segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Retrato vergonhoso da Copa reflete o aumento da prostituição infantil no Brasil


Postado por em 3 de fevereiro de 2014 por Artur Benevides

Jornalista britânico relata que meninas estão se prostituindo com trabalhadores do Itaquerão.


A poucos meses da Copa do Mundo, um alerta acionado pelo tabloide britânico Daily Mirror, em novembro de 2013, ecoou no país anfitrião do evento esportivo mais popular do mundo, chamando a atenção das autoridades para um dos maiores problemas do Brasil: a prostituição infantil. 


O correspondente do tabloide no Brasil, Matt Roper, entrevistou meninas de 12 a 16 anos que estão se prostituindo no entorno do palco de abertura da Copa, a Arena Corinthians, em São Paulo

Os clientes são os trabalhadores que chegaram de todas as partes do país para a construção do estádio. 

Autoridades temem que o turismo sexual ganhe grandes proporções nas cidades sede da Copa, como sempre acontece durante a realização dos mega eventos, e já articulam medidas para evitar que indústria do sexo seja o legado amargo do torneio mundial.

O psicólogo e membro do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Saulo Oliveira, avalia que, atualmente, o tema prostituição infantil ganhou relevância com a proximidade da Copa do Mundo, mais um motivo para o governo investir em estruturas que garantam a integridade dessa população vitimada. 


Para ele, deve haver uma maior adequação da rede de proteção à criança no combate de crimes dessa natureza. Ele citou a resolução 113, de 19 de abril de 2006, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que define os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento do sistema de garantia dos direitos do menor, atribuindo funções e deveres aos órgãos sociais e autoridades que atuam neste setor. 

“As políticas públicas existem, apontando os eixos para a promoção e controle dos direitos dos menores, mas os atores envolvidos nesse processo não têm uma pratica organizada e, consequentemente, não cumprem bem os seus papeis e além disso interferem na atuação de outras entidades. Ou seja, há necessidade de uma articulação entre as instituições de proteção, para evitar crimes como este denunciado pelo Mirror. 

O governo precisa intervir e cobrar uma postura adequada dos órgãos e que eles cumpram as suas funções”, esclareceu Saulo.

Obras na Arena Corinthians atrai trabalhadores do todo o Brasil


O mecanismo citado por Saulo inclui o trabalho dos Conselhos Tutelares, das delegacias especializadas, dos Conselhos de Saúde e até da própria família, além de outras instituições que atuam nessa área. Ele diz que a comunicação entre esses órgãos deve ser harmônica para que o direito da criança seja garantido. “Em primeiro lugar, podemos observar uma precarização de um órgão que é responsável pela fiscalização, que é o Conselho Tutelar. Os dados e denúncias que chegam nos conselhos tinham que ser investigados a partir de um procedimento padrão estabelecido, numa comunicação perfeita. Mas isso ainda não acontece e as falhas são constantes”, contou Saulo. 

No aspecto clínico, Saulo analisa que as meninas submetidas à prostituição precocemente, sofrem sérias consequências psicológicas. Elas ainda estão em fase de desenvolvimento e as experiências sexuais podem trazer uma visão deturpada sobre o seu próprio corpo. “É uma dupla violência, a física e a social, pela omissão das políticas públicas constituídas, mas não praticadas. E nem as famílias têm condições de ajudar nesse processo, porque os pais dessas meninas também foram vítimas, a vida toda, dessa omissão social. Forma-se um ciclo vicioso”, avalia o psicólogo.

A deputada Liliam Sá (PROS/RJ) chegou às meninas do Itaquerão através da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, trabalho em que ela é relatora e atende a diversos estados nacionais. Segundo a deputada, a comissão fez uma diligência em São Paulo para apurar as denúncias e se reuniu com o prefeito Fernando Haddad (PT), com o Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, José Gaspar Gonzaga Franceschini, e com a Secretária de Estado da Justiça e de Defesa da Cidadania, Eloísa de Sousa Arruda, para pedir providências e o aumento do policiamento e fiscalização nas proximidades do estádio. “Foi proposta, pelo Haddad, a criação de uma força tarefa de vários órgãos e entidades para intensificar a fiscalização e reprimir a exploração de menores em todas as regiões da cidade, inclusive no Itaquerão”, contou Liliam Sá.

No ano passado, a CPI organizou um Seminário com as cidades sedes da Copa do Mundo, para a assinatura do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, um compromisso público que orienta as 12 cidades sedes da Copa do Mundo, no desenvolvimento de ações e políticas públicas para prevenção e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes no contexto dos grandes eventos. A deputada afirma que apenas os estados de Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Distrito Federal e Porto Alegre enviaram seus representantes ao Seminário. De acordo com Liliam Sá, o tráfico internacional de pessoas foi outro tema debatido durante a diligência na capital paulista,  principalmente de mulheres do Congo e da Somália, com voos que chegam no Aeroporto Internacional de Guarulhos, numa redes de exploração sexual.

“Enquanto não tivermos leis mais duras para os pedófilos e clientes que alimentam redes de exploração sexual infanto-juvenil, continuaremos vendo a impunidade e a inércia das policias e dos governos. A CPI tem discutido a legislação atual e estamos estudando um modo de endurecer as penas para esses crimes. Não podemos aceitar que lá fora o Brasil seja conhecido como o país que facilita sexo com crianças, oferecendo-as em pacotes para predadores de sexo e infância.  Temos que dar um basta nessa vergonha internacional”, destacou a deputada.

O olhar de Matt Roper sobre o Brasil

Matt Roper não é brasileiro, mas conhece a realidade nua e crua do Brasil. Ele chegou ao país à trabalho, há 15 anos, gostou tanto do clima e do povo que resolveu não mais voltar para sua terra natal. Casou com uma brasileira e fundou a Ong Meninadança, sediada num amplo sítio na pequena cidade de Juatuba, região metropolitana de Belo Horizonte. A entidade trata de meninas que se envolvem com prostituição e consumo de drogas.

Matt contou ao Jornal do Brasil a sua experiência ao entrevistar as meninas no entorno da Arena Corinthians. Ele disse que há meninas “mergulhadas” nas drogas, principalmente no crack, e as pessoas que vão “paga-las” não têm noção do crime que estão cometendo. “Eu não tenho certeza do que pode acontecer durante a Copa do Mundo. Não sei se a prostituição infantil vai explodir nos estados onde os jogos serão disputados, mas estou apostando num aumento sim. Nas outras Copas aconteceu o mesmo em outros países”, disse o jornalista.

O cenário no entorno do Itaquerão, na opinião de Matt, já serve como alerta para as autoridades brasileiras. Outro fato grave divulgado na reportagem de Matt diz respeito a atuação de quadrilhas internacionais, que estão se organizando para agir durante a Copa, em diversos pontos do país. “Através da minha atuação como ativista, tive acesso a relatórios de agências, informando que alguns clãs mafiosos internacionais estão planejando uma onda de prostituição infantil organizada em torno dos estádios”, contou ele.

Ao conversar com as meninas que residem em favelas próximas ao Itaquerão e seus familiares, Matt observou que os grupos criminosas estão agindo nestes locais, estimulando o consumo de drogas e a prostituição. Algumas famílias chegam a vender as suas crianças para os “clientes”. Ele descreve também, na sua reportagem, o ambiente destas favelas – “são locais sem eletricidade, sem água e com esgoto à céu aberto”. Depois ele conta como acontece o contato com os homens que vão à procura de sexo – “as crianças são direcionadas por eles a motéis ou quartos perto do estádio gigante”. E ainda faz uma observação importante: “o negócio ilegal ocorre aos olhos da polícia, guardas de segurança e os moradores da capital financeira do Brasil”.

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Agrotóxico pode causar câncer e alterações na puberdade

Publicado 03 Fevereiro 2014. em Saúde e Meio Ambiente



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Contaminação de bebês pode ocorrer na placenta e por leite materno


Por Clarice Spitz / andrea Freitas


Especialistas em saúde apontam uma correlação direta entre o acúmulo de agrotóxico no organismo e a propensão a desenvolver câncer de mama, de testículos e de fígado. 

No caso de crianças, com sistema imunológico menos desenvolvido, a contaminação pode ocorrer durante a gestação, ainda na placenta pelo leite materno. Os maiores riscos são de leucemia e linfoma.

- Pesquisas apontam que mulheres que apresentavam agrotóxico no organismo tinham o dobro da chance de desenvolver câncer de mama - diz Fábio Gomes, nutricionista do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A reportagem é de Andrea Freitas e publicada pelo jornal O Globo, 30-01-2014.

Alguns agrotóxicos podem agir desregulando os hormônios e aumentando distúrbios nos ciclos hormonais da mulher, o que poderia antecipar a primeira menstruação. 

Doses elevadas, geralmente encontradas em quem aplica os produtos e em moradores do campo, podem causar distúrbios neurológicos e motores, além de irritação nos olhos e na pele.

- Existe uma falha de fiscalização. Há uma série de agrotóxicos que já deveriam ter sido descartados, mas que ainda são permitidos por interesses econômicos - afirma Gomes.

Antibióticos e obesidade

Efeitos crônicos podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição, de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Parte dos agrotóxicos tem a capacidade de se dispersar no ambiente. Outra parte pode se acumular no organismo humano.

- Há um risco em toda a cadeia produtiva: de produtos vencidos dentro da fábrica, passando por fórmulas que dizem conter uma substância e contêm outra. Além disso, não há estrutura para fiscalizar seu uso, que é feito de qualquer maneira- afirma Fernando Carneiro, professor do Departamento de Saúde Coletiva da UNB.

Especialistas alertam ainda que os antibióticos usados nos animais podem causar resistência no organismo humano quando forem necessários. A professora do Instituto de Nutrição na Uerj Inês Rugani Ribeiro de Castroafirma que agrotóxicos, hormônios e antibióticos são suspeitos de contribuir para a disseminação de doenças crônicas.

- Há estudos ainda iniciais que mostram que a epidemia de obesidade vai além do excesso na ingestão de calorias e de pouca atividade física, podendo ter relação com uma flora intestinal alterada pela exposição a baixas doses de antibióticos via proteína animal- afirma. - Os controles são necessários em toda a cadeia.

Os cuidados com a saúde

Lavar
A lavagem dos alimentos em água corrente reduz os resíduos de agrotóxico na superfície do alimento. Mas, segundo a Anvisa, diversos produtos aplicados em alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar no interior de folhas e polpas e a lavagem não é capaz de eliminá-los.

Da estação
Prefira produtos com a identificação do produtor e da estação, a princípio, elas recebem carga menor de agrotóxicos.

Água sanitária
As soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária) devem ser usadas na higienização de alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de água para matar agentes microbiológicos. 

Mas a Anvisa alerta: não há evidências científicas que comprovem sua eficácia ou a do cloro na remoção de resíduos de agrotóxicos.







Incêndio na Candagolândia pode ter sido proposital, aponta Polícia Civil

Duas pessoas não resistiram aos ferimentos; a terceira vítima segue internada


Publicação: 03/02/2014 12:31 Correio Braziliense
 
A Polícia Civil do Distrito Federal trabalha com a suspeita de homicídio no caso do incêndio a um barraco na Candangolândia, que deixou dois mortos e um ferido. Na última sexta-feira (31/1), um homem de 50 anos foi preso como sendo o responsável pelas chamas que destruíram o imóvel na altura da Quadra 7 da cidade.
 De acordo com a Polícia Civil, uma das vítimas, Vinicius Ferreira Almeida, 18 anos, morreu no sábado (1º/2), por conta das queimaduras no tórax, face, braços e pernas. Ele estava internado no Hospital Regional da Asa Norte (HRan) desde segunda-feira (27/1) - dia do incêndio. O enterro do menino ocorreu na manhã desta segunda-feira (3/2), no cemitério Campo da Esperança.

Segundo a mãe de Vinicius, Gelza Aparecida Ferreira, o filho não morava no barraco; ele tinha ido visitar um amigo. Ela disse ainda que o adolescente já tinha passagem pela polícia como usuário de drogas, mas que "ele nunca fez nenhum mal a ninguém, além dele mesmo". De acordo com Gelza, o suspeito teria alegado legítima defesa depois de jogar gasolina sobre o corpo das tês vítimas. Antes do fim do enterro, alguns parentes de Vinicius fizeram um apelo aos jovens que estavam entre os cerca de 90 presentes, para não usarem drogas. 

A segunda vítima do incêndio faleceu na sexta-feira (31/1), segundo informações de uma vizinha de Vinicius. Já a terceira vítima, de 36 anos, segue internada, mas está estável e consciente, de acordo com a Secretaria de Saúde do DF.

Com informações de Luiz Calcagno

Vídeo: quanto custa um deputado federal no Brasil

Veja vídeo exclusivo que mostra que, em cada dia útil do ano, cada deputado brasileiro custa R$ 1.400



 

Entre os diversos motivos dos protestos por menos corrupção e melhores condições sociais, vários manifestantes pediam menos gastos públicos do Congresso, menos ministérios e menos despesas com o custeio da máquina pública. 

Vários leitores pediram ao Congresso em Foco informações atualizadas sobre quanto custa manter um deputado federal e seu gabinete.

O fato é que, hoje, um deputado custa pelo menos R$ 1.400 por dia útil, segundo novo levantamento da reportagem. 

O valor pode ser até maior porque não foram considerados os feriados nacionais. Entre salários (quase R$ 27 mil por mês), verba para despesas de trabalho (R$ 33 mil em média) e recursos para pagar salários de assessores (R$ 78 mil), um único deputado custa R$ 140 mil mensais, ou R$ 1,8 milhão por ano.

A Câmara gasta R$ 919 milhões por ano para bancar a manutenção do mandato dos 513 deputados.

Vídeo de Danilo Almeida explica todos os benefícios de um deputado

 


Carros e papel


Os parlamentares ainda dispõem de uma série de benefícios mais difíceis de se mensurar. Têm à sua disposição 11 carros oficiais. Mas os veículos só atendem ao presidente da Câmara, aos outros seis integrantes titulares da Mesa Diretora (vice e secretários), ao procurador parlamentar, à procuradora da Mulher, ao ouvidor da Casa e ao presidente do Conselho de Ética.

Cada gabinete ainda tem direito a várias impressões de publicações e de material de expediente. São até 15 mil folhas de A4 por mês, por exemplo, além de pastas, blocos e cartões. E os deputados podem publicar, todo ano, 200 mil páginas de publicações, o que significa 4 mil exemplares de 50 páginas, por exemplo.

Pago x entregue

O vídeo acima foi produzido pelo publicitário Danilo Pereira Almeida, 28 anos, morador de Coronel Fabriciano (MG), a 200 km a leste de Belo Horizonte, no Vale do Aço. Ele participava de protestos em Timóteo (MG), onde trabalha, enquanto terminava de criar a animação, com base em informações do Congresso em Foco.

Um dos motivos de fazer o vídeo foi a percepção de que parte dos benefícios dos parlamentares é usada para fins pessoais. “Há viagens para casos pessoais e mordomias mesmo”, disse Danilo à reportagem, por telefone. O publicitário entende que os valores pagos podem não ser altos, mas isso ainda esconderia um problema de qualidade na representação política.

 “Os valores estão acima do que eles ‘entregam’ à sociedade, independentemente de serem altos ou não.”

Lista: Todos os salários e benefícios de um deputado
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Polícia encontra plantação de maconha em local dominado por traficantes

Homens da PM e do BRPV encontraram a planta na manhã desta segunda


Publicação: 03/02/2014 10:14 Atualização: 03/02/2014 13:58
 

Policiais encontraram um pé de maconha na manhã desta segunda-feira (3/2) na Quadra 57 do bairro Assentamento de Brazlândia. O flagrante ocorreu por volta das 8h30.

Segundo informações da Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom), os investigadores ainda não sabem quem seria o responsável pelo plantio da droga, encontrada por homens da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRV).

O bairro Assentamento é conhecido por violenta disputa de gangues de traficantes de drogas, por pontos de venda de entorpecentes.

Gotejamento pet

O flagrante ocorreu durante serviço de limpeza e poda do mato, quando um funcionário da empresa terceirizada Interativa, que presta serviços ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), observou um pé de planta desconhecida sendo irrigada por gotejamento de garrafa pet. 
 
Ele encontrou também uma sacola com substância desconhecida processada e uma balança. A PMDF foi então acionada.

Copa do Mundo e contribuição de melhoria


Contribuinte pode recorrer à Justiça para evitar pagamento de tributo cobrado por causa de eventual valorização em seu imóvel com obra do Mundial, alerta Rodolfo Torres

 
Eis mais um dos tributos enigmáticos do nosso país: a contribuição de melhoria. Funciona assim: algum administrador público faz uma obra que valoriza o imóvel de um particular, ou de centenas deles. Por conta disso, o cidadão terá de pagar por conta desse “up” em seu patrimônio.

 A ideia é bacana e parece justa. Mas o que dizer em relação aos estádios da Copa do Mundo de 2014? Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o custo para construir as 12 “arenas” subiu mais de 300% em relação à previsão inicial. O que deveria custar R$ 2,6 bilhões chegou a R$ 8,9 bilhões.

E daí? A lógica grita que a carga tributária que recairá sobre um monte de brasileiros de 12 capitais será ainda maior. O sujeito terá de pagar proporcionalmente pela valorização imobiliária, considerando o total do que foi efetivamente gasto para que a obra fosse feita. 

O boleto de cobrança não deve tardar para chegar à residência de milhares de brasileiros. A Copa do Mundo tem seus custos diferenciados para contribuintes. Um deles é a tal da contribuição de melhoria.

E, para variar, pouco se discute sobre o tema.  Um dos poucos artigos sobre o tema é intitulado “Das contribuições de melhoria e desapropriações por zona em decorrência das obras para a Copa do Mundo de 2014”, de autoria de José Antônio da Silva Júnior e Larissa Araújo Portela (aquele, meu colega na faculdade de Comunicação).

Eles defendem a tese de que dá para peitar o fisco na hora da contribuição de melhoria. “Diante das cobranças de tributos, os contribuintes poderão questionar a constitucionalidade das leis que vierem a instituir as cobranças, pois elas não atenderão aos princípios constitucionais que regem tal instituto, como a legalidade e a necessidade de realização de obra totalmente pública”, afirmam. 

“Diante das obras para a Copa do Mundo de 2014, acreditamos que os gastos não devem ser arcados pela população, pois a FIFA será a principal beneficiada com os eventos”, complementam.

Oxalá que eles tenham razão e que o contribuinte tenha boa munição para se defender da contribuição de melhoria da Copa 2014.

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A militarização da governabilidade


Ao acenarem com “repressão política explícita” e criminalização de movimentos sociais, Dilma e Congresso reproduzem práticas da ditadura e ameaçam levar o país “a um círculo vicioso e cada vez mais violento”, diz mestrando em Ciências Sociais, que defende desmilitarização das polícias

Matheus Boni Bittencourt *

Congresso em foco.
 
Algumas notícias recentes sobre as medidas de segurança anunciam uma forte tendência à escalada autoritária e militarização da relação entre Estado e sociedade civil, sem que para isso tenha sido necessário um golpe de Estado. 

O estado de exceção, antes aberto com golpes de ilegalidade, agora se incorpora mais intimamente à normalidade, tornando a exceção, de fato, uma regra. As medidas em nome da segurança ameaçam flexibilizar direitos civis, que já são regularmente violados pela intensa discriminação praticada por órgãos de segurança pública, sistema judiciário e pelo mercado.

Desde Cesare Beccaria, as tendências minimamente saudáveis do Direito Penal moderno apontam para a limitação e contrapeso ao poder punitivo do Estado, nem sempre de maneira coerente. Essas tendências se opõem ao argumento de que a defesa do Estado requer um poder absoluto permanente, orientado para a repulsão de ameaças internas e externas. 

Ora, se o governo deve repousar sobre o apoio ativo do povo, como poderia identificar no povo um inimigo? Na democracia não existem inimigos internos. O cidadão é tratado de forma igualitária perante a lei, e é inocente de qualquer crime até que se prove o contrário. Se comprovada a sua culpa pessoal em uma ação criminosa, deve ser punido como manda a lei, mas não deixa de ser cidadão, nem se torna inimigo do Estado.

Ao incorrer numa expansão do poder punitivo e restrição seletiva e permanente de direitos, o governante está abandonando a lógica democrática, e se apoiando numa lógica inquisitorial e militar. É no sentido preciso de estabelecer uma relação militar com a sociedade civil, pautada pela lógica binária que vê apenas subordinados ou inimigos, que um governante está promovendo a militarização interna do Estado. Surge o “inimigo interno”.

Temos um exemplo de país que segue um extremo militarismo externo, mas o rejeita no plano interno: Estados Unidos da América. Este país que não emprega suas forças militares para o policiamento civil é um dos que mais pressionam e apoiam o militarismo interno em outros países.

As consequências esperadas são bastante conhecidas: transformação de ativistas, sindicalistas, sacerdotes, escritores, camponeses, artistas e professores que não são vistos com bons olhos pelo governo em “inimigos internos”, ou seja, alvos militares; a priorização da “contra-insurgência” em detrimento da defesa da integridade territorial (o que na prática pode deixar o país mais vulnerável externamente); alianças grotescas entre militares e “empresariado” (via de regra ligado a interesses do capital estrangeiro) para subjugar e reprimir o próprio povo; agravamento da violência policial, estimulada pela moldagem das forças policiais como forças de guerra; militarização de todas as questões relativas a segurança, do policiamento à defesa civil, passando pela aviação civil e comercial, Marinha mercante, sistema penitenciário e relações trabalhistas.

Os Estados Unidos possuem cerca de 800 bases militares espalhadas pelo mundo, um sistema de espionagem de internet e telefones em escala global e no mínimo 72 mil militares de forças especiais distribuídos por 132 países, realizando “operações secretas” em conjunto com grupos governantes ou opositores, de acordo com o contexto em cada país. 

Na América Latina são 36 bases militares estadunidenses, 25 delas em torno do Brasil, complementadas pela base britânica nas Ilhas Malvinas, a IV Frota da Marinha estadunidense focada no Atlântico Sul, e sabem-se lá quantas “operações secretas” de forças especiais de combate ou espionagem.


Todos esses canhões estão apontados para nós, por um Estado que sabidamente atacou um outro país a cada dois anos no século 20, depois de se expandir para o Sul e Leste, às custas da República do México e de povos originários, por sinal exterminados no processo expansionista.

 Esse país usou uma rede subterrânea de conspirações e espionagem para apoiar opositores golpistas e governantes ditatoriais, de acordo com a ocasião, chegando a ameaçar o Brasil de invasão direta em 1964, em apoio aos militares e empresários golpistas, aliados de Washington, caso o presidente eleito João Goulart resistisse à rebelião de oficiais vende-pátrias. 

Graças ao ex-espião Edward Snowden, agora é público e oficial que há uma invasão da privacidade de milhões de brasileiros, através da espionagem dos computadores e telefones pela NSA (National Security Agency).

Enquanto esse cinturão de militar estruturado aponta sua armas para nós, no pior tipo de “diplomacia do canhão”, os “altos círculos da República” acham que a verdadeira ameaça ao país são mobilizações populares eventualmente atrapalharem os negócios privados da Fifa e seus sócios na realização da Copa do Mundo. Um documento do Ministério da Defesa, expressão das preocupações destes “altos círculos”, qualifica as organizações e movimentos populares como “forças oponentes”, fazendo coro a uma longa tradição que já os associou a “banditismo”, “subversão”, “terrorismo”, “vandalismo”, “arruaça” e “baderna”, definindo-os como “caso de polícia”, ou mesmo como “inimigo interno”.

Esse não é o primeiro ato que aponta para o recrudescimento autoritário e aprofundamento do estado de exceção que já se encontra em prática nas prisões, periferias urbanas e grotões rurais. 

Anteriormente, ministros dos Esportes e da Justiça sugeriram que sejam instalados tribunais de exceção para a realização da Copa do Mundo. Segundo o governo federal, um efetivo de 10 mil policiais e bombeiros militares da Força Nacional da Segurança Pública serão treinados como “tropa de choque” para repressão de protestos e manifestações. Para completar a ação do aparelho repressivo, um forte incremento na espionagem eletrônica interna, como a possibilidade de a Polícia Federal requisitar dados cadastrais sem ordem judicial.

No Congresso Nacional, tramitam projetos de lei que tipificam o crime de “terrorismo”, em substituição à Lei de Segurança Nacional de 1984, mais um entre muitos resquícios da ditadura civil-militar. O conteúdo dessas proposições legislativas promete nos deixar com saudades da LSN/1984, caso seja aprovado qualquer um deles. Resumidamente, as propostas declaram definir o terrorismo… mas não definem o terrorismo. Ao invés disso, dão uma carta branca para a repressão policial e judicial a todo e qualquer movimento reivindicatório, de acordo com a vontade das autoridades políticas e judiciárias.

Há versões que estabelecem a legislação anti(?)terrorismo apenas durante a Copa do Mundo e Olimpíadas, ou para todo sempre, sempre estabelecendo penas de 15 a 30 anos para qualquer ação que se considere ter um conteúdo político ou uma “intenção” de “provocar terror ou pânico generalizado”. 

Ainda que seu conteúdo seja obviamente inconstitucional, tais projetos tem tramitado, provocado polêmica aqui e ali, e corremos o risco de ter a Carta Magna e a Declaração Universal dos Direitos Humanos oficialmente rasgados e pisoteados pelo Congresso Nacional.

Estamos falando de repressão política explícita, é claro. Por mais que os porta-vozes e asseclas dos “altos círculos da República” digam que não foi muito bem o que eles queriam dizer, e que não é nem muito aqui, nem ali, nem lá, nem cá, sempre muito pelo contrário, a enrolação retórica não modifica a realidade inequívoca dos fatos.

A criminalização de movimentos sociais não começará com essas medidas. É uma realidade que vem acontecendo há décadas, de modo mais ou menos aberto, a depender da conjuntura. O que esses instrumentos prometem é radicalizar o processo, o que não deixará de provocar contrarreação, o que pode nos levar a um círculo vicioso e cada vez mais violento. Será que é esse o propósito dos governantes?

A militarização da segurança pública é velha conhecida dos brasileiros. A ditadura civil-militar deu-lhe um enorme reforço e aprofundamento, com a criação das Polícias Militares da forma que nós as conhecemos hoje, além do estabelecimento da presença militar em diversas áreas civis, além do policiamento ostensivo. 

A organização dos órgãos de segurança pública, herdada do antigo regime, foi mantida intocada, e, em alguns aspectos, reforçadas durante o regime (semi)democrático, através de campanhas de “lei e ordem” que incluíram desde a adoção de métodos militares para a administração da segurança pública até o emprego direto das Forças Armadas em operações policiais.

As Unidades de Polícia Pacificadora são um exemplo paradigmático, mas não único, dessa remilitarização. Outro processo, mais nos bastidores, ocorre com a militarização dos serviços secretos, incluindo casos e mais casos de espionagem política de opositores e ativistas, nunca explicados por inteiro, e muito menos punidos.

Acima de tudo, permanecem estrutura de códigos formais e valores culturais que endossam o militarismo. Contribui para esse militarismo interno a campanha permanente contra os direitos humanos, muito presente na televisão, rádio e imprensa, mais ou menos articulados com atores da sociedade civil e das próprias forças policiais e militares. 
A impunidade completa dos crimes de tortura e genocídio do regime ditatorial, garantida por decisão do Supremo Tribunal Federal, é outra prática de reprodução da mentalidade autoritária e militarista. Para além dos aspectos organizacionais da segurança pública (disciplina, hierarquia, treinamento, legislação), existe essa dimensão cultural contribuindo para legitimar verdadeiras operações de guerra nas periferias urbanas e em áreas de projetos econômicos (Copa, hidrelétricas etc).

É preciso lembrar que não tivemos uma transição democrática, mas antes uma negociação entre lideranças e opositores da ditadura sob intensa pressão popular antiautoritária e anticapitalista, que teve como resultado um regime híbrido de democracia capitalista e capitalismo autoritário, semidemocrático e semi-autoritário, onde o regime de exceção é latente. 

A atuação dos órgãos de segurança pública e penitenciários são onde a continuidade é mais evidente e sentida cotidianamente pelas classes populares e grupos discriminados. O que temos diante de nós não é um retorno da ditadura e militarismo depois de um intervalo democrático. É a expansão e aprofundamento de uma continuidade entre o regime ditatorial-militar e o regime liberal-democrático.

Das “classes perigosas” espelhadas no perfil da população carcerária, temos agora esse poder punitivo militarizado avançando sobre a contestação política do status quo. E isso no momento em que o grito pela desmilitarização dos órgãos de segurança pública e da política em geral toma as ruas. Se já convivemos com a militarização da segurança pública, o que essas medidas evidenciam é a ameaça real e cada vez mais forte de uma militarização da governabilidade. Mais que nunca, é preciso desmilitarizar a polícia e a política, antes que o país inteiro se reduza a um campo de batalha.

* Mestrando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).


Após manifestações contra o casamento gay, Governo francês adia projeto de lei sobre a família


O ato foi convocado pelo coletivo "Manifestação para Todos", que no passado lutou contra a legalização do casamento homossexual, aprovado em maio


France Presse
Publicação: 03/02/2014 17:27 



O governo francês anunciou nesta segunda-feira (3/2) que não apresentará este ano seu projeto de lei sobre a família, depois de grandes manifestações contrárias realizadas domingo em Paris, mas indicou que os "trabalhos preparatórios" devem começar.

Esse projeto de lei deveria ser apresentado em abril ao Conselho de Ministros e debatido no Congresso no segundo semestre.

No domingo, dezenas de milhares de pessoas protestaram em Paris em defesa de uma visão tradicional da família. O ato foi convocado pelo coletivo "Manifestação para Todos", que no passado lutou contra a legalização do casamento homossexual, aprovado em maio.

Os manifestantes reforçaram sua opinião contrária à reprodução assistida para os casais lésbicos e à barriga de aluguel, apesar de essas medidas não estarem previstas no projeto de lei.

Graças à grande mobilização dos setores conservadores franceses, o governo deu a impressão de querer acalmar os ânimos ao anunciar que o projeto de lei sobre a família não será enviado ao Congresso esse ano.

Mas uma fonte no gabinete do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault assegurou que "os trabalhos preparatórios devem continuar", alegando o "calendário parlamentar denso" como motivo do adiamento.

Essa decisão do governo foi classificada como uma vitória pelos organizadores da passeata de domingo.

Uma das principais medidas que constam no projeto de lei é uma facilidade jurídica maior para o reconhecimento de terceiros na educação dos filhos.

Em troca, o governo já tinha descartado a inclusão da reprodução assistida e da gestação através de uma barriga de aluguel.
Atualizado em  14 de janeiro, 2013 - 09:48 (Brasília) 11:48 GMT





Marcha contra o casamento gay. AP

A organização fez um esforço de relações públicas para não ser classificada como homofóbica

No dia em que as Forças Armadas da França se envolviam em um conflito militar na África, o presidente François Hollande se viu acuado por uma manifestação contra um projeto de ordem doméstica – o casamento gay.

Milhares de pessoas foram às ruas de Paris e de outras cidades do país contra a proposta do governo, que ainda aguarda discussão no Parlamento. A polícia fala em 340 mil pessoas, enquanto a organização afirma ter reunido 800 mil pessoas.

Embora não tenha sido oficialmente convocada por nenhum partido político, a passeata em Paris reuniu diversos líderes religiosos e da oposição.

Jean François Cope, líder do UMP, principal partido da oposição de centro-direita, disse que a manifestação foi um "teste" para Hollande.

"Claramente, milhares de pessoas estão preocupadas com esta reforma", disse o oposicionista.
Em nota oficial, o governo admitiu que a manifestação foi "consistente", mas disse que a marcha "não muda a vontade do governo de abrir um debate no Parlamento que permita a votação desta lei".

A porta-voz da Presidência, Najat Vallaud-Belkacem, disse que o governo está "totalmente determinado" com a reforma do Código Civil, sugerindo que a oposição está usando o tema para atacar politicamente Hollande.

"Além das questões que são legítimas, há uma instrumentalização política no seio desta manifestação", disse, "integrada claramente pela direita, que decidiu se mobilizar em torno dessa questão a fim de ganhar força".

A passeata ocorreu no fim de semana em que caças franceses bombardearam alvos de extremistas islâmicos que tentaram tomar o governo do Mali, uma ex-colônia na África. Os franceses se juntaram às forças do país no combate aos rebeldes.

Dois soldados morreram durante uma tentativa de resgatar dois cidadãos franceses, também mortos, que estavam em poder de rebeldes islâmicos.

Divisão

François Hollande. AFP

Manifestação acuou Hollande durante campanha militar francesa contra rebeldes islâmicos no Mali

Segundo uma pesquisa de opinião publicada no fim de semana pelo jornal Le Nouvel Observateur, 56% dos franceses concordam com o casamento gay. 

Cerca de 50%, por outro lado, não são a favor de adoções por casais de mesmo sexo. 

A união civil já é reconhecida na França, mas Hollande prometeu, durante sua campanha eleitoral, colocar em discussão o casamento.

Os organizadores da passeata reforçaram, em vários momentos durante o evento, que não queriam ser classificados como "homofóbicos".

A principal porta-voz da manifestação, a comediante Frigide Barjot, disse que o casamento gay "não tem sentido", "porque uma criança apenas pode nascer de um homem e de uma mulher".

Marcha contra casamento gay reúne milhares na França





Dezenas de milhares de pessoas, reunidas em várias manifestações, iniciaram um protesto neste domingo em Paris contra o projeto do presidente François Hollande legalizar o casamento homossexual. 

Os organizadores, apoiados pela Igreja Católica e pela oposição de direita, pretendem manter a pressão, já que o Parlamento vai examinar a partir de 29 de janeiro o projeto de lei sobre a abertura do casamento e da adoção aos casais homossexuais. 


"Esta manifestação tem um valor de teste para François Hollande porque aqui vemos muito claramente que há na França milhões de franceses que, provavelmente, estão preocupados com esta reforma", declarou Jean-François Copé, secretário-geral do principal partido de direita, a UMP, em sua chegada ao ato. 

O arcebispo de Paris, Monsenhor André Vingt-Trois, juntou-se ao cortejo para manifestar seu "apoio" aos organizadores da manifestação contra o casamento homossexual. 

O deputado socialista de Paris, Jean-Christophe Cambadélis, criticou o representante da Igreja por travar "um combate duvidoso contra o amor", ao lutar contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.

A polícia espera entre 150.000 e 300.000 participantes. Os opositores ao casamento gay reuniram 100.000 pessoas contra o projeto no dia 17 de novembro. Uma manifestação em favor da reforma está prevista para 27 de janeiro. 

A ministra da Justiça, Christiane Taubira, reafirmou que o governo manterá seu projeto, seja qual for o tamanho da manifestação deste domingo, descartando também um referendo exigido por parte da oposição e por 115 parlamentares. 

A maioria dos franceses, 56%, é favorável ao casamento gay. O apoio dos franceses à liberação da adoção para os homossexuais é menor, 50%, segundo uma pesquisa recente.


País vive sob ataque de gays, maconheiros e abortistas, diz líder do PMDB



Eduardo Cunha criticou a exibição de beijo de Félix e Niko no último capítulo da novela Amor à Vida. “Daqui a pouco vão colocar cena de sexo gay na novela”, escreveu deputado no Twitter
Eduardo Cunha protestou no Twitter contra exibição de beijo gay em novela da Globo

Um dos articuladores da bancada evangélica no Congresso, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), criticou a exibição do beijo gay entre os personagens Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) no último capítulo da novela Amor à Vida, da TV Globo.

“Boa tarde a todos. Não poderia deixar de expressar a minha repulsa pela cena da TV de beijo gay. Daqui a pouco vão colocar cenas de sexo gay”, criticou Eduardo Cunha, que é da Igreja Sara Nossa Terra, em seu perfil no Twitter. A cena do beijo, exibida ontem (31), foi a primeira entre dois homens a ir ao ar em uma novela da emissora de maior audiência do país.

Para Eduardo Cunha, o Brasil vive sob ataque de gays, “maconheiros” e “abortistas”. Segundo ele, “os defensores da família” devem reagir a esse tipo de pressão. “E não só os evangélicos. Todos que defendem a família devem se manifestar. Todos que são contra as drogas e contra o aborto também”, acrescentou o deputado.

Na Câmara, o deputado foi um dos principais defensores da permanência de seu colega Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos. Feliciano permaneceu no cargo ao longo de 2013, apesar da resistência de parlamentares e entidades ligadas à defesa dos direitos humanos, que o acusam de racismo e homofobia.

Em seu Twitter, Feliciano escreveu que não viu o último capítulo da novela, mas que o beijo gay era esperado. O deputado evitou polemizar sobre o assunto.

“Eu teria algo a dizer caso fosse exibido numa programação infantil, pois com estes me preocupo, mas, pelo horário exibido, só adultos viram”, publicou.

Balança inicia 2014 no vermelho e registra o pior mês da história


03/02/2014 15h00 - Atualizado em 03/02/2014 16h31


Importações superaram as exportações em US$ 4,06 bilhões em janeiro.


Trata-se do pior resultado mensal desde o início das séries.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

Antes, o pior resultado mensal da história havia sido o de  janeiro de 2013, com um déficit comercial de US$ 4,04 bilhões
 
Após atingir em 2013 o menor superávit comercial em 13 anos, a balança comercial brasileira iniciou este ano no vermelho, com mais importações do que exportações, e registrou um saldo negativo de US$ 4,06 bilhões em janeiro - o pior resultado já apurado em todos os meses, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (3) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Até o momento, o pior resultado mensal da história havia sido justamente o de janeiro de 2013, quando foi registrado um déficit comercial (compras do exterior maiores do que vendas externas) de US$ 4,04 bilhões. 

A série histórica do Ministério do Desenvolvimento teve início em 1994 e, do Banco Central, em 1959. Em ambas as séries, o resultado de janeiro é o maior déficit mensal já registrado em um mês fechado.

Em janeiro deste ano, ainda de acordo com dados oficiais, as exportações somaram US$ 16,02 bilhões, com média diária de US$ 728 milhões, uma alta de 0,4% na comparação com igual período do ano passado
.
As importações totalizaram US$ 20,08 bilhões, o equivalente a US$ 912 milhões em média por dia útil, com aumento de 0,4% sobre janeiro de 2013. Com isso, as compras do exterior bateram recorde para meses de janeiro.

"Em todos os meses de janeiro, ocorrem movimentos de menores exportações, muito em função da entressafra agrícola e das férias coletivas das empresas, resultado, portanto, da menor atividade econômica. Do lado das importações, há um movimento de aumento ligado à reposição dos estoques, uma vez que foram zerados [no fim do ano]. 

O resultado é que tradicionalmente há déficit comercial nos meses de janeiro. Nos últimos seis anos, houve déficit em cinco deles", avaliou o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Daniel Godinho.

 
Resultado de 2013
 
Em todo o ano passado, a balança comercial brasileira registrou superávit (exportações menos importações) de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000 – quando houve déficit de US$ 731 milhões.


De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.

Os dados oficiais mostram, porém, que o saldo comercial do ano passado só foi positivo por conta da “exportação” de plataformas de petróleo que, na realidade, nunca deixaram o Brasil. Essas operações somaram US$ 7,73 bilhões em 2013.

As plataformas foram compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias (empresas que têm o capital de outras) no exterior de companhias como a Petrobras e, depois, "internalizadas" no país como se estivessem sendo "alugadas", mesmo sem saírem fisicamente do Brasil. Com isso, as empresas do setor recolhem menos tributos.

Expectativa para 2014

A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 8,25 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

O BC, por sua vez, estima um saldo comercial positivo de US$ 10 bilhões para 2014, com exportações em US$ 255 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 245 bilhões.

Segundo economistas, o melhor desempenho da economia mundial, conjugado com a alta do dólar, em comparação com o preço médio de 2013, tende a impulsionar as exportações brasileiras neste ano e a frear um pouco o ímpeto das compras no exterior.

Suspeitos de matar PM de UPP são identificados, diz novo chefe da Civil



03/02/2014 18h39 - Atualizado em 03/02/2014 18h55


Fernando Veloso tomou posse na tarde desta segunda-feira (3).
Desde dezembro, favelas pacificadas têm rotina de tiroteios.

Káthia Mello Do G1 Rio

Fernando Veloso (meio) tomou posse nesta segunda-feira (Foto: Kathia Mello / G1)Fernando Veloso (meio) tomou posse nesta segunda-feira (Foto: Kathia Mello / G1)
 
O novo delegado geral da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, tomou posse na tarde desta segunda-feira (3), na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio. Ele disse que assume o cargo com atenção especial para reforçar o trabalho da polícia em dias áreas da cidade: Conjunto de Favelas da Penha e do Alemão, no Subúrbio. 

No Parque Proletário, na Penha, uma policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi morta no domingo (2). O delegado disse que já tem identificação dos envolvidos nos ataques.

"Nossa atenção lá tem prazo indeterminado. Vai durar o tempo necessário para ter o equilíbrio restaurado", disse Veloso.


Na nova equipe de Veloso estão: a delegada Elizabeth Cayres que assume a subchefia administrativa e o delegado Fernando Albuquerque que vai ocupar o cargo de subchefe operacional, cargo que era de Veloso. A delegada Elizabeth Cayres era presidente da Comissão Controle e Fiscalização de Contratos da Polícia Civil. Já o delegado Fernando Albuquerque deixa a titularidade da Delegacia de Defraudações.

Fernando Veloso substituiu Martha Rocha, que renunciou ao cargo para se dedicar à política. A delegada, primeira mulher a ocupar o cargo, estava no posto desde fevereiro de 2011.

Ataques
Antes da solenidade de posse do novo chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, o comandante geral da Polícia Militar, coronel José Luís Castro, negou que exista crise no processo de pacificação de favelas do estado, nesta segunda-feira (3). 


Ele descartou que as UPPs estejam sob ataque de traficante e que casos como o da morte da policial militar Alda Rafael Castilho na Vila Cruzeiro, no Conjunto de Favelas da Penha, neste domingo, são “ações pontuais”.

A policial morreu após ser baleada na barriga. Outras três pessoas ficaram feridas durante troca de tiros na comunidade. Alda foi mais uma vítima de uma rotina de ataques contra UPPs. 


Entre dezembro de 2013 a janeiro de 2014 foram mais de 10 ocorrências, como contabilizou o G1. José Luís Castro descartou o apoio de tropas federais na favelas do Rio, mas disse que pode reforçar o efetivo de algumas UPPs.

" As UPPs não estão sob ataque, são problemas pontuais. Não há crise. Se for preciso reforçar, a gente vai reforçar. Não vamos recuar", disse o coronel, antes do início da cerimônia de posse do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso.

O comandante definiu o ataque à soldado Alda Rafael Castilho como uma "covardia", e disse que os envolvidos no crime já teriam sido identificado . Ele reconheceu ainda que áreas de UPPs com confrontos frequentes ficaram por muito tempo sob controle do tráfico.


Por isso, regiões como Complexo da Penha e do Alemão terão a atuação policial reforçada com agentes do Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de delegacias especializadas. "Nossa atuação nestas áreas terão prazo indeterminado. Vão durar o tempo necessário para ter o equilíbrio restaurado", afirmou.

Mudanças na Polícia Civil

Veloso anunciou ainda mudanças no quadro da Polícia Civil. Ricardo Barbosa deixa o Core e assume o delegado Rodrigo Oliveira, da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (Drfc). Delegado da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa está mantido no cargo. Já o delegado da capital Ricardo Domingues vai para a Baixada Fluminense e no departamento geral de polícia especializada.


Rotina de ataques a UPPs

O projeto de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), iniciado em 2008 pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro com o objetivo de devolver a segurança aos moradores da cidade, vem enfrentando uma série de problemas, principalmente após novembro de 2013. 


De lá para cá, o número de registros de tiroteios e ataque a sedes de UPP nas comunidades passou de 10, como contabilizou o G1, de dezembro e janeiro.

Na sexta-feira (31), um suspeito foi detido por arremessar coquetéis molotov no terreno que abriga a UPP e a delegacia do conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Na mesma comunidade, na quarta-feira (29), um tiroteio assustou moradores e um policial da UPP morreu após ser baleado em uma troca de tiros em novembro de 2013.

Em dezembro, a UPP do Lins foi atacada por três vezes. No mesmo mês, a UPP São Carlos também foi atacada após um tiroteio entre traficantes. Ainda em dezembro, traficantes e criminosos trocaram tiros na área da UPP dos Macacos

Uma troca de tiros entre policiais da UPP Fallet-Fogueiro e criminosos foi registrada no dia 15 de dezembro. No último mês de 2013, em uma confusão durante uma abordagem, um policial matou um idoso na UPP de Manguinhos.

GNews - UPP da Rocinha (Foto: GloboNews)UPP da Rocinha: tiroteios assustam moradores
desde dezembro (Foto: GloboNews)
 
No mês de janeiro, a UPP Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul do Rio, teve dois tiroteios. Ainda na Zona Sul, a Rocinha teve outra troca de tiros na segunda-feira (27). 

Na manhã do Natal de 2013, disparos assustaram moradores na favela na localidade Largo do Boiadeiro. No início de dezembro, um confronto de aproximadamente 12 horas deixou cinco pessoas feridas — dois policiais e três moradores — na comunidade. Também em dezembro, um policial militar foi baleado durante troca de tiros na Rocinha.

Segundo a assessoria de imprensa das UPPs, as ocorrências relacionadas aconteceram porque os policiais que patrulham as áreas pacificadas se deparam com focos de resistência de traficantes que querem retomar os territórios hoje sob controle do estado.


Beltrame faz balanço positivo


Em dezembro de 2013, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou, em entrevista exclusiva ao G1, que ainda não havia motivos para comemorar [as UPPs] e que toda resistência encontrada pela polícia em locais que eram considerados grandes redutos do tráfico será enfrentada com extremo rigor. 


O secretário ainda admitiu a possibilidade de superar a meta inicial do programa, que era de 40 UPPs.

Casal em carro é atingido por tiros em Ceilândia, no DF


03/02/2014 15h59 - Atualizado em 03/02/2014 15h59


Dois rapazes atiraram 4 vezes; mulher não corre risco de morte. diz polícia.


Homem foi atingido na cabeça e tem quadro grave, segundo a corporação.

Do G1 DF

Carrp alvejado por tiros na QNN 3; casal foi baleado (Foto: Lucas Nanini/G1)Carrp alvejado por tiros na QNN 3; casal foi baleado (Foto: Lucas Nanini/G1)
 
 
Um casal foi baleado dentro de um carro na QNN 3, em Ceilândia, no Distrito Federal, no fim da manhã desta segunda-feira (3). segundo a polícia, o homem foi atingido na cabeça e levado em estado grave ao hospital.

A mulher levou tiros no tórax e no braço e não corre riscos, segundo a corporação.
 
O crime aconteceu por volta das 11h30. De acordo com a polícia, duas pessoas passaram ao lado do carro, que estava parado, e atiraram quatro vezes contra o vidro do motorista. A dupla fugiu em seguida.

Por volta das 15h, o local estava interditado à espera da perícia. Segundo a polícia, após os disparos, o veículo desceu e atingiu uma kombi estacionada na quadra.

Os agentes não informaram as idades das vítimas nem se elas possuem ficha criminal. Segundo a polícia, o local é utilizado para venda se drogas.


Princípio de fogo em trem em Ceilândia para linha do metrô no DF

03/02/2014 13h23 - Atualizado em 03/02/2014 16h29


Estação foi esvaziada e fechada para perícia; vagão foi recolhido.


Ninguém se feriu, dizem bombeiros; Metrô apura causa do problema.



Do G1 DF




Um princípio de incêndio em um vagão do metrô em Ceilândia, no Distrito Federal, provocou o fechamento da estação Guariroba no início da tarde desta segunda-feira (3). 

O incidente teve início por volta das 12h30. Às 13h já não havia mais fumaça na estação.


Vagão atingido por fogo durante incêndio nesta segunda-feira (3), no DF (Foto: Lucas Nanini/G1)Vagão atingido por fogo durante incêndio nesta segunda-feira (3), no DF (Foto: Lucas Nanini/G1)

Técnicos da área de manutenção estavam na estação para tentar identificar a origem da fumaça no início da tarde. Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente não deixou feridos. 


Os passageiros desceram na estação após o trem apresentar um superaquecimento.

As chamas consumiram todo o vagão. Peritos do Corpo de Bombeiros chegaram ao local para avaliar as causas do princípio de incêndio por volta das 14h.

Bombeiros trabalham para conter fogo em estação do metrô do DF (Foto: Lucas Nanini/G1) 
Bombeiros trabalham para conter fogo em estação do metrô do DF (Foto: Lucas Nanini/G1)


O acesso à estação foi fechado, mas, segundo os funcionários do Metrô, os trens trafegavam normalmente nos dois sentidos.

Segundo o Metrô-DF, o trem foi recolhido e a vida liberada. O veículo foi para o pátio de manutenção e peças foram enviadas para o fabricante. 


 A estação estava sendo limpa durante a tarde.  A companhia informou que a previsão era de que o local fosse aberto ainda nesta segunda, antes do horário de pico.

O veículo seguia do Plano Piloto para Ceilândia. O trem foi retirado da via e colocado no trilho no sentido oposto.

Por volta 13h30, o metrô acionou a via paralela para permitir que que a retomada do serviço. 

Os trens passam pelo local em velocidade reduzida.