terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Formas de fazer com o Brasil seja campeão em 2014.

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Nossos votos

Nossos desejos são nossos votos, na urna e numa ideia fixa: uma sociedade mais educada e sadia

RUTH DE AQUINO
30/12/2013 09h26 - Atualizado em 30/12/2013 09h31
lShre
Confesso ter problema com a palavra “aposta”. Todos os significados dela me incomodam. O significado mais comum implica ganhar ou perder dinheiro. Ou se aposta num cavalo ou numa certeza. Quando se aposta – com um amigo ou num vício – , arrisca-se muito. Grana ou reputação. Às vezes ambas.

Prefiro os desejos às apostas. Podemos ser mais livres e delirantes ao desejar. Podemos ser utópicos. No ano de 2014, de eleição e Copa, nossos desejos são, mais do que qualquer troféu, nossos votos. Votos na urna e numa ideia fixa: uma sociedade mais educada, mais sadia, mais responsável, mais ética e menos violenta.

1. Que o próximo presidente ouça a voz das ruas e, antes de investir US$ 4,5 bilhões em caças suecos, escolha suas prioridades de emergência, entre elas a Saúde, evitando que pacientes morram na fila da rua ou da cirurgia, por negligência e omissão.

2. Que o próximo presidente entenda a expressão “mobilidade urbana” e, em vez de inundar as ruas de carros particulares, invista em trens e transporte público de qualidade, com integração real entre rodoviárias, aeroportos, metrôs e ônibus. Que invista também em rodovias mais seguras, porque nossas estradas hoje são de quinta categoria.

3. Que o próximo presidente, consciente de que quase 40% das famílias brasileiras são hoje chefiadas por mulheres, invista numa política nacional de creches, em quantidade e qualidade, permitindo assim que possamos conciliar com um mínimo de tranquilidade e competência nossas funções de mãe e trabalhadora.

4. Que o próximo presidente remunere direito os professores e aumente a carga horária das escolas no Brasil, do ensino fundamental às universidades, para que crianças e adolescentes não fiquem apenas cinco horas por dia em instituições de ensino, enquanto os pais trabalham em tempo integral.

5. Que o próximo presidente ataque de frente o deficit profundo de habitação popular, poupando as famílias brasileiras de viver indignamente em barracos e favelas sem esgoto, sem segurança nem saneamento, com perigo de desmoronamento ou risco de tuberculose, junto a áreas de elite nos grandes centros urbanos ou nos rincões remotos e abandonados.

6. Que o próximo presidente tenha ética, determinação, apoio e moral suficientes para tirar a política brasileira desse pântano de corrupção e privilégios, acabando com supersalários e supermordomias num dos Congressos mais caros e menos eficientes do mundo. Que sejam punidos exemplarmente todos que tirarem proveito particular de seus cargos públicos.

7. Que o próximo presidente ajude os Estados a ter uma política consequente de segurança. Temos visto apenas iniciativas isoladas e criativas, como as UPPs no Rio. Sem uma contrapartida maciça de serviços públicos e sociais, elas acabam torpedeadas por bandidos com e sem farda. O risco é viver, cada vez mais, em cidades sem lei, onde se corre o risco de ser assaltado e morto ao andar na rua, ir à praia, pegar um ônibus, comer num restaurante, pegar dinheiro num caixa eletrônico de banco, chegar a sua garagem ou parar num engarrafamento.

8. Que o próximo presidente leve a sério o meio ambiente e o destino do lixo com campanhas de educação. E que não apenas multe, mas prenda os especuladores criminosos que destroem nossos parques, lagoas, praias e reservas.

9. Que o próximo presidente revele à população como são gastos os impostos, num país onde a arrecadação tributária bate recordes. E que os impostos sejam transformados em benefício dos contribuintes.

10. Que o próximo presidente não escamoteie os índices de  inflação e não minta sobre o real estado da economia do Brasil.

Aí sim, o Brasil seria campeão em 2014.

Risco Copa preocupa o Governo.

Governo age para evitar desgaste com protestos na Copa

Por Natuza Nery, na Folha Online:

Preocupados com eventuais protestos durante a Copa de 2014, articuladores do governo começaram a preparar “antídotos” para tentar evitar impacto sobre a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Dos obstáculos projetados, o chamado “risco Copa” é o que mais tem tirado o sono dos estrategistas. Apesar de preocupações com os rumos da economia, a aposta do Planalto é que a inflação estará sob controle e o nível de desemprego, estável.

 A tensão maior recai justamente sobre o que o governo não controla: as ruas. 

No Executivo, a ordem é evitar a “reencarnação das manifestações” deste ano, conforme definiu um auxiliar. Os protestos de junho fizeram com que Dilma perdesse 27 pontos, desabando de 57% de aprovação para 30% em apenas três semanas. Avalia-se que a repetição de um mergulho dessa ordem pode ser fatal na campanha.
(…)
Na lista de antídotos está uma campanha publicitária federal explicando aos brasileiros o legado da Copa. 

O governo também avalia exigir melhorias de gestão dos clubes de futebol na hora de conceder renegociações de dívidas. 

Os clubes queriam o perdão de dívidas previdenciárias e trabalhistas, mas, no máximo, conseguirão um refinanciamento. 

A ideia é que as condições contratuais, como o tamanho das prestações, dependam do grau de contrapartidas. O governo também deve chamar o Bom Senso Futebol Clube –movimento que pede melhorias nas condições de trabalho dos atletas– para discutir as dívidas.Para diminuir a resistência aos estádios, um dos deflagradores dos protestos de junho, um comitê governamental trabalha com um calendário de eventos nas arenas da Copa para que a população encare as construções como patrimônio e desfaça a ideia de que não passam de “elefantes brancos” que perderão a função após o mundial.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Os servidores da Câmara Legislativa começarão 2014 com o bolso cheio.


Janeiro chega com reajuste na Câmara
Correio Braziliense - 31/12/2013


Os servidores da Câmara Legislativa começarão 2014 com o bolso cheio

O contracheque dos funcionários da Casa será reajustado em 10% a partir do próximo dia 20. 

O aumento salarial dos 736 efetivos e 1.147 comissionados terá um impacto financeiro de R$ 25.590.435,15 no próximo ano. 

O percentual garantido na correção é maior que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado entre novembro de 2012 e o mesmo mês de 2013 — 5,77%. E, no começo de 2015, o pessoal da Câmara terá mais um reajuste, de 6%.

O projeto que engorda as remunerações dos servidores da Câmara foi aprovado em setembro deste ano pelos deputados distritais com a justificativa de que era necessário recompor as tabelas remuneratórias dos profissionais do Legislativo local. Com o reajuste, o gasto com pessoal aumentará em toda a estrutura da Casa.

Como o Correio mostrou na edição de ontem, a partir do próximo mês, a verba usada para arcar com os custos de parte dos comissionados lotados nos gabinetes dos distritais será de R$ 173 mil, valor 80% maior do que a usada em 2009, antes da aprovação da Lei nº 4.342/2009. 

A norma abriu brecha para a inclusão de mais servidores que atendem diretamente os deputados. A despesa, que, antes da lei, era de R$ 97 mil, com 23 servidores, foi para aproximadamente R$ 130 mil no mesmo ano, quando mais cinco funcionários passaram a compor o quadro dos gabinetes.

O presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT), entende que o impacto não é tão grande porque, de acordo com ele, em 2009, os servidores incluídos nos gabinetes por meio da Lei nº 4.342 já faziam parte da estrutura da Casa. "O aumento real na verba de gabinete, de 2009 para 2014, foi de até 33%, mesmo reajuste concedido aos funcionários. Os cargos foram aumentados no gabinete para resolver um problema na contagem do tempo previdenciário, para preservar o direito do servidor, e, se o cálculo for feito em cima do quadro de pessoal anterior à lei, o aumento será menor", explicou Wasny de Roure.

De acordo com a Câmara, o reajuste dos servidores está dentro do orçamento da Casa e não vai extrapolar o limite fiscal. Os gastos com pessoal, segundo a Mesa Diretora, atingirão 1,58% da Receita Corrente Líquida em 2014 e 1,57% em 2015, abaixo do limite de 1,70%.

Preocupação

O alto número de comissionados, geralmente apadrinhados políticos dos distritais, na Câmara é um fator preocupante.  

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal (Sindical), Adriano Campos, se não houver concurso público até 2015 e as aposentadorias previstas forem confirmadas, a Casa chegará à conta de dois servidores indicados para um aprovado em concurso público. 

"A Constituição diz que a exceção deve ser o comissionado. Não o servidor efetivo. A Câmara está além disso e a perspectiva é de que haja 100 aposentadorias. Isso é um quadro preocupante", observou. Segundo Wasny, existe previsão para um concurso em 2014, com chamada de até 40 servidores.

Impacto

O reajuste valerá a partir do próximo dia 20,
quando os servidores da Câmara Legislativa recebem os salários.
 Janeiro de 2014  — 10%
 Janeiro de 2015 — 6%
 Impacto financeiro em 2014     R$ 25.590.435,15
 Impacto financeiro em 2015      R$ 16.477.790,38
Quantitativo de pessoal da
Câmara Legislativa de dezembro de 2013:
 Cargos efetivos ocupados: 736
 Cargos efetivos vagos: 322
 Servidores efetivos que ocupam cargos em comissão: 164
 Servidores inativos: 156
 Servidores pensionistas: 41
 Cargos em comissão existentes: 1.147 (número máximo considerando-se o desdobramento permitido de cargos)
 Cargos em comissão ocupados por servidor sem vínculo efetivo com a administração pública: 821
 Cargos em comissão nos gabinetes parlamentares, lideranças de partido e do governo: 872
 Cargos em comissão ocupados por servidor sem vínculo efetivo com a administração pública: 821. Destes, 102 estão na estrutura administrativa e 719, nos gabinetes e nas lideranças, de partido e de governo.

Aos contribuintes, as contas.


Aos contribuintes, as contas e a urna.

Ari Cunha

Correio Braziliense 31 de dezembro de 2013


Não bastassem as taxas e os impostos que chegarão para os contribuintes a partir de 2014, o GDF e a Câmara Legislativa, sempre ela, anunciam a temporada de gastança do dinheiro público para o ano que se anuncia.

Aos R$ 500 mil gastos somente com combustíveis pela CLDF, vêm se somar os R$ 500 mil que o GDF anuncia que queimará somente com o show de queima de fogos de artifícios .

Ainda com a festança na Esplanada dos Ministérios, serão consumidos outros R$ 800 mil apenas para pagamento de cachês aos artistas .

A cada folia que acontece no canteiro central da Esplanada, os danos ao gramado e a vegetação também são lançados na conta do cidadão — sem falar que as festas rotineiras produzem lucros apenas para um mesmo pequeno grupo de pessoas com trânsito livre nos gabinetes da cidade.

Incrível, mas não totalmente estranho é que o Tribunal de Contas do DF, ano após ano, fecha os olhos à ação do governo e da Câmara e nada acontece.

Enquanto isso, ao pobre do contribuinte, mal representado politicamente e desprotegido pelos órgãos de fiscalização, sobram as contas e a falência dos serviços públicos como segurança, saúde e educação. Dos políticos tudo se pode esperar, mas, para o eleitor contribuinte, só há uma saída possível: as urnas.

Governo passa mais uma rasteira no contribuinte!

Imposto sobre férias

Correio Braziliense - 31/12/2013
 
Milhares de brasileiros sentem desde sexta-feira o gosto amargo da traição. De malas prontas, câmbio feito e cartão pré-pago contratado para a sonhada viagem de férias ao exterior, foram surpreendidos com o dissabor que sente o investidor procedente do mundo civilizado toda vez que o governo brasileiro exerce seu voluntarismo na economia. Alterar regras no meio do jogo gera incertezas e mina a credibilidade no país.

Em desesperada corrida para evitar o agravamento da situação fiscal — deteriorada pela incapacidade de controlar gastos com o custeio da máquina pública —, o governo parece disposto a fazer de tudo para tirar mais dinheiro do bolso do contribuinte.

Desta vez, agiu no escurinho do intervalo entre o Natal e o révellion para aplicar autêntica rasteira em quem acreditou ter o direito de planejar com alguma segurança a viagem e as comprinhas no exterior. 

Por não ocupar cargo no governo nem contar com parentes importantes, a maioria que viaja tem passaporte de cidadão comum. Sabe que, na volta, estará sujeita aos rigores da alfândega. Por isso mesmo, opta por meios de pagamento mais em conta.

É o que explica o sucesso do cartão pré-pago em moeda estrangeira, versão mais prática do que o velho cheque de viagem (ainda em uso). Além de escapar da variação cambial (ultimamente desfavorável ao real), ambos recolhiam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pela civilizada alíquota de 0,38%. Sem mais nem menos, o governo turbinou o imposto sobre essas modalidades, subindo a alíquota para 6,35% — aumento de escandalosos 1.579%, que entrou em vigor no dia seguinte.

É improvável que turistas cancelem viagens contratadas. Mas é certo que a tributação vai ajudar a reduzir os embarques que ocorreriam nos próximos meses, principalmente de famílias de menor renda, recém-incluídas nesse mercado. Isso pode comprometer a expectativa do governo de arrecadar R$ 552 milhões por ano só com essa garfada.

Malvadeza à parte, não falta entre os economistas do governo quem considera a medida oportuna para refrear o deficit na balança do turismo verde-amarelo. O que ganha este país de povo receptivo e incontestáveis belezas naturais com a visita de estrangeiros é quase quatro vezes menos do que gastam os brasileiros no exterior.

De janeiro a novembro, a relação era de US$ 6,1 bilhões para US$ 23,1 bilhões. A diferença (US$ 17 bilhões) pesa no deficit de US$ 72,7 bilhões das transações correntes do país com o exterior.

Mas não parece adequado combatê-la com medidas típicas do malogrado kirchnerismo argentino — fechar a saída de brasileiros em vez de promover o aumento da entrada de estrangeiros.

Mais inteligente será completar o trabalho da natureza oferecendo segurança e transporte público eficientes, preparação do pessoal receptivo, serviço decente de telecomunicações, controle de endemias, limpeza das cidades, pronto-atendimento de saúde, preços honestos e boa qualidade em hotéis e restaurantes, além, é claro, de carga tributária que não espante o freguês.

Nós temos o poder !

Solução na urna

Ari Cunha - Visto, Lido e Ouvido
Correio Braziliense - 26/12/2013

O ano-novo vem aí, com a promessa de muitos acontecimentos para o país. Podem consultar os astros, o horóscopo chinês, colocar semente de romã na carteira.

Mas o que vai resolver mesmo será o seu voto para presidente, governador e representante no Legislativo.

Passadas mais de duas décadas da retomada da democracia, é hora de o eleitor deixar de lado as fantasias de que, delegando poderes a outrem, sua vida será resolvida. 

Essa ideia de que o país necessita de salvadores da pátria e super-heróis para pôr as coisas nos trilhos tem sido perseguida ao logo de nossa história, e os resultados estão aí para confirmar que esse é um caminho vão.

Temos que reconhecer que a grande maioria daqueles que se lançam em busca de votos estão nessa empreitada apenas para assegurar ganhos materiais para si e para o grupo que os apoiam, tudo fazendo para alcançar seus objetivos. 

Não há necessidade de ciências políticas e fórmulas complicadas de economia para saber do que o país realmente precisa. 

Mais profissionalização técnica dos operadores da máquina pública, expurgando do Estado as ideologias que só servem às cupulas partidárias. 

A cada reforma ministerial que se anuncia, o que se veem são grupelhos que, em troca de apoio no Congresso, tomam de assalto a administração pública, transformando nossas repartições em anexos de seus partidos. 

Sindicatos e partidos políticos são hoje entidades ricas e distantes das bases e nada têm em comum com ideias como democracia e República. 

O que essas entidades realmente buscam é dinheiro e poder. Contra esses vampiros é possível se proteger. Esqueça o alho e o crucifixo. 

Use seu voto


Livre-se da tragedia!!!!

Quarta-feira, 13 de novembro de 2013 11:07 am

crônica da cidade- 

Conceição Freitas


Livre-se da tragédia

Nem o menino encontrado morto no córrego, nem as duas adolescentes mortas no acidente com o ônibus, nem o tufão que maltratou as Filipinas, nem a lista diária do obituário, nem a amargura, o ressentimento e o narcisismo epidêmicos nas redes sociais nem as notícias particulares de decepções, sofrimentos e perdas.

O que predomina sobre o destino dos homens é a normalidade. Aquela que me permite estar aqui neste alto de página (que arriscado escrever isso!) e de você, leitor, estar aí lendo o jornal de cima para baixo, de frente para trás, ou vice-versa, se essa for a sua normalidade.

Brigo todos os dias com a tormenta de notícias ruins que caem sobre nossas cabeças continuamente nos sites, blogs, redes sociais e em toda a parafernália aloprada do território virtual. Há uma milagrosa normalidade em cada novo nascer do dia. (Até o instante em que escrevo, nenhum meteoro chocou-se contra o planeta e nos transformou em poeira).

Quando saio de casa, cedinho, e vejo o vira-lata cor e textura de pano de chão deitado no meio do asfalto, me convenço de que ainda estou viva, o mundo ainda existe e o cachorro sabe disso muito melhor do que eu, que jamais me deitaria no meio da rua às sete horas da manhã nem em hora nenhuma.

Talvez os bichos convivam melhor com a possibilidade da tragédia. Elas acontecem, já me aconteceram e ninguém me garante que não voltarão a acontecer. Mas, na contagem dos dias vividos, a bonança ou pelo menos a rotina suportável é a companheira constante da maioria dos nossos dias, dos meus e dos seus.

Em recente autobiografia, Minha breve história , o inacreditável Stephen Hawking conta como experimenta a vida. Ele, que tinha tudo para se apegar às suas implacáveis impossibilidades, se tornou um dos físicos contemporâneos mais importantes, se casou duas vezes e teve filhos. Sofrer de uma doença degenerativa de tamanha potência destruidora poderia ter aniquilado o jovem Stephen. Mas o amor de uma mulher o animou a continuar suas pesquisas e a arrumar um emprego.

A esclerose lateral amiotrófica já seria tragédia suficiente para uma pessoa, caso houvesse um senso democrático de distribuição de sofrimentos, mas não existe. Em 1991, SH atravessava uma rua em sua cadeira de rodas e foi atropelado por um carro. Ficou gravemente ferido.

Não sabemos o tamanho da tragédia ou a probabilidade de ela vir a acontecer com um de nós. E quem assim decidiu foi de uma generosidade divina. E já que estamos livres da tortura de saber o que vem por aí, também estamos libertos para sorver cada manifestação cotidiana da normalidade. É ela o grande milagre e se a gente não tiver noção disso, estaremos sim, desde já, habitando a tragédia, venha ou não a acontecer.

Correio Braziliense