério Correia e Pompílio Canavez pouco antes de protocolar ofício na PGR

por Conceição Lemes

Nesta quinta-feira, os deputados estaduais Rogério Correia, Pompílio Canavez e Adelmo Leão e o deputado federal Padre João, todos do PT de Minas, protocolaram na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, pedido (na íntegra, abaixo) para a inclusão da Cemig na Ação Penal 536, o mensalão tucano, e análise da Lista de Furnas, a partir da denúncia feita em janeiro de 2012 pela procuradora Andrea Bayão, do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.

O ofício é dirigido ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com cópia para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do processo do mensalão tucano.
Canavez e Correia são, respectivamente, líder e vice-líder do bloco parlamentar de oposição Minas Sem Censura (MSC). Atualmente, é composto pelo PT, PRB e PMDB. Leão é vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

“A Cemig não pode ficar de fora do relatório do doutor Janot. O esquema de corrupção foi até maior do que na Copasa, Comig e Bemge”, afirma o deputado Rogério Correia. “Na campanha de 1998, a Cemig repassou à SPMP&B R$ 1,6 milhão [em valores daquela época] para a campanha publicitária A energia do bem. Só que, na verdade, o recurso foi para o caixa 2 da campanha dos tucanos. O relatório do delegado Zampronha comprova claramente que nunca houve a produção da suposta campanha publicitária. A gráfica envolvida é uma gráfica fria, composta de laranjas do Eduardo Azeredo e do Cláudio Mourão.”

Mourão foi secretário de Administração de Azeredo na Prefeitura de Belo Horizonte [1990-1992] e no governo de Minas Gerais [1995 a 1º de janeiro de 1999]. Depois, o coordenador financeiro da malsucedida campanha pela reeleição de Azeredo ao governo do Estado.

Mourão fez um documento (na íntegra, abaixo) onde relata toda a operação envolvendo dinheiro para a campanha: dos financiadores aos beneficiários.

A lista do Mourão é o mensalão tucano, denunciada pelo controvertido lobista Nílton Monteiro, atualmente preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, MG.

A Lista de Furnas, também denunciada por Nilton Monteiro, é de 2002 e diz respeito à eleição de Aécio Neves ao governo de Minas e à tentativa de eleger o sucessor de Fernando Henrique Cardoso ao Planalto, José Serra.

No início da semana, Aécio disse que a denúncia contra Azeredo não é problema do PSDB.

“É problema do PSDB, sim. O desvio de recursos públicos foi para campanha tucana e aliados em todos os níveis: deputados,senadores e governador”, diz Rogério Correia. “O próprio Aécio recebeu R$ 110 mil,que hoje significariam em torno de R$ 400 mil.”

 

Aécio nega ter recebido. O procurador-geral diz que a lista é autêntica, não foi forjada.

De público, há três confissões de gente que diz ter recebido os valores atribuídos a elas na lista: a do ex-deputado federal Roberto Jefferson, a do deputado estadual Antônio Júlio (PMDB-MG) e a de um outro deputado que estava na lista e confidenciou o recebimento ao jornalista Ricardo Noblat. Noblat não deu o nome do deputado.

“É do DNA do senador Aécio Neves trair. Alckmin e Serra já experimentaram do veneno. Agora o Azeredo e também o deputado Pestana estão experimentando”, observa Rogério Correia. ”Pestana foi trocado por Pimenta da Veiga, o avô do mensalão, que será o candidato ao governo de Minas imposto pelo chefe.”

“Vivemos num estado de exceção. O governo de Minas vive para o objetivo eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB) chegar à Presidência da República. Nada que possa discordar dele e da política do governo mineiro pode ser denunciado ou investigado”, acusa Rogério Correia.

“No início do meu mandato, tucanos em conluio com a revista Veja, procuraram me vincular a denúncias falsas sobre a Lista de Furnas. Tentaram inclusive me cassar. A cassação só não ocorreu porque os movimentos sociais populares e a própria bancada do Minas Sem Censura reagiram.”

“A perseguição continua através da prisão do lobista Nilton Monteiro”, denuncia o deputado. “O objetivo maior da prisão do Nílton é desacreditar a Lista de Furnas e o mensalão tucano, duas pedras no sapato dos tucanos. A recente detenção do jornalista Marco Aurélio Carone segue a mesma lógica.”

Não é à toa que Rogério Correia leu com muita atenção as 84 páginas do relatório do procurador-geral Rodrigo Janot, que se manifesta pela condenação do deputado federal Eduardo Brandão de Azeredo (PSDB) e sugere pena de 22 anos de reclusão e 623 dias-multa ao ex-presidente do PSDB.

Viomundo – O que achou do relatório do procurador-geral da República?

Rogério Correia — É muito preciso. Pelo que pude entender, baseia-se no inquérito do delegado Zampronha [Luís Flávio Zampronha, delegado da Polícia Federal], que conta detalhadamente o que foi o mensalão tucano. Não é um documento do “ouvi dizer, por isso vou condenar”. É um documento com provas contundentes de caixa 2 e desvio de dinheiro público.
Viomundo – Quais os pontos fortes do relatório?

Rogério Correia — Destacaria dois. Primeiro: as provas. Ali, há farta documentação comprobatória. No documento do doutor Janot, não se estabelece nenhuma teoria do domínio de fato de culpar alguém “por achar” que é culpado.

Segundo: a comprovação do uso de recursos públicos na campanha eleitoral de 1998. Demonstra, portanto, crime de improbidade administrativa, além do de corrupção.

Viomundo — O procurador-geral diz que a lista do Cláudio Mourão, a do mensalão tucano, não é uma montagem, a assinatura é do próprio Cláudio Mourão. Mas Janot deixou de fora a Lista de Furnas. Ela não teria relação com o mesmo esquema de uso de recursos públicos? A Lista de Furnas também não foi denunciada por Nílton Monteiro?

Rogério Correia — São dois momentos distintos e que causam muita confusão.

A Lista do Mourão é de 1998, foi o mensalão tucano. Foi a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo, financiada com recursos públicos. Foram gastos mais de R$ 100 milhões em dinheiro da época, uma verdadeira fortuna.

A Lista de Furnas, também denunciada por Nilton Monteiro, é de 2002 e diz respeito à eleição de Aécio Neves. Esse caso de corrupção irrigou, através de processos licitatórios fraudulentos em Furnas e empresas que fizeram “caixinha”, a campanha tucana daquele ano não só em Minas, mas também em São Paulo, Bahia e outros estados.

A Lista de Furnas nem sequer foi julgada. Protocolei hoje ofício ao doutor Rodrigo Janot, com cópia para o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, para que levem para o Supremo Tribunal Federal a Lista de Furnas, pois ela possui o nome de 156 políticos, entre os quais o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin.

A Lista de Furnas já teve sua veracidade comprovada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (na íntegra, abaixo). E posteriormente o caso de corrupção foi atestado pelo relatório de 2012 da doutora Andrea Bayão, na época procuradora do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (na íntegra, abaixo).

Viomundo — O que na sua avaliação o procurador-geral deixou de fora do relatório e que é importante?

Rogério Correia – O caso Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais].

Para levantar recursos para a campanha de 1998, a SMP&B, do Marcos Valério, promoveu o Enduro da Independência e obteve recurso, a título de patrocínio, da administração direta e empresas públicas de Minas Gerais, como Copasa, Bemge, Loteria Mineira, Comig. Apenas uma pequena parte foi gasta com o Enduro. O grosso foi repassado, segundo o próprio Cláudio Mourão, à campanha do Azeredo e aliados.

A corrupção na Cemig foi até maior do que na Copasa, Comig e BEMGE. Ela repassou à SPMP&B R$ 1,6 milhão [ em valores da época] para a campanha publicitária A energia do bem. Só que, na verdade, o recurso foi para o caixa 2 da campanha dos tucanos, como comprova documento que obtive da própria direção da Cemig.

Esse valor foi pago à SMP&B em 21 de outubro de 1998. Já no dia seguinte, 22 de outubro, a empresa de publicidade repassou esses recursos, através de DOC’s bancários para cabos eleitorais de Azeredo, inclusive candidatos a deputado e deputados eleitos.

Foi um procedimento de segundo turno, um desespero tucano na tentativa de evitar a derrota anunciada nas eleições.

O relatório do delegado Zampronha comprova claramente que nunca houve a produção da suposta campanha publicitária. A gráfica envolvida é uma gráfica fria, composta de laranjas do Eduardo Azeredo e do Cláudio Mourão.

A Cemig, portanto, não pode ficar de fora do relatório do doutor Janot até porque é uma estatal que já sofreu na mão dos tucanos através do processo de privataria.

A Cemig foi praticamente doada ao Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Ela só foi resgatada por ação judicial, após CPI na Assembleia Legislativa, durante o governo Itamar Franco. Aliás, precisamos creditar essa façanha ao ex-presidente Itamar Franco, que se fez valer de seu governo para resgatar a Cemig para os mineiros.

Viomundo — Que mais provas existem nesse sentido?

Rogério Correia — Eu já tinha as cópias dos DOC’s feitos no dia 22 de outubro de 1998 para os cabos eleitorais. Cópias que me foram entregues por Nílton Monteiro, o mesmo denunciante da lista do Mourão. Sabedor disso, eu enviei um ofício para a Cemig solicitando a confirmação desse repasse para a SMP&B. A Cemig me respondeu afirmativamente, reafirmando inclusive o valor R$1,6 milhão. São provas documentais.

No relatório do Zampronha, há também provas testemunhais de deputados que confirmam o recebimento desse recurso, alegando ser ele proveniente da campanha de Azeredo.

Viomundo — Tanto o Azeredo quanto o presidente do PSDB de Minas, o deputado federal Marcus Pestana, disseram que o procurador Rodrigo Janot baseou-se numa lista de um falsário para fazer a sua denúncia. O que acha dessa reação deles?

Rogério Correia — O próprio doutor Janot coloca muito bem essa questão. O PSDB de Minas segue aquele velho ditado: ele rouba e grita “pega, ladrão!”.

A denúncia de Nilton Monteiro é cheia de provas, de documentos comprovadamente autênticos. Ou seja, não há para onde fugir. A única forma, então, é tentar desqualificar o denunciante. É o que fizeram comigo quando tentaram cassar o meu mandato, fizeram com Nílton Monteiro e agora fazem criminosamente com o jornalista que publicou as denúncias e está preso, infartado na prisão. Há aqui uma utilização do aparato do Estado de Minas Gerais para coibir aqueles que denunciam os esquemas tucanos.

Viomundo – E do senador Aécio Neves dizer que a denúncia contra Azeredo não é problema do PSDB?

Rogério Correia — É problema do PSDB sim. O desvio de recursos públicos foi para campanha tucana e aliados em todos os níveis: deputados,senadores e governador. O próprio Aécio recebeu R$ 110 mil,que hoje significariam em torno de R$ 400 mil.

É do DNA do senador Aécio Neves trair. Alckmin e Serra já experimentaram do veneno. Agora o Azeredo e também o deputado Pestana estão experimentando. Pestana foi trocado por Pimenta da Veiga, o avô do mensalão, que será o candidato ao governo de Minas imposto pelo chefe.

Viomundo – E da Folha de S. Paulo tentou comparar o deputado Eduardo Azeredo com o ex-presidente Lula?

Rogério Correia — Comparação indevida! Aliás, os dois esquemas de caixa 2 têm uma diferença crucial. No caso tucano, foi dinheiro público na veia. Lula não foi indiciado e não foi réu. Segundo os autos, com provas testemunhais e documentais, Azeredo comandou a quadrilha e de tudo cuidou. Com domínio do fato.

Viomundo – O senhor não teme novas retaliações?

Rogério Correia — Eu fico sempre atento. Mas não existe a menor possibilidade de eu e o Minas Sem Censura deixarmos de fazer as denúncias.

Em tempos recentes, já houve duas tentativas de retaliação contra mim. Uma, quando Nilton Monteiro foi preso. Segundo ele, ofereceram-lhe um acordo de “delação premiada”, que me incriminasse como o “criador” da Lista de Furnas, que posteriormente foi comprovada verdadeira.

Agora, segundo o jornalista Marco Aurélio Carone, a mesma estratégia de “delação premiada” foi utilizada pelo promotor André Luiz de Pinho, na tentativa de incriminar a mim, aos deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) e Durval Ângelo (PT) e ao nosso candidato ao governo, o ministro Fernando Pimentel, como já foi publicado pelo Viomundo.

Assim, estou sempre à espera de novas retaliações, mas não vou me furtar de fazer essas denúncias e prosseguir para que seja feita justiça nesse caso.

*********
OFÍCIO AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, RODRIGO JANOT

***********
A LISTA DO CLÁUDIO MOURÃO: MENSALÃO TUCANO


Líder do PSDB é mais um a chamar Dilma de cara de pau

Publicado: 17 de fevereiro de 2014 às 19:54 - Atualizado às 19:55
Por:

dilmaO líder do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana, chamou, nesta segunda-feira, 17, a presidente Dilma Rousseff de “cara de pau”. 

O adjetivo, o mesmo utilizado por Dilma na semana passada para se referir a críticos do governo, foi usado em nota assinada, na qual o tucano comenta a promessa de duplicação da BR-381, que a presidente fez nesta segunda durante passagem por Governador Valadares.

Estão prometendo na véspera das eleições de 2014 tudo o que prometeram nas eleições de 2002, 2006 e 2010 e não fizeram. Permita-me a franqueza, mas isso é que é cara de pau, presidente!”, diz o texto assinado pelo tucano, que deve participar da coordenação da provável candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Depois de dez anos ignorando as mortes na BR-381, Dilma improvisa mais uma promessa dizendo que aumentará o trecho da rodovia a ser duplicado. É mais uma promessa para o próximo governo cumprir. O governo do PT teve tempo e dinheiro e não ajudou Minas por que não quis”, acrescenta.

Mais cedo, em visita a Governador Valadares, no leste de Minas, Dilma havia prometido que o trecho da rodovia que passa pelo município também terá obras de duplicação, apesar de o projeto já licitado prever apenas melhorias na pista.

Ao desembarcar na cidade, Dilma afirmou que é costume levar “presente” ao lugares que visita. “Meu presente aqui é que nós resolvemos que é justo, legítimo, adequado que a (duplicação da) BR-381 chegue a Governador Valadares. Isso foi aprovado e vai ocorrer”, declarou a presidente em entrevista à rádio Globo AM, anúncio repetido nos dois eventos oficiais dos quais participou no município – formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e entrega de máquinas para prefeituras.

A duplicação da BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte”, é um dos principais temas de críticas dos adversários do governo federal em Minas e Aécio, presidente nacional do PSDB, chegou a afirmar que a estrada seria feita “pela metade” por causa da falta da duplicação em parte dos 11 lotes que começaram a ser licitados a partir de junho do ano passado.

Os lotes 7 e 8 da rodovia, que vão de Periquito a Valadares e já foram licitados, não preveem obras de duplicação, mas apenas trabalhos de melhoria na estrada. Em nenhum momento Dilma informou como será feita a obra. Mas, de acordo com a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), terá que ser feito um ou mais aditivos aos contratos. 

AE  Diario do Poder

Em defesa dos direitos dos animais, ativistas acampam em frente ao Congresso

Do R7, com Agência Brasil
Até o final da manhã desta segunda-feira, o Acampamento Nacional pelos Direitos dos Animais contava com cerca de 60 pessoas Antonio Cruz/Agência Brasil
 
Ativistas em defesa dos direitos dos animais começaram a acampar nesta segunda-feira (17) no gramado em frente ao Congresso Nacional para pressionar parlamentares a aprovar projetos de lei que contemplem a causa. 

O Acampamento Nacional pelos Direitos dos Animais contava com cerca de 60 pessoas e 30 barracas na manhã desta segunda-feira. A coordenação do movimento espera mobilizar mais de mil pessoas até quinta-feira (20) em Brasília. 

Na pauta de reivindicações do movimento estão a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar maus-tratos a animais e a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1.376/2003, que regulamenta a esterilização gratuita de cães e gatos para controle sanitário e de natalidade, para impedir que o procedimento seja feito sem critério nos centros de zoonose.   

Os ativistas também reivindicam a aprovação do PL 6.602/2013, que veta o uso de animais em testes de produtos cosméticos e de higiene, a proibição de animais em circos no país e o aumento da pena para maus-tratos e crueldade contra animais.  

Segundo a coordenadora do acampamento, Carolina Mourão, essa é a primeira ação nacional conjunta dos ativistas e protetores dos animais. 
  
— Temos 11 projetos que são a prioridade da causa, entre eles o carro-chefe que é o PL 1.376/2003, que regulamenta a esterilização gratuita de cães e gatos em território nacional. Essa é a maior demanda do movimento. Temos esperança de que a pauta de votação seja destrancada para a causa animal.  

Leia mais notícias no R7 DF
É muita maldade! Animais são agredidos e até mortos no DF

A integrante da organização não governamental Santuário de Elefantes Brasil, Nelma Souza, disse que está na mobilização para pressionar pela proibição dos animais em circo.   

— Dez estados já proibiram o uso de animais em circo. Eles sofrem maus-tratos e são muito explorados.  

As ativistas Catalina Melo e Gerlande Gomes de Oliveira, de Campina Grande, na Paraíba, contam que fazem trabalho de resgate e cuidado de animais que vão para abrigos.   

— Também trabalho em escolas fazendo palestras e levando essa temática de educação humanitária e bem-estar animal, mostrando que os animais têm sentimentos e direitos e merecem todo o respeito.  

Na manhã desta terça-feira (18), está prevista a visita dos deputados da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais ao acampamento dos ativistas.

A maldição dos quiosques ameaça se espalhar...

Ocupa quiosque - JOAQUIM FERREIRA DOS SANTOS

O GLOBO - 17/02

A maldição dos quiosques ameaça se espalhar, murar a praia e dar mais um golpe nesta moribunda civilização à beira-mar plantada


E Deus, sem receber qualquer comissão, sem se deixar corromper por qualquer empreiteira, fez de livre arbítrio, na camaradagem, no 0800, o fabuloso desenho em curva da praia de Copacabana. Embaixo do projeto, escreveu “divirtam-se”, e foi descansar satisfeito, coitado, crente que estava agradando. Dois mil anos depois, o homem inventou o quiosque e apagou tudo.

De uma ponta a outra daquele arco delicado entre o Leme e o Posto 6, o tal homem feito a imagem e semelhança do Criador, mas que precisa urgente de um recall, construiu uma barreira de casebres de plástico colorido. Não se veem mais o mar, nem as garotas estendidas na areia, os golfinhos saltitando ou a linha infinita da poesia no horizonte, essa necessidade que todos têm em localizar um ponto de sonho lá longe e, através da sua contemplação, fugir deste rojão cotidiano.

A curva de Copacabana era para ser um mirante plano, diziam os urbanistas da primeira Bíblia. Para um lado, contemplar-se-iam o Atlântico e o lento afastar do continente africano. Para o outro, encheríamos os olhos com as curvas das montanhas, feitas à semelhança das mulheres que chegariam aqui. Não deu certo. Primeiro os homens fizeram os prédios, e não vemos mais a cordilheira carioca. Agora, chegou a vez de quioscarem, digo, fecharem ao cidadão a visão do mar.

Eu sei que o Rio de Janeiro tem pragas mais urgentes a serem exterminadas, mas eu sou um cronista. Vejo o deputado Natan Donadon sair da prisão, ser cassado na primeira votação com voto aberto da Câmara, e o que me chama a atenção é o fato de o uniforme de presidiário agora ser branco, como se fosse um exercício de cromoterapia para purificar a índole criminosa do sujeito.

O cronista é o Jack Estripador da literatura. Reparte a cena. Valoriza as minúcias porque sabe que se esquecer uma do lado de fora da mala ou do congelador vão saber que foi ele. O cronista procura os detalhes — embora os quiosques construídos ao redor das praias do Rio já formem uma extensão tão monstruosa que se aproxima do tamanho da muralha da China. Pior. Da muralha ainda se contempla alguma coisa. O tapume dos quiosques é um muro, o verdadeiro black bloc. Ele foi construído para nada se ver.

Esta é uma cidade com um cardápio reduzido de trunfos. A política, a indústria, o mercado financeiro, os serviços, a civilidade, a segurança – tudo é tacanho. Existe, no entanto, um cenário de real valor já cantado neste tom maior por todas as escolas de samba. Isso pode dar dinheiro, progresso para a cidade e felicidade para outros. Guardem o troco. Do progresso eu quero só a sandália Havaiana. Eu quero mesmo é a dona felicidade — e uma delas é andar de um lado para o outro no calçadão da praia, como ainda fazem os personagens das fotos de Augusto Malta nos anos 1920. Copacabana, acreditem, era deslumbrante, e seria bom vê-la de volta.

Há quem prefira passeios em iates, escalar o Everest. Eu prefiro bater perna logo ali na esquina, na calçada da praia, mas sem tropeçar nos barracos construídos para um péssimo serviço de venda de coco e cerveja.

A propósito, eu e Nelson Cavaquinho fizemos um samba: “tire esse quiosque do caminho, que eu quero passar com a minha dor”. Já bastam as inacreditáveis barracas plantadas na areia, como se fossem uma segunda linha de zagueiros, impedindo o alumbramento previsto no versículo da Bíblia, aquele de que a natureza é ao homem intrínseca e ninguém lha tocará.

Estou falando isso, blasfemando contra os vendilhões do grande templo carioca que é a praia, porque é verão. Porque ainda dá tempo. Passei pela praia de Ipanema e os quiosques gigantes ao estilo dos de Copacabana, apesar das obras anunciadas há anos, ainda não chegaram ali. Sobrevivem uns casebres menores — fora com todos! — igualmente pútridos, mal ajambrados, cercados de cadeiras, cachos de coco e lixeiras abóbora.

O que se ganha com eles?

Qual a necessidade de eles serem colocados maiores ainda no espaço reduzido de Ipanema?

Quem são essas pessoas autorizadas a construir dentro do mais importante metro quadrado da cidade?

Ainda há tempo de evitar que as Cagarras e todo o deslumbrante cenário da praia de Ipanema fiquem escondidos atrás do mesmo bloco de tapumes gigantescos que em Copacabana tirou a linha do mar da visão do carioca. É um vício da cidade. O Aterro do Flamengo, por mais bonito, acabou com praias e trocou o mar pelas pistas de alta velocidade. O alargamento da Avenida Atlântica também mandou o oceano para longe. Não deve ser à toa que na esquina de República do Peru alguém grafitou: “o horror, o horror”.

Agora a maldição dos quiosques ameaça se espalhar, murar a praia e dar mais um golpe nesta moribunda civilização à beira-mar plantada. O calor, está no Apocalipse, completará o serviço. Ou alguém duvida que este verão seria diferente com a brisa marinha ventando mais próxima e diretamente nos poros dos nossos cangotes?


Em caso de catástrofe global, sementes brasileiras poderão vir a salvar a agricultura mundial.

Embrapa envia feijão brasileiro para banco mundial de sementes na Noruega



  • 17/02/2014 17h12
  • Brasília
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Davi Oliveira
 

Uma catástrofe natural gigantesca acontece, com vulcões em erupção, terremotos, maremotos, uma hecatombe digna de filme com superprodução em que os sobreviventes serão responsáveis por reestabelecer a vida no planeta. Nesse caso, o filme não acaba quando o sol aparece, as águas retrocedem ou as bolas de fogo param de cair do céu. O final feliz ocorre quando os sobreviventes alcançam o Banco Global de Sementes de Svalbard, na Noruega, que agora também será abastecido com o feijão brasileiro.


Sementes de fejião
Amostras de feijão brasileiro fazem parte de banco mundial de sementes Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A Embrapa Arroz e Feijão, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Goiânia, fez a seleção - chamada coleção nuclear - das amostras de diversas variedades de feijão que deve chegar hoje (17) a Oslo, capital da Noruega. A amostra segue, então, para o pequeno arquipélago de Svalbard, uma região remota próxima ao Polo Norte. 

Lá, em um túnel de 125 metros, dentro de uma montanha, há três câmaras de segurança máxima, aberta apenas quatro vezes ao ano, onde estão armazenadas, a -20 graus Celsius, amostras de sementes de alimentos do mundo todo. Em caso catástrofe, vai sair de lá o recomeço da agricultura mundial.

O termo coleção nuclear é utilizado para definir um grupo limitado de amostras que representam grande parte da variabilidade genética das espécies. 

Como é uma coleção nuclear com diversidade bem grande, vai ter feijão-preto, vai ter carioca, feijão-vermelho, com manchinhas, feijão do tipo trepador, do tipo que vira uma pequena árvore, aquele mais adaptado à colheita comercial. 

A ideia é ser o mais variado possível”, explicou a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Marília Burle.

A coleção brasileira de feijão, com 514 amostras, é a segunda remessa enviada a Svalbard. Em setembro de 2012, a Embrapa já havia mandado ao banco nórdico 264 amostras de milhos e 541 de arroz. 

Segundo Marília, outras espécies devem ser depositadas no banco, mas ainda não há previsão para que isso ocorra. “Nem todos os bancos de germoplasma [unidades de conservação de material genético das plantas] têm uma coleção nuclear pronta. 

Para esses três produtos importantes na agricultura brasileira, nós tínhamos a coleção estabelecida, e isso, em nível mundial, é reconhecido como o filé de uma coleção, pois representa ao máximo a diversidade genética da coleção maior”.

A pesquisadora explica que o governo da Noruega é financiador do banco de Savalbard e também faz um grande esforço para manter a cidade com moradores o ano todo, já é um lugar muito frio e passa três meses totalmente no escuro. 

Além do próprio governo, o outro financiador é o Global Crop Diversity Trust, uma ONG internacional que vem financiando muitas ações de recursos genéticos e que realiza estudos do Brasil, segundo Marília.

O banco internacional tem capacidade para armazenar 4,5 milhões de amostras de sementes e sua localização também leva em conta a hipótese de catástrofe mundial. Segundo a pesquisadora, todos os bancos genéticos espalhados pelo mundo são dependentes de energia elétrica e passiveis de acidentes. 

A ideia de Svalbard é que, vá que tenhamos uma catástrofe em que falte energia elétrica no mundo todo, uma coisa mais fora do controle ou até mesmo guerras. Pensou-se, então, em construir um banco mundial em um local mais próximo ao Polo Norte possível, que estaria refrigerado naturalmente”.

Marília conta que o banco também foi construído de forma a resistir também a impactos vindos do céu e a bombas. “O material lá duraria mais do que em um banco aqui, com um verão quente. A ideia é de um backup mesmo, pensando em uma catástrofe em nível mundial”.

Unesco: 38% dos analfabetos latino-americanos são brasileiros

29/01/2014 - 09:39

Ensino


País "caminha lentamente" rumo à solução do problema, aponta relatório. Ocupa o 8% lugar no mundo em índice de analfabetismo.

Bianca Bibiano
Brasil concentra 38,5% dos adultos analfabetos da América Latina, diz Unesco
Brasil concentra 38,5% dos adultos analfabetos da América Latina, diz Unesco ( Leo Corrêa)
 
Dos 36 milhões de adultos analfabetos na América Latina, 38,5% são brasileiros. São cerca de 14 milhões de pessoas num país que abriga 34,2% da população latino-americana. 

O dado levantado entre 2005 e 2011 consta do relatório Educação Para Todos, divulgado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

Publicado anualmente, o relatório sintetiza indicadores da educação em mais de 160 países, observando seis metas estabelecidas em 2000, no Fórum Mundial de Educação, em Dacar (confira no quatro abaixo).

Metas da Unesco para 2015

Meta 1
Expandir e aprimorar a educação e os cuidados com a primeira infância, especialmente para as crianças mais vulneráveis e desfavorecidas

Meta 2
Garantir que todas as crianças, especialmente meninas, crianças em situações difíceis e pertencentes a minorias étnicas, tenham acesso a uma educação primária de boa qualidade, gratuita e obrigatória, além da possibilidade de completá-la

Meta 3
Assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos sejam satisfeitas mediante o acesso à aprendizagem apropriada e a programas de capacitação para a vida

Meta 4
Atingir 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos, especialmente para as mulheres, e igualdade de acesso à educação fundamental e permanente para todos os adultos

Meta 5
Atingir a igualdade de gêneros na educação, concentrando esforços para garantir que as meninas tenham pleno acesso, em igualdade de condições, à educação fundamental de boa qualidade e que consigam completá-la

Meta 6
Melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar a excelência de todos, de modo que resultados de aprendizagem reconhecidos e mensuráveis sejam alcançados por todos, especialmente em alfabetização, cálculo e habilidades essenciais para a vida


Além de desabonador para o Brasil, o resultado do levantamento não é animador para o restante do mundo: atualmente, 774 milhões de adultos são analfabetos e cerca 57 milhões de crianças estão fora da escola primária. Diante desses números, a Unesco afirma que nenhum dos países vai alcançar as seis metas até 2015, prazo definido para erradicar o analfabetismo e garantir acesso a escolas de qualidade para crianças e jovens.

Há, é claro, diferenças entre as nações. No quesito combate ao analfabetismo, Finlândia, Estados Unidos e França já atingiram o objetivo, mas ainda caminham para garantir que 95% das crianças estejam no ensino fundamental em 2015. 

Já o Brasil figura no grupo que "caminha lentamente", segundo a própria Unesco, para reverter a situação dos adultos analfabetos, com chances de atingir 80% da meta no prazo.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) coletados em 2012 mostram que a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais teve leve alta entre 2011 e 2012, passando de 8,6% para 8,7%, longe de cumprir a meta firmada na ONU de 6,7% até 2015. A pesquisa apontou que o país tinha 13,2 milhões de habitantes analfabetos. 


A variação no número de iletrados se explica pela diferença entre as metodologias: enquanto a Pnad traz uma amostra de dados coletados em visitas trimestrais às casas dos brasileiros dentro de um ano, a Unesco se baseia nos bancos de dados disponíveis entre 2005 e 2011.

Garantir a qualidade do ensino é, segundo a Unesco, o principal desafio, uma vez que políticas para assegurar o acesso têm sido cada vez mais eficientes em colocar crianças de setores mais vulneráveis na escola.

 "Quando falamos de qualidade da educação, não nos referimos apenas a países pobres, mas também aos ricos como Austrália e Nova Zelândia", diz a diretora do relatório, Pauline Rose.

Para a especialista, uma das principais explicações para a contradição entre o avanço na economia nacional e o baixo nível do ensino brasileiro está na dificuldade de direcionar recursos e bons professores para as regiões mais necessitadas, como os Estados das regiões Norte e Nordeste. 

"Isso se nota pelo grande número de adultos analfabetos, herança de gestões passadas, e que se acumulam em grande parte na zona rural e nas favelas."

O estudo comparou a situação de brasileiros de 15 anos: de um lado, os jovens pobres da zona rural; do outro, os de famílias mais abastadas das cidades. Entre os primeiros, apenas 9% devem alcançar os padrões mínimos de aprendizagem; no segundo grupo, a taxa é de 55%.

 Pauline destaca que, apesar de o Brasil não alcançar os objetivos para 2015, a Unesco tem uma visão otimista sobre o país: "É claro que existem problemas, mas identificamos que o Brasil reconhece esses problemas e tem implementado políticas para reverter essa situação."

O relatório destaca ações que levaram à melhoria da situação no Brasil. É o caso de políticas que dão prioridade à população mais pobre, como o Bolsa Família, além de políticas de bonificação de professores, identificadas como responsáveis pelos avanços no acesso e na qualidade nas escolas.

brasil-oitavo-pais-adultos-analfabetos2

De acordo com levantamento divulgado pela Unesco, o Brasil possui a oitava maior população de adultos analfabetos. São cerca de 14 milhões de pessoas.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), com dados coletados em 2012, mostra que a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais teve alta entre 2011 e 2012, passando de 8,6% para 8,7%.


Qualidade na educação: o DNA das escolas

Segredo de uma rede de qualidade não é padronizar, mas atender fatores distintos – pois algumas escolas têm mais problemas e desafios do que outras

João Batista Araujo e Oliveira
Sala de aula de escola estadual do Rio de Janeiro
(Eduardo Martino/Documentography)

Ensino de qualidade

Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil — e as estratégias para superá-los.

Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove o Prêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.

 
A exemplo do que ocorre no Brasil, na maioria dos países desenvolvidos os pais matriculam seus filhos na escola púbica mais próxima de sua casa. A grande diferença é que, na maior parte das nações, as escolas de diferentes bairros são semelhantes: elas se parecem muito entre si, no que fazem e nos resultados. No Brasil as escolas se parecem mais com os bairros onde estão localizadas. Elas têm, portanto, a cara do bairro.

Sabemos como fazer uma escola de qualidade, uma escola boa. Há inclusive escolas públicas assim no Brasil, algumas centenas delas, ou talvez poucos milhares. São escolas de prestígio, de alto padrão, onde o ensino é de qualidade, os alunos estudam e aprendem e os resultados são elevados. 

São escolas militares, colégios de aplicação e unidades estaduais ou municipais aqui e ali que possuem as mesmas características. Mas essas escolas são poucas – uma pequena fração entre as mais de 120.000 unidades urbanas de ensino fundamental.

Nunca aprendemos a fazer aquilo que os países desenvolvidos sempre fizeram: manter um padrão. E quando o nível cai, há mecanismos para trazer a escola de volta. Resultado: embora sejam obrigados a matricular seus filhos na escola do bairro, os pais sabem que o ensino oferecido ali é semelhante ao proporcionado por unidades de outros bairros. E sabem que se seus filhos se esforçarem também obterão bons resultados.

As estatísticas produzidas pela OCDE ilustram esse fenômeno de maneira muito clara. Nos países desenvolvidos, a diferença da média das notas das escolas é relativamente pequena – raramente ultrapassa os 30%. No Brasil, a difernça é enorme.

Manter uma rede de escolas de padrão não significa que todas as unidades são idênticas, que recebem os mesmos recursos, que são 100% padronizadas. Ao contrário, para ter resultados semelhantes, as escolas precisam de recursos distintos – pois algumas têm mais problemas e desafios do que outras. 

Para promover a igualdade é necessário tratar desigualmente os desiguais. Escolas que caem no desempenho recebem ajuda extra; escolas com maior número de alunos com dificuldade de aprendizado recebem mais e melhores recursos, e assim por diante.

A exemplo do fator que nos faz semelhantes como seres humanos, há uma DNA a tornar parecido o desempenho das escolas. O segredo de uma rede de qualidade está na maneira como se forma o DNA da escola, os fatores que asseguram que todas as unidades da rede possam funcionar e atingir níveis de desempenho semelhantes.

O que torna uma rede de escolas boa não é muito diferente do que torna uma escola boa. Mas criar uma rede boa é muito diferente de criar uma escola boa. Este é o assunto do nosso próximo artigo.
João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto

Lei que endurece com black blocs é melhor do que lei nenhuma, mas é uma capitulação

17/02/2014
às 20:05


Um projeto de lei elaborado pelo governo federal vai proibir o uso de máscaras em protestos. As pessoas que se negarem a se identificar serão encaminhadas à Polícia. As penas para danos ao patrimônio e agressões serão agravadas. Leiam post na home. Melhor isso do que o que se tem hoje. 

Danos ao patrimônio resultam em penas de seis meses a um ano — ou seja: nada. Desde o início da bagunça, em junho, há uma pessoa presa. Parece piada, mas é assim. Reitero: melhor essa lei do que nada, mas é claro que já se está diante de uma capitulação.

Como sempre, a turma do “deixa-disso”, que enxerga em toda manifestação de rua a redenção do povo, veio a público para matar no nascedouro o debate sobre uma lei antiterrorismo no país — única democracia do mundo, grande, pequena ou média, a não ter uma. 

Estamos num daqueles quadros do surrealismo legal brasileiro. Dois artigos da Constituição, o 4º e o 5º, repudiam o terrorismo, mas não temos leis para puni-lo. Os nossos “progressistas”, especialmente os da imprensa, acham que tem de ser assim mesmo.

Existe uma falácia, um cretinismo, segundo o qual penas mais duras não coíbem o crime. É uma absurdo nos seus próprios termos. 

Não coíbem se não forem aplicadas. A questão é de lógica elementar. Se isso fosse verdade, não haveria penas distintas para furto e homicídio — seria uma pena única. 

Alta, média ou baixa (seria irrelevante), se furtar fosse igual a matar, o provável é que houvesse uma equalização entre furtos e homicídios. Não há como sair dessa armadilha lógica.

Então, sim, as penas maiores ajudam a coibir os crimes — desde que aplicadas. Já expus aqui os motivos por que não se quer e não se vai votar uma lei antiterror. Alguns dos chamados movimentos sociais, como o MST, seriam facilmente enquadráveis na lei.

A propósito: quantas pessoas foram presas e serão indiciadas em razão da pancadaria promovida pelo MST na Praça dos Três Poderes? Resposta: nenhuma! Ao contrário: no dia seguinte, Dilma recebeu a turba para conversar, demonstrando que ela aceita dialogar com quem fere 30 policiais, oito com gravidade.

Por Reinaldo Azevedo
 

Ministro Cardozo, o senhor quer nos fazer de palhaços?

17/02/2014 VEJA
às 19:07 \ Política & Cia

Projeto do governo para proibir baderneiros mascarados em manifestações é UMA PIADA.

Mascarados no metrô (Foto: Paulo Campos / Futura Press / Estadão Conteúdo)Mascarados no metrô (Foto: Paulo Campos / Futura Press / Estadão Conteúdo)
Vândalos mascarados avançam sobre catraca do metrô de São Paulo: projeto do governo prevê que eles serão reprimidos, exceto se se identificarem perante um policial DURANTE as manifestações (Foto: Paulo Campos / Futura Press / Estadão Conteúdo)


Amigas e amigos do blog, o Brasil, definitivamente, é o país da piada pronta, como diz o Zé Simão.
Vocês viram a bravura e a coragem do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que quer proibir o uso de máscaras em protestos públicos?

Sou totalmente favorável a isso — e até mais, pois já sugeri, em post, que a polícia PRENDA mascarados em manifestações, porque quem vai sem revelar a identidade em protestos que vêm resultando em violência em quase 100% dos casos não pode estar e não está bem intencionado.

O problema é a ressalva feita pelo projeto de lei a ser remetido pelo governo ao Congresso, “em regime de urgência”.

LEIAM VOCÊS MESMOS, COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS, REPORTAGEM DO SITE DE VEJA. Volto em seguida:

“Quem quiser pintar o rosto pode pintar, mas será vedado o uso de máscara ou camisa cobrindo o rosto, sem que as pessoas se identifiquem, para evitar o vandalismo”, afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “A lei proíbe o anonimato. As pessoas têm de arcar com as consequências do que fazem. Ninguém pode se infiltrar em manifestações para depredar o patrimônio, agredir, matar e não ser punido.”

Pelo projeto de lei, os manifestantes mascarados que se recusarem a apresentar a identificação serão encaminhados à polícia. “Se a pessoa se negar a sair do anonimato, estará cometendo crime de desobediência. E casos de reincidência configuram sanção penal mais elevada”, afirmou Cardozo.

AGORA, VOLTO A COMENTAR:

Piada! Piada! Piada!

O ministro vive em que lugar? Em Marte?

É piada pronta o projeto engendrado pelo cérebro do ministro Cardozo: baderneiro mascarado não terá problemas se se identificar perante um policial -- isso em uma manifestação de milhares de pessoas! (Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil)

É piada pronta o projeto engendrado pelo cérebro do ministro Cardozo: baderneiro mascarado não terá problemas se se identificar perante um policial — isso em uma manifestação de milhares de pessoas! (Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil)

Vamos imaginar a cena propiciada pela imensa bobagem proferida por ele. Há uma manifestação contra o governo, a Copa do Mundo ou o que seja. Cinco mil pessoas nas ruas. No meio delas, 300 mascarados.

Do outro lado do local público, a tropa de choque da Polícia Militar, pronta a intervir.

Avistando os mascarados, os policiais militares deixam de lado seus escudos, suas outras proteções e seus intrumentos de dissuasão, como bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral, e caminham em direção à multidão, pedindo licença para passar até começarem a chegar aos black blocs.

Aí, vão de um a um, perguntando:

– Por gentileza, o senhor, que está mascarado, poderia me mostrar sua identidade?

Isso para 300 baderneiros!

O ministro, se não estiver fora de si, ou está brincando ou acha que todos nós, brasileiros que nos consideramos de bem e pacíficos, somos BOBOS!

Como é possível colocar essa ressalva — de os mascarados precisarem se identificar ante a autoridade policial — quando se trata de manifestações de massa?

Uma sugestão: pesquisa de campo. O ministro deveria receber um treinamento básico, fardar-se de PM e ir, pessoalmente, executar a manobra que seu cérebro imaginou durante uma manifestação de massa, hostil e ululante.

Santo Deus, o governo poderia, pelo menos, deixar de zombar de nós, brasileiros!!!

Fifa pede polícia para garantir Copa de paz

Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, fez nesta segunda-feira 17 a última visita de inspeção ao Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, e disse esperar apoio do governo à organização da Copa para combater protestos violentos, como o que resultou na morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade. 

Valcke comentou que a Copa é um evento enorme para qualquer país e que requer do governo cuidado com a segurança e garantia do direito de os torcedores de chegar aos estádios.

"Só há uma maneira de lutar contra isso, é usar a polícia para garantir que as pessoas estarão sobre controle", respondeu Valcke à pergunta de um jornalista estrangeiro sobre a atuação de black blocs nos protestos. 

O secretário-geral da Fifa disse que as manifestações pacíficas são legítimas em qualquer democracia, mas quando há violência, a polícia deve atuar. "O público tem o direito de ver os jogos."

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que, assim como as manifestações pacíficas são um direito constitucional, as manifestações violentas, que atentam contra a vida e depredam patrimônio público e privado, têm também tratamento previsto em lei. "Portanto, com Copa ou sem Copa, em qualquer circunstância, basta a aplicação da lei", disse. 

O ministro lembrou o caso do cinegrafista morto e disse que a lei aplicada levou à prisão dos responsáveis que serão processados e julgados. "Não há porque cogitar medidas que não aquelas previstas em lei".

Outro ponto de apreensão, faltando quatro meses para o início da competição, é o laudo sobre as obras da Arena da Baixada, em Curitiba. Valcke garantiu que a decisão sobre a confirmação do estádio paranaense como sede da Copa será conhecida amanhã. Ele disse que a espera é porque uma equipe técnica da Fifa fará uma visita ao estádio amanhã para o último relatório que embasará a decisão. Em dezembro, a Fifa manifestou preocupação com o atraso na construção da arena.

Sobre o Estádio Nacional Mané Garrincha, Valcke disse que não há muito o que dizer, pois é um de seus preferidos. O chefe do Comitê Organizador Local da Copa, Ricardo Trade, disse estar satisfeito com os impactos percebidos com o estádio de Brasília. "Foram 28 eventos no ano passado com 640 mil pessoas, quase o dobro do público do antigo estádio em 36 anos. 

Mais de 2 mil empregos diretos criados, impactando a economia local. Isso também é motivo de alegria para nós no sentido de deixar um legado muito bom", afirmou sobre o estádio que recebe críticas por ser o mais caro entre os que receberão os jogos da Copa e corre o risco de se tornar um elefante branco, por não haver nenhum grande time na cidade.

O governador Agnelo Queiroz garantiu que todas as obras em curso estarão prontas antes da Copa, incluindo o aeroporto, as vias de acesso ao centro da cidade, além das melhorias de mobilidade no entorno do estádio. "Não vai ter nenhuma obra e máquinas aqui no período da Copa, com certeza absoluta, mas acesso confortável, seguro, facilitado que, graças à Deus, a cidade planejada [Brasília] pode oferecer."


PITMAN e o assassinato po Governador do Acre em 1992.

RENATO RIELLA

Em 2009, Agnelo Queiroz ainda estava no PcdoB, mas já negociava para ser o candidato do PT a governador. Na época, saiu uma ampla matéria na Veja contra ele, pesadíssima, levantando suspeitas sobre sua passagem como diretor da Anvisa.

No escritório do seu mais importante advogado, pude falar com Agnelo sobre isso. Expliquei que, sendo ele um possível candidato a governador, deveria explicar tudo logo, para que o tema não permanecesse vivo na campanha.

O advogado argumentou que a reportagem da Veja não se sustentava em processos e que a revista publicou até uma carta do Agnelo contestando a denúncia. Argumentei que a questão não era judicial, mas de comunicação, e expliquei: “Este é um balão que vai enchendo e precisa ser vazado antes que estoure”.

Agnelo e o advogado não levaram em conta o conselho e não fizeram nada. O pessoal da oposição (Roriz, Arruda, Fraga e quem mais?) foi esperto e guardou o caso para a campanha eleitoral, incomodando o candidato Agnelo na propaganda de TV.

Não incomodou mais porque ele não tinha concorrente. Mas a denúncia da Anvisa permaneceu viva e agora ainda ameaça Agnelo com um processo perigoso no Supremo Tribunal Federal.

MORTE DO GOVERNADOR DO ACRE
NÃO É QUESTÃO QUE ABALE PITIMAN


O relato histórico feito acima, sobre Agnelo Queiroz, ilustra a situação atual do deputado Pitiman. 

Ele acaba de ser ajudado pelos petistas, que vazaram o balão da sua “denúncia” antes da hora, precipitados que são. 

Deveriam – como os inimigos fizeram no caso do Agnelo – guardar o fato para o período de propaganda eleitoral, quando poderiam causar estrago na eleição do adversário.

Levo em conta que o deputado federal Luiz Pitiman possa ser o candidato do PSDB a governador. E creio que os petistas também pensam assim, diante do bombardeio que fizeram contra ele em blogs e nas colunas dos grandes jornais.

O “telhado de vidro” do Pitiman, falado e refalado nos últimos meses pelos seus “inimigos”, seria o assassinato do governador do Acre, Edmundo Pinto, em 1992, na cidade de São Paulo.

Este governador estava em viagem de serviço na capital paulista, acompanhado do seu principal secretário, Luiz Pitiman, e de um militar que ocupava o cargo de oficial de gabinete.

Os três saíram à noite, jantaram, assistiram filme num cinema e foram dormir à meia-noite, cada um no seu quarto de hotel, pois teriam jornada de trabalho no dia seguinte. 

No início da manhã, Pitiman chamou pelo governador de forma insistente, mas a porta do quarto estava fechada. Junto com o militar ajudante de ordem, pediram que o pessoal do hotel abrisse o quarto e encontraram o governador morto, vítima de dois tiros, como se apurou depois.

Nas investigações, três homens foram presos. Confessaram que assaltaram para roubar primeiro um americano, hóspede do hotel, no quarto ao lado, e depois o governador, que teria sido morto por reagir.

Esta seria a fragilidade do Pitiman, a ser usada pelos petistas numa possível campanha eleitoral. Mas os adversários petistas atiraram muito antes da eleição, ameaçando a todo momento soltar uma bomba contra o deputado federal.

A novidade é que o filho do governador assassinado, um jovem chamado Rodrigo Pinto Almeida Neto, mudou-se para Brasília, onde pretende permanecer, representando sua família, na defesa de Luiz Pitiman, que está isento de suspeita neste velho caso policial.

Rodrigo Pinto já foi vereador em Rio Branco durante oito anos e tem prática de palanque e de debate, num estilo agressivo que usa no Facebook, desafiando os “inimigos” de Luiz Pitiman.

PITIMAN NEM É AINDA
CANDIDATO E JÁ INCOMODA


O engraçado na história é que Luiz Pitiman ainda nem foi escolhido pelo PSDB para ser o candidato a governador e já está sendo bombardeado. Os petistas lhe deram uma ajuda, vazando seu balão antes da hora e promovendo seu nome como se fosse o principal adversário.

Sabemos que o deputado federal Izalci Lucas e o ex-secretário de Obras do Arruda, Márcio Machado, disputam com Pitiman a vaga de candidato a governador pelo PSDB. Tenho informações de que o candidato a presidente, Aécio Neves, prefere Luiz Pitiman. Vamos ver! 

Voltando ao Acre, o certo é que o jovem Rodrigo Pinto dispõe-se a atacar, com estilo próprio, quem levantar dúvidas sobre a morte do pai. No Facebook, em postagens diárias, ele pede aos brasilienses que conheçam melhor Luiz Pitiman, “um empreendedor, um pai, um amigo”, demonstrando a importância deste na vida do ex-governador Edmundo Pinto.

Antes de escrever tudo isso, fiz pesquisa de mais de três horas sobre o caso do governador Edmundo Pinto e não constatei nenhuma suspeita contra Luiz Pitiman. Quem quiser que faça a mesma coisa. Dá trabalho, mas evita discussão inútil.