domingo, 9 de fevereiro de 2014

Cansado de esperar a PMDF, homem amarra ladrão e o leva a delegacia


07/02/2014 08h18 

Enquanto estava na 15ª DP, casa dele foi furtada por outro rapaz.
Corporação diz não ter registro das cinco ligações feitas pela vítima.

Raquel Morais Do G1 DF
 

Escutei só o estouro no vidro. Já abri a porta perguntando o que ele estava fazendo. Ele disse que não era nada, que não havia sido ele, mas respondi que não tinha mais ninguém na rua"

William Silva, soldador
O soldador William Silva viveu uma situação inusitada em Ceilândia, no Distrito Federal, nesta semana: após esperar duas horas pela Polícia Militar e não receber socorro, ele amarrou o rapaz que surpreendeu tentando furtar seu carro e o levou para a delegacia. 

Enquanto registrava o boletim de ocorrência, outro homem invadiu a casa dele e furtou o tubo de oxigênio que ele usava para consertar geladeiras, no valor de R$ 1,7 mil. Dias depois, ele encontrou o segundo ladrão e também o levou amarrado à polícia.

A história começou na madrugada de segunda-feira (3), no Setor Sol Nascente. Na hora em que decidiu guardar o carro, que estava estacionado na porta de casa, ele notou a presença do primeiro rapaz. "Escutei só o estouro no vidro. Já abri a porta perguntando o que ele estava fazendo. Ele disse que não era nada, que não havia sido ele, mas respondi que não tinha mais ninguém na rua", lembra.


Silva decidiu “enrolar” o homem enquanto tentava contato com a PM. Segundo ele, foram cinco ligações, todas com a resposta de que uma guarnição logo chegaria ao local, o que não ocorreu. Por e-mail, a assessoria da corporação disse ao G1 não ter registro de que o soldador os acionou pedindo resgate - nesta semana, policiais que aderiram à operação targaruga, derrubada pela Justiça, anunciaram estratégias para boicotar o trabalho.

 

Soldador William Silva mostra corda usada para amarrar ladrão no DF (Foto: Lucas Salomão/G1)Soldador William Silva mostra corda usada para amarrar ladrão no DF (Foto: Lucas Salomão/G1)

Nesse intervalo, de acordo com Silva, um segundo homem apareceu, xingando o rapaz. "Ele ficou falando que ele era burro, que era incapaz até de furtar um carro. Logo vi que eram comparsas, mas não tive como segurar os dois. Se tentasse, eu ficaria sem nenhum", disse.

O soldador, que já teve o carro furtado três vezes, anunciou, então, que ele mesmo levaria o ladrão à delegacia. O rapaz tentou fugir e foi perseguido por Silva, que estava de carro. Três quadras depois, ele foi capturado quanto tentava subir no telhado de uma casa e amarrado com a corda que o trabalhador deixa no porta-malas para transportar geladeiras.
 

Na 19ª Delegacia de Polícia, o soldador ouviu que não seria possível registrar ocorrência, já que não havia delegado. Ele foi orientado a procurar a 15ª DP, também em Ceilândia. Os policiais que estavam de plantão deram R$ 5 para contribuir com o combustível, já que Silva estava transportando o suspeito no próprio carro.

Chegando em casa, após a prisão, o homem notou que havia esquecido a porta destrancada. Mas somente na manhã seguinte ele se deu conta de que o prejuízo havia sido maior: o tubo de 1 quilo de oxigênio, usado na solda de geladeiras, não estava mais lá. Coincidentemente, ele encontrou o segundo suspeito na porta de casa no mesmo dia e também o levou à delegacia. Lá, o homem foi liberado porque não havia flagrante e porque ele negava o crime.

Nesta quarta, Silva encontrou o suspeito novamente na rua e o perseguiu. Eles entraram em luta corporal, mas o soldador conseguiu amarrá-lo e também o levou à delegacia. O homem confessou o crime em depoimento, porém foi liberado antes mesmo de a vítima terminar de prestar depoimento porque não houve flagrante.

"Fiquei desolado", diz Silva. "Ele ainda saiu de lá me ameaçando de morte."

Procurada pelo G1, a Polícia Civil informou que os flagrantes em Ceilândia são sempre registrados na 15ª DP. A corporação informou ainda que a corregedoria vai apurar as suspeitas de transgressão disciplinar dos servidores que se recusaram a conduzir o primeiro ladrão à outra delegacia.

Aos 22 anos e longe de solução final, despoluição do Tietê já consumiu US$ 3,6 bi



Para geólogo, sem articulação metropolitana e universalização do saneamento básico, principal rio do estado seguirá sujo. Após dinheiro do Japão, França vira aposta de Alckmin para resolver problema.

por Eduardo Maretti, da RBA publicado 02/01/2014 09:54
 
© rios do brasil / blogspot
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Tietê e afluentes da região metropolitana da capital: de obras a projetos de habitação, despoluição não chega a resultados


São Paulo – Os projetos de despoluição e desassoreamento do rio Tietê não terão resultados satisfatórios e definitivos se as principais causas da deterioração de suas águas, no passado e no presente, não forem combatidas.

 O primeiro fator é a falta de saneamento básico universalizado, e o outro o assoreamento, ambos causados pela “ação humana”, adverte o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo e autor de vários livros sobre o tema. “A qualidade das águas responde diretamente à qualidade do sistema de saneamento básico, competência da Sabesp com irresponsabilidades do DAEE”, diz.

“O que falta são políticas públicas bem direcionadas, estratégia bem montada. Não com o objetivo primeiro de despoluir o Tietê, mas de dotar a região metropolitana de um sistema de saneamento básico de primeiro mundo”, analisa. “Não acredito que uma mágica vá nos dar um rio despoluído antes de dotarmos a Região Metropolitana de um sistema de saneamento de primeiro mundo.”

Como a bacia do Alto Tietê, onde está localizada a Grande São Paulo, sofre as consequências da poluição causada por 39 municípios, o problema se torna muito difícil de resolver. 

Além da magnitude do espaço geográfico de onde vem o esgoto despejado no rio, há ainda o fato de que nem todos os municípios são atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), casos de Diadema, Guarulhos, Mauá, Mogi das Cruzes, Santo André e São Caetano, atendidas por outras empresas. 

Sem um projeto geopolítico envolvendo a cooperação de todos os municípios com mediação do governo do estado, para ser chegar a uma política de saneamento básico “de primeiro mundo”, o rio continuará poluído.

“Uma cidade isoladamente não consegue resolver o problema, tem de ser uma articulação metropolitana”, diz Álvaro Rodrigues dos Santos. Para ele, as divergências entre tantas cidades com orientações e projetos políticos diferentes dificultam, mas cabe ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) resolvê-las. 

“Aí é que tem que valer a vontade política do governador. Se ele está com essa vontade política de resolver o problema do saneamento básico, como governador deve reunir os prefeitos envolvidos, dar um tapa na mesa e colocar para funcionar. E jogar isso para a sociedade dar sustentação. Isso é vontade política.”

Por mais de duas décadas

 

Segundo a Sabesp, o Projeto Tietê teve início em 1992, com a assinatura de um contrato de empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). De lá para cá, foram muitos outros contratos de empréstimo, e nada resolvido.

 A última promessa de solução foi feita no dia 13 de dezembro, quando o governador assinou com o presidente francês, François Hollande, acordos de cooperação prevendo a troca de conhecimentos e tecnologias entre a Sabesp e a entidade daquele país responsável pela despoluição do rio Sena.

"Espero que não venha mais nenhuma promessa de milagre. Esses acordos são complicados, porque acho que temos todas as tecnologias e competência tecnológica na maior cidade da América do Sul para dar conta disso", diz Álvaro Rodrigues.

Antes do convênio com o governo francês, o Japão foi oferecido como a solução para todos os males do Tietê. Em 2000, ainda na administração Mario Covas, R$ 375 milhões foram emprestados pelo país asiático para o rebaixamento da calha. Mais tarde, já governador, Alckmin chegou a dizer que as marginais Pinheiros e Tietê nunca mais inundariam, fruto dessa obra, mas acabou desmentido pela chuva.

Em 2010 a Sabesp recebeu novo empréstimo de US$ 63 milhões da Agência de Cooperação Internacional do Japão para a construção de estações de tratamento de esgoto.

Passadas pouco mais de duas décadas desde o início do programa, o objetivo segue sendo justamente implementar a infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto nas cidades atendidas pela Sabesp na Região Metropolitana. Até 2015, o investimento chegará a US$ 3,6 bilhões, nas chamadas primeira (1992-1998), segunda (2000-2008) e terceira fases.

A despoluição do principal rio paulista e de seus afluentes depende de vários fatores, diz a Sabesp, por meio de sua assessoria de imprensa, como “varrição e coleta de lixo; regularização de favelas e loteamentos clandestinos; combate o esgoto irregular; atuação das prefeituras nos municípios não operados pela Sabesp”.

Segundo a companhia, a terceira fase (2009-2016), em andamento, beneficiará 1,5 milhão de pessoas com rede de coleta, e tratamento para mais 3 milhões de pessoas. O investimento é de US$ 2 bilhões. A coleta subirá de 84% a 87% e o tratamento, de 70% a 84%. A quarta e última fase “vai garantir a universalização do saneamento nas áreas regulares atendidas pela Sabesp. Essa etapa está em fase de financiamento e estará concluída até o fim desta década”, informa a empresa.

“Não adianta só um grande sistema de coleta. Tem que ir levando esse sistema de coleta organizado e toda a infraestrutura à periferia”, diz Rodrigues dos Santos.

Assoreamento

 

Fora a questão do (ou da falta de) saneamento, o outro aspecto, igualmente grave, é o assoreamento. Segundo o geólogo, uma das principais causas das enchentes na cidade e na metrópole, decorrentes do volume de sedimentos oriundos dos processos erosivos nas zonas periféricas em expansão da cidade.

 “Chegam à rede cerca de 4 milhões de metros cúbicos desses sedimentos por ano. Com todos esses bilhões que foram investidos no alargamento  e aprofundamento da calha, para aumentar a capacidade de vazão, não se consegue resolver o problema.”

O assoreamento não é provocado por causas naturais como chuvas e o próprio curso das águas, como muitos acreditam, mas pela ação humana. “São promovidas por movimentos de terra, terraplenagem, seja casa a casa, sejam grandes empreendimentos imobiliários. São processos erosivos provocados pelo homem”, explica. 

“E absolutamente nada é feito para conter esse problema em sua causa, a erosão, e joga-se tudo no desassoreamento. São centenas de milhões de reais por ano gastos no desassoreamento da rede de drenagem. É um absurdo que não se trabalhe concomitantemente num projeto de redução do volume de sedimentos que chegam.”

De acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o governo Geraldo Alckmin, já investiu R$ 358,9 milhões no desassoreamento de 4,5 milhões de metros cúbicos do Tietê. “Somando os investimentos no desassoreamento também de seus principais afluentes, esses números totalizam R$ 562,3 milhões e a retirada de 7,4 milhões de metros cúbicos de detritos. 

O Tietê nunca esteve tão desassoreado, sua calha encontra-se de acordo com a sua batimetria original, e os trabalhos de desassoreamento - que são contínuos -, seguem dentro do cronograma estipulado”, afirma a autarquia, por meio da assessoria de imprensa.

Segundo o geólogo do IPT, costuma-se apontar o lixo como causa de enchentes, mas esse é um mito. “O lixo urbano realmente atrapalha, mas está muito longe de ser o vilão das enchentes. Do volume que chega ao Tietê, apenas 5% é lixo. 

95% são sedimentos arenosos que vêm dos processos erosivos, provocado pelo avanço da cidade sobre uma região cada vez mais montanhosa, com trabalhos de terraplenagem cada vez mais extensos, expondo o solo à erosão”. 

Culpando o lixo,  esclarece Rodrigues, “as autoridades jogam a responsabilidade nas costas da população, uma coisa extremamente cômoda. O lixo provoca alagamentos localizados. Sobre o processo geral de enchentes não tem a mínima influência.”

Recentemente, Alckmin prometeu que em 2019 o estado teria 100% do esgoto tratado. “O Fleury nos prometeu que ia beber um copo d’agua do Tietê antes da virada do século”, lembra o ex-diretor do IPT, referindo-se ao ex-governador peemedebista (1991-1995) Luiz Antônio Fleury Filho.

Avião contratado pela Sabesp para induzir chuva não funciona, mas os contratos da Sabesp com a empresa têm valor médio de R$ 1,5 milhão por contratação,



Empresa Modclima é contratada pela Sabesp desde 2003 para tentar fazer chuva durante períodos de seca, mas falta de umidade no ar inviabiliza processo. Professora afirma que tentativa é incompreensível

por Diego Sartorato, da RBA publicado 08/02/2014 10:40 
 


Luciano Claudino/Frame/Folhapress

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Com o nível mais baixo em dez anos, Sistema Cantareira desperta temor de racionamento generalizado


São Paulo – Iniciada esta semana, a operação contratada pela Sabesp, estatal de abastecimento e saneamento paulista, para tentar induzir chuvas sobre o reservatório Cantareira é vista como inútil por quem acompanha o setor. 

O processo, chamado de "semeadura de nuvens", é feito pela empresa Modclima e consiste em pulverizar partículas de água entre as nuvens para causar um efeito "bola de neve": somadas à umidade das próprias nuvens, as partículas se transformariam em gotas pesadas demais para flutuar na atmosfera, causando precipitação. Poderia ser uma solução criativa para um quadro emergencial, já que o sistema conta com apenas 22% de sua capacidade total neste verão seco e quente, não fosse o fato de que, com as condições de clima e de infraestrutura atuais, a técnica não funciona.



"Teoricamente, a técnica funciona, mas há condições. Em primeiro lugar, você precisa ter umidade no ar para poder desencadear esse processo, e estamos em período de seca", explica a professora Maria Assunção da Silva Dias, do Instituto de Ciências Atmosféricas da USP. 

"Além disso, você precisa atingir um grande número de nuvens em um curto espaço de tempo para criar uma chuva suficiente para abastecer um reservatório de água. Não adianta chover em um único ponto, tem de chover muito sobre uma área muito grande da superfície do reservatório", completa. Segundo a professora, mesmo que essas condições fossem atendidas, não existem estudos científicos que comprovem o sucesso da técnica.



"Não entendo com base em qual indicador o governo estadual mantém esses contratos, já que os resultados não podem ser medidos. Toda época de seca eles voltam com os aviões, e os resultados nunca são perceptíveis", comenta Maria Assunção. "A logística para fazer essa teoria funcionar é muito complicada. Existe um momento exato para atingir a nuvem e causar a condensação de gotas, e, se o processo de evaporação já tiver começado, não funciona."



O Sistema Cantareira é um dos maiores do mundo, com área de drenagem de 2.307 km², mas, de acordo com reportagem da TV Cultura de 2009, apenas uma aeronave prestava o serviço de indução de chuva ao governo estadual naquele ano. 

 Sabesp e Modclima foram procuradas pela RBA para confirmar os valores do contrato, a quantidade de aeronaves que prestam serviço atualmente e os resultados obtidos por meio da prática, mas não ofereceram respostas.  

Registros no Diário Oficial do Estado, porém, dão conta de que os contratos da Sabesp com a empresa têm valor médio de R$ 1,5 milhão por contratação, sempre feita sem licitação por se tratar da única prestadora de serviço na área.

1 Comentário:
 

Na Ucrânia, durante o campeonato de futebol Euro 2012, a técnica de bombardeamento de nuvens foi usada para dispersá-las e evitar precipitação durante os jogos. Não sei se deu certo, mas, pelo menos lá estava mais fácil porque o céu estava carregado de nuvens cinzentas. 

Usar a técnica no Brasil, com este céu de brigadeiro, fala sério: é puro folclore tucano. 

Precisamos de uma política de longo prazo para prevenir escassez de água. Não faço ideia de como deve ser isso. Imagino que precisamos cuidar melhor das nascentes de água. Moro perto da Água Branca. Esta região era evitada pelas construtoras. Agora, com nova tecnologia, conseguem retirar a água do subsolo, com bombeamento, enquanto constroem as colunas do prédio. Imagino que estamos destruindo nascentes. Na zona rural de muitos municípios, também, nascentes são canalizadas para uso de residências, etc.

MST quer apoio de novo ministro para barrar projeto sobre sementes (inclui comentario)


Para líder do movimento, bancada ruralista na Câmara aumentou a pressão para aprovar o texto, que permite o uso de tecnologia 'que é contra a vida'

por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 09/02/2014 16:33 

 
São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) espera que o novo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ajude a barrar projeto de lei que libera a esterilização de sementes por meio da tecnologia conhecida como Terminator. 

"A bancada ruralista voltou a fazer pressão pelo projeto que legaliza a tecnologia, para obrigar os agricultores a comprar sementes das multinacionais todos os anos", diz João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST. 

O Projeto de Lei 5.575, apresentado em 2009 por Cândido Vaccarezza (PT-SP), está no plenário da Câmara dos Deputados – embora não tenha tramitação desde abril do ano passado, encontra-se em regime de prioridade.


Dois anos e meio atrás, várias entidades lançaram um documento no qual pedem a rejeição desse projeto e também do PL 268, de 2007, do deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR). "Hoje, com a evolução dos transgênicos, as empresas desenvolveram um tipo de transgenia que permite o controle total e absoluto das sementes pelas companhias, fazendo com que os agri­cultores e mesmo os grandes produtores fiquem reféns das multinacionais para poder obter suas sementes. 

Nosso alimento passará a ser controlado por quatro ou cinco empresas que dominam mais de 60% do mercado mundial de sementes. A esse novo tipo de transgênico se chama de Terminator", afirmam no texto. A palavra significa "exterminador" em inglês.
Para Stédile, o objetivo da bancada ruralista é criar "um fato mundial", diante da rejeição internacional ao uso da tecnologia. Caso o projeto passe no Parlamento, ele espera que Mercadante ajude no sentido de garantir o veto presidencial. 

"Espero que a Casa Civil bloqueie, mande para a gaveta, para as calendas. Essa tecnologia é contra a vida", afirma.

O PL 268/2007 está pronto para a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), informa a Rádio Câmara. A Comissão de Meio Ambiente rejeitou a proposta, que passou na Comissão de Agricultura. Na CCJ, o relator, Dilceu Sperafico (PP-PR), recomenda a aprovação, enquanto dois deputados (Chico Alencar, do PSol-RJ, e Alessandro Molon, do PT-RJ) apresentaram voto em separado pela rejeição.

O líder do MST disse ter expectativa mais positiva com o novo chefe da Casa Civil. “Por ter mais experiência política e mais diálogo com Lula, que tenha mais sensibilidade com os temas agrários”, diz, reservando uma crítica à antecessora, Gleisi Hoffmann. "Ela só pensava na eleição do Paraná." 

Ele enxergava a Casa Civil como um "bloqueio" à reforma agrária, pela exigência de estudo de viabilidade econômica de assentamentos antes das desapropriações.

O MST contesta o número oficial de 30 mil famílias assentadas em 2013. Segundo a organização, o número é "inflado" por projeto de colonização na Amazônia. Teriam sido assentadas, de fato. 7.274 famílias, em 100 áreas desapropriadas.

Na avaliação do movimento, há uma "completa paralisação da reforma agrária" nos últimos anos. Segundo Stédile, a presidenta Dilma Rousseff, em reunião com movimentos sociais há dois anos, prometeu dar prioridade aos lotes dos perímetros de obras de irrigação, mas isso não aconteceu, da mesma forma como não foram desapropriadas 556 fazendas onde foi constatada a prática de trabalho análogo ao de escravo.

De amanhã a sexta-feira (10 a 14), o MST faz em Brasília o seu sexto congresso nacional. São esperadas 15 mil pessoas de 23 estados.




A ideologia é a maior inimiga da racionalidade.

Quando o Stédile abre a boca , é bom ter papel higiênico a mão.


O que ele fala neste artigo é um factoide para virar noticia .


Nenhuma multinacional de sementes vai ter o controle de sementes que ele alega.


Se você quiser , caro leitor , quando for plantar sua roça de milho , pode palitar os dentes da sua mula e usar os restos como semente . Ninguém pode obrigar o plantador a usar sementes que ele não quer usar.


O verdadeiro objetivo é minar e enfraquecer o agronegócio brasileiro , responsável pelas valiosas divisas em dólar e impostos que são usados em programas assistencialistas .


Os trangênicos são usados principalmente como ração animal . A chinesada quando cria seus porcos , estão se lixando se a soja é transgênica ou não . Depois que o porco se alimenta , o que interessa é a qualidade final da carne , que não é afetada se os grãos que os alimenta são transgênicos ou não.


O alvo maior do sr. Stédile é atingir o agronegócio , que ele elegeu como seu inimigo numero um , custe o que custar , mesmo que afunde o resto do país.


Em países civilizados , o passado e conjunto da obra passada deste senhor , fariam dele um hospede em recintos de segurança máxima.

Rossetto deve assumir Ministério do Desenvolvimento Agrário, diz fonte do governo


Por Luciana Otoni

BRASÍLIA, 9 Fev (Reuters) - O petista Miguel Rossetto será o novo ministro do Desenvolvimento Agrário em substituição a Pepe Vargas (PT-RS), que deixará o governo para disputar uma vaga de deputado federal na eleição de 2014, disse à Reuters uma fonte do governo com conhecimento sobre a reforma ministerial neste domingo.

"Rossetto volta à pasta por ser da confiança da presidente Dilma Rousseff e por ser um petista com diálogo com os movimentos sociais rurais", disse a fonte em condição de anonimato.

O anúncio da mudança no Ministério do Desenvolvimento Agrário será feito pela presidente Dilma Rousseff assim que forem concluídas as negociações para as mudanças em outras pastas.

Rossetto deixa a presidência da Petrobras Biocombustível, retornando ao ministério que comandou durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a fonte, Rossetto tem a vantagem de ser próximo aos movimentos sociais rurais e volta ao primeiro escalão para garantir estabilidade à Presidência em uma área tradicionalmente conturbada, que não pode ser foco de preocupação em ano eleitoral.

Ele estará à frente de um ministério com orçamento estimado em 4,9 bilhões de reais em 2014, conforme dados do Orçamento deste ano. O Programa de Agricultura Familiar (Pronaf) é um dos carros-chefes da pasta.

A proximidade de Rossetto com Dilma começou quando os dois integraram o governo de Olívio Dutra (PT) no Rio Grande do Sul no fim da década de 1990, quando ele era vice-governador do Estado e Dilma, secretária de Energia.

A troca de comando no Ministério do Desenvolvimento Agrário faz parte da reforma ministerial posta em prática pela presidente. Na última semana foram anunciadas mudanças na Casa Civil, no Ministério da Educação, no Ministério da Saúde e na Secretaria de Comunicação Social.


O risco de se ampliar as UPPs antes da hora (Editorial) O Globo



Os recentes ataques de bandidos a Unidades de Polícia Pacificadora — no morro de São Carlos, na Rocinha, no Complexo do Alemão —, com troca de tiros e, inclusive, o assassinato da PM Alda Rafael Castilho, em Parque Proletário, devem servir de alerta para dois aspectos da política de retomada, pelo Estado, via ocupação direta por forças policiais, de áreas controladas pelo crime organizado.

O primeiro é que, após um primeiro momento de debandada, em razão do vigor irresistível das ações de asfixiamento do tráfico de drogas, a base econômica das quadrilhas que subjugavam as comunidades, grupos de criminosos se rearticulam para tentar retomar áreas em que impunham um reinado de terror.

Como é possível que estas sejam reações espasmódicas (mas de qualquer forma a merecer respostas adequadas das forças da lei), a questão de fundo está no segundo aspecto para os quais os episódios de enfrentamento chamam a atenção: a consolidação do programa ainda está por ser alcançada.

José Mariano Beltrame, secretário estadual de Segurança do Rio.
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia

Por isso, é preocupante a promessa feita pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, de estender as UPPs, ainda neste primeiro semestre, para uma ampla região formada por Baixada, Niterói e São Gonçalo.

Beltrame parte de uma preocupação relevante: a pacificação de áreas subjugadas pelo tráfico teve como efeito colateral a fuga de bandidos para essas regiões do estado, menos guarnecidas de policiamento, com o consequente incremento local da criminalidade.

Essa nova realidade é um desafio, e combatê-la, uma obrigação do poder público. Mas enfrentá-la ao custo de pôr em risco um programa que, nas áreas em que já foi implantado, não obstante seus bons resultados, ainda tem flancos não suficientemente blindados contra ataques equivale a adotar uma política de cobertor curto. É ideia temerária.

Além disso, as UPPs têm um propósito bem definido, implicando um planejamento que parece passar ao largo da promessa do secretário. No Rio, a implantação das atuais 36 unidades obedeceu a um cronograma que, salvo situações pontuais, como na ocupação do Complexo do Alemão ditada por um surto de terrorismo, foi cumprido de modo a cobrir estrategicamente toda a área compreendida.

Por princípio, o governo precisa dar conta desse desafio de reverter curvas de criminalidade onde ela estiver em alta — e, neste aspecto, há indicadores a exigir atenção não só nas regiões para as quais Beltrame acenou com a extensão das UPPs. O que leva à questão dos critérios para a escolha das áreas a serem beneficiadas.

Por outro lado, é crucial aprofundar a experiência de pacificação já existente, com o avanço dos investimentos sociais prometidos (aliás, uma reivindicação constante de Beltrame) e a blindagem do programa contra tentações eleitoreiras, desvinculando-o inequivocamente de candidaturas ao pleito de outubro.


'A confiança dos empresários no governo acabou’, diz sócio da Natura

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Presidente do Iedi, Pedro Passos, diz que a ‘falta de direção’ na economia cria instabilidade e ‘insegurança no meio empresarial’

08 de fevereiro de 2014 | 18h 56
 
Cleide Silva e Ricardo Grinbaum - O Estado de S. Paulo
 
Pedro Passos é um dos principais representantes da indústria brasileira. Além de ser um dos fundadores e sócios da fabricante de cosméticos Natura, ele é presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), organização que reúne alguns dos maiores industriais do País.

Passos atribui os resultados ruins da indústria de 2013, divulgados na semana passada, ao que chamou de "ambiente econômico prejudicado". Para o empresário, "falta direção" na economia e há insegurança no meio empresarial. "O clima de confiança do empresariado não existe, acabou", disse Passos, na entrevista a seguir.

O que explica os dados ruins da produção industrial em 2013, especialmente em dezembro?

Foi uma surpresa negativa, a queda foi muito maior do que se previa. Uma primeira análise mostra um desempenho setorial disperso, com retração nos setores de consumo. 

Mas tivemos performance melhor de alguns setores, inclusive dos ligados ao comércio exterior. Setores de transporte, calçados e madeira, apesar da fragilidade, exportaram mais, principalmente para a Argentina. Apesar de um resultado global muito ruim, há uma perspectiva positiva.

Como o setor empresarial reage a esse resultado?

O ambiente econômico está muito prejudicado no País. A taxa de investimento é muito baixa, o clima de confiança não existe, acabou. Falta direção. Não está claro para onde estamos indo, quais são os grandes compromissos. Isso cria instabilidade. 

O resultado de dezembro é um problema que vem se acumulando há muito tempo. E esse cenário não nos dá muita esperança porque a gente já entra em 2014 com ritmo lento. E ainda sujeitos à volatilidade da economia internacional. Esse cenário volátil repercute com a falta de definição interna. As dificuldades que temos em saber qual é o caminho, qual é a aposta (do País), criam um ambiente de muita insegurança no meio empresarial.

Como assim?

Existe necessidade de uma nova definição de modelo econômico. O cenário muda e o País precisa se adaptar. É importante retomar uma agenda que o Iedi coloca há algum tempo, de busca de produtividade.


A oposição parece acordar


08 de fevereiro de 2014 | 2h 08
 
O Estado de S.Paulo
 
Antes tarde do que nunca, a oposição dá sinais de que começa a despertar da profunda letargia em que esteve mergulhada nos últimos anos, desde que o PT assumiu o poder. 

Exímio manipulador das massas com a sedução de seu populismo despudorado, durante os oito anos de mandato presidencial Lula conquistou índices estratosféricos de aprovação popular e, vendendo a falácia de uma "herança maldita", deu um nó na oposição. 

Esta não teve competência, nem disposição, para impedir a reeleição de 2006, apesar da eclosão, em 2005, do escândalo do mensalão. 

Daí para a frente o lulopetismo se firmou no poder. Deu-se ao requinte de impor um poste para sua sucessão. A patranha de que sua candidata era uma gerente competente, somada a seu prestígio, foi bastante para eleger Dilma, mas não para esconder, depois, o fracasso administrativo que é este governo.

O Brasil de hoje não é o mesmo de três anos atrás. Dilma Rousseff não tem nem de longe o carisma de seu antecessor - embora desfrute de grande popularidade - e enfrenta enormes dificuldades para administrar o insaciável apetite do PT pelo poder e a ganância por vantagens de uma base aliada tão ampla quanto infiel. 

O que existe hoje é um desgoverno escandalosamente alicerçado sobre o fisiologismo, a preocupação eleitoreira com as aparências e, de quebra, um anacrônico dogmatismo ideológico. 

Aí estão, para comprová-lo, os indicadores econômicos persistentemente insatisfatórios; a incapacidade de cumprir orçamentos e prazos até nos projetos prioritários do PAC; a ameaça de um vexame internacional que tem deixado a Fifa de cabelos em pé com as obras para a Copa do Mundo; e, sobretudo, a crescente insatisfação difusa dos brasileiros com "tudo isso que está aí" transbordando para as ruas desde junho do ano passado. 


Isso tudo até a oposição já está conseguindo enxergar. 


O teor das declarações feitas nas últimas semanas pelos principais pré-candidatos a enfrentar Dilma Rousseff nas urnas de outubro parece indicar que as lideranças oposicionistas finalmente estão dispostas a deixar seu berço esplêndido e assumir postura mais contundente diante do desgoverno que aí está, deixando de se comportar "quase como se pedissem desculpas ao País por se opor a Lula e ao PT", como observou Dora Kramer em sua coluna (5/2).


Aécio Neves, pré-candidato do PSDB: "Sob o pretexto das festas de fim de ano, a presidente volta à TV para fazer autoelogio e campanha eleitoral (...). Apenas como exemplo, na ilha da fantasia a que a presidente nos levou mais uma vez, a qualidade do ensino tem melhorado e a criação de creches é comemorada. 

Enquanto isso, no Brasil real, os resultados dos testes internacionais demonstram o contrário". 

E ainda, já em janeiro: "Em relação aos leilões do Galeão e do Aeroporto Tancredo Neves, em Confins (MG), a grande constatação é de que, quando o PT acompanha a agenda proposta pelo PSDB, o PT acerta. O lamentável é que essas concessões venham com dez anos de atraso".


Ainda em novembro, preenchendo uma lacuna que chamara a atenção já no pleito presidencial de 2002, o senador mineiro havia deixado claro que Lula também está na mira da oposição tucana: "O presidente Lula tem que parar de brigar com a história. Se não houvesse o governo do Fernando Henrique, com a estabilidade econômica, com a modernização da economia, não teria havido sequer o governo do presidente Lula".


Por sua vez, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, ex-ministro de Lula, pré-candidato do PSB, também foi incisivo ao apresentar o seu programa de governo: "O País saiu dos trilhos (...) esse pacto social novo que está no seio da sociedade brasileira não tolera mais esse velho pacto político que mofou e que não vai dar nada de novo e de bom ao povo brasileiro. Não há nesse país, em nenhum recanto onde possamos andar, ninguém que ache que mais quatro anos do que está aí vai fazer bem ao povo brasileiro". E ainda: "Não há política social que faça efeito sem desenvolvimento. É o que estamos vendo agora: crescimento do analfabetismo, emprego perdendo qualidade, País perdendo competitividade. Vamos legar o quê para as futuras gerações?".



Nível da Cantareira cai abaixo dos 20% e é o menor da história( mas o Governo continua desmatando.)


09/02/2014 14h07 - Atualizado em 09/02/2014 17h38


Índice de 19,8% foi registrado neste domingo; chuva ficou abaixo da média.


Sabesp vê cenário preocupante é dá desconto para quem economizar água.

Do G1 São Paulo

Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Jacareí (SP), que está mais de 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão Conteúdo) 
 
Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Jacareí (SP), que está mais de 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão Conteúdo)
 
 
A capacidade nos reservatórios de água do Sistema Cantareira caiu abaixo dos 20% e atingiu o menor nível da história, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo(Sabesp).O índice registrado neste domingo (9) é de 19,8%.

Apesar de no dia 9 de fevereiro de 2004, o nível do reservatório estar em 5,6%, segundo o site do próprio sistema, a companhia informa "que os níveis foram revisados e, a partir de agosto daquele ano [2004], uma regulamentação determinou que fossem incorporados volumes que antes eram considerados como reserva técnica".

Portanto, a Sabesp não contava os 20% que tinham no reservatório para fazer a medição, "assim sendo, naquela época, o índice era cerca de 25%, maior que o atual".

A chuva que atingiu a região do sistema neste domingo foi de 0,9 milímetros e a acumulada no mês de fevereiro, 1,3 milímetro. A média histórica para o mês é de 202,6 milímetros de chuva. A companhia diz esperar chuva para a segunda quinzena de fevereiro.

Formado por quatro represas, o sistema é responsável por abastecer casas de mais de 8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. A Sabesp classificou o cenário como "preocupante" e anunciou no sábado (1º) desconto de 30% para quem economizar água.

A falta de chuva e o calor recorde levaram à situação crítica. Segundo a Sabesp, "o mês de dezembro de 2013 foi especialmente ruim: teve 62 milímetros de chuva, quando a média histórica é de 226 milímetros. Foi o pior mês de dezembro desde que a medição começou a ser feita, há 84 anos".

Em janeiro as chuvas que normalmente chegam a 300 milímetros, ficaram em 87,7 milímetros. 

"Além disso,  foi o janeiro mais quente da história e como não chove (o que ajudaria a baixar a temperatura), o consumo de água acaba se mantendo em nível elevado o dia todo", segundo a companhia.

O Cantareira fornece água para casas de mais de 8 milhões de moradores da Zona Norte, do Centro, pequena parte da Zona Leste de São Paulo e 10 municípios da região metropolitana (Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba, Santana do Parnaíba, São Caetano do Sul e parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André).

Desconto

No sábado (1º), a Sabesp anunciou o desconto de 30% na conta de quem economizar água. O objetivo é incentivar a queda no consumo por causa da falta de chuva, que reduziu o nível das represas do sistema Cantareira. O desconto vale apenas para os consumidores abastecidos por esse sistema.


A informação sobre o sistema que abastece a residência está disponível na conta de água. "Nos demais, mantém a tarifa normal, porque choveu na média e os sistemas se recompuseram", disse a presidente da Sabesp, Dilma Pena, em entrevista coletiva. "Vamos ter um impacto no faturamento que ainda não mensuramos. E faremos a gestão disso."

O desconto será de fevereiro a setembro, exceto para Santana do Parnaíba, onde a política vai de março a setembro "por uma questão específica do sistema", segundo ela. A presidente da Sabesp afastou a possibilidade de racionamento. "Não estamos pensando em racionamento. Ele não está no nosso radar", asseverou Dilma Pena. Segundo ela, o desconto deve vir já na próxima conta de água recebida pelos consumidores.

A estratégia é similar à usada em 2004, quando já houve desconto na conta para quem economizou água. Desta vez, no entanto, o consumidor pode ter um desconto ainda maior. Quem diminuir o consumo em cerca de 20% terá 30% de desconto na conta.

"Como nós tivemos um índice pluviométrico baixíssimo em janeiro, a Sabesp está adotando, a partir de hoje [sábado], um incentivo econômico para que a população poupe água. O consumidor que reduzir 20% de seu consumo, tendo como referência a média dos últimos 12 meses, terá uma redução na sua tarifa de 30%. 

Isso tem um impacto significativo na sua conta de água. Como ele reduz o volume, e a estrutura tarifária é por faixa de consumo, então ele tem uma redução real ainda maior", afirmou a presidente da empresa.

Ela explicou que a média de consumo diário é de 161 litros por habitante. A campanha pede que esse valor seja reduzido para 128, ou cerca de 20%. "É um incentivo econômico para que, nessa situação crítica, a população faça a adesão. Temos certeza que a população vai aderir e acatar o chamamento. Não dá para encher a piscina e tomar um banho de 30 minutos. Mas dá para fazer todas as atividades", afirmou.


Dilma Pena explicou que o desconto real na conta dos consumidores que aderirem pode ser ainda maior que os 30%, já que ele será aplicado sobre o valor já menor. "Com a redução, ele passa a ter uma tarifa de 30,9%. Mas, por mudar de faixa, a redução real será de 48%."

A conta do cliente abastecido pelo Sistema Cantareira terá um informe com a meta de redução a ser atingida, segundo a Sabesp. Terá direito ao bônus o cliente que reduzir em 20% o consumo médio de um período de 12 meses.

Saiba como economizar

Para economizar, a Sabesp recomenda que o consumidor adote algumas atitudes diárias.
Veja abaixo:


- tome banhos rápidos e feche a torneira ao ensaboar;
- lave a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboar;
- não lave a calçada e o quintal, use a vassoura;
- ao lavar o carro, use um balde;
- acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só;
- deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer barba.


Outro fator que colabora para o desperdício de água são os vazamentos. A Sabesp disponibiliza  um curso gratuito que ensina práticas simples para identificar possíveis problemas em instalações hidráulicas. O programa é aberto ao público em geral e é ministrado nos períodos da manhã e tarde.

Os participantes recebem uma cartilha explicativa ilustrada e um certificado de conclusão.
Quem se interessar deve procurar a regional da Sabesp mais próxima de sua residência. Visite o site da Sabesp para conferir os endereços.

Moradores usam piscinas para motivar uso de áreas públicas no DF

9/02/2014 18h50 - Atualizado em 09/02/2014 18h52

Grupo ocupou área às margens do Eixo Sul, via interditada aos domingos.


Uma das responsáveis pela iniciativa apoia mais 'contato' entre moradores.

Ricardo Moreira Do G1 DF

A temperatura máxima no Distrito Federal alcançou neste domingo (9) 27°, com umidade a 47% nas horas mais quentes do dia. E para aliviar o calor, moradores do Plano Piloto, região do centro de Brasília, decidiram montar piscinas infláveis às margens do Eixo Sul, uma das principais vias do centro da capital. Aos domingos e feriados, o trânsito ali é interrompido para o lazer.


Responsáveis pela iniciativa acreditam que o uso das piscinas ajuda a aproximar os moradores do Plano Piloto (Foto: Ricardo Moreira / G1) 
 
Responsáveis pela iniciativa acreditam que o uso das piscinas ajuda a aproximar os moradores.


Uma das responsáveis pela iniciativa é Ana Júlia Melo, 24 anos, estudante de jornalismo. Ela conta que foram utilizadas três piscinas. A maior tinha capacidade para 6 mil litros, disse Ana. A estudante afirma que foi preciso contratar um caminhão-pipa para encher as piscinas, que começaram a ser montadas por volta das 11h.


Ana Júlia levou o afilhado para brincar na piscina com outras crianças, com a supervisão dos pais (Foto: Ricardo Moreira / G1) 
 
Ana Júlia levou o afilhado para brincar na piscina com outras crianças, com a supervisão dos pais.


Ana diz o objetivo da brincadeira foi mostrar também que é possível utilizar espaços públicos da capital para unir os moradores. "As pessoas hoje em Brasília praticamente não se cruzam mais nas ruas, não tem contato. Para comprar qualquer coisa na sua quadra, você pega o carro. E eu acho que essa é uma oportunidade de você desconstruir um pouco essa cultura".


Luiza Melo, 22 anos, e Danilo Fernades, 26, ajudaram a montar as piscinas infláveis (Foto: Ricardo Moreira / G1) 
 
Luiza Melo e Danilo Fernades ajudaram a montar as piscinas infláveis. (Foto: Ricardo Moreira / G1)
 
Danilo Fernandes, consultor, 26 anos, foi quem comprou a piscina maior. Diz que pagou por ela R$ 300. Afirma que essa despesa, mais a conta do caminhão-pipa (R$ 170), foi dividida entre os amigos. “Acho que Brasília é uma cidade linda, mas que carece de opções mais econômicas para o lazer”.

Luiza Melo, 22 anos, estudante de desenho industrial, diz que agora vai ser mais fácil sair de casa nos fins de semana. "A gente vive em apartamento. E com essas piscinas em casa, seremos obrigados a sair", brincou a estudante.

Previsão de chuva

Segundo o Instituo Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão do tempo no Distrito Federal até quarta-feira (12) é de céu parcialmente nublado, com pancadas de chuva em áreas isoladas.


Nesta segunda-feira (10), os termômetros devem marcar no DF 16° durante a madrugada e 32° durante a tarde. A umidade deve ficar entre 80% e 30%.

Para Cuba, com amor, por Mary Zaidan





Ramona Rodriguez. 

A cubana que fugiu do Mais Médicos de Pacajá, no Pará, criou um enrosco sem tamanho para o governo Dilma Rousseff. Reacendeu críticas ao extravagante contrato em que os irmãos Castro se apropriam do grosso dos salários dos médicos exportados e deu xeque-mate à legalidade do programa, carro-chefe da campanha do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo do Estado de São Paulo.


Contas publicadas pelo jornal O Globo revelam que o Mais Médicos reforçará os cofres da ilha em R$ 713 milhões ao ano, 77% do valor destinado ao programa junto a Cuba. Só 23% ficam com os profissionais importados.

Criou ainda uma encrenca jurídica.
 
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apressou-se em dizer que Ramona poderá perder o visto de permanência no país e a licença para atuar como médica no Brasil. A tese é frágil. Ancora-se na medida provisória que sustenta o programa, que pouco vale se confrontada à Constituição. Aliás, se o Brasil conferir a Ramona um improvável asilo, ela pode passar no Revalida e exercer a profissão como qualquer médico estrangeiro.

Ramona Matos Rodrigues, médica cubana que abandonou o Programa Mais Médicos.
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Para o governo, ficar com Ramona é um problema. Incitaria novas dissidências. Embarcá-la de volta pode ser ainda pior. Até porque, sabe-se, a ditadura cubana não a pouparia de retaliações, que acabariam reveladas pela mídia. Não à toa, ela teme por seus familiares, em especial pela filha, também médica.

É tão verdade que mesmo no Brasil Ramona já é vítima de detratores. Ela foi acusada de bêbada e devassa pelo deputado José Geraldo (PT-PA), que inscreveu nos anais da Câmara trechos indizíveis da carta repugnante do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Pacajá, Valdir Pereira da Silva. De nível tão baixo que o PT deveria se envergonhar e pedir solenes desculpas.
 
Para completar, blogs engajados divulgaram a versão de que Ramona só queria mesmo encontrar o namorado, em Miami, e que tudo não passou de uma farsa instruída pelo líder dos Democratas, Ronaldo Caiado (GO).

A previsão é de que o Brasil receba mais de sete mil médicos cubanos. Hoje, 5.378 já estão operando a um custo de R$ 925,86 milhões por ano, isso sem computar transporte e moradia. Repita-se: mais de três quartos disso fica com o governo de Cuba.

Embora o governo Dilma afirme que só decidiu importar cubanos porque não conseguiu preencher as vagas do Mais Médicos com brasileiros e outros estrangeiros, Ramona foi treinada há dois anos para vir para o Brasil. Fez parte de uma farsa.

E faz parte de uma massa que sustenta, com o seu trabalho, a ditadura que ela já demonstrou que não quer. Mas que o governo do PT apoia. Com unhas, dentes e dinheiro. Muito dinheiro.

Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília. Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas. Atualmente trabalha na agência 'Lu Fernandes Comunicação e Imprensa'. Escreve aqui aos domingos. Twitter: @maryzaidan, e-mail: maryzaidan@me.com

Obra é furtada 5 vezes e comerciantes reclamam de violência em Águas Claras


7/2/2014 às 17h06
Polícia diz que faz patrulhamento ostensivo na região



Do R7, com TV Record Brasília
 
 
Câmeras de segurança registraram um dos assaltos nas obras do escritório de advocacia 
 
Um escritório de advocacia em obras foi assaltado pela quinta vez em Águas Claras (DF). Os comerciantes da área de desenvolvimento econômico reclamam da falta de policiamento na região. 

Com medo de assaltos, os comércios fecham as portas mais cedo, ainda quando está claro. Prova disso é o que aconteceu na loja deste empresário.  

A estudante Bianca Simon diz que mesmo de dia os moradores precisam tomar cuidado, devido à falta de segurança.  

O empresário Bruno Ancelmo afirma que já viu e ouviu diversas histórias de roubos e furtos no local. Segundo ele, a área está cada vez mais perigosa.  

Procurada pela TV Record Brasília, a Polícia Militar do DF informou que faz patrulhamento ostensivo no local.
 
 

Saída gradual de Schumacher de coma traz desafios à família



Inicialmente, ela se hospedou em um hotel perto do hospital, em Grenoble (França); agora, acredita-se que ela esteja percorrendo diariamente os 175 km entre o hospital e a casa da família perto de Gland, na Suíça.

Com ela estão outros parentes, como o irmão de Michael, Ralf Schumacher, e os filhos do casal, Gina Marie, 16, e Mick, 14, que esquiava ao lado do pai quando este sofreu o acidente, em 29 de dezembro.

Ainda que alguns fãs estejam comemorando os relatos - não confirmados - de que o campeão da F1 estaria piscando e respondendo a estímulos, sua família está sob intensa pressão enquanto veem os médicos tentando se comunicar com ele.

"Acordar de um coma não é como aparece no cinema", diz Luke Griggs, porta-voz da Headway, ONG britânica de apoio a pessoas com lesões cerebrais.

"Costuma ser um processo gradual, que pode durar diversos dias ou semanas. Para a família, o temor inicial, de se a pessoa sobreviverá ou não, é substituído pelo temor sobre o que o futuro reserva e que nível de recuperação terá seu ente querido."

Abrir os olhos

Pacientes costumam começar abrindo os olhos, depois respondendo à dor e, por fim, reagindo às pessoas ao seu redor.

Essa sequência de eventos está marcada na memória de Mark Smith, paramédico britânico cujo filho de 16 anos, Ryan, esteve em um coma induzido após um acidente ciclístico, em julho de 2013. Ryan continua hospitalizado, tratando sequelas físicas e mentais.

"Infelizmente, a percepção é de que a pessoa simplesmente acorda e retoma suas atividades rotineiras após alguns dias. Não é o caso. É muito lento, não há respostas absolutas. Você tem que manter a esperança de que a interação voltará a ocorrer algum dia."

Ryan pronunciou suas primeiras palavras pouco antes do Natal e, na semana passada, ele conseguiu pela primeira vez atualizar seu perfil no Facebook, usando um tablet. Escreveu um palavrão, dizendo que se sentia mal.
"Só o fato de ele poder ter sentimentos já é imenso, então deixemos para lá o que ele escreveu!", disse o pai.

Recuperação

Segundo pesquisa publicada no periódico médico Lancet, cerca de um quinto dos adultos vítimas de traumas cerebrais severos se recupera bem. Muitos morrem ou sofrem sequelas persistentes.
Uma fonte próxima a Schumacher disse a jornalistas em Grenoble que a família tem ciência de que as coisas podem rapidamente mudar "para pior".

Peter Kirkpatrick, neurocirurgião do hospital Addenbrooke, em Cambridge (Grã-Bretanha), diz que é "extremamente improvável" que Schumacher recupere seu nível prévio de saúde, mas ele insiste em que isso é "medicamente possível".

A família do ex-piloto já está sendo assessorada por Gerard Saillant, cirurgião especializado em traumas que operou Schumacher quando ele quebrou a perna em uma corrida, em 1999.

A ONG Headway explica que traumas como o sofrido pela família Schumacher tendem a fortalecer casamentos e relacionamentos que já eram fortes, mas também dificultam casamentos e relacionamentos frágeis.
Corinna e Michael Schumacher são casados há quase 20 anos, e a mídia alemã relata que seu casamento tem bases sólidas. O ex-piloto teria dito em entrevista a uma emissora alemã que eles nunca tiveram uma briga séria.

'Frustração'

Mas os desdobramentos do acidente podem trazer pressões familiares.

O remador olímpico britânico James Cracknell sofreu uma lesão cerebral após um acidente em 2010 e precisou reaprender a maioria de suas habilidades físicas, inclusive andar.

Ele escreveu a respeito do impacto disso sobre seu casamento com a apresentadora Beverley Turner.

"Para as pessoas ao meu redor, eu estava com o pavio curto, frustrado e com raiva", disse ele em sua autobiografia, em 2012.

"Se você me perguntar se temos o mesmo relacionamento que antes, (a resposta) é não. Ainda teremos? Espero que sim, mas realmente não sei. Temo que Bev sempre vai me ver de uma maneira levemente diferente. Ela foi chamada a um hospital dos EUA para se despedir, porque (os médicos) não achavam que eu ia sobreviver. Daí disseram a ela que eu sobreviveria, mas não saberia quem eu sou e não seria o mesmo homem com quem ela se casou."

Ele hoje diz ser "quase" o mesmo homem que era. "Por ela e por minha família, espero estar aprendendo a me adaptar a isso."

Luke Griggs, da Headway, diz que o caminho da recuperação é diferente para cada paciente.

"De maneira simplista, os efeitos de uma lesão cerebral podem ser devastadores e durar a vida inteira. Pode mudar todos os aspectos da sua vida: andar, falar, pensar, sentir. Pode mudar personalidades e habilidades. Mas sabemos que, com a ajuda certa no momento certo, há vida após uma lesão cerebral."

Dilma na berlinda




A falta de tato político da presidente Dilma está lhe valendo muitas críticas – vindas dos próprios petistas. / Joel Rodrigues/Estadão Conteúdo

Já não é segredo para ninguém o desgosto, o desconforto, do núcleo político duro do PT com a presidente Dilma Rousseff e, por tabela com o prefeito Fernando Haddad. O assunto já vazou até em almoços em que estavam presentes pessoas deste acampamento, embora sejam simpáticas do petismo e de confiança.


Por núcleo político duro do PT entenda-se o grupo que se forma em torno do ex-presidente Lula, nas franjas do Instituto Lula, e composto basicamente de petistas históricos. Não confundir com o núcleo político duro do Palácio do Planalto nem com o (ainda em formação) núcleo político duro da reeleição. Lula é a presença superior nesses dois últimos, como consultor e palavra decisiva no Palácio do Planalto e como principal mentor da reeleição.



 

A razão principal da queixa não é, propriamente, a respeito das políticas oficiais e da condução do governo, apesar de haver também restrições pontuais neste ponto. É por isso que, como já aconteceu em meados de 2013, voltaram a circular nos ares da capital da República insinuações para a substituição imediata do ministro da Fazenda Guido Mantega pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

 

A ida de Meirelles para o posto teria, segundo seus defensores, duas vantagens: (1) daria um sinal para os agentes econômicos privados, empresários, mercado financeiro interno e externo de que as promessas de austeridade fiscal de Dilma dos últimos tempos vão ser cumpridas; (2) permitiria mudanças no rumo da política econômica, hoje criticada até por alguns economistas
conselheiros (ou que já o foram) da presidente.


 

É barulho que não deve render, mas há a fumaça, engrossada pela presença de Aloizio Mercadante na estratégica Casa Civil. Brasília inteira sabe que Mercadante estava no movimento pró-Meirelles de 2012. É óbvio que se teme que um reversão na economia prejudica governo e aliados na urna.


 

Contudo, a razão principal das criticas à presidente Dilma é mesmo a sua "total"(esta é a expressão usada em certas rodas) falta de tato político.  

Coisa que já era sabida há muito, que incomodava, porém não irritava tanto. Falta de tato no trato com os políticos, os partidos, os sindicatos, os movimentos sociais e o mundo empresarial e financeiro de um modo geral. Quando vieram os idos de junho passado, um pouco assustada e um pouco acuada, Dilma faz movimentos de aproximação, com todos esses parceiros e parecia ter tomado gosto (ou pelo menos se rendido à necessidade) pela coisa.

 

A prevalência de um ambiente de mal estar mais ou menos generalizado, aqui e lá fora, em diversas camadas, mostra que não funcionou para valer (se ele aconteceu mesmo ou foi apenas fachada) o abrandamento político da presidente. Os partidos estão de um modo geral insatisfeitos – o guloso PMDB mais do que todos – e a novela da reforma ministerial está cheia de ruídos perigosos para a campanha. Alguns movimentos sociais não escondem mais sua tristeza; o MST , por exemplo, precisou ser acalmado esta semana pelo PT.

 

Com os empresários não é diferente. De público – com raras exceções – elogiam, dão votos de confiança, todavia, na prática, preferem esperar para ver. O mercado financeiro e as bolsas, onde o dinheiro dá o seu recado, está uma montanha russa, mas com tendência a apontar movimentos mais para baixo que para cima.

 

Repetindo o que foi dito aqui em outro comentário, este pessoal está cada vez mais como São Tomé, com tinturas de São Francisco: quer ver para crer e só entrega depois de receber (no caso, sinais confiáveis de uma política fiscal mais austera e mais segura).

 

Lula, nosso animal político mais brilhante, sabe que um clima desses, mesmo que não aconteça nenhum desastre, não é o melhor para quem vai disputar uma reeleição. A questão é como mudar, e em prazo curto, uma personalidade forte como a da presidente.

 
José Márcio Mendonça é jornalista e analista político 

Diario do Commércio

BNDES patrocinará 25 projetos culturais no primeiro semestre


  • 09/02/2014 10h38
  • Rio de Janeiro
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
Bienal do Livro de São Paulo é um dos projetos culturais financiados pelo BNDES
Bienal do Livro de São Paulo é um dos projetos financiados pelo BNDESMarcelo Camargo/Agência Brasil
Vinte e cinco  projetos culturais  de todas as regiões brasileiras receberão  patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no período de março a agosto deste ano.  O valor do patrocínio, entretanto, será definido somente após negociação das contrapartidas com os proponentes, informou a assessoria de imprensa do banco.

De acordo com anúncio feito pelo BNDES, das 658 inscrições consideradas válidas para a seleção, foram escolhidos  para apoio  dez projetos de cinema, oito de música, cinco de literatura e dois de dança. A inscrição ocorreu pela internet entre 13 de novembro e 18 de dezembro do ano passado.

Em 2013, o valor investido em eventos culturais foi cerca de  R$ 22 milhões.  Segundo a Gerência de Patrocínio do banco, a seleção de projetos apoiados teve uma periodicidade diferente. Na primeira etapa, de março a julho de 2013, foram selecionados 22 projetos. Na segunda, de agosto a dezembro, foram mais 17.

Na relação dos contemplados deste ano na área cinematográfica, destaque para  o Festival Internacional de Documentários; a Mostra de Cinema de Ouro Preto – CineOP; o Cine Fest Brasil-Montevidéu e Buenos Aires; o Festival Latino Americano de Cinema Ambiental Itinerante- FestCine Amazônia 2014; o Festival Internacional de Animação do Brasil; o Festival Ibero-americano de Cinema. O patrocínio do BNDES beneficiará também os projetos  Cine PE Festival do Audiovisual de 2014, o 3º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, o Festival de Cinema de Gramado  e o 12º Festival Internacional de Cinema Infantil (Fici).


Na área de música, os selecionados foram a Temporada 2014  da  Sinfônica Heliópolis (SP), o projeto Mimo 2014 (PE/RJ/MG), o Plano Anual Cultural do Mozarteum Brasileiro (SP), o 27º  Festival Internacional de Música do Pará (PA), o 3º Festival de Música Barroca de Alcântara (MA), o Festival Moacir Santos 2014 (RJ/SP/MG), a quarta edição do projeto Música Estrada   (AC/RO) e o 5º  Circuito Musica Brasilis (RJ/MG/RS).


A 1ª Festa Literária Internacional das Periferias do Brasil – Flupp (AM/PE/BA/PR/SP) está entre os projetos  selecionados para o apoio do banco em 2014. Os demais foram a Primavera dos Livros (SP), a  6ª Festa Literária de Pirenópolis – Flipiri (GO), a 12ª Festa Literária Internacional de Paraty (RJ) e a  23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (SP).

Na parte da dança, os contemplados foram a oitava edição do projeto Vivadança – Festival Internacional (BA) e o Festival de Joinville  (SC). Segundo o BNDES, a escolha considerou  as “características e o mérito de cada projeto, além da distribuição regional e temporal dos eventos”. O objetivo foi  “evitar concentração excessiva em um determinado local ou mês do ano”, explicou a assessoria da instituição.

Entidades divulgam carta de repúdio às condições de trabalho no Mais Médicos




  • 09/02/2014 18h35
  • Brasília
Aline Valcarenghi - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
 
 
Entidades médicas divulgaram hoje (9) carta de repúdio às condições de trabalho dos profissionais, cubanos ou não, que atuam no Programa Mais Médicos. O Conselho Federal de Medicina, a Federação Nacional dos Médicos e a Associação Médica Brasileira alegam que o contrato fere direitos individuais e trabalhistas.

As entidades querem que todas as denúncias e os "indícios de irregularidades" no processo de contratação de intercambistas e de médicos brasileiros sejam apurados pelo Ministério Público Federal, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Supremo Tribunal Federal. 

Amanhã (10), o MPT ouvirá o depoimento da médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa na semana passada, alegando que recebia menos de 10% do valor pago aos médicos inscritos individualmente. 

Desde o lançamento do programa, em julho do ano passado, as entidades médicas defendem que a solução para a falta de profissionais em regiões carentes é a criação de uma carreira federal, semelhante à dos magistrados, para médicos do Sistema Único de Saúde, além da estruturação dos locais de atendimento.

Os profissionais inscritos individualmente no programa recebem bolsa formação no valor de R$ 10 mil para trabalhar na atenção básica de regiões carentes que não conseguem atrair médicos. Eles não têm vínculo empregatício com o Ministério da Saúde, pois, segundo a pasta, participam de uma especialização na atenção básica, nos moldes de uma residência médica.


Já os cubanos, que são 5.378 dos 6.600 profissionais do programa, chegam ao Brasil por meio de um acordo entre os governos dos dois países, intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O governo brasileiro faz o pagamento à Opas e a organização repassa para Cuba, que fica com parte da verba.

Circula na internet petição em apoio a Rachel Sheherazade


"Marginalzinho do poste" 
 
Ideia dos apoiadores é combater a “ditadura do discurso”
Publicado: 9 de fevereiro de 2014 às 16:05 - Atualizado às 16:10
 
Rachel-Sheherazade
Apresentadora Rachel Sheherazade

Circula na internet uma petição pública em apoio a jornalista Rachel Sheherazade, apresentadora do telejornal SBT Brasil, que estaria “sendo perseguida por seus comentários durante o programa”. 

O documento já conta com 35.014 assinaturas e o movimento espera conseguir 50.000. A ideia é enviar a petição ao SBT, pedindo para que mantenha a profissional no ar e amplie o tempo de seus comentários.

“Deve haver em nosso país um ambiente em que, na imprensa, na academia ou em qualquer outro contexto, os profissionais das diversas áreas possam manter debates honestos, nos quais cada lado possa sustentar seus princípios e opiniões sem medo de ser patrulhado”, apela a petição. 

“A presença de Rachel Sheherazade no SBT Brasil, ainda que alguém não concorde com todos os seus posicionamentos, contribui para a manutenção da ordem democrática em nosso país, a qual, infelizmente, tem sofrido ataques cada vez mais graves pela esquerda autoritária no poder”, completa.

Rachel é acusada de incitação à violência após dar uma declaração polêmica na última terça-feira (4), quando comentou a prisão de um adolescente acusado de praticar roubos e furtos no Rio de Janeiro, que foi pego por três moradores locais, espancado e depois amarrado com uma trava de bicicleta sem roupa em um poste. Além de agredirem o garoto, os moradores ainda filmaram a cena e divulgaram nas redes sociais da internet.

Assim que a notícia foi ao ar no jornal do SBT, a apresentadora chamou o garoto de “marginalzinho do poste” e disse que ele “era tão inocente que, ao invés de prestar queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo acabasse preso”. 

“É que a ficha do sujeito está mais suja do que pau de galinheiro”, disse a apresentadora. “No país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, que arquiva mais de 80% de inquéritos de homicídio e sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível”, afirmou. “O que resta ao cidadão de bem que, ainda por cima, foi desarmado? Se defender, é claro”, concluiu, defendendo os agressores.