terça-feira, 14 de janeiro de 2014

“Quem não entende por que se lê menos no transporte público brasileiro nunca usou o transporte público brasileiro".

A vida de um leitor sem carro

DANILO VENTICINQUE
14/01/2014 07h48 - Atualizado em 14/01/2014 14h21
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Tenho visto mais leitores em minhas andanças de trem, ônibus e metrô. Por enquanto, é só uma impressão. Não encontrei nenhuma pesquisa recente sobre o aumento no índice de leitura entre usuários de transporte público em São Paulo. Talvez os números desmintam meu palpite. Mas que há leitores, há. Antes era comum entrar num vagão e não ver um livro sequer. Os leitores continuam sendo uma minoria, mas hoje em dia é comum deparar com passageiros carregando livros. Quando conseguem sentar, a leitura é mais fácil. Mas há quem leia até de pé, sacolejando entre uma página e outra. Já vi de tudo: de Dostoiévski a Dan Brown, de textos acadêmicos a manuais de autoajuda.

Para garantir que eu não estava delirando, conversei sobre o assunto com alguns amigos e colegas que também usam transporte público. Aparentemente estou são: eles concordam. Um deles me apresentou à hashtag #temmaisgentelendo, usada no Twitter e no Instagram para divulgar fotos de pessoas lendo livros no ônibus, no metrô, no trem ou em outros espaços públicos. Vi mais de cem fotos. Não chegamos nem perto de outras grandes capitais do mundo, onde os leitores às vezes são maioria. Mas estamos melhorando. Talvez o sucesso das máquinas que vendem livros a preços populares nas estações ajudaram os passageiros a despertar para a leitura, e descobrir nela o jeito mais agradável de aproveitar o tempo que gastamos no deslocamento entre casa e trabalho.

Desisti de ter carro em São Paulo há seis meses, antes que o trânsito me enlouquecesse. Demoro meia hora a mais para chegar no trabalho e, como todo  usuário de transporte público, passo alguns apertos quando preciso andar em horários de pico. Mas troquei o estresse de dirigir um carro na cidade pelo prazer de ler um pouco todas as manhãs e noites. Para leitores sem tempo, é uma maneira de garantir ao menos alguns minutos de leitura mesmo nos dias mais corridos. Quem já experimentou sabe que os minutos, somados, se transformam em livros inteiros.

Ontem vi uma tirinha sobre o assunto no jornal.  Um personagem tentava abrir um livro no meio de um ônibus lotado, ouvindo o barulho de um vendedor ambulante. Abaixo dele, a legenda: “Quem não entende por que se lê menos no transporte público brasileiro nunca usou o transporte público brasileiro.” Ri menos pela piada e mais por discordar completamente dela: perdi a conta de quantas vezes aproveitei meu tempo no transporte público para ler o jornal. Naquele dia, por coincidência, preferi ler um livro. Mas poderia muito bem ter lido, num trem lotado e em meio aos gritos de vendedores ambulantes, aquela tirinha que dizia que a leitura era impossível nessas circunstâncias. Bobagem. Nunca vi alguém que tenha levado um livro para ler no ônibus mas, diante da bagunça, tenha decidido deixá-lo na guardado e passar o tempo jogando Candy Crush ou mandando mensagens no WhatsApp. Quem tem o hábito de ler é capaz de ler em qualquer lugar – até no ônibus lotado.

Ler sentado, como já sabemos, não exige nenhum esforço. Com um pouco de prática, não é difícil conseguir ler de pé. Alguns leitores se apoiam nas paredes, perto da porta do metrô. Outros se apoiam nas barras com uma mão e seguram o livro com a outra. Virar as páginas pode ser difícil, mas é um obstáculo superável. Repito o que já disse em outra coluna: se é para cair no chão, caia como um leitor. Os e-readers são uma boa alternativa para quem acha desconfortável segurar um livro no ônibus. Até quem prefere ficar no celular tem opções: tanto o Kindle quanto o Kobo têm ótimos aplicativos para iPhone e Android. São opções confortáveis e discretas para colocar a leitura em dia.

As reclamações sobre o transporte público no país existem há décadas. São quase tão antigas quanto os baixos índices de leitura. Esperar o transporte público melhorar para começar a ler nele seria uma forma desastrosa de lidar com os dois problemas. Por que não começar agora? Mesmo que falte conforto, ler é uma ótima maneira de aproveitar o tempo, e uma distração nos momentos de aperto.

Alguém já viu político bonito?

Que será, que será?

Pessoalmente, me tornarei mais burro. Minha capacidade de adaptação ficará ainda menor

WALCYR CARRASCO
26/12/2013 21h10
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Uma certeza já tenho para o ano que entra: haverá um contínuo desfile de caras feias. Teremos horário eleitoral. Alguém já viu político bonito? Existem alguns, mas são raros. Em novelas e séries de televisão, o elenco é importante para atrair o público. Os políticos têm a vantagem do horário obrigatório, portanto não têm de se esforçar em relação à aparência. Serei obrigado a ver um por um. Óbvio, político não tem de ser belo. O ideal é que seja honesto, não corrupto, empreendedor, cheio de projetos, bom gestor etc. Mas me pergunto: não sobra dinheiro para comprar um creminho? A própria presidente Dilma anda engordando. Em campanha, será mais difícil emagrecer, pois será obrigada a comer de tudo, para não ofender os eleitores. Dilma engordará ainda mais. E ficará mais impaciente durante a campanha, se for obrigada a deglutir buchada de bode, como ocorreu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, num episódio inesquecível. Aguarde a balança, presidenta!

De maneira geral, não importa muito o que os políticos, sem me referir a nenhum, terão de engolir na campanha. Eles nos farão engolir mais coisas, depois de eleitos, e essa é uma previsão que já fica para 2015.

Pessoalmente, me tornarei mais burro. À medida que os anos passam, minha capacidade de adaptação à realidade se torna menor. Brinco chamando de burrice, porque a questão é mais profunda. Sou da geração que está com 60 anos. É quase impossível acompanhar o mundo. Já nem sei quantas reformas ortográficas ocorreram durante meu tempo de vida. Foram algumas, e eu teria me adaptado, se não houvesse exceções em todas elas. Caem acentos, mas em alguns casos permanecem. Hifens sobrevivem. E assim por diante.

 Já me conformei, nunca mais escreverei de maneira tão perfeita quanto antes. Já não consigo nem guardar a data de aniversário dos amigos. Também aposto, e isso já é uma certeza, que surgirão inovações tecnológicas que não absorverei. Gente, sou da época da máquina de escrever. Não tenho saudades, o computador é mais prático. Mas tudo faz tanta coisa, que já não sei como me virar.

São programas e mais programas capazes de resolver minha vida, se eu soubesse lidar com eles. 

 Basicamente, continuo usando a máquina para escrever textos, enviar e-mails. Há mais ou menos 30 anos, quando o computador doméstico começou a ser usado no país, eu me orgulhava de ser um precursor. Entre meus amigos, fui o primeiro a comprar um. Passava as noites decifrando programas. Cheguei até a pensar em dar um golpe financeiro pela internet, mas não achei cúmplice. (Sempre penso em golpes, mas acabo deixando para meus personagens.) Hoje surge uma novidade por minuto.

Abro meu computador, e algum programa deixou o silêncio do HD para invadir minha tela. Passo horas tentando reprimi-lo para voltar a escrever. Estou falando no celular e, de repente, entra um programa diferente, que interfere na ligação. Já me explicaram que o problema não está no aparelho, mas na forma como o coloco na orelha. Existe combinação perfeita para orelha e celular, meu Deus?

Sonho com um celular que faça e receba ligações, apenas isso. 

 Um computador que sirva para criar e enviar textos, não mais. Aparelhos simples, em que eu possa mexer sem correr o risco de danos cerebrais.

Mas o mundo caminha noutra direção – e isso não é uma aposta. É uma certeza. Conto os dias para o lançamento do robô doméstico. Vai chegar, e não falta muito. As grandes montadoras do Japão estão de olho nesse mercado. Há anos apostam no produto. Já cheguei a ver um que serve cafezinho, em Tóquio. Alguns robôs específicos já fritam hambúrgueres. Há um aspirador de pó robotizado. Pensa-se em “cuidadores”, que acompanhem e deem medicação a pessoas inválidas.
Entre minha dificuldade para acompanhar toda essa tecnologia e as surpresas que ela oferecerá, fica uma última aposta. Há alguns anos, numa conferência no Japão, conheci o trabalho de um gênio que tentava criar robôs capazes de agir em grupo e de reagir ao meio ambiente.

Mas... isso não é mais ou menos o que somos? Não se tratará, de fato, de uma nova espécie?

Isso me assusta um pouco, mas não mais que o jeitão dos políticos. São eles que decidirão como usar a revolução tecnológica em larga escala. Se você apostar no que vai acontecer, perderá. Será sempre algo pior. Penso no que virá com os saltos da tecnologia em suas mãos.

Mas existe preconceito contra gordo, contra quem não é elegante e, principalmente, contra negros e quem é ou parece pobre.

O preconceito vive

Um restaurante que discrimina uma pessoa negra e sozinha deveria perder o alvará para funcionar

WALCYR CARRASCO
14/01/2014 07h00 - Atualizado em 14/01/2014 07h37
Em meio a tantas ONGs, grupos que vigiam cada frase da novela, tenho refletido sobre como o preconceito sobrevive, intenso, no cotidiano. Hoje mesmo fui surpreendido com um texto do escritor Aguinaldo Silva em seu blog. É público e notório que Aguinaldo e eu não somos os melhores amigos. Mas fiquei chocado com a situação que ele viveu. Aguinaldo foi a um restaurante em Petrópolis, da cervejaria Bohemia. Primeira situação de preconceito: não queriam arrumar mesa para alguém sozinho. É fato. Pessoas sozinhas sofrem preconceito em restaurante. Muitas vezes, nos japoneses, já me quiseram sentar no balcão. Como se o solitário não tivesse direito a ocupar uma mesa. Existe preconceito contra a solidão? Existe sim. Uma das primeiras perguntas sempre feitas a alguém que se separou é:

– Mas você está com alguém?

Há uma cobrança contínua de que a pessoa tenha alguém. Mesmo em novelas, atores que não terminam com um par romântico sofrem, como se o papel não tivesse valido a pena. Uma pessoa sozinha num restaurante é observada, encarada, como se tivesse algo errado.  Aguinaldo conseguiu sua mesa, improvisada numa área que não era responsabilidade de nenhum garçom.

Portanto, ninguém o atendia. Óbvio, não o tinham reconhecido como Aguinaldo Silva, o grande autor de novelas. Aguinaldo é negro. Os garçons o trataram como um cliente de terceira categoria. Reclamou. Quando conseguiu pedir, o garçom, ao trazer o picadinho, espirrou no prato, enquanto seus colegas riam. Segundo o próprio Aguinaldo, ele comeu o picadinho com espirro e tudo. Eu jamais teria feito isso. Talvez atirasse o prato na cara do garçom, e terminássemos na polícia. Mas eu sou branco, não estou acostumado a conviver continuamente com situações de preconceito. Deve ser muito mais difícil para alguém que ao longo de uma vida toda é massacrado por olhares, atitudes, desrespeitos. A não ser quando o reconhecem como o grande autor que ele é.

Eu já vivi situações de preconceito sim, pela pobreza, durante boa parte da minha vida. Às vezes economizava para comprar uma camisa bacana. Entrava na loja do shopping, a vendedora me olhava de alto a baixo, respondia com voz gélida e má vontade. Desprezo absoluto. Uma conhecida, diretora de uma faculdade, é gorda. Veste-se com calças apertadas, camisetas soltas. Ia para o aeroporto. A alça da bolsa arrebentou. Parou no shopping, entrou numa loja e apontou uma bolsa, perguntando o preço. A vendedora:

– Olha, a senhora não tem condições de comprar essa bolsa.

Minha amiga é rica. Chamou a gerente, fez um barulho. Mas existe preconceito contra gordo, contra quem não é elegante e, principalmente, contra negros e quem é ou parece pobre.
É tão internalizado que às vezes a pessoa nem percebe. Tenho um amigo cujo filho é negro. É apaixonado pelo menino e ótimo pai. Se dá bem com a ex, negra. Em conversa,  ele não entendia por que eu acho que a existência de um elevador social e outro de serviço é preconceito.

– Se um médico vai dar consulta no apartamento de alguém, não pega o elevador de serviço. Ele é usado para discriminar os de aparência pobre ou negros. – Insisti. – O que impede a empregada do vizinho de subir no mesmo elevador que eu?

Meu amigo não havia pensado no assunto. Fui adiante.

– E o banheiro de empregada? Por que a empregada não pode usar o mesmo que o patrão?
O elevador de serviço e o banheiro de empregada estão tão banalizados no cotidiano que não se pensa no preconceito embutido em sua simples existência. É a discriminação, incorporada pelas imobiliárias.

Tenho um grande amigo, Júlio, filósofo, de meia-idade. É negro. Várias vezes, quando desce sua rua, próxima à Augusta, em São Paulo, nota que ela está deserta. Se há um casal mais adiante, ao vê-lo instintivamente a dupla atravessa para a outra calçada. O preconceito também funciona ao contrário: num recente assalto num prédio de luxo em São Paulo, um casal bem vestido apresentou-se na portaria. Imediatamente, abriram os portões. Foi a senha para depenarem o prédio todo. Em meu prédio, no Rio de Janeiro, várias pessoas entram sem ser anunciadas por estarem bem vestidas. É o preconceito na contramão.

Já fui contra a política de cotas para negros no trabalho. Hoje sou a favor. E também sou a favor de penalidades severas contra quem demonstra preconceito. Um restaurante que discrimina uma pessoa negra e sozinha simplesmente deveria perder o alvará para funcionar. 

O tripé que alimenta a maior parte da violência no país.

A droga que alimenta o crime

Osmar Terra, O Globo

O Brasil é o lugar onde mais se mata no mundo. Em 2010, houve 52.303 assassinatos, segundo o Datasus, 3,5 vezes mais que o total de casos nos Estados Unidos. Proporcionalmente, 26 brasileiros são assassinados por ano, para cada 1 chinês.

No trânsito, também somos recordistas mundiais de mortes. Os dados assustadores ocorrem por grande omissão na prevenção da violência, que começa no Executivo, passa pelo Legislativo e deságua na sobrecarga que o Poder Judiciário tem para enfrentar o problema.

Muito além de questões sociais, há um tripé que alimenta a maior parte da violência no país: drogas, legislação frouxa e sistema prisional em ruínas. Vivemos uma epidemia do crack, a maior causa de morte entre jovens de 15 e 25 anos. Mais da metade dos homicídios, no Brasil, tem as drogas como causa.

São provocados pelo transtorno mental, descontrole que leva à violência, seja do tráfico, seja dos homicídios em casa, latrocínios etc, além do aumento da violência doméstica, desencadeada pelas drogas lícitas e ilícitas. Essas, não detectadas pelo bafômetro, já têm importância maior que o álcool nos acidentes fatais com veículos.

A maioria dos crimes é de reincidentes. A sensação de impunidade não acontece só nos casos de corrupção, atravessa todas as modalidades. As penas são pequenas e, em pouco tempo, os criminosos voltam às ruas. Presídios precários e em número aquém das necessidades também justificam o abrandamento de penas.

Mais: criou-se um discurso de demonização da polícia. Um ciclo vicioso fatal que leva a investir cada vez menos na polícia e no sistema prisional, aumentando o número de vítimas. As experiências do mundo mostram que, durante a epidemia de violência, deve-se aumentar o rigor no seu enfrentamento, e não o contrário.

Também é imprescindível o resgate e fortalecimento da função policial, qualificando-a e protegendo-a das tentativas de desmoralização. Os EUA tomaram medidas duras na epidemia do crack na década de 1980. Com a Tolerância Zero, foram reduzidos em 70% o consumo e em 40% os homicídios.

Com leis rigorosas, o Japão controlou a epidemia de consumo da metanfetamina no Pós-Guerra. A China e os países do Leste asiático têm índices baixíssimos de criminalidade e consumo de drogas, mercê de severos códigos penais e sistema prisional compatível.

A Suécia, depois do endurecimento penal de 1969 contra as drogas, é o país europeu com menos homicídios e menos mortes no trânsito. Em novembro de 2013, fechou seis presídios, por ociosidade.

Todo ser humano, potencialmente capaz de cometer um crime, calcula o custo-benefício disso. Se o custo for pequeno, ocorrerão cada vez mais crimes.

No Brasil, ainda influenciam muito nas políticas de segurança os que insistem em discursos ideológicos, aparentemente “humanitários”, colocando a culpa nos problemas sociais. Cruzam os braços e não enfrentam as causas imediatas da violência. Chegam ao resultado oposto do que pregam, pela inação, e se tornam, de certa forma, cúmplices da enorme mortalidade violenta de brasileiros.

Osmar Terra é deputado federal (PMDB-RS).

GDF destina mais 140 milhões para estádio e Distrital pede auditoria


O governo do Distrito Federal remanejou mais de  R$ 140 milhões para reforma e ampliação do Estádio Nacional Mané Garrincha, inaugurado há oito meses. O recurso foi destinado  por meio de uma edição extra do Diário Oficial do DF do dia 27 de dezembro de 2013, com abertura ao orçamento da Companhia Imobiliária de Brasília - TERRACAP do crédito suplementar milionário, cancelando a dotação orçamentária inicialmente destinada à execução de infraestrutura em parcelamentos no Setor Noroeste.

Inicialmente orçado em R$ 696 milhões, quando o projeto foi aprovado, o Mané Garrincha já custou aos cofres públicos  R$ 1,8 bilhão, quase duas vezes e meia o preço original e os investimentos não param
A deputada Celina Leão (PDT), que considera os gastos exorbitantes, se encontra nesta terça-feira (14) às 16h com o presidente do Tribunal de Contas do DF (TCDF), Dr. Inácio Magalhães Filho. “Vamos pedir uma auditoria para saber a necessidade desse recurso, como e onde ele será usado, também quero  cobrar a responsabilidade das empresas que executaram os serviços no Estádio, uma obra mal feita, recém inaugurada e que já precisa de reparos”, observa a deputada.
Além de um ofício ao TCDF com o pedido de auditoria, a parlamentar também, encaminhou pedidos de informação aos órgãos competentes sobre a utilização dos 140 milhões de forma detalhada.

Ascom Deputada Celina Leão- Blog do Protázio


Ligações para o Disque-Denúncia do Maranhão aumentaram 70% desde dezembro.

14/01/2014 - 15h23

Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil 

Brasília - A crise da segurança pública no Maranhão pode ter contribuído para que a população acione mais o serviço de Disque-Denúncia estadual. Ele permite a qualquer cidadão denunciar, anonimamente, suspeitas de tráfico de drogas, homicídios, roubos e mais uma centena de ilícitos, irregularidades ou problemas na prestação de serviços públicos.

Nos últimos dias, informações fornecidas pela população contribuíram para que as forças policiais prendessem ao menos 14 pessoas envolvidas com a recente onda de violência nas ruas, inclusive seis criminosos que participaram dos ataques a ônibus e delegacias no primeiro final de semana deste ano.
Em um dos cinco veículos incendiados no último dia 3, cinco pessoas ficaram gravemente feridas, entre elas a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que teve 95% do corpo queimado e morreu no dia 6.

Os dados relativos aos atendimentos das últimas semanas ainda estão sendo contabilizados, mas o aumento na procura foi observado durante o mês de dezembro. Segundo o coordenador do serviço, Erik Moraes, em dezembro de 2013, as equipes do Disque-Denúncia atenderam 3.360 ligações, um resultado 43% maior que as 2.347 chamadas no mesmo mês de 2012. Ao longo de todo o ano passado, as 42.770 ligações registradas colaboraram para a detenção de 652 pessoas.

De acordo com Moraes, a comparação entre a média de ligações diárias recebidas entre os últimos dias de dezembro (quando mais mortes ocorreram no interior do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís) e as duas primeiras semanas deste ano e a média esperada para o mesmo período em outras circunstâncias pode resultar em uma variação de cerca de 70%.

“Houve aumento médio de 70% na demanda por nosso atendimento no último período, o que indica  maior envolvimento da população, e não necessariamente que a violência tenha crescido”, disse Moraes à Agência Brasil.

De acordo com ele, em um único dia, as equipes chegaram a atender 324 ligações, em vez dos 100 telefonemas costumeiros.

“Com a ajuda da população, em menos de 48 horas, conseguimos reunir informações que ajudaram os setores de inteligência a identificar e localizar vários criminosos. E, com a notícia de que os criminosos envolvidos na morte da Ana Clara tinham sido presos com a ajuda dessas informações, as denúncias aumentaram ainda mais. Além disso, a qualidade das informações fornecidas também vem melhorando bastante”, acrescentou Moraes.

Segundo o coordenador, a maior parte das denúncias ainda provem de São Luís e região metropolitana, o que mostra a necessidade de fortalecer o serviço no interior do estado. “Cerca de 85% das denúncias são da região metropolitana de São Luís. O restante do estado, onde reside a maior parte da população maranhense, responde por apenas 15% das denúncias.

Qualquer cidadão pode acionar o serviço. A denúncia é feita anonimamente. Os telefones de contato são o (98) 3223-5800, para quem liga da região metropolitana de São Luís, e 0300-3135-8000 para quem está no interior. “Precisamos muito que a sociedade ligue e nos ajude”, solicitou.

Edição: Aécio Amado
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Heranças malditas de 2013


O Estado de S.Paulo - 14/01

O ano começa carregado de heranças malditas de 2013 e de antes. As mais notórias são o baixo ritmo de crescimento econômico, provavelmente inferior a 2%, e a elevada inflação, que volta a saltar para a casa dos 6%.

O governo Dilma inicia o quarto ano de administração sem ter conseguido entregar nenhuma das suas metas mais importantes de política econômica. Até mesmo seus eventuais sucessos vêm sendo apontados como fonte adicional de problemas. Um deles é o nível sem precedentes de pleno-emprego: apenas 4,6% não conseguiam trabalho em novembro. Não é a oposição, é o próprio Banco Central que identifica aí uma das principais fontes de custos e de alta de preços.

Resultados ruins não apenas se repetem por três anos consecutivos (2011, 2012 e 2013), como, também, são projetados para 2014 (veja o gráfico). Deveria ser indicador mais do que suficiente para levar o governo a rever sua política econômica enquanto não for tarde demais para mudar.

Em 2013, a inflação só não furou os 7% porque o governo recorreu a represamentos artificiais de tarifas, especialmente da energia elétrica, dos combustíveis e dos transportes urbanos. Como foi apontado aqui na edição de sábado, em 2013, enquanto os preços livres subiram 7,27%, os preços administrados não evoluíram mais do que 1,52%.

As distorções que daí provieram já são tão fortes que fica difícil continuar com essas práticas de segurar os preços a muque. Por outro lado, os juros básicos (Selic) subiram 2,75 pontos porcentuais ao ano desde abril e muito provavelmente subirão mais meio ponto na reunião do Copom prevista para amanhã. Até onde o Banco Central precisaria puxar a Selic para evitar novas esticadas da inflação? E o que custará essa alta de juros em despesas extras do Tesouro Nacional com o serviço da dívida pública?

Também está mais do que demonstrado que a política fiscal (contas públicas) não está calibrada o suficiente para evitar efeitos inflacionários. Naquela linguagem do Banco Central, a política fiscal não está suficientemente apertada para garantir sua neutralidade em relação à inflação. Ao contrário, a falta de transparência na administração da economia é, por si só, fator de perda de credibilidade, o que piora tudo porque leva empresários e outros formadores de preços a remarcar exageradamente mercadorias e serviços de maneira a se defender de riscos futuros.

Neste início de ano, não é só o baixo crescimento e a inflação alta que aumentam a carga e azedam o ambiente. Também pesa o rombo crescente nas contas externas, fator responsável pelas pressões de procura por moeda estrangeira, que também produzem desconfiança.

O governo Dilma parece determinado a evitar correções que possam prejudicar seus objetivos eleitorais. O problema é que chega ao ponto em que a falta de soluções também produz custos políticos. Além disso, hoje já é difícil de distinguir problemas meramente administrativos dos problemas de credibilidade, porque ambos se reforçam e acentuam as distorções. Não basta mudar; é preciso agora principalmente convencer.

'Rolezinhos’ são exportados para outros Estados

Início do conteúdoApós repercussão, encontros de jovens são marcados no Rio e em Brasília; associação de shoppings defende ação da justiça e ronda da Polícia Militar

13 de janeiro de 2014 | 23h 44


O Estado de São Paulo
Bruno Ribeiro e Laura Maia de Castro
Depois das polêmicas decisões judiciais obtidas por shoppings de São Paulo contra os "rolezinhos" e da publicação de vídeos em que policiais militares agridem adolescentes, esses encontros de milhares de jovens em centros comerciais, marcados pelas redes sociais, foram rapidamente "exportados" para outras cidades e até outros Estados.
Nesta segunda-feira à tarde, nas redes sociais já era possível encontrar eventos marcados não só em shoppings de cidades do interior de São Paulo, como Bauru e Sorocaba, mas também em centros comerciais de Brasília e do Rio, em apoio aos eventos da capital paulista. 

No Shopping Leblon, que fica em uma das zonas mais caras do Rio, até a noite desta segunda, mais de 4 mil pessoas confirmaram na internet a presença em evento marcado para o próximo domingo.

A diferença em relação aos primeiros "rolezinhos", que ocorreram em dezembro em São Paulo, é que os novos são convites com o objetivo de protestar.

"Em apoio à galera de São Paulo, contra toda forma de opressão e discriminação aos pobres e negros, em especial contra a brutal e covarde ação diária da Polícia Militar no Brasil, seja nos shoppings, nas praias ou nas periferias", diz a convocação do evento carioca.

Os "rolezinhos" que terminaram em tumulto eram descritos como eventos para "beijar na boca" e "curtir a galera".

Reações. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) comentaram nesta segunda o incidente ocorrido no sábado em Itaquera, quando a Polícia Militar usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar cerca de mil jovens no Shopping Metrô Itaquera, que tinha uma liminar judicial proibindo o "rolezinho" marcado ali pelo Facebook.

Vídeos mostrando PMs batendo em menores desarmados foram publicados na internet. Três pessoas - dois adultos e um adolescente - foram detidas sob suspeita de roubo. Os adultos foram liberados no mesmo dia. O menor foi internado na Fundação Casa (ex-Febem).

Alckmin disse que apura as denúncias de envolvimento de PMs em agressões e afirmou que a segurança no interior dos shoppings não é de responsabilidade do Estado. "Segurança interna de lojas, shoppings e centros comerciais é privada, o governo fica fora fazendo a segurança", disse.

Haddad afirmou que buscaria alternativas de lazer para os jovens. "Nós pedimos, por exemplo, a colocação de iluminação pública nos Clubes das Comunidades (CDCs). Você cria arenas que atraem o público jovem, que quer espaço para se manifestar. Essas providências estão sendo tomadas."

Shoppings. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) defendeu nesta seguna a obtenção de liminares judiciais prevendo multa para "rolezinhos" como forma de impedir a realização desses atos.

Com uma dessas liminares exibidas em totens nas entradas, também no sábado, o shopping JK Iguatemi, na zona sul, um dos mais luxuosos da capital, fez uma seleção de quem poderia entrar no centro de compras. Até funcionários que se enquadravam na descrição de suspeitos foram barrados.

"O presidente da Associação, Nabil Sahyoun, cobrará da Prefeitura de São Paulo espaços públicos pouco utilizados da cidade para que esses jovens possam organizar suas festas de maneira passiva", diz a Alshop, em nota enviada no mesmo horário em que o prefeito defendia medida semelhante.
A associação quer também que a PM patrulhe, fardada, o interior dos centros de compras dentro do programa Operação Delegada. / COLABORARAM CAIO DO VALLE e CARLA ARAÚJO

"Aborto é descarte de ser humano" diz o Papa.


Papa considera aborto uma prova de 'cultura do descarte'


Agência Estado

Publicação: 13/01/2014 13:10



O papa Francisco qualificou hoje o aborto como uma evidência da "cultura do descarte", que desperdiça alimentos da mesma forma que descarta pessoas, e declarou que tal mentalidade representa "uma ameaça à paz no mundo". Francisco também pediu mais respeito pelos imigrantes e denunciou a perseguição a católicos em países da Ásia, da África e do Oriente Médio. Os comentários do pontífice foram feitos nesta segunda-feira durante a apresentação de uma análise de crises mundiais apresentada a diplomatas credenciados na Santa Sé.

Ao classificar a fome como uma ameaça à paz no mundo, Francisco ressaltou que muitas vezes não apenas a comida é considerada desnecessária, mas também os seres humanos. "Não podemos ser indiferentes diante daqueles que passam fome, especialmente as crianças, quando pensamos em quanta comida é desperdiçada diariamente em muitas partes do mundo em meio àquilo que frequentemente é chamado de cultura do descarte", declarou o papa no Vaticano.

Essa cultura também afeta as crianças não nascidas, acrescentou o papa. "É espantoso, por exemplo, pensar que há crianças vítimas de aborto que jamais verão a luz do dia", disse Francisco, em uma rara declaração sobre o tema.

Depois do início de seu papado, há quase um ano, o papa tem enfatizado que a posição da Igreja sobre o assunto já é bastante conhecida e que prefere falar menos das regras morais do catolicismo e mais de suas mensagens positivas.

A fala do papa aos diplomatas consistiu mais em uma reflexão sobre as prioridades de seu papado do que em uma análise diplomática. Ele pediu que os idosos sejam tratados com mais respeito e que as crianças sejam protegidas da exploração, da escravidão e da fome.

Ao mesmo tempo, ele lamentou a morte de pessoas que deixaram suas terras de origem em busca de melhores condições de vida em outros países, como acontece com muitos latino-americanos que tentam chegar aos Estados Unidos e muitos africanos que tentam ir à Europa.

O papa pediu aos italianos em particular que "renovem seu louvável compromisso de solidariedade" para com os imigrantes, numa alusão ao debate que ocorre na Itália sobre a restritiva política de migratória do país. Francisco pediu à comunidade internacional que se empenhe mais na busca por soluções para conflitos em países como Síria, Mali, Coreia do Norte e Sudão do Sul.

Pais devem ficar atentos ao contratar transporte escolar para os filhos



Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Com a proximidade do reinício das aulas, muitos pais começam a procurar transporte escolar para garantir que os filhos cheguem ao colégio sem atraso e voltem para casa com tranquilidade. Antes de contratar o serviço, no entanto, é preciso verificar se o veículo tem autorização para transportar crianças e adolescentes e ficar atento aos itens de segurança.
Pedir referências a pais de outros estudantes e verificar se a escola tem indicação de motoristas que já fazem o transporte de outros alunos da instituição são alternativas. Ao encontrar um prestador de serviço, a primeira medida a ser observada é se o veículo tem autorização do Departamento de Trânsito (Detran) para fazer transporte escolar. Para obter a autorização, o veículo tem que passar por uma vistoria e são liberados apenas os que apresentam as condições adequadas e os itens de segurança necessários.
“Verificar se o veículo está autorizado é o primeiro passo para contratar. Se ele está autorizado, significa que passou por vistoria e está em condição de rodar. Com esse dado, sugerimos que os pais observem um ou dois dias o modo como o motorista dirige, o cuidado que tem com as crianças no momento do embarque e desembarque”, orienta o chefe do Núcleo de Operação Técnico do Departamento de Trânsito do Distrito Federal, Helder Athan.
A vistoria ocorre periodicamente, mas os pais também devem ficar atentos à conservação do veículo ao longo dos meses e a manutenção dos itens de segurança como a qualidade dos pneus, o funcionamento dos cintos de segurança, de faróis e lanternas, por exemplo.
Os pais podem verificar ainda se o motorista fez o curso de capacitação exigido para o transporte escolar. A informação consta na carteira de habilitação, que precisa ser da categoria D. “O pai deve ter a preocupação de saber quem está conduzindo e pedir que o condutor do veículo apresente a habilitação. No campo de observações, vai constar a indicação de habilitado escolar”, explica Helder Athan.
A negociação do contrato de prestação de serviço também merece atenção. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) tem uma cartilha com orientações para os pais e sugere que é importante ficar claro se haverá reajuste da mensalidade em caso de aumento de preço dos combustíveis. A cartinha sugere ainda negociar a melhor data para pagamento e discutir a inclusão de uma cláusula de multa por descumprimento de horários.

MP e defensoria iniciam mutirão para verificar situação dos presos no Maranhão



Da Agência Brasil 
Brasília – Uma comissão criada pelo Ministério Público do Maranhão e pela Defensoria Pública fará um mutirão para analisar a situação dos presos do Sistema Penitenciário do estado.

A partir de amanhã (15), a Comissão de Trabalho do Sistema de Justiça Criminal começará a verificar a situação processual dos detentos do interior do estado e da capital, além de definir e diagnosticar o número de presos provisórios.

De acordo com os integrantes da comissão, a grupo foi criado considerando a necessidade de encontrar soluções legais e adequadas à crise no sistema penitenciário. Todas as atividades serão divulgadas em um relatório final que será entregue ao comitê criado pelos governos estadual e federal para resolver os problemas encontrados nas penitenciárias. 

Na quinta-feira (9), outras medidas contra a crise foram anunciadas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Entre os 11 pontos anunciados, ficou acertada a criação de um comitê gestor da crise no sistema carcerário, que deverá contar com medidas integradas dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário locais.

A Defensoria Pública, por exemplo, ficou responsável pelo mutirão para analisar a situação dos presos a fim de colocar em liberdade os que cumpriram suas penas, além de buscar alternativas penais, como monitoramento eletrônico, para os que forem de menor periculosidade e estão em condições de receber esses benefícios. Essas medidas poderão ajudar a desafogar o sistema prisional, que sofre com a superlotação.

Edição: Aécio Amado
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Nota de repúdio contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aprovou uma resolução que limita o poder de investigação do Ministério Público Eleitoral nas eleições de outubro.

Associações criticam decisão que limitou investigação do Ministério Público Eleitoral

14/01/2014 - 18h50

André Richter
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Associações de vários setores do Ministério Público Federal (MPF) divulgaram hoje (14) nota de repúdio contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aprovou uma resolução que limita o poder de investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE) nas eleições de outubro. Segundo as entidades, a norma é inconstitucional.

As associações entendem que a resolução afronta os princípios constitucionais da moralidade e da eficiência. “A omissão da legitimidade do Ministério Público para a requisição destes inquéritos é inconstitucional, exótica, opaca em seus propósitos, imprevisível em suas consequências e atentatória à transparência do pleito e à própria democracia”, diz a nota.

Os representantes do Ministério Público também ressaltam que o poder de investigação do órgão é imprescindível para garantir a transparência das eleições. “A tentativa da aposição de obstáculos pretensamente normativos à atuação do Ministério Público no processo eleitoral constitui inequívoco estímulo a crimes como a corrupção eleitoral, o uso indevido da máquina administrativa, fraudes no alistamento eleitoral e outros delitos”, relatam as entidades. 

A nota é assinada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR); Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp); Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM); Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e a Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT).

A Resolução 23.396/2013, do TSE, foi aprovada no plenário da corte em dezembro do ano passado. De acordo com a norma, a partir das eleições de outubro, a instauração de inquérito para apurar crimes eleitorais só poderá ser feita com autorização do juiz eleitoral. Segundo o ministro Dias Toffoli, relator das instruções das eleições, o poder de polícia deve ser exercido pelo juiz.

Atualmente, a Polícia Federal também deve pedir autorização à Justiça Eleitoral para fazer investigação.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a alteração da resolução do TSE. Procuradores eleitorais também divulgaram uma moção a favor da mudança na regra.

Edição: Aécio Amado
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"se o prefeito não der o que queremos, a cidade será fechada".

A volta dos protestos

14 de janeiro de 2014 | 2h 04

O Estado de S.Paulo
Liderados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), 6 mil manifestantes bloquearam no final da semana passada, por cinco horas, três vias importantes da zona sul da capital - a Marginal do Pinheiros, a Ponte do Socorro e a Estrada do M'Boi Mirim. Foi a primeira manifestação de protesto de 2014. 

O MTST, que gravita em torno do PSOL, defende a desapropriação de um terreno de 1 milhão de metros quadrados no Jardim Ângela. A área foi invadida no dia 29 de novembro por 2 mil famílias e, já na semana passada, lá estavam 8 mil famílias. Com o nome de Acampamento Nova Palestina, é a maior invasão do País atualmente. Os líderes do MTST prometeram convocar os moradores de outras áreas invadidas para novos protestos nos próximos dias, caso o prefeito Fernando Haddad não atenda às reivindicações da entidade. 

A Prefeitura, que já declarou a área como sendo de interesse social, quer construir um parque no local. O MTST quer que ela seja convertida em conjunto habitacional e que as unidades sejam distribuídas com base numa lista de invasores organizada pela entidade.

Haddad respondeu que, como a área invadida se destina à preservação ambiental, pela legislação em vigor só 10% do terreno poderia ser utilizado para habitação. Também lembrou a necessidade de respeitar os milhares de famílias já cadastradas em órgãos públicos, aguardando a vez de receber uma moradia popular. E criticou a prática de interromper o tráfego como forma da protesto. Já o MTST quer mudar a Lei do Zoneamento. Segundo o coordenador da entidade, Guilherme Boulos, "se o prefeito não der o que queremos, a cidade será fechada". 

Invasões e manifestações como essas já se tornaram rotineiras. Elas se multiplicam especialmente nos anos eleitorais, dada a tendência dos movimentos sociais de criar fatos consumados para pressionar candidatos e criar constrangimentos para prefeitos e governadores, tentando com isso favorecer partidos radicais, como é o caso do PSOL. Sabendo disso, o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin deixaram de lado as divergências partidárias e anunciarão no próximo dia 25 - quando a cidade completa 460 anos - uma parceria para a construção de 30 mil unidades habitacionais na capital, em três anos.

A meta é entregar 10 mil moradias por ano para famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil, por meio de financiamento conjunto dos programas Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e Casa Paulista, do governo estadual. Alckmin também anunciou que lançará o edital da primeira Parceria Público-Privada da Habitação, em São Paulo, com o objetivo de construir 20,2 mil unidades em 12 bairros da região central da capital, como Brás e Pari. 

Com a manifestação do final da semana passada e a promessa de "fechar" a cidade, movimentos sociais querem impedir o prefeito e o governador de colher os dividendos políticos desses programas. As iniciativas desses movimentos são de caráter ideológico. Não respeitam a propriedade privada, alegando que "moradia não pode ser tratada como mercadoria". Também desqualificam o direito positivo por atender aos "interesses da burguesia". E ainda acusam os governantes e proprietários de "criminalizar" invasores, quando impetram ações de reintegração de posse. 

Numa cartilha de 70 páginas, editada em 2012 com prefácio de um político do PSOL, o coordenador do MTST deixa claro o caráter ideológico das manifestações que lidera. "Toda a propriedade tem de ter algum uso que traga benefício para a sociedade. Grandes terrenos e prédios vazios não têm nenhuma função social. Sua única função é encher o bolso de uns poucos proprietários. Ao deixar as terras ociosas, os proprietários estão agindo de forma ilegal e criminosa." Assim, "ocupar não é crime, é um direito", conclui Boulos.

Isso dá a medida das manifestações de protesto que ocorrerão em 2014, e que crescerão à medida que se aproximar o início da campanha eleitoral.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YjGT556cGlg

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YjGT556cGlg

Parceiros da Familia Genoíno, passem a carteira!

Doações para José Genoino pagar multa já somam R$194 mil reais.

O site criado com objetivo de arrecadar fundos para o pagamento da multa de R$ 667,5 mil estipulada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão ao ex-presidente do PT, José Genoino, atingiu nesta segunda-feira, 13, R$ 194 mil – cerca de 29% do valor total. A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal determinou na semana passada que o petista tem até o dia 20 deste mês para pagar a multa à União.
O doador pode contribuir com qualquer valor e, após o depósito, o doador deverá enviar à família de Genoino um e-mail com nome completo, RG, CPF e cópia (scaneado, fotografado ou arquivo) do comprovante de depósito. O petista tem até o dia 20 de janeiro para pagar o valor. Se descumprir o prazo, o débito será inscrito no cadastro da Dívida Ativa da União, de acordo com a decisão da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, e a União passa a cobrar a dívida judicialmente.
A Justiça atualizou o valor da multa do petista, cujo valor inicial era de R$ 468 mil. A correção foi feita com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a partir da data dos fatos que foram julgados pela Justiça. Ou seja, os R$ 468 mil eram em valores de 2003.
A informação sobre o andamento das doações foi atualizada pelo coordenador jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho, que foi escolhido pelo partido como responsável em administrar as contribuições feitas por militantes.
“Muita gente está doando. E o PT está recebendo tudo isso com muita alegria”, afirmou Aurélio. Ele disse ainda que o prefeito de Santo André, Carlos Grana, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, anunciaram nesta segunda em evento público que vão colaborar com Genoino no pagamento de sua multa.
 

Não sei como a gilete foi parar dentro do meu sapato!

Pastor é preso tentando entrar com lâmina no sapato em Pedrinhas, no Maranhão.

Um pastor da Assembleia de Deus foi preso com uma lâmina no sapato ao ser revistado dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, nesta terça-feira (14).
Segundo informações da polícia, José Erasmo Sousa Nery, conhecido como "pastor Erasmo", foi flagrado com a lâmina na meia dentro do sapato quando tentava entrar para evangelizar os presos de Pedrinhas.
Pastor Erasmo está detido no 12º DP (Distrito Policial), localizado no Distrito Industrial de São Luís.
Em depoimento prestado na tarde desta terça-feira (14), o pastor Erasmo disse que era inocente. "Eu não sei explicar como essa lâmina foi parar dentro do meu sapato. Fiquei surpreso quando tiraram meu sapato e a 'gilete' caiu", defendeu-se.
 
Blog do Valdemar Tibá 

A bandidagem faz o que lhes dá na telha, e se eles decidirem que não teremos Copa, não teremos Copa.

Na Varanda

E se eles decidirem que não teremos Copa?

14:35:08

Desde a prisão dos "mensaleiros do PT", muito se fala no descontrole e do caos no sistema carcerário brasileiro. O Maranhão, feudo da família Sarney, é a bola da vez, vive dias de horrores, por ordem de facções criminosas que comandam os presídios.

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, também têm sistemas carcerários complexos e dominados pelo crime organizado. Já aqui, o Distrito Federal vive em seu sistema carcerário, momento de ebulição, porque a massa carcerária está revoltada com os supostos privilégios que estão sendo concedidos aos mensaleiros, especialmente os do PT.
 
A dúvida de muitos não é SE a panela de pressão chamada Sistema Carcerário vai explodir. 
 
A dúvida é QUANDO?
 
Os bandidos, de diversas facções, controlam os presídios de quase todas as unidades federadas e são organizados o suficiente, para deflagrar ataques durante a Copa do Mundo. ...
 
Alguém dúvida? 
 
Além da organização das principais facções criminosas, temos a desorganização e a falta de estrutura dos órgãos repressores do Estado. A ineficiência é aferível por um simples dado: o passado recente, demonstra que quando tiveram vontade, de dentro dos presídios, os bandidos comandaram ataques ao Estado e aos cidadãos. Basta lembrar do que já aconteceu no Paraná, São Paulo e do recente episódio no Maranhão.
 
A sociedade vive assustada. Somos reféns do crime. 
 
A bandidagem faz o que lhes dá na telha, e se eles decidirem que não teremos Copa, não teremos Copa. O problema precisa ser enfrentado com urgência, sem politicagem e com inteligência. 
 
Será que conseguiremos? 
 
Quem pode afiançar que, ao lado das esperadas manifestações populares, não teremos investidas dos bandidos para "melar" a copa do mundo?

Na Varanda-Blog do Sombra 14.01.2014 

A MÁ CONSERVAÇÃO DOS MONUMENTOS E PONTES DE BRASÍLIA

Blog da Leiliane- 14 de janeiro de 2014

   Brasília, desenhos de Niemeyer e estruturas de Joaquim Cardoso... Para qualquer engenheiro ou arquiteto, morar em Brasília é um privilégio!
 
    As características principais das estruturas de concreto dos Monumentos de Brasília são: Arrojo arquitetônico; a rapidez de projeto e execução; grande escala do emprego de concreto aparente; pioneirismo das estruturas pré-moldadas de grande porte de concreto protendido (UNB, Plataforma Rodoviária e etc); grandes painéis com revestimentos de mármore e a qualidade admirável de projeto e execução dos monumentos mais antigos! (Sim, porque a execução dos mais recentes são uma desgraça! serviço porco, que já apresenta deteriorização).
 
    Apesar de ser uma cidade nova, muitos monumentos de Brasília e a maior parte dos seus viadutos apresentam problemas pela falta de conservação. Segundo estudo do IAB/DF, dos 23 viadutos do eixo rodoviário, apenas dois tiveram manutenção (um deles o buraco do tatu). Umidade, poluição, alta temperatura ( de março a agosto, a temperatura do concreto chega a 60 graus centígrados ) causaram deteriorização de algumas estruturas de concreto armado, ou protendido; corrosão do aço de armaduras; fluência (deformação lenta) e retração do concreto e a deteriorização precoce de monumentos recentes , que como disse foram mal executados.
 
     A ausência de lei que defina a responsabilidade pública pela conservação do conjunto arquitetônico e os recursos escassos para a manutenção preventiva e intervenções rotineiras contribuem para esse quadro de má conservação dos Monumentos Modernos em Brasília, bem como, a conservação precária dos registros técnicos: plantas de estruturas,certificação de controle de materiais, diários de obra e intervenções efetuadas e etc.         
      
Segundo o Engenheiro Antonio Carlos Teattini, faz-se necessário colocar em prática uma estratégia para a recuperação e manutenção dos Monumentos de Brasília. Uma estratégia concebida e implantada em etapas, envolvendo órgãos como: Novacap, IPHAN, DEPHA-DF, FAU e etc. Com o apoio financeiro das Entidades e Conselhos de Classe.
       
Premissas:
 
- Criação de Lei específica para cuidar do Patrimônio
- Formação adequada de Profissionais
- Definição de Níveis de responsabilidade pública
- Fontes de recursos específicos para custeio e gestão
- Elaboração de cadastro das edificações, com levantamento dos registros técnicos
- Estabelecimento de prioridades de intervenção
- Espaço para guarda
- Levantamento das condições de conservação.
 
       Qual o motivo dessa minha postagem tecnicista e chata? O que quero deixar bem claro pra vocês é que temos uma cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade que não está sendo cuidada como deveria! 
 
     Existem fissuras na belíssima escadaria do Itamaraty provavelmente pelo uso de material de limpeza inadequado, por exemplo, que se tivessem cuidado com a manutenção não haveria tal problema! E o que falar da corrosão de armaduras generalizadas no ICC Norte do Minhocão da UNB?

     Alguns Monumentos estão sendo recuperados mas, de forma duvidosa, como podemos perceber pelo que houve no Palácio do Planalto recentemente, que hoje está recebendo a reforma da reforma! E o know how vai todo para empresas de fora que executam as obras de reforma e restauração...
 
       A Catedral de Notre Dame em Paris chegou até essa geração, mas, será que a Catedral de Brasília resistirá duzentos anos? Brasília é Patrimônio do Mundo é nosso dever garantir que as próximas gerações conheça a nossa história e nossa arquitetura modernista, que é um marco.

Chega de picaretagem!Chega de destruição ambiental!!!!Somos CONTRA a favelização de Brasilia!

Por um toque de mágica, o atual governo do DF conseguiu, na surdina e na maladragem, colocar no texto da LUOS _ Lei de Uso e Ocupação do Solo, de autoria do Executivo, que está em tramitação na CLDF, o fim do Parque Urbano e Vivencial do Gama. Logo no ano de 2014, onde a ÁREA PÚBLICA de 592.000 metros quadrados completa 30 anos de parque que não é parque
Pelo projeto, no mesmo local será construída as quadras 3 e 4 do Setor Norte, com moradias para o MORAR BEM, com sobradinhos e casas germinadas. Enganaram o povo até onde dava, chegando a fazer um lindo projeto em 2012. 
 Os atuais ocupantes do Buriti esquecem que uma cidade ou bairro como o Gama, precisa de um lugar de preservação ambiental, lazer, recreação e práticas desportivas. Não pode haver apenas construções, concretos ou asfalto por todo o lado. 
Os moradores do Gama são obrigados a sair daqui para levar suas famílias para o centro de Brasília ou para outros bairros que tem parques. Além de ser um grande absurdo dos políticos locais e visitantes, é um crime contra a luta de mais de 30 anos dos moradores do Gama. 

O GDF fez um concurso nacional para escolher o melhor projeto para o Parque Urbano e Vivencial do Gama, área pública de 590.000 metros quadrados, com fauna e flora típicas do Cerrado, contendo ainda brejos e murundus, nascentes, olhos d'água e minas. Logo em seguida, desrespeita o projeto fazendo vistas grossas a invasões e construindo estacionamento.

Agora, com LUOS, o Executivo pretende acabar com o PUVG, fazendo ali assentamento habitacional com o Morar Bem. 
Não importa o governo. Não importa os políticos e seus partidos. Temos a obrigação e a disposição de lutar até o fim! Chega de picaretagem!! A Diretoria.